Exercício físico em indivíduos em tratamento do transtorno por uso de álcool : benefícios na qualidade de vida e saúde mental e fatores associados à adesão
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/271875 |
Resumo: | Introdução: O consumo de álcool é entendido pelas autoridades sanitárias internacionais como um grave problema de saúde pública. O uso nocivo do álcool se apresenta como um importante fator de risco para inúmeros adoecimentos clínicos e psiquiátricos para o indivíduo e o seu entorno. Outras consequências importantes do consumo nocivo de álcool são os impactos sociais e econômicos, a partir de incapacitações e lesões por violência no trânsito, traumas e danos físicos e psicológicos pela violência doméstica, bem como mortes prematuras. Logo, o consumo nocivo de álcool atinge não somente o indivíduo que o consome, mas as pessoas de sua convivência e a sociedade. O uso nocivo de álcool é, portanto, considerado uma doença - Transtorno por Uso de Álcool (TUA), sendo classificado com os níveis leve, moderado e grave. O tratamento para o TUA é complexo e uma gama de abordagens devem ser utilizadas, dentre outras, os fármacos e complexos vitamínicos, as terapias individuais e em grupo com focos na prevenção da recaída, na identificação e planejamento de estratégias de enfrentamento às situações de risco, regulação das emoções, treinamento de habilidades e exercício físico. É consenso entre pesquisadores que o exercício físico é uma abordagem significativa e adjuvante ao tratamento, visto que pode auxiliar na melhora de parâmetros físicos, clínicos, cognitivos e psiquiátricos. No entanto, há uma grande variação nos protocolos de exercício como a modalidade da prática, do volume e da intensidade e os seus diferentes parâmetros de avaliação. Outro ponto de suma importância é a adesão e manutenção da regularidade da prática de exercício físico. Há um índice de aproximadamente 40% de desistência de protocolos de pesquisas de intervenção com exercício físico e é primordial compreender quais os fatores mais associados ao abandono. Deste modo, justifica a necessidade de elaborar protocolo de pesquisa de exercício físico estruturado e acessível às pessoas que promovam melhora em parâmetros de saúde mental, cognição e consequentemente na qualidade de vida das pessoas. Isto pode colaborar para o conhecimento científico sobre o tema, na intenção de avançarmos em direção às melhores práticas, bem como analisar e melhor conhecer os fatores que podem levar as pessoas a desistirem de uma estratégia viável como o exercício físico. Objetivos: a) Descrever os efeitos de um treinamento físico combinado de força e aeróbico associado a intervenção multidisciplinar de um indivíduo em tratamento ambulatorial para o TUA. Foram avaliados os efeitos na qualidade de vida, depressão, ansiedade e cognição. b) Analisar os fatores associados à adesão a um programa de treinamento combinado de força e aeróbico, componente do programa de tratamento ofertado para pessoas em tratamento e desintoxicação para álcool e outras substâncias em uma internação hospitalar. Desenvolvimento da tese: Este trabalho se estrutura em quatro capítulos: I - Revisão de Literatura: apanhado histórico do uso de álcool na humanidade, conceitos e definições do TUA, dados epidemiológicos do uso de álcool no Brasil e no mundo, o advento da pandemia da Covid-19, e a interface exercício físico e o TUA; II - artigo 1: treinamento físico combinado associado a intervenção multidisciplinar no tratamento de transtorno por uso de álcool: um estudo com n de 1. A pesquisa ocorreu na academia de um hospital público universitário, com 24 sessões de treinamento físico combinado de força e aeróbico durante 12 semanas. O treino de força foi composto por seis exercícios visando os grupos musculares de membros inferiores, superiores e tronco. O treino aeróbico foi realizado em esteira ergométrica; III - artigo 2: fatores associados à adesão à prática regular de exercício físico em pessoas com transtorno por uso de álcool e outras substâncias em internação hospitalar para desintoxicação e tratamento. Trata-se de um estudo transversal descritivo com levantamento de dados de registros de prontuários de pacientes internados entre agosto de 2017 e julho de 2018. Foram analisados 123 prontuários quanto aos fatores associados à baixa adesão a um programa de treinamento físico combinado; IV - relatório de um ensaio clínico com pacientes em tratamento ambulatorial em um hospital público universitário para o TUA randomizados em grupo de prevenção da recaída (grupo controle) ou grupo de treinamento combinado de força e aeróbico (grupo intervenção). Houve recrutamento abaixo da expectativa e do cálculo amostral, além de abandono dos pacientes recrutados para o grupo intervenção. Conclusões: O uso nocivo de álcool é uma apreensão global que requer um plano de ação com metas amplas no sentido de reduzir o impacto na saúde individual e coletiva de seu uso. O exercício físico pode contribuir para a melhora de parâmetros de saúde mental, função cognitiva e qualidade de vida. Recomenda-se que o treinamento combinado de força e aeróbico seja incentivado e incorporado como estratégia complementar aos tratamentos já estabelecidos para pessoas com TUA. Aconselha-se que o profissional especializado em exercício físico se atente às adaptações necessárias de acordo com o perfil de cada paciente, considerando as peculiaridades do transtorno. Acometimentos clínicos e físicos, bem como maior número de comorbidades influenciam na adesão à prática de exercícios físicos. Técnicas motivacionais devem ser implementadas como um fator atenuante para a baixa adesão ou abandono, bem como oportunizar práticas que sejam da preferência do indivíduo que podem conferir melhor taxa de adesão. |
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Pires, Cássio LamasCadore, Eduardo LusaSchuch, Felipe Barreto2024-02-10T05:08:04Z2023http://hdl.handle.net/10183/271875001196217Introdução: O consumo de álcool é entendido pelas autoridades sanitárias internacionais como um grave problema de saúde pública. O uso nocivo do álcool se apresenta como um importante fator de risco para inúmeros adoecimentos clínicos e psiquiátricos para o indivíduo e o seu entorno. Outras consequências importantes do consumo nocivo de álcool são os impactos sociais e econômicos, a partir de incapacitações e lesões por violência no trânsito, traumas e danos físicos e psicológicos pela violência doméstica, bem como mortes prematuras. Logo, o consumo nocivo de álcool atinge não somente o indivíduo que o consome, mas as pessoas de sua convivência e a sociedade. O uso nocivo de álcool é, portanto, considerado uma doença - Transtorno por Uso de Álcool (TUA), sendo classificado com os níveis leve, moderado e grave. O tratamento para o TUA é complexo e uma gama de abordagens devem ser utilizadas, dentre outras, os fármacos e complexos vitamínicos, as terapias individuais e em grupo com focos na prevenção da recaída, na identificação e planejamento de estratégias de enfrentamento às situações de risco, regulação das emoções, treinamento de habilidades e exercício físico. É consenso entre pesquisadores que o exercício físico é uma abordagem significativa e adjuvante ao tratamento, visto que pode auxiliar na melhora de parâmetros físicos, clínicos, cognitivos e psiquiátricos. No entanto, há uma grande variação nos protocolos de exercício como a modalidade da prática, do volume e da intensidade e os seus diferentes parâmetros de avaliação. Outro ponto de suma importância é a adesão e manutenção da regularidade da prática de exercício físico. Há um índice de aproximadamente 40% de desistência de protocolos de pesquisas de intervenção com exercício físico e é primordial compreender quais os fatores mais associados ao abandono. Deste modo, justifica a necessidade de elaborar protocolo de pesquisa de exercício físico estruturado e acessível às pessoas que promovam melhora em parâmetros de saúde mental, cognição e consequentemente na qualidade de vida das pessoas. Isto pode colaborar para o conhecimento científico sobre o tema, na intenção de avançarmos em direção às melhores práticas, bem como analisar e melhor conhecer os fatores que podem levar as pessoas a desistirem de uma estratégia viável como o exercício físico. Objetivos: a) Descrever os efeitos de um treinamento físico combinado de força e aeróbico associado a intervenção multidisciplinar de um indivíduo em tratamento ambulatorial para o TUA. Foram avaliados os efeitos na qualidade de vida, depressão, ansiedade e cognição. b) Analisar os fatores associados à adesão a um programa de treinamento combinado de força e aeróbico, componente do programa de tratamento ofertado para pessoas em tratamento e desintoxicação para álcool e outras substâncias em uma internação hospitalar. Desenvolvimento da tese: Este trabalho se estrutura em quatro capítulos: I - Revisão de Literatura: apanhado histórico do uso de álcool na humanidade, conceitos e definições do TUA, dados epidemiológicos do uso de álcool no Brasil e no mundo, o advento da pandemia da Covid-19, e a interface exercício físico e o TUA; II - artigo 1: treinamento físico combinado associado a intervenção multidisciplinar no tratamento de transtorno por uso de álcool: um estudo com n de 1. A pesquisa ocorreu na academia de um hospital público universitário, com 24 sessões de treinamento físico combinado de força e aeróbico durante 12 semanas. O treino de força foi composto por seis exercícios visando os grupos musculares de membros inferiores, superiores e tronco. O treino aeróbico foi realizado em esteira ergométrica; III - artigo 2: fatores associados à adesão à prática regular de exercício físico em pessoas com transtorno por uso de álcool e outras substâncias em internação hospitalar para desintoxicação e tratamento. Trata-se de um estudo transversal descritivo com levantamento de dados de registros de prontuários de pacientes internados entre agosto de 2017 e julho de 2018. Foram analisados 123 prontuários quanto aos fatores associados à baixa adesão a um programa de treinamento físico combinado; IV - relatório de um ensaio clínico com pacientes em tratamento ambulatorial em um hospital público universitário para o TUA randomizados em grupo de prevenção da recaída (grupo controle) ou grupo de treinamento combinado de força e aeróbico (grupo intervenção). Houve recrutamento abaixo da expectativa e do cálculo amostral, além de abandono dos pacientes recrutados para o grupo intervenção. Conclusões: O uso nocivo de álcool é uma apreensão global que requer um plano de ação com metas amplas no sentido de reduzir o impacto na saúde individual e coletiva de seu uso. O exercício físico pode contribuir para a melhora de parâmetros de saúde mental, função cognitiva e qualidade de vida. Recomenda-se que o treinamento combinado de força e aeróbico seja incentivado e incorporado como estratégia complementar aos tratamentos já estabelecidos para pessoas com TUA. Aconselha-se que o profissional especializado em exercício físico se atente às adaptações necessárias de acordo com o perfil de cada paciente, considerando as peculiaridades do transtorno. Acometimentos clínicos e físicos, bem como maior número de comorbidades influenciam na adesão à prática de exercícios físicos. Técnicas motivacionais devem ser implementadas como um fator atenuante para a baixa adesão ou abandono, bem como oportunizar práticas que sejam da preferência do indivíduo que podem conferir melhor taxa de adesão.Introduction: International health authorities understand alcohol consumption as a serious public health problem. The harmful use of alcohol is an important risk factor for numerous clinical and psychiatric illnesses for the individual and their environment. Other important consequences of harmful alcohol consumption are the social and economic impacts, such as disability and injuries due to traffic violence, trauma, physical and psychological damage due to domestic violence, and premature deaths. Therefore, the harmful consumption of alcohol affects not only the individual who consumes it but also the people in the user's environment and society. The harmful use of alcohol is, therefore, considered a disease - Alcohol Use Disorder (AUD), being classified as mild, moderate, and severe. Treatment for AUD is complex and a range of approaches must be used, including drugs and vitamin complexes, individual and group therapies focusing on preventing relapse, identifying and planning strategies to cope with risk situations, emotion regulation, skills training, and physical exercise. There is a consensus among researchers that physical exercise is a significant and adjuvant approach to treatment, as it can help improve physical, clinical, cognitive, and psychiatric parameters. However, there is a wide variation in exercise protocols such as the modality of practice, volume, and intensity and their different evaluation parameters. Another crucial point is adhering to and maintaining regular physical exercise. There is a rate of approximately 40% dropout from intervention research protocols with physical exercise and it is essential to understand which factors are most associated with dropout. In this way, it justifies the need to develop a structured and accessible physical exercise research protocol that promotes improvements in mental health parameters, cognition, and consequently in people's quality of life. This can contribute to scientific knowledge on the topic, to move towards best practices, as well as analyze and better understand the factors that can lead people to give up on a viable strategy such as physical exercise. Objectives: a) To describe the effects of combined strength and aerobic physical training associated with multidisciplinary intervention on an individual undergoing outpatient treatment for AUD. The effects on quality of life, depression, anxiety, and cognition were evaluated. b) Analyze the factors associated with adherence to a combined strength and aerobic training program, a component of the treatment program offered to people undergoing treatment and detoxification for alcohol and other substances during a hospital stay. Development of the thesis: This work is structured into four chapters: I - Literature Review: historical overview of alcohol use in humanity, concepts and definitions of the TUA, epidemiological data on alcohol use in Brazil and around the world, the advent of the Covid pandemic -19, and the physical exercise and TUA interface; II - article 1: combined physical training associated with multidisciplinary intervention in the treatment of alcohol use disorder: a study with n of 1. The research took place in the gym of a public university hospital, with 24 sessions of combined strength and aerobic physical training for 12 weeks. The strength training consisted of six exercises targeting the muscle groups of the lower limbs, upper limbs, and trunk. Aerobic training was performed on an ergometric treadmill; III - article 2: factors associated with adherence to regular physical exercise in people with alcohol use disorder and other substances admitted to hospital for detoxification and treatment. This descriptive crosssectional study collects data from medical records of patients hospitalized between August 2017 and July 2018. 123 medical records were analyzed for factors associated with low adherence to a combined physical training program; IV - report of a clinical trial with patients undergoing outpatient treatment at a public university hospital for AUD, randomized into a relapse prevention group (control group) or combined strength and aerobic training group (intervention group). Recruitment was below expectations and sample calculation, in addition to the abandonment of patients recruited to the intervention group. Conclusions: The harmful use of alcohol is a global concern that requires an action plan with broad goals to reduce the impact of its use on individual and collective health. Physical exercise can contribute to improving mental health parameters, cognitive function, and quality of life. It is recommended that combined strength and aerobic training be encouraged and incorporated as a complementary strategy to treatments already established for people with AUD. Professionals specializing in physical exercise should pay attention to the necessary adaptations according to the profile of each patient, considering the peculiarities of the disorder. Clinical and physical disorders and a greater number of comorbidities influence adherence to physical exercise. Motivational techniques must be implemented as a mitigating factor for low adherence or abandonment, as well as providing opportunities for practices that are preferred by the individual and can provide a better adherence rate.application/pdfporTranstornos relacionados ao uso de álcoolExercício físicoSaúde mentalQualidade de vidaAlcohol-related disordersExerciseMental healthQuality of lifeExercício físico em indivíduos em tratamento do transtorno por uso de álcool : benefícios na qualidade de vida e saúde mental e fatores associados à adesãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de Educação Física, Fisioterapia e DançaPrograma de Pós-Graduação em Ciências do Movimento HumanoPorto Alegre, BR-RS2023doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001196217.pdf.txt001196217.pdf.txtExtracted Texttext/plain186091http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/271875/2/001196217.pdf.txte24c043d810327c26896bd60fdb82459MD52ORIGINAL001196217.pdfTexto parcialapplication/pdf5146731http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/271875/1/001196217.pdfc8bdaed64b58c26293454dc7feb1a43cMD5110183/2718752024-02-11 06:04:27.439106oai:www.lume.ufrgs.br:10183/271875Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-02-11T08:04:27Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Introdução: O consumo de álcool é entendido pelas autoridades sanitárias internacionais como um grave problema de saúde pública. O uso nocivo do álcool se apresenta como um importante fator de risco para inúmeros adoecimentos clínicos e psiquiátricos para o indivíduo e o seu entorno. Outras consequências importantes do consumo nocivo de álcool são os impactos sociais e econômicos, a partir de incapacitações e lesões por violência no trânsito, traumas e danos físicos e psicológicos pela violência doméstica, bem como mortes prematuras. Logo, o consumo nocivo de álcool atinge não somente o indivíduo que o consome, mas as pessoas de sua convivência e a sociedade. O uso nocivo de álcool é, portanto, considerado uma doença - Transtorno por Uso de Álcool (TUA), sendo classificado com os níveis leve, moderado e grave. O tratamento para o TUA é complexo e uma gama de abordagens devem ser utilizadas, dentre outras, os fármacos e complexos vitamínicos, as terapias individuais e em grupo com focos na prevenção da recaída, na identificação e planejamento de estratégias de enfrentamento às situações de risco, regulação das emoções, treinamento de habilidades e exercício físico. É consenso entre pesquisadores que o exercício físico é uma abordagem significativa e adjuvante ao tratamento, visto que pode auxiliar na melhora de parâmetros físicos, clínicos, cognitivos e psiquiátricos. No entanto, há uma grande variação nos protocolos de exercício como a modalidade da prática, do volume e da intensidade e os seus diferentes parâmetros de avaliação. Outro ponto de suma importância é a adesão e manutenção da regularidade da prática de exercício físico. Há um índice de aproximadamente 40% de desistência de protocolos de pesquisas de intervenção com exercício físico e é primordial compreender quais os fatores mais associados ao abandono. Deste modo, justifica a necessidade de elaborar protocolo de pesquisa de exercício físico estruturado e acessível às pessoas que promovam melhora em parâmetros de saúde mental, cognição e consequentemente na qualidade de vida das pessoas. Isto pode colaborar para o conhecimento científico sobre o tema, na intenção de avançarmos em direção às melhores práticas, bem como analisar e melhor conhecer os fatores que podem levar as pessoas a desistirem de uma estratégia viável como o exercício físico. Objetivos: a) Descrever os efeitos de um treinamento físico combinado de força e aeróbico associado a intervenção multidisciplinar de um indivíduo em tratamento ambulatorial para o TUA. Foram avaliados os efeitos na qualidade de vida, depressão, ansiedade e cognição. b) Analisar os fatores associados à adesão a um programa de treinamento combinado de força e aeróbico, componente do programa de tratamento ofertado para pessoas em tratamento e desintoxicação para álcool e outras substâncias em uma internação hospitalar. Desenvolvimento da tese: Este trabalho se estrutura em quatro capítulos: I - Revisão de Literatura: apanhado histórico do uso de álcool na humanidade, conceitos e definições do TUA, dados epidemiológicos do uso de álcool no Brasil e no mundo, o advento da pandemia da Covid-19, e a interface exercício físico e o TUA; II - artigo 1: treinamento físico combinado associado a intervenção multidisciplinar no tratamento de transtorno por uso de álcool: um estudo com n de 1. A pesquisa ocorreu na academia de um hospital público universitário, com 24 sessões de treinamento físico combinado de força e aeróbico durante 12 semanas. O treino de força foi composto por seis exercícios visando os grupos musculares de membros inferiores, superiores e tronco. O treino aeróbico foi realizado em esteira ergométrica; III - artigo 2: fatores associados à adesão à prática regular de exercício físico em pessoas com transtorno por uso de álcool e outras substâncias em internação hospitalar para desintoxicação e tratamento. Trata-se de um estudo transversal descritivo com levantamento de dados de registros de prontuários de pacientes internados entre agosto de 2017 e julho de 2018. Foram analisados 123 prontuários quanto aos fatores associados à baixa adesão a um programa de treinamento físico combinado; IV - relatório de um ensaio clínico com pacientes em tratamento ambulatorial em um hospital público universitário para o TUA randomizados em grupo de prevenção da recaída (grupo controle) ou grupo de treinamento combinado de força e aeróbico (grupo intervenção). Houve recrutamento abaixo da expectativa e do cálculo amostral, além de abandono dos pacientes recrutados para o grupo intervenção. Conclusões: O uso nocivo de álcool é uma apreensão global que requer um plano de ação com metas amplas no sentido de reduzir o impacto na saúde individual e coletiva de seu uso. O exercício físico pode contribuir para a melhora de parâmetros de saúde mental, função cognitiva e qualidade de vida. Recomenda-se que o treinamento combinado de força e aeróbico seja incentivado e incorporado como estratégia complementar aos tratamentos já estabelecidos para pessoas com TUA. Aconselha-se que o profissional especializado em exercício físico se atente às adaptações necessárias de acordo com o perfil de cada paciente, considerando as peculiaridades do transtorno. Acometimentos clínicos e físicos, bem como maior número de comorbidades influenciam na adesão à prática de exercícios físicos. 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