Faces trágicas : a construção da imagem de si de Antígona, Ismênia, Creonte e Hêmon nos três debates do drama Antígona (442-0 a.C.), de Sófocles

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Rodrigo de Miranda
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/224073
Resumo: Na presente dissertação, foi utilizado um instrumento comum à retórica aristotélica e à análise de discurso moderna a fim de que se pudesse apresentar algumas possibilidades de leitura sobre a construção caracterológica dos agentes dramáticos sofoclianos. Esta pesquisa consiste na elaboração de uma investigação sobre a construção dos éthe no drama Antígona (442-1 a.C.), de Sófocles (497/6-406/5 a.C). O objetivo é identificar quais são os éthe possíveis no teatro sofocliano em sua historicidade a partir das disputas agônicas entre os agentes dramáticos. Dessa forma, se levanta a hipótese da impossibilidade de se estabelecer uma imagem caracterológica única dos agentes, porque o êthos, como bem entendido por Aristóteles, se desenvolve, precisamente, no momento da fala. Conclui-se que uma leitura holística do êthos de cada agente dramático não dá conta de compreender a construção multifacetada das personagens de Sófocles: dito de outro modo, entende-se que não é possível descrever apenas uma imagem de si das personagens que compreenda o desenvolvimento completo do drama, sendo necessário que se examine cada evento/episódio em particular. Quanto aos recortes escolhidos, se deu preferência as rhêseis nos três debates do drama: a saber, o prólogo, que encena o diálogo entre Antígona e Ismênia; o segundo episódio, quando Antígona é confrontada por Creonte; e o terceiro episódio, onde Hêmon busca dissuadir Creonte de sua decisão de condenar a heroína, que dá nome ao drama, à morte. Os agentes cujo êthos será atribuído são aqueles que participam destas disputas agônicas: a saber, Antígona, Ismênia, Creonte e Hêmon.
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