Avaliação do impacto de um modelo de educação estruturada em grupo para pacientes com diabetes tipo 2 em atenção primária
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/49038 |
Resumo: | A educação é parte importante do tratamento do diabetes melito (DM) e é por meio dela que os pacientes são capacitados para realizar o gerenciamento da sua doença. Este estudo teve por objetivos: (1) revisar a literatura disponível no que diz respeito ao efeito da educação na HbA1c de pacientes com DM tipo 2 e (2) avaliar o efeito de um programa de educação estruturado em grupo, aplicado por enfermeira generalista em uma Unidade de Atenção Primária, no controle metabólico de pacientes com DM tipo 2. A revisão da literatura demonstra que a educação em DM reduz a HbA1c em aproximadamente 0,5 % e o maior efeito é observado em pacientes com HbA1c >8%, sendo custo-efetiva mesmo quando não produz efeitos diretos na HbA1c. A educação individual e em grupos reduzem a HbA1c de forma semelhante. O efeito da educação diminui com o tempo e é proporcional ao tempo de exposição com o educador, logo, reforços e maior tempo de contato com o educador devem ser incluídos no planejamento de um programa educativo. A adaptação cultural e a utilização de tecnologia, como exemplo, o telefone móvel devem ser incorporadas ao processo, mas o tipo de profissional responsável por fornecer a educação não parece influenciar nos resultados obtidos. Por fim, técnicas de empowering, com desenvolvimento das capacidades do indivíduo, parecem ser particularmente efetivas. O ensaio clínico incluiu 137 pacientes randomizados em dois grupos: grupo de Intervenção, que participou de um curso estruturado de cinco semanas (10 h), com reforços de 2 horas a cada 4 meses, durante um ano, e o grupo Controle, que foi atendido de forma usual na unidade básica de saúde. O escore de conhecimento aumentou em ambos os grupos, e um maior incremento foi observado no grupo Intervenção (basal: 12±4.0 vs. após curso: 15±3 vs. após 12 meses: 16±3) em comparação ao Controle (basal: 12±3 vs. após curso: 13±3 vs. após 12 meses: 12±4; P < 0,001). Nenhuma diferença entre os grupos foi observado na HbA1c em quatro, oito ou doze meses quando comparado ao basal (Intervenção: 8.9±1.9 vs. 8.7±1.8 vs. 8.5±2.0 vs. 8.7±1.7; Controle: 9.2±2.1 vs. 9.2±2.1 vs. 9.4±2.3 vs. 9.1±2.2, P entre os grupos = 0,062). O benefício da educação só foi evidenciado após ajustes para a HbA1c basal e dose de insulina no final do estudo (P = 0,044). A pressão sistólica, diastólica e o índice de massa corporal diminuíram em ambos os grupos. O escore de estresse associado ao DM foi reduzido de forma mais importante no grupo Intervenção (-34±22) quando comparado com o grupo Controle (-26±18, P = 0,017). Concluindo, um curso educacional estruturado em grupos é uma ferramenta útil para evitar o aumento progressivo de HbA1c em pacientes com DM tipo 2 em atendimento em uma unidade de cuidados primários. O processo de aprendizagem é complexo e sua efetividade dependerá de fatores subjetivos além dos descritos acima, que incluem comprometimento do paciente para o autocuidado, vontade de aprender, apoio familiar, vínculo com a equipe, situação financeira, influências culturais, além de crenças e atitudes em relação à saúde. |
id |
URGS_5861c5b1194616b0eb4729327c3da649 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/49038 |
network_acronym_str |
URGS |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
repository_id_str |
1853 |
spelling |
Grillo, Maria de Fátima FerreiraLeitão, Cristiane BauermannNeumann, Cristina Rolim2012-05-18T09:20:30Z2011http://hdl.handle.net/10183/49038000827868A educação é parte importante do tratamento do diabetes melito (DM) e é por meio dela que os pacientes são capacitados para realizar o gerenciamento da sua doença. Este estudo teve por objetivos: (1) revisar a literatura disponível no que diz respeito ao efeito da educação na HbA1c de pacientes com DM tipo 2 e (2) avaliar o efeito de um programa de educação estruturado em grupo, aplicado por enfermeira generalista em uma Unidade de Atenção Primária, no controle metabólico de pacientes com DM tipo 2. A revisão da literatura demonstra que a educação em DM reduz a HbA1c em aproximadamente 0,5 % e o maior efeito é observado em pacientes com HbA1c >8%, sendo custo-efetiva mesmo quando não produz efeitos diretos na HbA1c. A educação individual e em grupos reduzem a HbA1c de forma semelhante. O efeito da educação diminui com o tempo e é proporcional ao tempo de exposição com o educador, logo, reforços e maior tempo de contato com o educador devem ser incluídos no planejamento de um programa educativo. A adaptação cultural e a utilização de tecnologia, como exemplo, o telefone móvel devem ser incorporadas ao processo, mas o tipo de profissional responsável por fornecer a educação não parece influenciar nos resultados obtidos. Por fim, técnicas de empowering, com desenvolvimento das capacidades do indivíduo, parecem ser particularmente efetivas. O ensaio clínico incluiu 137 pacientes randomizados em dois grupos: grupo de Intervenção, que participou de um curso estruturado de cinco semanas (10 h), com reforços de 2 horas a cada 4 meses, durante um ano, e o grupo Controle, que foi atendido de forma usual na unidade básica de saúde. O escore de conhecimento aumentou em ambos os grupos, e um maior incremento foi observado no grupo Intervenção (basal: 12±4.0 vs. após curso: 15±3 vs. após 12 meses: 16±3) em comparação ao Controle (basal: 12±3 vs. após curso: 13±3 vs. após 12 meses: 12±4; P < 0,001). Nenhuma diferença entre os grupos foi observado na HbA1c em quatro, oito ou doze meses quando comparado ao basal (Intervenção: 8.9±1.9 vs. 8.7±1.8 vs. 8.5±2.0 vs. 8.7±1.7; Controle: 9.2±2.1 vs. 9.2±2.1 vs. 9.4±2.3 vs. 9.1±2.2, P entre os grupos = 0,062). O benefício da educação só foi evidenciado após ajustes para a HbA1c basal e dose de insulina no final do estudo (P = 0,044). A pressão sistólica, diastólica e o índice de massa corporal diminuíram em ambos os grupos. O escore de estresse associado ao DM foi reduzido de forma mais importante no grupo Intervenção (-34±22) quando comparado com o grupo Controle (-26±18, P = 0,017). Concluindo, um curso educacional estruturado em grupos é uma ferramenta útil para evitar o aumento progressivo de HbA1c em pacientes com DM tipo 2 em atendimento em uma unidade de cuidados primários. O processo de aprendizagem é complexo e sua efetividade dependerá de fatores subjetivos além dos descritos acima, que incluem comprometimento do paciente para o autocuidado, vontade de aprender, apoio familiar, vínculo com a equipe, situação financeira, influências culturais, além de crenças e atitudes em relação à saúde.application/pdfporDiabetes mellitus tipo 2Educação em saúdeAutocuidadoAvaliação do impacto de um modelo de educação estruturada em grupo para pacientes com diabetes tipo 2 em atenção primáriainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências Médicas: EndocrinologiaPorto Alegre, BR-RS2011doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000827868.pdf000827868.pdfTexto completoapplication/pdf355262http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/49038/1/000827868.pdf5312fc2980c11f3b390dcf4665e4ba64MD51TEXT000827868.pdf.txt000827868.pdf.txtExtracted Texttext/plain74189http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/49038/2/000827868.pdf.txt50d6fdb622c4dd5b6cb5741267fd0ad8MD52THUMBNAIL000827868.pdf.jpg000827868.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1283http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/49038/3/000827868.pdf.jpgbf7c46cb348b7bb91da19ff809419f3eMD5310183/490382018-10-11 09:24:25.427oai:www.lume.ufrgs.br:10183/49038Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-11T12:24:25Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Avaliação do impacto de um modelo de educação estruturada em grupo para pacientes com diabetes tipo 2 em atenção primária |
title |
Avaliação do impacto de um modelo de educação estruturada em grupo para pacientes com diabetes tipo 2 em atenção primária |
spellingShingle |
Avaliação do impacto de um modelo de educação estruturada em grupo para pacientes com diabetes tipo 2 em atenção primária Grillo, Maria de Fátima Ferreira Diabetes mellitus tipo 2 Educação em saúde Autocuidado |
title_short |
Avaliação do impacto de um modelo de educação estruturada em grupo para pacientes com diabetes tipo 2 em atenção primária |
title_full |
Avaliação do impacto de um modelo de educação estruturada em grupo para pacientes com diabetes tipo 2 em atenção primária |
title_fullStr |
Avaliação do impacto de um modelo de educação estruturada em grupo para pacientes com diabetes tipo 2 em atenção primária |
title_full_unstemmed |
Avaliação do impacto de um modelo de educação estruturada em grupo para pacientes com diabetes tipo 2 em atenção primária |
title_sort |
Avaliação do impacto de um modelo de educação estruturada em grupo para pacientes com diabetes tipo 2 em atenção primária |
author |
Grillo, Maria de Fátima Ferreira |
author_facet |
Grillo, Maria de Fátima Ferreira |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Grillo, Maria de Fátima Ferreira |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Leitão, Cristiane Bauermann |
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv |
Neumann, Cristina Rolim |
contributor_str_mv |
Leitão, Cristiane Bauermann Neumann, Cristina Rolim |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Diabetes mellitus tipo 2 Educação em saúde Autocuidado |
topic |
Diabetes mellitus tipo 2 Educação em saúde Autocuidado |
description |
A educação é parte importante do tratamento do diabetes melito (DM) e é por meio dela que os pacientes são capacitados para realizar o gerenciamento da sua doença. Este estudo teve por objetivos: (1) revisar a literatura disponível no que diz respeito ao efeito da educação na HbA1c de pacientes com DM tipo 2 e (2) avaliar o efeito de um programa de educação estruturado em grupo, aplicado por enfermeira generalista em uma Unidade de Atenção Primária, no controle metabólico de pacientes com DM tipo 2. A revisão da literatura demonstra que a educação em DM reduz a HbA1c em aproximadamente 0,5 % e o maior efeito é observado em pacientes com HbA1c >8%, sendo custo-efetiva mesmo quando não produz efeitos diretos na HbA1c. A educação individual e em grupos reduzem a HbA1c de forma semelhante. O efeito da educação diminui com o tempo e é proporcional ao tempo de exposição com o educador, logo, reforços e maior tempo de contato com o educador devem ser incluídos no planejamento de um programa educativo. A adaptação cultural e a utilização de tecnologia, como exemplo, o telefone móvel devem ser incorporadas ao processo, mas o tipo de profissional responsável por fornecer a educação não parece influenciar nos resultados obtidos. Por fim, técnicas de empowering, com desenvolvimento das capacidades do indivíduo, parecem ser particularmente efetivas. O ensaio clínico incluiu 137 pacientes randomizados em dois grupos: grupo de Intervenção, que participou de um curso estruturado de cinco semanas (10 h), com reforços de 2 horas a cada 4 meses, durante um ano, e o grupo Controle, que foi atendido de forma usual na unidade básica de saúde. O escore de conhecimento aumentou em ambos os grupos, e um maior incremento foi observado no grupo Intervenção (basal: 12±4.0 vs. após curso: 15±3 vs. após 12 meses: 16±3) em comparação ao Controle (basal: 12±3 vs. após curso: 13±3 vs. após 12 meses: 12±4; P < 0,001). Nenhuma diferença entre os grupos foi observado na HbA1c em quatro, oito ou doze meses quando comparado ao basal (Intervenção: 8.9±1.9 vs. 8.7±1.8 vs. 8.5±2.0 vs. 8.7±1.7; Controle: 9.2±2.1 vs. 9.2±2.1 vs. 9.4±2.3 vs. 9.1±2.2, P entre os grupos = 0,062). O benefício da educação só foi evidenciado após ajustes para a HbA1c basal e dose de insulina no final do estudo (P = 0,044). A pressão sistólica, diastólica e o índice de massa corporal diminuíram em ambos os grupos. O escore de estresse associado ao DM foi reduzido de forma mais importante no grupo Intervenção (-34±22) quando comparado com o grupo Controle (-26±18, P = 0,017). Concluindo, um curso educacional estruturado em grupos é uma ferramenta útil para evitar o aumento progressivo de HbA1c em pacientes com DM tipo 2 em atendimento em uma unidade de cuidados primários. O processo de aprendizagem é complexo e sua efetividade dependerá de fatores subjetivos além dos descritos acima, que incluem comprometimento do paciente para o autocuidado, vontade de aprender, apoio familiar, vínculo com a equipe, situação financeira, influências culturais, além de crenças e atitudes em relação à saúde. |
publishDate |
2011 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2011 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2012-05-18T09:20:30Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/49038 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
000827868 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/49038 |
identifier_str_mv |
000827868 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/49038/1/000827868.pdf http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/49038/2/000827868.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/49038/3/000827868.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
5312fc2980c11f3b390dcf4665e4ba64 50d6fdb622c4dd5b6cb5741267fd0ad8 bf7c46cb348b7bb91da19ff809419f3e |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br |
_version_ |
1810085226659971072 |