Papel do antigeno carboidrato 19.9 como marcador de agressividade no carcinoma medular de tireoide
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/216500 |
Resumo: | O carcinoma medular da tireoide (CMT) é um tumor maligno raro originário de células C parafoliculares da tireoide e corresponde a 4% das neoplasias malignas dessa glândula. O CMT apresenta-se como um tumor esporádico (75-80%) ou na forma hereditária (20-25%). O único tratamento curativo disponível no momento para o CMT é cirúrgico. No entanto, isso só é possível em casos em que o diagnóstico é realizado precocemente e a doença encontra-se restrita a glândula. Nos pacientes com doença avançada, onde as opções terapêuticas tradicionais como quimioterapia e radioterapia não são efetivas, os inibidores tirosino-quinase tem demonstrado eficácia na sobrevida livre de progessão da doença. Níveis de calcitonina sérica, um biomarcador específico para céluas C tireoideanas, e o antígeno-carcinoembrionário (CEA) são amplamente utilizados como marcadores no diagnóstico e seguimento dos pacientes com CMT. No entanto, estudos recentes têm indicado que níveis séricos elevados do antígeno carboidrato 19.9 (CA19.9), marcador tumoral bem estabelecido no em neoplasias pancreáticas, como um potencial marcador de agressividade e mortalidade em indivíduos com CMT avançado. O objetivo desse trabalho foi avaliar o papel do CA19.9 como marcador de agressividade tumoral em pacientes com CMT. Amostras tumorais de pacientes com CMT atendidos no Serviço de Endocrinologia do HCPA foram avaliados para expressão do CA19.9 por imunohistoquimica, através de anticorpo especifico. Para estudar a hipótese de os níveis de CA19.9 observados em pacientes com CMT estarem associados à desdiferenciação das células C, também avaliamos a expressão tecidual de CD133, um marcador para a identificação de células-tronco cancerígenas (CSC). A leitura das lâminas foi realizada por patologista, e quantificação da expressão foi inicialmente realizada pelo método de h-score. Adicionalmente as amostras foram classificadas de acordo com o padrão de expressão observado: células individuais, focos ou difuso. Setenta pacientes com CMT foram incluídos no estudo, 57,1% apresentavam a forma hereditária e 42,9% a forma esporádica. A idade média ao diagnóstico foi 36.1 (±16.3) anos e 58,6% foram do sexo feminino. A mediana dos níveis de calcitonina e CEA foram de 536pg/ml (49,35-1300,5) e 21,3ng/ml (3,6-52,6), respectivamente. Aproximadamente 53% dos pacientes apresentavam metástases locais e 20% à distância ao diagnóstico. Das 64 amostras de tumor primário disponíveis para analise, 56 (87,5%) apresentaram expressão do CA19.9, com mediana de h-score 14 (2-30). De forma semelhante, o CD133 estava expresso em 90.5% das amostras de tumor primário, no entanto não se observou nenhuma correlação entre os dois marcadores estudados (r=- 0.09; P=0.74). Não foram observadas diferenças na expressão de CA19.9 sobre idade, sexo, níveis 11 séricos calcitonina ou CEA (P>0,05). Curiosamente amostras de CMT hereditário tinham maior expressão de CA19.9 que amostras de CMT esporádico. Observamos três padrões de expressão distintos para o CA19.9: células individuais, focal e difuso. A maioria das amostras (64,3%) apresentaram o padrão de expressão focal. O padrão de células individuais foi observado em 17 (30,3%) das amostras e o padrão difuso em 3 (5,4%). As formas esporádica e hereditária da doença apresentaram diferentes padrões de expressão. De forma interessante, o CMT esporádico mostrouse associado ao padrão de células individuais (70,6%), enquanto a forma hereditária foi associada ao padrão focal de expressão (63,9%) (P=0,04). Adicionalmente, o padrão de células individuais foi associado a metástases local (P=0,055) enquanto que o padrão difuso, a metástases à distância (P=0,032). Nossos resultados demonstram expressão do CA19.9 na maioria das amostras de CMT. Diferenças nos níveis de expressão do CA19.9 não foram associadas às características clínicas ou oncológicas, sendo no entanto significativamente mais elevados em amostras de CMT hereditário. Três padrões de expressão distintos foram observados, sendo que o padrão difuso foi associado à presença de metástases à distância ao diagnóstico. Em conclusão, o CA19.9 é amplamente expresso no CMT e apresenta características distintas de outros marcadores atualmente utilizados. Estudos adicionais podem definir o papel desse marcador no manejo de pacientes de CMT. |
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Vargas, Carla Vaz FerreiraMaia, Ana Luiza Silva2020-12-12T04:21:00Z2018http://hdl.handle.net/10183/216500001064289O carcinoma medular da tireoide (CMT) é um tumor maligno raro originário de células C parafoliculares da tireoide e corresponde a 4% das neoplasias malignas dessa glândula. O CMT apresenta-se como um tumor esporádico (75-80%) ou na forma hereditária (20-25%). O único tratamento curativo disponível no momento para o CMT é cirúrgico. No entanto, isso só é possível em casos em que o diagnóstico é realizado precocemente e a doença encontra-se restrita a glândula. Nos pacientes com doença avançada, onde as opções terapêuticas tradicionais como quimioterapia e radioterapia não são efetivas, os inibidores tirosino-quinase tem demonstrado eficácia na sobrevida livre de progessão da doença. Níveis de calcitonina sérica, um biomarcador específico para céluas C tireoideanas, e o antígeno-carcinoembrionário (CEA) são amplamente utilizados como marcadores no diagnóstico e seguimento dos pacientes com CMT. No entanto, estudos recentes têm indicado que níveis séricos elevados do antígeno carboidrato 19.9 (CA19.9), marcador tumoral bem estabelecido no em neoplasias pancreáticas, como um potencial marcador de agressividade e mortalidade em indivíduos com CMT avançado. O objetivo desse trabalho foi avaliar o papel do CA19.9 como marcador de agressividade tumoral em pacientes com CMT. Amostras tumorais de pacientes com CMT atendidos no Serviço de Endocrinologia do HCPA foram avaliados para expressão do CA19.9 por imunohistoquimica, através de anticorpo especifico. Para estudar a hipótese de os níveis de CA19.9 observados em pacientes com CMT estarem associados à desdiferenciação das células C, também avaliamos a expressão tecidual de CD133, um marcador para a identificação de células-tronco cancerígenas (CSC). A leitura das lâminas foi realizada por patologista, e quantificação da expressão foi inicialmente realizada pelo método de h-score. Adicionalmente as amostras foram classificadas de acordo com o padrão de expressão observado: células individuais, focos ou difuso. Setenta pacientes com CMT foram incluídos no estudo, 57,1% apresentavam a forma hereditária e 42,9% a forma esporádica. A idade média ao diagnóstico foi 36.1 (±16.3) anos e 58,6% foram do sexo feminino. A mediana dos níveis de calcitonina e CEA foram de 536pg/ml (49,35-1300,5) e 21,3ng/ml (3,6-52,6), respectivamente. Aproximadamente 53% dos pacientes apresentavam metástases locais e 20% à distância ao diagnóstico. Das 64 amostras de tumor primário disponíveis para analise, 56 (87,5%) apresentaram expressão do CA19.9, com mediana de h-score 14 (2-30). De forma semelhante, o CD133 estava expresso em 90.5% das amostras de tumor primário, no entanto não se observou nenhuma correlação entre os dois marcadores estudados (r=- 0.09; P=0.74). Não foram observadas diferenças na expressão de CA19.9 sobre idade, sexo, níveis 11 séricos calcitonina ou CEA (P>0,05). Curiosamente amostras de CMT hereditário tinham maior expressão de CA19.9 que amostras de CMT esporádico. Observamos três padrões de expressão distintos para o CA19.9: células individuais, focal e difuso. A maioria das amostras (64,3%) apresentaram o padrão de expressão focal. O padrão de células individuais foi observado em 17 (30,3%) das amostras e o padrão difuso em 3 (5,4%). As formas esporádica e hereditária da doença apresentaram diferentes padrões de expressão. 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Estudos adicionais podem definir o papel desse marcador no manejo de pacientes de CMT.Medullary thyroid carcinoma (MTC) is a rare malignant tumor originating from parafollicular C-cell of the thyroid and corresponds to 4% of malignant neoplasms of this gland. MTC presents as a sporadic tumor (75-80%) or in hereditary form (20-25%). The only curative treatment currently available for MTC is surgical. However, this is only possible in cases of early diagnosis and the disease is restricted to the gland. In patients with advanced disease, where traditional therapeutic options such as chemotherapy and radiotherapy are not effective, tyrosine kinase inhibitors have demonstrated efficacy in disease-free survival. Levels of serum calcitonin, a specific biomarker for thyroid C-cells, and carcinoembryonic antigen (CEA) are widely used as markers in the diagnosis and follow-up of patients with MTC. However, recent studies have indicated that elevated serum levels of carbohydrate antigen 19.9 (CA19.9), a well established tumor marker in pancreatic neoplasms, are a potential marker of aggression and mortality in individuals with advanced MTC. The objective of this study was to evaluate the role of CA19.9 as a marker of tumor aggressiveness in patients with MTC. Tumor samples from MTC patients treated at the HCPA Endocrinology Service were evaluated for expression of CA19.9 by immunohistochemistry using a specific antibody. To study the hypothesis that CA19.9 levels observed in patients with MTC are associated with C-cell dedifferentiation, we also assessed the tissue expression of CD133, a marker for the identification of cancer stem cells (CSC). The reading of the slides was performed by a pathologist, and quantification of the expression was initially performed by the h-score method. Additionally, the samples were classified according to the observed expression pattern: individual cells, focal or diffuse. Seventy patients with MTC were included in the study, 57.1% presented the hereditary form and 42.9% presented sporadic form. The mean age at diagnosis was 36.1 (± 16.3) years and 58.6% were female. The median levels of calcitonin and CEA were 536pg/ml (49.35-1300.5) and 21.3ng/ml (3.6-52.6), respectively. Approximately 53% of the patients had local metastases and 20% at a distance at diagnosis. Of the 64 primary tumor samples available for analysis, 56 (87.5%) presented CA19.9 expression, with median h-score 14 (2-30). Similarly, CD133 was expressed in 90.5% of the primary tumor samples. However, no correlation was observed between the two markers studied (r=-0.09; P=0.74). No differences in CA19.9 expression were observed on age, sex, serum calcitonin or CEA levels (P>0.05). Curiously, samples of hereditary MTC had higher CA19.9 expression than sporadic MTC samples. We observed three distinct expression patterns for 13 CA19.9: individual cells, focal and diffuse. Most of the samples (64.3%) had the focal expression pattern. The individual cell pattern was observed in 17 (30.3%) of the samples and the diffuse pattern in 3 (5.4%). The sporadic and hereditary forms of the disease presented different patterns of expression. Interestingly, sporadic CMT was associated with the individual cell pattern (70.6%), while the hereditary form was associated with the focal expression pattern (63.9%) (P=0.04). In addition, the individual cell pattern was associated with local metastases (P=0.055) while the diffuse pattern, with distant metastases (P=0.032). Our results demonstrate expression of CA19.9 in the majority of MTC samples. Differences in CA19.9 expression levels were not associated with clinical or oncological features disease but it were significantly higher in hereditary MTC samples. Three distinct expression patterns were observed, and the diffuse pattern was associated with the presence of distant metastases at diagnosis. In conclusion, CA19.9 is widely expressed in MTC and presents distinct characteristics of other markers currently used. Additional studies may define the role of this marker in the management of MTC patients.application/pdfporCarcinoma medularNeoplasias da glândula tireóideProteínas tirosina quinasesPapel do antigeno carboidrato 19.9 como marcador de agressividade no carcinoma medular de tireoideinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências Médicas: EndocrinologiaPorto Alegre, BR-RS2018doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001064289.pdf.txt001064289.pdf.txtExtracted Texttext/plain83845http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/216500/2/001064289.pdf.txtaf5230680b32eb22a166179866d5dfe0MD52ORIGINAL001064289.pdfTexto completoapplication/pdf2858508http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/216500/1/001064289.pdfa3e2b1024715f0248ea21746a67df970MD5110183/2165002022-07-28 04:45:39.601346oai:www.lume.ufrgs.br:10183/216500Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-07-28T07:45:39Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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