O Arco Piratini : implicações na evolução do Cinturão Dom Feliciano (Brasil-Uruguai)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/204875 |
Resumo: | O Cinturão Dom Feliciano, setor sul da Província Mantiqueira, se estende desde Punta del Este, no Uruguai, até o leste de Santa Catarina. Essa faixa móvel representa o registro da colisão entre diversos crátons, microplacas e blocos e o encerramento de pelo menos duas bacias oceânicas durante a amalgamação do paleocontinente Gondwana Ocidental no ciclo orogênico Brasiliano-Panafricano, o que reflete a sua complexa história geológica durante sua evolução geotectônica. Essa evolução está comumente relacionada a três estágios principais: Brasiliano I (clímax em torno de 900-700 Ma, correspondendo às Orogenias Passinho e São Gabriel e ao encerramento do paleo-oceano Charrua-São Gabriel); Brasiliano II (clímax em torno de 640-620 Ma, correspondendo à Orogenia Dom Feliciano nos domínios Central e Oriental, representado por intenso magmatismo continental e retrabalhamento crustal); Brasiliano III (em torno de 595-560 Ma, com geração de magmatismo granítico pré- a sintectônico, relacionado aos eventos colisionais finais do ciclo orogênico Brasiliano-Panafricano e encerramento do paleo-oceano Adamastor). O presente trabalho retoma a hipótese de uma orogenia em torno de 780 Ma registrada na porção centro-leste do Cinturão Dom Feliciano, denominada como Orogenia Piratini. Essa orogenia estaria relacionada ao encerramento do paleo-oceano Charrua e à convergência entre terrenos paleo-sulamericanos e paleo-africanos, este último representado por uma microplaca ou fragmentos do Cráton Kalahari durante a fragmentação do paleocontinente Rodínia, gerando um arco magmático continental neoproterozoico denominado de Arco Piratini. O Arco Piratini é caracterizado como um arco do tipo andino com atividade magmática entre 780-680 Ma, representado pelos ortognaisses Cerro Borri, no Uruguai, e Piratini, Várzea do Capivarita, Chácara das Pedras e Arroio Pedrado no Brasil. O presente trabalho propõe que a Orogenia Piratini culminou com a amalgamação entre o Arco Piratini e a margem leste do Cráton Rio de La Plata em torno de 660 Ma, idade do metamorfismo de alto grau registrado tanto nos ortognaisses que compõe o Arco Piratini quanto nas rochas supracrustais associadas (e.g. Suíte Metamórfica Chafalote, Uruguai). O evento colisional é seguido por um evento de descompressão em torno de 640-605 Ma, gerando a fusão parcial das rochas relacionadas à Orogenia Piratini. Esse evento estaria relacionado à nucleação de zonas de cisalhamento dúcteis em zonas de sutura (por exemplo, a Zona de Cisalhamento Transcorrente Dorsal de Canguçu, possivelmente relacionada à Sutura de Porto Alegre) e granitogênese associada, culminando no retrabalhamento das rochas relacionadas ao Arco Piratini dando origem em partes aos granitoides peraluminosos que ocorrem na porção centro-leste do Cinturão Dom Feliciano. |
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Vieira, Daniel TriboliKoester, EdineiPorcher, Carla Cristine2020-01-23T04:05:47Z2020http://hdl.handle.net/10183/204875001110711O Cinturão Dom Feliciano, setor sul da Província Mantiqueira, se estende desde Punta del Este, no Uruguai, até o leste de Santa Catarina. Essa faixa móvel representa o registro da colisão entre diversos crátons, microplacas e blocos e o encerramento de pelo menos duas bacias oceânicas durante a amalgamação do paleocontinente Gondwana Ocidental no ciclo orogênico Brasiliano-Panafricano, o que reflete a sua complexa história geológica durante sua evolução geotectônica. Essa evolução está comumente relacionada a três estágios principais: Brasiliano I (clímax em torno de 900-700 Ma, correspondendo às Orogenias Passinho e São Gabriel e ao encerramento do paleo-oceano Charrua-São Gabriel); Brasiliano II (clímax em torno de 640-620 Ma, correspondendo à Orogenia Dom Feliciano nos domínios Central e Oriental, representado por intenso magmatismo continental e retrabalhamento crustal); Brasiliano III (em torno de 595-560 Ma, com geração de magmatismo granítico pré- a sintectônico, relacionado aos eventos colisionais finais do ciclo orogênico Brasiliano-Panafricano e encerramento do paleo-oceano Adamastor). O presente trabalho retoma a hipótese de uma orogenia em torno de 780 Ma registrada na porção centro-leste do Cinturão Dom Feliciano, denominada como Orogenia Piratini. Essa orogenia estaria relacionada ao encerramento do paleo-oceano Charrua e à convergência entre terrenos paleo-sulamericanos e paleo-africanos, este último representado por uma microplaca ou fragmentos do Cráton Kalahari durante a fragmentação do paleocontinente Rodínia, gerando um arco magmático continental neoproterozoico denominado de Arco Piratini. O Arco Piratini é caracterizado como um arco do tipo andino com atividade magmática entre 780-680 Ma, representado pelos ortognaisses Cerro Borri, no Uruguai, e Piratini, Várzea do Capivarita, Chácara das Pedras e Arroio Pedrado no Brasil. O presente trabalho propõe que a Orogenia Piratini culminou com a amalgamação entre o Arco Piratini e a margem leste do Cráton Rio de La Plata em torno de 660 Ma, idade do metamorfismo de alto grau registrado tanto nos ortognaisses que compõe o Arco Piratini quanto nas rochas supracrustais associadas (e.g. Suíte Metamórfica Chafalote, Uruguai). O evento colisional é seguido por um evento de descompressão em torno de 640-605 Ma, gerando a fusão parcial das rochas relacionadas à Orogenia Piratini. Esse evento estaria relacionado à nucleação de zonas de cisalhamento dúcteis em zonas de sutura (por exemplo, a Zona de Cisalhamento Transcorrente Dorsal de Canguçu, possivelmente relacionada à Sutura de Porto Alegre) e granitogênese associada, culminando no retrabalhamento das rochas relacionadas ao Arco Piratini dando origem em partes aos granitoides peraluminosos que ocorrem na porção centro-leste do Cinturão Dom Feliciano.The Dom Feliciano Belt, southernmost Mantiqueira Province, extends from Southernmost Brazil (Rio Grande do Sul and Santa Catarina states) to Punta del Este, in Uruguay. This belt is interpreted as the result of the collision between cratons, minor blocks/microplates and the closure of at least two oceanic basins during the assembly of the Western Gondwana paleocontinent in the Brasiliano/Pan-African orogenic cycle, which reflects its complex geological history during its geotectonic evolution. This evolution is related to three main stages: Brasiliano I (climax at around 900-700 Ma, corresponding to the Passinho and São Gabriel Orogenies and the closure of the Charrua-São Gabriel paleo-ocean); Brasiliano II (climax at around 640-620 Ma, corresponding to the Dom Feliciano Orogeny in the Central and Eastern domains, represented by intense continental magmatism and crustal reworking); Brasiliano III (at around 595-560 Ma, with generation of pre- to syntectonic granitic magmatism, related to the final collisional events of the Brasiliano/Pan-African orogenic cycle and the closure of the Adamastor paleo-ocean). The present work revives the hypothesis of an orogenic event at around 780 Ma recorded in the central-eastern portion of the Dom Feliciano Belt, called Piratini Orogeny. This orogeny is related to the closure of the Charrua paleo-ocean and the convergence between paleo-South American and paleo-African terranes, the latter represented by a microplate or fragments of the Kalahari Craton during the fragmentation of the Rodinia paleocontinent, generating a Neoproterozoic continental magmatic arc: the Piratini Arc. The Piratini Arc is characterized as an Andean type arc with magmatic activity between 780-680 Ma, represented by the Cerro Borri orthogneisses in Uruguay, and Piratini, Várzea do Capivarita, Chácara das Pedras, and Arroio Pedrado orthogneisses in Brazil. The present work suggests that the Piratini Orogeny culminated in the amalgamation of the Piratini Arc and the eastern margin of the Rio de La Plata Craton at around 660 Ma. The latter age represents the high-grade metamorphism peak recorded both in the orthogneisses of the Piratini Arc and in associated supracrustal rocks (e.g. Chafalote Metamorphic Suite, Uruguay). The collisional event is followed by isothermal decompression stage at around 640-605 Ma, generating partial melting of the Piratini Orogeny-related rocks. This stage would be related to nucleation of ductile shear zones in suture zones (e.g. Dorsal de Canguçu Transcurrent Shear Zone, possibly related to the Porto Alegre Suture) and associated granitogenesis, culminating in the reworking of the Piratini Arc-related rocks and generation of part of the peraluminous granitoids that occur in the central-eastern portion of the Dom Feliciano Belt.application/pdfporGeotectônicaMetamorfismoZona de Cisalhamento : Cinturão Dom FelicianoOrogêneseMagmatismoOrogenyMagmatic ArcHigh-Grade MetamorphismShear ZoneCrustal MeltingO Arco Piratini : implicações na evolução do Cinturão Dom Feliciano (Brasil-Uruguai)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasPrograma de Pós-Graduação em GeociênciasPorto Alegre, BR-RS2020doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001110711.pdf.txt001110711.pdf.txtExtracted Texttext/plain391424http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/204875/2/001110711.pdf.txt7e221fc5ea50952c9e5b5faac0cb580cMD52ORIGINAL001110711.pdfTexto completoapplication/pdf31830118http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/204875/1/001110711.pdf27f7133086d65fc8072e86eb54b1a8d4MD5110183/2048752022-03-26 05:10:34.060816oai:www.lume.ufrgs.br:10183/204875Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-03-26T08:10:34Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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O Cinturão Dom Feliciano, setor sul da Província Mantiqueira, se estende desde Punta del Este, no Uruguai, até o leste de Santa Catarina. Essa faixa móvel representa o registro da colisão entre diversos crátons, microplacas e blocos e o encerramento de pelo menos duas bacias oceânicas durante a amalgamação do paleocontinente Gondwana Ocidental no ciclo orogênico Brasiliano-Panafricano, o que reflete a sua complexa história geológica durante sua evolução geotectônica. Essa evolução está comumente relacionada a três estágios principais: Brasiliano I (clímax em torno de 900-700 Ma, correspondendo às Orogenias Passinho e São Gabriel e ao encerramento do paleo-oceano Charrua-São Gabriel); Brasiliano II (clímax em torno de 640-620 Ma, correspondendo à Orogenia Dom Feliciano nos domínios Central e Oriental, representado por intenso magmatismo continental e retrabalhamento crustal); Brasiliano III (em torno de 595-560 Ma, com geração de magmatismo granítico pré- a sintectônico, relacionado aos eventos colisionais finais do ciclo orogênico Brasiliano-Panafricano e encerramento do paleo-oceano Adamastor). O presente trabalho retoma a hipótese de uma orogenia em torno de 780 Ma registrada na porção centro-leste do Cinturão Dom Feliciano, denominada como Orogenia Piratini. Essa orogenia estaria relacionada ao encerramento do paleo-oceano Charrua e à convergência entre terrenos paleo-sulamericanos e paleo-africanos, este último representado por uma microplaca ou fragmentos do Cráton Kalahari durante a fragmentação do paleocontinente Rodínia, gerando um arco magmático continental neoproterozoico denominado de Arco Piratini. O Arco Piratini é caracterizado como um arco do tipo andino com atividade magmática entre 780-680 Ma, representado pelos ortognaisses Cerro Borri, no Uruguai, e Piratini, Várzea do Capivarita, Chácara das Pedras e Arroio Pedrado no Brasil. O presente trabalho propõe que a Orogenia Piratini culminou com a amalgamação entre o Arco Piratini e a margem leste do Cráton Rio de La Plata em torno de 660 Ma, idade do metamorfismo de alto grau registrado tanto nos ortognaisses que compõe o Arco Piratini quanto nas rochas supracrustais associadas (e.g. Suíte Metamórfica Chafalote, Uruguai). O evento colisional é seguido por um evento de descompressão em torno de 640-605 Ma, gerando a fusão parcial das rochas relacionadas à Orogenia Piratini. Esse evento estaria relacionado à nucleação de zonas de cisalhamento dúcteis em zonas de sutura (por exemplo, a Zona de Cisalhamento Transcorrente Dorsal de Canguçu, possivelmente relacionada à Sutura de Porto Alegre) e granitogênese associada, culminando no retrabalhamento das rochas relacionadas ao Arco Piratini dando origem em partes aos granitoides peraluminosos que ocorrem na porção centro-leste do Cinturão Dom Feliciano. |
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