Resistência ao ataque por sulfato em sistemas de cimento Portland: efeito do polimorfismo do aluminato tricálcico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Felipe Lima da
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/187955
Resumo: A fase aluminato tricálcico (C3A) do cimento Portland pode ser formada em duas formas cristalinas, sendo estas cúbica ou ortorrômbica. Atualmente, não se tem conhecimento sobre a influência destas modificações na formação da etringita secundária derivada do ataque por sulfato. No entanto, sabe-se que a suscetibilidade de uma possível deterioração por ataque por sulfato irá depender diretamente da reatividade e conteúdo não reagido de C3A, assim como da presença de íons de sulfatos dissolvidos e um ambiente altamente úmido. Desta forma, o objetivo deste trabalho é avaliar a influência da fase cristalina do C3A (cúbica e ortorrômbica) em cimentos frente ao ataque por sulfato de origem externa. Foram realizados ensaios de resistência à compressão, baseados na norma ASTM C109-16, e também de ataque por sulfato externo, baseados nas normas ASTM 1012-5 (2015) e NBR 13853 (2014), em três clínqueres Portland, um com teor de 25% de C3A cúbico e 75% de C3A ortorrômbico (C25-O75), outro com 55% de C3A cúbico e 45% de C3A ortorrômbico (C55-O45) e o terceiro com 80% de C3A cúbico e 20% de C3A ortorrômbico (C80-O20). Os cimentos foram compostos pelos referidos clínqueres e adição de 5% e 3% de gipsita, mantendo-se a finura e características similares. Para efeito de comparação, amostras de referência foram mantidas em solução de água com cal. Ensaios de difração de Raios-X em amostras em pasta também foram realizados, avaliando-se as principais fases formadas. Os resultados de difração de raios-X, demonstraram que, aos 28 dias de idade, houve um aumento na intensidade dos picos de etringita nas pastas com o cimento C55-O45, com 5% de adição de gipsita, em comparação com os demais. Os ensaios de expansão através da ASTM 1012 e NBR 13583 também indicam uma maior expansão do clínquer C55-O45 nesta idade. No entanto, aos 6 meses, observou-se uma inversão de tendência com as amostras com maior teor de C3A ortorrômbico, demonstrando uma propensão em superar as expansões das amostras com maior teor de C3A cúbico. Tais constatações apresentam consonância com os dados obtidos nos ensaios de resistência à compressão, aos 6 meses e também com as expansões encontradas os ensaios da NBR 13583, aos 42 dias. A partir dos resultados é possível inferir que a forma cristalina ortorrômbica do C3A, quando presente em maior quantidade no cimento, aparenta mitigar os efeitos deletérios do ataque por sulfato apenas em um curto prazo. Em idades mais avançadas, cimentos com teores mais elevados de C3A ortorrômbico sofrem mais com os efeitos deletérios do ataque por sulfato.
id URGS_6336399f0801af173743fd2e334fd68f
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/187955
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Costa, Felipe Lima daKirchheim, Ana PaulaRodriguez Martinez, Erich David2019-01-22T02:36:33Z2018http://hdl.handle.net/10183/187955001083821A fase aluminato tricálcico (C3A) do cimento Portland pode ser formada em duas formas cristalinas, sendo estas cúbica ou ortorrômbica. Atualmente, não se tem conhecimento sobre a influência destas modificações na formação da etringita secundária derivada do ataque por sulfato. No entanto, sabe-se que a suscetibilidade de uma possível deterioração por ataque por sulfato irá depender diretamente da reatividade e conteúdo não reagido de C3A, assim como da presença de íons de sulfatos dissolvidos e um ambiente altamente úmido. Desta forma, o objetivo deste trabalho é avaliar a influência da fase cristalina do C3A (cúbica e ortorrômbica) em cimentos frente ao ataque por sulfato de origem externa. Foram realizados ensaios de resistência à compressão, baseados na norma ASTM C109-16, e também de ataque por sulfato externo, baseados nas normas ASTM 1012-5 (2015) e NBR 13853 (2014), em três clínqueres Portland, um com teor de 25% de C3A cúbico e 75% de C3A ortorrômbico (C25-O75), outro com 55% de C3A cúbico e 45% de C3A ortorrômbico (C55-O45) e o terceiro com 80% de C3A cúbico e 20% de C3A ortorrômbico (C80-O20). Os cimentos foram compostos pelos referidos clínqueres e adição de 5% e 3% de gipsita, mantendo-se a finura e características similares. Para efeito de comparação, amostras de referência foram mantidas em solução de água com cal. Ensaios de difração de Raios-X em amostras em pasta também foram realizados, avaliando-se as principais fases formadas. Os resultados de difração de raios-X, demonstraram que, aos 28 dias de idade, houve um aumento na intensidade dos picos de etringita nas pastas com o cimento C55-O45, com 5% de adição de gipsita, em comparação com os demais. Os ensaios de expansão através da ASTM 1012 e NBR 13583 também indicam uma maior expansão do clínquer C55-O45 nesta idade. No entanto, aos 6 meses, observou-se uma inversão de tendência com as amostras com maior teor de C3A ortorrômbico, demonstrando uma propensão em superar as expansões das amostras com maior teor de C3A cúbico. Tais constatações apresentam consonância com os dados obtidos nos ensaios de resistência à compressão, aos 6 meses e também com as expansões encontradas os ensaios da NBR 13583, aos 42 dias. A partir dos resultados é possível inferir que a forma cristalina ortorrômbica do C3A, quando presente em maior quantidade no cimento, aparenta mitigar os efeitos deletérios do ataque por sulfato apenas em um curto prazo. Em idades mais avançadas, cimentos com teores mais elevados de C3A ortorrômbico sofrem mais com os efeitos deletérios do ataque por sulfato.The tricalcium aluminate phase (C3A) of the Portland cement can be formed into two crystalline forms, these being cubic or orthorhombic. Currently, there is no knowledge of the influence of these modifications on the formation of the secondary ettringite derived from the sulphate attack. However, it is known that the susceptibility of possible deterioration by sulfate attack will depend directly on the reactivity and unreacted C3A content, as well as the presence of dissolved sulfate ions and a highly moist environment. Thus, the objective of this work is to evaluate the influence of the crystalline phase of C3A (cubic and orthorhombic) in cements in contact with external sulfate attack. Compressive strength tests, based on the ASTM C109-16 standard, as well as the external sulfate attack, based on the ASTM 1012-5 (2015) and NBR 13853 (2014) standards, were carried out on three Portland clinkers, one with 25% of cubic C3A and 75% of orthorhombic C3A (C25-O75), another with 55% of cubic C3A and 45% of orthorhombic C3A (C55-O45) and the third with 80% of cubic C3A and 20% of orthorhombic C3A (C80-O20). The cements were composed of these clinkers and an addition of 5% and 3% of gypsum, maintaining the fineness and similar characteristics. For comparison purposes, reference samples were kept in a solution of lime water. X-ray diffraction tests on paste samples were also performed, evaluating the main phases formed. The results of X-ray diffraction showed that, at 28 days of age, there was a higher growth of the ettringite peaks in the pastes with the C55-O45 cement, with 5% addition of gypsum, in comparison with the others. Expansion tests performed by ASTM 1012 and NBR 13583 also indicate a further expansion of C55-O45 clinker at this age. However, at 6 months, a trend reversal was observed, with samples with higher orthorhombic C3A content showing a propensity to overcome the expansions of samples with higher cubic C3A content. These findings are consistent with the data obtained in the compressive strength tests at 6 months and also with the expansions found in the NBR 13583 tests at 42 days. Based on those results it is possible to infer that the orthorhombic crystalline form of C3A, when present in greater quantity in the cement, seems to mitigate the deleterious effects of the attack by sulphate only in a short term. At more advanced ages, cements with higher levels of orthorhombic C3A suffer more from the deleterious effects of sulphate attack.application/pdfporPolimorfismoCimento portlandSulfatoAluminato de cálcioTricalcium aluminateSulphate attackPolymorphismResistência ao ataque por sulfato em sistemas de cimento Portland: efeito do polimorfismo do aluminato tricálcicoResistance to sulfate attack in Portland cement systems: effect of tricalcium aluminate polymorphisminfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de EngenhariaPrograma de Pós-Graduação em Engenharia Civil: construção e infraestruturaPorto Alegre, BR-RS2018mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001083821.pdf.txt001083821.pdf.txtExtracted Texttext/plain222404http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/187955/2/001083821.pdf.txt692e6985009264ec07ce48679834fd55MD52ORIGINAL001083821.pdfTexto completoapplication/pdf4301617http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/187955/1/001083821.pdf9f44c0a960f3dd10c3a57a03d765a07cMD5110183/1879552020-02-20 04:16:07.866361oai:www.lume.ufrgs.br:10183/187955Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532020-02-20T07:16:07Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Resistência ao ataque por sulfato em sistemas de cimento Portland: efeito do polimorfismo do aluminato tricálcico
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Resistance to sulfate attack in Portland cement systems: effect of tricalcium aluminate polymorphism
title Resistência ao ataque por sulfato em sistemas de cimento Portland: efeito do polimorfismo do aluminato tricálcico
spellingShingle Resistência ao ataque por sulfato em sistemas de cimento Portland: efeito do polimorfismo do aluminato tricálcico
Costa, Felipe Lima da
Polimorfismo
Cimento portland
Sulfato
Aluminato de cálcio
Tricalcium aluminate
Sulphate attack
Polymorphism
title_short Resistência ao ataque por sulfato em sistemas de cimento Portland: efeito do polimorfismo do aluminato tricálcico
title_full Resistência ao ataque por sulfato em sistemas de cimento Portland: efeito do polimorfismo do aluminato tricálcico
title_fullStr Resistência ao ataque por sulfato em sistemas de cimento Portland: efeito do polimorfismo do aluminato tricálcico
title_full_unstemmed Resistência ao ataque por sulfato em sistemas de cimento Portland: efeito do polimorfismo do aluminato tricálcico
title_sort Resistência ao ataque por sulfato em sistemas de cimento Portland: efeito do polimorfismo do aluminato tricálcico
author Costa, Felipe Lima da
author_facet Costa, Felipe Lima da
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Costa, Felipe Lima da
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Kirchheim, Ana Paula
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Rodriguez Martinez, Erich David
contributor_str_mv Kirchheim, Ana Paula
Rodriguez Martinez, Erich David
dc.subject.por.fl_str_mv Polimorfismo
Cimento portland
Sulfato
Aluminato de cálcio
topic Polimorfismo
Cimento portland
Sulfato
Aluminato de cálcio
Tricalcium aluminate
Sulphate attack
Polymorphism
dc.subject.eng.fl_str_mv Tricalcium aluminate
Sulphate attack
Polymorphism
description A fase aluminato tricálcico (C3A) do cimento Portland pode ser formada em duas formas cristalinas, sendo estas cúbica ou ortorrômbica. Atualmente, não se tem conhecimento sobre a influência destas modificações na formação da etringita secundária derivada do ataque por sulfato. No entanto, sabe-se que a suscetibilidade de uma possível deterioração por ataque por sulfato irá depender diretamente da reatividade e conteúdo não reagido de C3A, assim como da presença de íons de sulfatos dissolvidos e um ambiente altamente úmido. Desta forma, o objetivo deste trabalho é avaliar a influência da fase cristalina do C3A (cúbica e ortorrômbica) em cimentos frente ao ataque por sulfato de origem externa. Foram realizados ensaios de resistência à compressão, baseados na norma ASTM C109-16, e também de ataque por sulfato externo, baseados nas normas ASTM 1012-5 (2015) e NBR 13853 (2014), em três clínqueres Portland, um com teor de 25% de C3A cúbico e 75% de C3A ortorrômbico (C25-O75), outro com 55% de C3A cúbico e 45% de C3A ortorrômbico (C55-O45) e o terceiro com 80% de C3A cúbico e 20% de C3A ortorrômbico (C80-O20). Os cimentos foram compostos pelos referidos clínqueres e adição de 5% e 3% de gipsita, mantendo-se a finura e características similares. Para efeito de comparação, amostras de referência foram mantidas em solução de água com cal. Ensaios de difração de Raios-X em amostras em pasta também foram realizados, avaliando-se as principais fases formadas. Os resultados de difração de raios-X, demonstraram que, aos 28 dias de idade, houve um aumento na intensidade dos picos de etringita nas pastas com o cimento C55-O45, com 5% de adição de gipsita, em comparação com os demais. Os ensaios de expansão através da ASTM 1012 e NBR 13583 também indicam uma maior expansão do clínquer C55-O45 nesta idade. No entanto, aos 6 meses, observou-se uma inversão de tendência com as amostras com maior teor de C3A ortorrômbico, demonstrando uma propensão em superar as expansões das amostras com maior teor de C3A cúbico. Tais constatações apresentam consonância com os dados obtidos nos ensaios de resistência à compressão, aos 6 meses e também com as expansões encontradas os ensaios da NBR 13583, aos 42 dias. A partir dos resultados é possível inferir que a forma cristalina ortorrômbica do C3A, quando presente em maior quantidade no cimento, aparenta mitigar os efeitos deletérios do ataque por sulfato apenas em um curto prazo. Em idades mais avançadas, cimentos com teores mais elevados de C3A ortorrômbico sofrem mais com os efeitos deletérios do ataque por sulfato.
publishDate 2018
dc.date.issued.fl_str_mv 2018
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-01-22T02:36:33Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/187955
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001083821
url http://hdl.handle.net/10183/187955
identifier_str_mv 001083821
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/187955/2/001083821.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/187955/1/001083821.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 692e6985009264ec07ce48679834fd55
9f44c0a960f3dd10c3a57a03d765a07c
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1800309137042571264