As dimensões de inovação social em empreendimentos econômicos solidários do setor de artesanato gaúcho

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maurer, Angela Maria
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/35828
Resumo: Mesmo com os avanços tecnológicos e comerciais feitos pelos seres humanos ao longo do tempo, ainda persistem diversos desafios de ordem social e ambiental. O desenvolvimento de inovações sociais torna-se uma alternativa para suplantar parte destes desafios, visto que podem solucionar as necessidades de parte dos indivíduos de uma dada sociedade. O Centre de Recherche sur les Innovations Sociales (CRISES) é um dos centros que realiza pesquisas a respeito das inovações sociais, destacando suas diversas dimensões de análise. Um dos focos de pesquisa deste centro está na Economia Social da província de Quebec, no Canadá. No Brasil, a Economia Solidária vem crescendo significativamente, e o artesanato é um dos setores de destaque no número de empreendimentos coletivos ligados a esta Economia. No Rio Grande do Sul, os empreendimentos econômicos solidários de artesanato são organizados de diferentes formas, sendo alguns deles induzidos por organizações geridas com recursos públicos, enquanto que outros são constituídos pelos próprios artesãos. Por outro lado, o conceito de inovação social geralmente é abordado de maneira superficial na literatura das Ciências Sociais, e ainda existem, no Brasil, poucos estudos a respeito desta modalidade de inovação na área de Administração. Desta forma, o objetivo deste estudo é o de analisar como as dimensões de inovação social, do modelo idealizado pelo CRISES, se refletem nas diferentes formas de organização de empreendimentos econômicos solidários do setor de artesanato gaúcho. A revisão de literatura versou sobre inovações sociais e sobre organizações de Economia Solidária. Foram realizados seis estudos de caso em empreendimentos econômicos solidários do setor de artesanato gaúcho. Os dados primários foram coletados por meio de entrevistas semi-estrututuradas e de anotações no diário de campo. Já os dados secundários foram provenientes de documentos, artigos e websites. A análise dos dados foi feita de acordo com a revisão de literatura do presente estudo. Os resultados evidenciaram grande parte dos elementos das dimensões de inovação social descritas no modelo desenvolvido por autores do CRISES. A análise destas dimensões, nos casos pesquisados, apresentou similaridades e diferenças tanto entre elas quanto quando comparadas às do modelo estabelecido pelo CRISES. De forma geral, os empreendimentos pesquisados foram desenvolvidos a partir de contextos problemáticos, passaram por fases de tentativa e de experimento, as quais foram institucionalizadas, e tais empreendimentos se tornaram modelos de desenvolvimento emergente. Estes empreendimentos também contemplaram a necessidade da coletividade e o bem comum. Diversos atores foram identificados na formação destes empreendimentos, sendo que todos contaram com atores titulares da ideia, financiadores, apoiadores e usuários. A mobilização e a participação dos atores também foram representativas, bem como a aprendizagem gerada pelo processo de desenvolvimento das inovações sociais pesquisadas. Este processo envolveu restrições que geraram incerteza e tensão nos artesãos. Ainda, o processo foi feito por meio da integração e da parceria entre os atores, e ocorreu a difusão das soluções desenvolvidas para outros contextos. Desta forma, o presente estudo contribui para a análise do conceito de inovação social em empreendimentos econômicos solidários do Brasil.
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No Rio Grande do Sul, os empreendimentos econômicos solidários de artesanato são organizados de diferentes formas, sendo alguns deles induzidos por organizações geridas com recursos públicos, enquanto que outros são constituídos pelos próprios artesãos. Por outro lado, o conceito de inovação social geralmente é abordado de maneira superficial na literatura das Ciências Sociais, e ainda existem, no Brasil, poucos estudos a respeito desta modalidade de inovação na área de Administração. Desta forma, o objetivo deste estudo é o de analisar como as dimensões de inovação social, do modelo idealizado pelo CRISES, se refletem nas diferentes formas de organização de empreendimentos econômicos solidários do setor de artesanato gaúcho. A revisão de literatura versou sobre inovações sociais e sobre organizações de Economia Solidária. Foram realizados seis estudos de caso em empreendimentos econômicos solidários do setor de artesanato gaúcho. Os dados primários foram coletados por meio de entrevistas semi-estrututuradas e de anotações no diário de campo. Já os dados secundários foram provenientes de documentos, artigos e websites. A análise dos dados foi feita de acordo com a revisão de literatura do presente estudo. Os resultados evidenciaram grande parte dos elementos das dimensões de inovação social descritas no modelo desenvolvido por autores do CRISES. A análise destas dimensões, nos casos pesquisados, apresentou similaridades e diferenças tanto entre elas quanto quando comparadas às do modelo estabelecido pelo CRISES. De forma geral, os empreendimentos pesquisados foram desenvolvidos a partir de contextos problemáticos, passaram por fases de tentativa e de experimento, as quais foram institucionalizadas, e tais empreendimentos se tornaram modelos de desenvolvimento emergente. Estes empreendimentos também contemplaram a necessidade da coletividade e o bem comum. Diversos atores foram identificados na formação destes empreendimentos, sendo que todos contaram com atores titulares da ideia, financiadores, apoiadores e usuários. A mobilização e a participação dos atores também foram representativas, bem como a aprendizagem gerada pelo processo de desenvolvimento das inovações sociais pesquisadas. Este processo envolveu restrições que geraram incerteza e tensão nos artesãos. Ainda, o processo foi feito por meio da integração e da parceria entre os atores, e ocorreu a difusão das soluções desenvolvidas para outros contextos. Desta forma, o presente estudo contribui para a análise do conceito de inovação social em empreendimentos econômicos solidários do Brasil.Even with the technological and commercial advances made by human kind over time, there still exist too many social and environmental challenges. The development of social innovations becomes a relevant alternative to overcome some of these challenges, as they can fulfill the needs of a number of the involved individuals. The Centre de Recherche sur les Innovations Sociales (CRISES) is one of the centers that carries out some researches on social innovations, highlighting their dimensions of analysis. One of the researching focus of this center is Social Economy in the Quebec province, in Canada. In Brazil, Solidarity Economy has grown significantly, and handicraft is one of the main sectors which involves collective enterprises linked to this kind of economy. In the state of Rio Grande do Sul, handicraft solidarity enterprises are organized according to different patterns. Some of them were induced by organizations managed with public funds, while others are made up by artisans. On the other hand, the concept of social innovation is usually addressed just in a superficial manner in the social science literature. There are too few studies regarding this type of innovation in the Brazilian business academic area. Thus, the aim of this study is to examine how the dimensions of social innovation established at the framework developed by the CRISES centre are reflected in the different patterns of organization of solidarity enterprises in the handicraft sector of Rio Grande do Sul (RS). The literature review was about social innovations and Solidarity Economy organizations. To achieve the proposed objective, were carried out case studies at six handicraft solidarity enterprises of RS. Primary data were collected through semi-structured interviews and field notes. Secondary data were gathered from documents, articles and websites. The collected data were then analyzed according to the literature review. The results have shown most of the elements of the social innovation dimensions described on the model developed by authors of the CRISES. The analysis made on these dimensions has shown, in the studied cases, similarities and differences, both among themselves and when they were compared to the ones described on the model established by the CRISES. In the main, the enterprises analyzed were developed from problematic contexts, and went through phases of trial and experiment, which were institutionalized, becoming models of emerging development. These enterprises were also concerned with the collective needs and the common good. Several actors were identified in the enterprises formation, and all of them had actors who hold the idea, donors, supporters and users. The involvement and participation of the actors were also most significant, as well as the apprenticeship enabled by the development process of the social innovations researched. This process involved some restrictions which caused uncertainty and tension amidst the artisans. Moreover, the process has occurred by means of integration and partnership of actors, and the attained solutions were diffused to other contexts. Thus, the present study contributes to the analysis of the social innovation concept in Brazilian solidarity enterprises.application/pdfporInovação socialEmpreendimentosArtesanatoEconomia solidáriaSocial innovationSocial innovation dimensionsSolidarity enterprisesHandicraftAs dimensões de inovação social em empreendimentos econômicos solidários do setor de artesanato gaúchoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de AdministraçãoPrograma de Pós-Graduação em AdministraçãoPorto Alegre, BR-RS2011mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000816678.pdf.txt000816678.pdf.txtExtracted Texttext/plain459990http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/35828/2/000816678.pdf.txt6d8fad25ef67cd2e518af7052558581dMD52ORIGINAL000816678.pdf000816678.pdfTexto completoapplication/pdf3126875http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/35828/1/000816678.pdfb8b803b17a83a03b32cb3f1fbccc4bceMD51THUMBNAIL000816678.pdf.jpg000816678.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1081http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/35828/3/000816678.pdf.jpg41dbdbd39d6a519cd59dbbcf63f89974MD5310183/358282018-10-05 08:33:04.206oai:www.lume.ufrgs.br:10183/35828Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-05T11:33:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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