Níveis de cortisol salivar e alta precoce em usuários de crack brasileiros
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/224137 |
Resumo: | Introdução: O tratamento de usuários de crack é difícil e complexo, e uma das maiores dificuldades encontradas nas intervenções com esta população é o fato dos dependentes de crack apresentarem baixa adesão ao tratamento. Dentre os sistemas envolvidos na autoadministração de cocaína encontramos o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA), responsável pela secreção do hormônio cortisol, principal hormônio relacionado ao estresse. Evidências mostram que alteração no nível de cortisol está associada com recaída precoce e manifestação de fissura, mas não postulam nenhuma associação com tempo de permanência em tratamento fechado para desintoxicação. O cortisol salivar é rotineiramente utilizado como um biomarcador de estresse psicológico e de doenças físicas e mentais, além de ser caracterizado por um método não invasivo de coleta. Objetivos: Analisar a relação entre a alteração no nível basal de cortisol salivar e o tempo de permanência em tratamento hospitalar para desintoxicação em uma unidade especializada. Método: 44 dependentes de crack internados para desintoxicação na Unidade de Adição do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, do sexo masculino, com idade média de 34,4±8,6. A coleta de saliva ocorreu no dia dois de internação no período da manhã (entre 8 – 9h30). Sujeitos que apresentavam dependência de outras substâncias, exceto álcool e tabaco, foram excluídos do estudo. Informações psiquiátricas foram acessadas a partir da aplicação da Structured Clinical Interview for DSM Disorders (SCID I) e fatores relacionados ao consumo de substâncias psicoativas através do instrumento Addiction Severity Index – 6 (ASI-6), ambas em versão traduzida para português. Resultados: Alteração no nível de cortisol salivar basal no período da manhã apresentou correlação negativa com dias de permanência em tratamento hospitalar fechado para desintoxicação, em que maior o nível de cortisol, menor o tempo de permanência e 72,7% dos sujeitos solicitaram alta do tratamento. Através da correlação de Spearman não se detectou relação significativa entre o uso de outras substâncias nos últimos 30 dias e dias de permanência. No modelo multivariado (modelo linear generalizado) para dias de internação, a interação entre cortisol matinal e história familiar de transtorno por uso de substâncias (HF-TUS) foi significativa, bem como a interação entre anos de uso de crack e HF-TUS. O modelo explicou 44,9% da variabilidade dos dias de internação. Conclusão: História familiar de TUS, anos de uso de crack e cortisol matinal podem auxiliar na predição da adesão ao tratamento em usuários de crack. |
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Ligabue, Karina ProençaDiemen, Lisia vonKessler, Felix Henrique Paim2021-07-17T04:45:06Z2017http://hdl.handle.net/10183/224137001050907Introdução: O tratamento de usuários de crack é difícil e complexo, e uma das maiores dificuldades encontradas nas intervenções com esta população é o fato dos dependentes de crack apresentarem baixa adesão ao tratamento. Dentre os sistemas envolvidos na autoadministração de cocaína encontramos o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA), responsável pela secreção do hormônio cortisol, principal hormônio relacionado ao estresse. Evidências mostram que alteração no nível de cortisol está associada com recaída precoce e manifestação de fissura, mas não postulam nenhuma associação com tempo de permanência em tratamento fechado para desintoxicação. O cortisol salivar é rotineiramente utilizado como um biomarcador de estresse psicológico e de doenças físicas e mentais, além de ser caracterizado por um método não invasivo de coleta. Objetivos: Analisar a relação entre a alteração no nível basal de cortisol salivar e o tempo de permanência em tratamento hospitalar para desintoxicação em uma unidade especializada. Método: 44 dependentes de crack internados para desintoxicação na Unidade de Adição do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, do sexo masculino, com idade média de 34,4±8,6. A coleta de saliva ocorreu no dia dois de internação no período da manhã (entre 8 – 9h30). Sujeitos que apresentavam dependência de outras substâncias, exceto álcool e tabaco, foram excluídos do estudo. Informações psiquiátricas foram acessadas a partir da aplicação da Structured Clinical Interview for DSM Disorders (SCID I) e fatores relacionados ao consumo de substâncias psicoativas através do instrumento Addiction Severity Index – 6 (ASI-6), ambas em versão traduzida para português. Resultados: Alteração no nível de cortisol salivar basal no período da manhã apresentou correlação negativa com dias de permanência em tratamento hospitalar fechado para desintoxicação, em que maior o nível de cortisol, menor o tempo de permanência e 72,7% dos sujeitos solicitaram alta do tratamento. Através da correlação de Spearman não se detectou relação significativa entre o uso de outras substâncias nos últimos 30 dias e dias de permanência. No modelo multivariado (modelo linear generalizado) para dias de internação, a interação entre cortisol matinal e história familiar de transtorno por uso de substâncias (HF-TUS) foi significativa, bem como a interação entre anos de uso de crack e HF-TUS. O modelo explicou 44,9% da variabilidade dos dias de internação. Conclusão: História familiar de TUS, anos de uso de crack e cortisol matinal podem auxiliar na predição da adesão ao tratamento em usuários de crack.Background: the treatment for crack addict it’s difficult and complicated, and one of the greatest difficulties there we found in the interventions with this population is the fact of that people addicted to crack demonstrated low rates of treatment adherence. Between the systems involved in self-administration of cocaine, we find the hypothalamic pituitary adrenal (HPA) axis, responsible for the cortisol hormone secretion, the principal hormone related with stress. Evidences indicated that alteration in the cortisol level is associated with early relapse and craving, but do not postulate any association with length of stay in hospital treatment for detoxification. The cortisol found in saliva is usually used as a psychological stress biomarker and physical and mental illness, besides being characterized by a non-invasive method of collection. Objective: to assess the relationship between morning salivary level of cortisol and length of inpatient treatment for detoxification at the specialized unit. Method: 44 male crack users admitted to the hospital for detoxification treatment at the Addiction Unit from Hospital de Clínicas de Porto Alegre, mean age was 34.4±8.6. Saliva samples were collected in the morning of the second day of the admission (8 – 9:30am). Subject with dependence on other substances other than alcohol and nicotine were excluded from the study. Psychiatric information were accessed from the application of Structured Clinical Interview for DSM Disorders (SCID I) and factors related to the consumption of psychoactive substances through the Addiction Severity Index - 6 (ASI-6), both translated to Portuguese. Results: alteration in the basal salivary cortisol level in the morning demonstrated negative correlation with days of stay in closed hospital treatment for detoxification, where de higher the cortisol levels, the lower the length of stay in inpatient treatment, and 72.7% of the subjects request for discharge from treatment. Through the Spearman's correlation showed no significant correlation was detected between the use of other substances in the last 30 days and inpatient days. In the multivariate model (Generalized Linear Model) for inpatient days, the interaction between morning cortisol and history family of substance use disorder (HF-SUD) was significant, also the interaction between years of crack use and HF-SUD. The model explained 44.9% of the variability of the days of hospitalization. Conclusion: history family of substance use disorder, years of crack use and morning cortisol can help in predicting adherence to treatment in crack users.application/pdfporTranstornos relacionados ao uso de substânciasHidrocortisonaTerapêuticaCocaína crackTempo de internaçãoCrack CocaineHPA axisTherapyCortisolNíveis de cortisol salivar e alta precoce em usuários de crack brasileirosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Psiquiatria e Ciências do ComportamentoPorto Alegre, BR-RS2017mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001050907.pdf.txt001050907.pdf.txtExtracted Texttext/plain147218http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/224137/2/001050907.pdf.txt08963959dac8d8fc3bb0f21391cc91b2MD52ORIGINAL001050907.pdfTexto completoapplication/pdf1280039http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/224137/1/001050907.pdfbd42f6bc0a5893c77580239bfdd3f454MD5110183/2241372022-09-25 04:56:22.749966oai:www.lume.ufrgs.br:10183/224137Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-09-25T07:56:22Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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