Territórios negros em Porto Alegre/RS (1800 – 1970): geografia histórica da presença negra no espaço urbano
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/177570 |
Resumo: | A presença da população negra é conhecida na cidade de Porto Alegre/RS desde o período colonial. Contudo, ela não compõe as narrativas oficiais sobre a evolução da cidade, acarretando a invisibilização e o esquecimento dos espaços outrora ocupados pela população negra. Areal da Baronesa, Colônia Africana, Ilhota, Parque da Redenção e Bacia do Mont’Serrat são alguns destes territórios negros. O território negro é aqui concebido como espaço físico e simbólico configurado a partir da função (de habitação, trabalho, lazer etc.) e/ou de práticas culturais (como o batuque, o carnaval, a religiosidade etc.) exercidas por mulheres e homens negros, cuja significação é construída a partir da presença negra e/ou das atividades desenvolvidas por estes. Além disso, a falta de uma representação visual, por meio de mapas, faz com estes territórios acabem ficando soltos no espaço imaginado da cidade, isso quando sua presença não é apagada da representação que se tem sobre este espaço. Com o objetivo de elaborar uma cartografia dos espaços ocupados pela população negra na cidade ao longo dos tempos recorreu-se à análise histórico-geográfica, a partir do cruzamento de fontes diversas (jornais, documentos históricos, fotografias, crônicas, narrativas), conforme metodologia proposta pelo geógrafo Maurício de Abreu. Inicialmente localizados na área Central, os territórios negros foram sofrendo, ao longo do tempo, um paulatino deslocamento para as bordas da cidade. Verificou-se que o desmantelamento e deslocamento destes territórios está relacionado a momentos de profundas transformações do espaço urbano: i) início da modernização do espaço central (virada do século XIX para o XX); ii) remodelação do Centro (1924-1937); iii) grandes obras no entorno do Centro: canalização do Arroio Dilúvio e aterro da Praia de Belas (1941-1970). A construção de uma cartografia implica na atualização da memória que se tem sobre espaços outrora característicos da presença negra. |
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Vieira, Daniele MachadoDorfman, Adriana2018-05-05T03:16:20Z2017http://hdl.handle.net/10183/177570001065835A presença da população negra é conhecida na cidade de Porto Alegre/RS desde o período colonial. Contudo, ela não compõe as narrativas oficiais sobre a evolução da cidade, acarretando a invisibilização e o esquecimento dos espaços outrora ocupados pela população negra. Areal da Baronesa, Colônia Africana, Ilhota, Parque da Redenção e Bacia do Mont’Serrat são alguns destes territórios negros. O território negro é aqui concebido como espaço físico e simbólico configurado a partir da função (de habitação, trabalho, lazer etc.) e/ou de práticas culturais (como o batuque, o carnaval, a religiosidade etc.) exercidas por mulheres e homens negros, cuja significação é construída a partir da presença negra e/ou das atividades desenvolvidas por estes. Além disso, a falta de uma representação visual, por meio de mapas, faz com estes territórios acabem ficando soltos no espaço imaginado da cidade, isso quando sua presença não é apagada da representação que se tem sobre este espaço. Com o objetivo de elaborar uma cartografia dos espaços ocupados pela população negra na cidade ao longo dos tempos recorreu-se à análise histórico-geográfica, a partir do cruzamento de fontes diversas (jornais, documentos históricos, fotografias, crônicas, narrativas), conforme metodologia proposta pelo geógrafo Maurício de Abreu. Inicialmente localizados na área Central, os territórios negros foram sofrendo, ao longo do tempo, um paulatino deslocamento para as bordas da cidade. Verificou-se que o desmantelamento e deslocamento destes territórios está relacionado a momentos de profundas transformações do espaço urbano: i) início da modernização do espaço central (virada do século XIX para o XX); ii) remodelação do Centro (1924-1937); iii) grandes obras no entorno do Centro: canalização do Arroio Dilúvio e aterro da Praia de Belas (1941-1970). A construção de uma cartografia implica na atualização da memória que se tem sobre espaços outrora característicos da presença negra.Black population is present in the city of Porto Alegre / RS since the Colonial period. However, official narratives of the evolution of the city do not mention its black citizens, leading to the invisibility and oblivity of spaces which have been occupied by such population. Areal da Baronesa, Colônia Africana, Ilhota, Parque da Redenção and Bacia do Mont'Serrat are some of these black territories. Black territores are conceived in this dissertation as a physical and symbolic spaces with functions (of housing, work, leisure etc.) and / or with cultural practices (such as batuque, carnival, religion etc.) of black women and men, and whose meaning is built in relation to the presence or activities of black people. The lack of visual representation, especially maps, makes it difficult to place black territories in the imagined space of the city, to the point of complete erasure. In order to build the memory of black territories, this work draws a cartography of the spaces occupied by the black population in the city of Porto Alegre since the Colonial period until mid 20th Century. Historical-geographical analysis was used, combining different sources (newspapers, historical documents, photographs, chronicles, narratives), following the methodology proposed by the geographer Maurício de Abreu. In the outset of the urbanization of Porto Alegre, black territories were located in the Central area. They were repeatedly displaced towards the edges of the city. The dismantling and displacement of these territories is related to moments of deep transformations of the urban space of Porto Alegre, such as: i) the outset of the modernization of the Central area (in the turn from 19th to 20th Century); ii) the urban reform of the Central area (1924-1937); iii) major works in the edges of the Central area such as the rectification of Dilúvio rivlet and the landfill of Praia de Belas (1941-1970). Through cartography, it is possible to update and strenghten the memory of black population and its territories in Porto Alegre.application/pdfporTerritórios negrosGeografia históricaCartografiaTransformações urbanasPorto Alegre (RS)Black territoriesHistorical geographyCartographyUrban transformationsTerritórios negros em Porto Alegre/RS (1800 – 1970): geografia histórica da presença negra no espaço urbanoBlack territories in Porto Alegre/RS (1800-1970) : an historical geography of the black presence in urban spaceinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasPrograma de Pós-Graduação em GeografiaPorto Alegre, BR-RS2017mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001065835.pdf001065835.pdfTexto completoapplication/pdf19350408http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/177570/1/001065835.pdf817d77429ac30bc264cb4ed9aacee7ebMD51TEXT001065835.pdf.txt001065835.pdf.txtExtracted Texttext/plain347878http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/177570/2/001065835.pdf.txt16ae964a78aa9002d10bbbffe3ba6617MD5210183/1775702018-05-06 02:26:41.014969oai:www.lume.ufrgs.br:10183/177570Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-05-06T05:26:41Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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A presença da população negra é conhecida na cidade de Porto Alegre/RS desde o período colonial. Contudo, ela não compõe as narrativas oficiais sobre a evolução da cidade, acarretando a invisibilização e o esquecimento dos espaços outrora ocupados pela população negra. Areal da Baronesa, Colônia Africana, Ilhota, Parque da Redenção e Bacia do Mont’Serrat são alguns destes territórios negros. O território negro é aqui concebido como espaço físico e simbólico configurado a partir da função (de habitação, trabalho, lazer etc.) e/ou de práticas culturais (como o batuque, o carnaval, a religiosidade etc.) exercidas por mulheres e homens negros, cuja significação é construída a partir da presença negra e/ou das atividades desenvolvidas por estes. Além disso, a falta de uma representação visual, por meio de mapas, faz com estes territórios acabem ficando soltos no espaço imaginado da cidade, isso quando sua presença não é apagada da representação que se tem sobre este espaço. Com o objetivo de elaborar uma cartografia dos espaços ocupados pela população negra na cidade ao longo dos tempos recorreu-se à análise histórico-geográfica, a partir do cruzamento de fontes diversas (jornais, documentos históricos, fotografias, crônicas, narrativas), conforme metodologia proposta pelo geógrafo Maurício de Abreu. Inicialmente localizados na área Central, os territórios negros foram sofrendo, ao longo do tempo, um paulatino deslocamento para as bordas da cidade. Verificou-se que o desmantelamento e deslocamento destes territórios está relacionado a momentos de profundas transformações do espaço urbano: i) início da modernização do espaço central (virada do século XIX para o XX); ii) remodelação do Centro (1924-1937); iii) grandes obras no entorno do Centro: canalização do Arroio Dilúvio e aterro da Praia de Belas (1941-1970). A construção de uma cartografia implica na atualização da memória que se tem sobre espaços outrora característicos da presença negra. |
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