A prática do ucó : cosmo-ontologia manjaco sobre materialização do corpo na diversidade corporal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mendes, Irina
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/180940
Resumo: Durante época colonial, portugueses em sua missão civilizadora, consideravam que todo era primitivo e inferior. E que a medicina tradicional, deveria ser descartada para abrir caminho a iluminação ocidental. Os curandeiros tradicionais foram demitidos como charlatães. Os hospitais foram construídos nos centros urbanos, onde a medicina tradicional quase desapareceu. Obviamente, a nação recém-independente herdou um pouco de ideologias europeias, contudo, ainda salvaguarda os valores tradicionais milenares. A medicina tradicional herdada dos seus antepassados em matéria de saberes, relacionamento e regras de conduta, sobreviveu à invasão ocidental, e hoje, isso trouxe um conflito entre duas ideologias. É do povo guineense que a pesquisa está falando concretamente. Portanto, esta pesquisa aborda a temática sobre a cosmo-ontologia do grupo étnico manjaco sobre fenômeno Ucó e o dilema da modernidade na Guiné Bissau. Partindo do conhecimento da sua cosmovisão e concepções sobre a doença e a cura, presume-se alcançar o universo das representações sobre Saúde e doença e a análise dos itinerários terapêuticos explorados na procura da cura no âmbito tradicional e da biomedicina. A construção desta análise sustenta-se na pesquisa etnográfica em Canhob, Norte da Guiné-Bissau, na ONG “Menino Deus” e no Hospital nacional Simão Mendes em Bissau. Pretende-se dar conta cosmologia sobre Ucó ou “meninos Irãs” entre os Manjaco, desde o ponto fundamental da sua coletividade e cultural, até um eixo periférico à sua racionalidade. Durante trajetos terapêuticos, há uma procura no sentido de diminuir o sofrimento, que se vai acedendo espaço do grupo étnico e atinge a esfera social, isto é, há uma oscilação entre rede cura tradicional e biomedicina, tentando-se acumular o melhor de cada um dos sectores de cuidados.
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spelling Mendes, IrinaMachado, Paula Sandrine2018-08-02T02:40:59Z2018http://hdl.handle.net/10183/180940001072897Durante época colonial, portugueses em sua missão civilizadora, consideravam que todo era primitivo e inferior. E que a medicina tradicional, deveria ser descartada para abrir caminho a iluminação ocidental. Os curandeiros tradicionais foram demitidos como charlatães. Os hospitais foram construídos nos centros urbanos, onde a medicina tradicional quase desapareceu. Obviamente, a nação recém-independente herdou um pouco de ideologias europeias, contudo, ainda salvaguarda os valores tradicionais milenares. A medicina tradicional herdada dos seus antepassados em matéria de saberes, relacionamento e regras de conduta, sobreviveu à invasão ocidental, e hoje, isso trouxe um conflito entre duas ideologias. É do povo guineense que a pesquisa está falando concretamente. Portanto, esta pesquisa aborda a temática sobre a cosmo-ontologia do grupo étnico manjaco sobre fenômeno Ucó e o dilema da modernidade na Guiné Bissau. Partindo do conhecimento da sua cosmovisão e concepções sobre a doença e a cura, presume-se alcançar o universo das representações sobre Saúde e doença e a análise dos itinerários terapêuticos explorados na procura da cura no âmbito tradicional e da biomedicina. A construção desta análise sustenta-se na pesquisa etnográfica em Canhob, Norte da Guiné-Bissau, na ONG “Menino Deus” e no Hospital nacional Simão Mendes em Bissau. Pretende-se dar conta cosmologia sobre Ucó ou “meninos Irãs” entre os Manjaco, desde o ponto fundamental da sua coletividade e cultural, até um eixo periférico à sua racionalidade. Durante trajetos terapêuticos, há uma procura no sentido de diminuir o sofrimento, que se vai acedendo espaço do grupo étnico e atinge a esfera social, isto é, há uma oscilação entre rede cura tradicional e biomedicina, tentando-se acumular o melhor de cada um dos sectores de cuidados.During colonial times, Portuguese in their civilizing mission, considered that everything was primitive and inferior. And that traditional medicine should be discarded to make way for Western enlightenment. Traditional healers were dismissed as charlatans. Hospitals were built in urban centers, where traditional medicine almost disappeared. Obviously, the newly independent nation has inherited some European ideologies, yet it still safeguards the traditional millennial values. The traditional medicine inherited from its ancestors in matters of knowledge, relationship and rules of conduct survived the Western invasion, and today, this has brought about a conflict between two ideologies. It is the Guinean people that the research is speaking concretely. Therefore, this research deals with the thematic on the cosmo-ontology of the manjaco ethnic group about Ucó phenomenon and the dilemma of modernity in Guinea Bissau. Starting from the knowledge of their worldview and conceptions about the disease and the cure, it is presumed to reach the universe of the representations on Health and disease and the analysis of the therapeutic routes explored in the search of the cure in the traditional scope and of the biomedicine. The construction of this analysis is based on the ethnographic research in Canhob, North of Guinea-Bissau, the NGO "Menino Deus" and the Simão Mendes National Hospital in Bissau. It is intended to account for cosmology on Ucó or "Iranian boys" among the Manjaco, from the fundamental point of its collective and cultural, to an axis peripheral to its rationality. During therapeutic pathways, there is a search to reduce suffering, that is accessing space of the ethnic group and reaches the social sphere, that is, there is an oscillation between traditional healing network and biomedicine, trying to accumulate the best of each one care sectors.application/pdfporCurandeirosMedicina tradicional : ÁfricaManjacoGuiné-BissauA prática do ucó : cosmo-ontologia manjaco sobre materialização do corpo na diversidade corporalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Antropologia SocialPorto Alegre, BR-RS2018mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001072897.pdfTexto completoapplication/pdf2773219http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/180940/1/001072897.pdfc8f837c82c186c21e892fa5ba3b6913cMD51TEXT001072897.pdf.txt001072897.pdf.txtExtracted Texttext/plain453237http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/180940/2/001072897.pdf.txtcc51197e4932db5e0fd0edc63a5cf8beMD52THUMBNAIL001072897.pdf.jpg001072897.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1108http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/180940/3/001072897.pdf.jpg1def6b940e710462b6667eac5dd68108MD5310183/1809402018-10-05 07:35:40.312oai:www.lume.ufrgs.br:10183/180940Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-05T10:35:40Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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