Morfo-anatomia, ontogenia e histoquímica de fruto em Bromeliaceae Juss.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/194099 |
Resumo: | Bromeliaceae é uma família que abrange, atualmente, cerca de 3010 espécies, com distribuição geográfica tipicamente neotropical. Seus representantes, epífitos, rupícolas ou terrícolas, habitam quase todos os tipos de ecossistemas, com seu centro de diversidade situado no leste do Brasil. A família está inserida na ordem Poales e, tradicionalmente, tem sido agrupada em três subfamílias; porém, com a publicação recente de uma importante filogenia, esta subdivisão foi ampliada para oito subfamílias. O presente estudo tem por objetivo apresentar um panorama geral acerca da estrutura de frutos em Bromeliaceae, visto que tais estudos são extremamente escassos nesta família. Para isso, analisou-se a morfologia, anatomia, ontogenia e histoquímica dos frutos de seis espécies – Aechmea calyculata (E. Morren) Baker, Billbergia nutans H. Wendl. ex Regel, Dyckia maritima Baker, Pitcairnia flammea Lindl., Tillandsia aeranthos (Loisel.) L. B. Sm. e Vriesea carinata Wawra – pertencentes a seis gêneros distintos, representativos das três subfamílias tradicionais, ocorrentes no Estado do Rio Grande do Sul. Todas as espécies apresentam ovário tricarpelar e trilocular, com a presença de obturador na região da placenta. Nos frutos, a diferenciação dos tecidos ocorre do ápice em direção à base e o crescimento é expresso em sentido longitudinal e pelo incremento do perímetro do fruto Dyckia maritima, P. flammea, T. aeranthos e V. carinata possuem frutos secos e deiscentes, do tipo cápsula, originários de ovário súpero (às vezes, semi-ínfero); os quais são caracterizados, principalmente, pela presença de macroesclereídes no exocarpo ou endocarpo, fibras na região ventral dos carpelos, seis linhas de deiscência e três feixes vasculares em cada carpelo. Nas paredes celulares das macroesclereídes, observou-se a presença de celulose, pectinas, flavonóides (na maioria dos casos) e pigmentos amarelo-avermelhados de natureza fenólica. Quanto à deiscência, a cápsula de D. maritima é classificada como biscida, enquanto as das demais espécies são septicidas. Aechmea calyculata e B. nutans possuem frutos carnosos e indeiscentes do tipo baga – advindos de ovário ínfero, os quais possuem muitos feixes vasculares por carpelo, hipoderme esclerenquimática adjacente ao exocarpo e conteúdo celular composto, majoritariamente, por pectinas. Os espessamentos de parede celular em “U”, já conhecidos na estrutura foliar dos representantes de Bromeliaceae, foram observados nos frutos de quatro espécies, mostrando-se um caráter bastante comum na família. Discute-se a morfologia e a ecologia das espécies, salientando, ainda, tópicos da sua anatomia funcional. Além disso, foram traçadas comparações e sobreposições dos dados às filogenias atuais. Diversos caracteres úteis para a taxonomia de Bromeliaceae foram destacados, sendo os frutos ótimas ferramentas para a delimitação, principalmente, de gêneros e subfamílias deste grupo taxonômico. |
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Fagundes, Natividad FerreiraMariath, Jorge Ernesto de Araujo2019-05-10T02:37:05Z2009http://hdl.handle.net/10183/194099000698535Bromeliaceae é uma família que abrange, atualmente, cerca de 3010 espécies, com distribuição geográfica tipicamente neotropical. Seus representantes, epífitos, rupícolas ou terrícolas, habitam quase todos os tipos de ecossistemas, com seu centro de diversidade situado no leste do Brasil. A família está inserida na ordem Poales e, tradicionalmente, tem sido agrupada em três subfamílias; porém, com a publicação recente de uma importante filogenia, esta subdivisão foi ampliada para oito subfamílias. O presente estudo tem por objetivo apresentar um panorama geral acerca da estrutura de frutos em Bromeliaceae, visto que tais estudos são extremamente escassos nesta família. Para isso, analisou-se a morfologia, anatomia, ontogenia e histoquímica dos frutos de seis espécies – Aechmea calyculata (E. Morren) Baker, Billbergia nutans H. Wendl. ex Regel, Dyckia maritima Baker, Pitcairnia flammea Lindl., Tillandsia aeranthos (Loisel.) L. B. Sm. e Vriesea carinata Wawra – pertencentes a seis gêneros distintos, representativos das três subfamílias tradicionais, ocorrentes no Estado do Rio Grande do Sul. Todas as espécies apresentam ovário tricarpelar e trilocular, com a presença de obturador na região da placenta. Nos frutos, a diferenciação dos tecidos ocorre do ápice em direção à base e o crescimento é expresso em sentido longitudinal e pelo incremento do perímetro do fruto Dyckia maritima, P. flammea, T. aeranthos e V. carinata possuem frutos secos e deiscentes, do tipo cápsula, originários de ovário súpero (às vezes, semi-ínfero); os quais são caracterizados, principalmente, pela presença de macroesclereídes no exocarpo ou endocarpo, fibras na região ventral dos carpelos, seis linhas de deiscência e três feixes vasculares em cada carpelo. Nas paredes celulares das macroesclereídes, observou-se a presença de celulose, pectinas, flavonóides (na maioria dos casos) e pigmentos amarelo-avermelhados de natureza fenólica. Quanto à deiscência, a cápsula de D. maritima é classificada como biscida, enquanto as das demais espécies são septicidas. Aechmea calyculata e B. nutans possuem frutos carnosos e indeiscentes do tipo baga – advindos de ovário ínfero, os quais possuem muitos feixes vasculares por carpelo, hipoderme esclerenquimática adjacente ao exocarpo e conteúdo celular composto, majoritariamente, por pectinas. Os espessamentos de parede celular em “U”, já conhecidos na estrutura foliar dos representantes de Bromeliaceae, foram observados nos frutos de quatro espécies, mostrando-se um caráter bastante comum na família. Discute-se a morfologia e a ecologia das espécies, salientando, ainda, tópicos da sua anatomia funcional. Além disso, foram traçadas comparações e sobreposições dos dados às filogenias atuais. Diversos caracteres úteis para a taxonomia de Bromeliaceae foram destacados, sendo os frutos ótimas ferramentas para a delimitação, principalmente, de gêneros e subfamílias deste grupo taxonômico.Bromeliaceae is a family that includes about 3010 species currently, with a geographic distribution typically neotropical. Its representatives, epiphytes, rupicolous or terricolous, inhabit almost all of the ecosystems types, with the diversity center being situated in eastern Brazil. The family is inserted in the Poales order and it has been traditionally grouped into three subfamilies, however this subdivision was recently extended to eight subfamilies due to an important phylogeny published. This study has the objective of presenting a general view concerning fruit structure in Bromeliaceae, since these studies are extremely scarce in this family. It was analyzed the morphology, anatomy, ontogeny and histochemistry of fruits of six species – Aechmea calyculata (E. Morren) Baker, Billbergia nutans H. Wendl., Dyckia maritima Baker, Pitcairnia flammea Lindl., Tillandsia aeranthos (Loisel.) L. B. Sm. e Vriesea carinata Wawra – belonging to six different genera, representatives of the three traditional subfamilies, occurring in Rio Grande do Sul state. All the species present tricarpellary and trilocular ovary, with an obturator covering the placenta region. In fruits, differentiation of tissues occurs from de apex to the base and growth is expressed in longitudinal sense and by the increase of fruit perimeter. Dyckia maritima, P. flammea, T. aeranthos and V. carinata have dehiscent dry fruits, which are capsular and originated from superior ovary (sometimes half-inferior), characterized mainly by the presence of macrosclereids in the exocarp or endocarp, fibers in the ventral region of carpels, six dehiscence lines and three vascular bundles in each carpel. In the macrosclereids cell walls, it was observed the presence of cellulose, pectins, flavonoids (in most cases) and reddish-yellow pigments of phenolic nature In relation to dehiscence, the capsule of D. maritima is classified as biscidal while the capsules of the other species are septicidal. Aechmea calyculata and B. nutans have indehiscent fleshy fruit, baccate – originated from inferior ovary, presenting many vascular bundles in each carpel, sclerenchymatic hypodermis below the exocarp and cellular content constituted chiefly by pectins. The U-shaped cell wall thickenings, well known in the foliar structure of Bromeliaceae representatives, are observed in fruits of four species, being a very common character in this family. We discuss here the morphology and ecology of the species, pointing out topics of its functional anatomy. Besides, it was traced comparisons of data related to current phylogenies. Many useful characters for taxonomy of Bromeliaceae were showed, the fruits being excellent tools for delimitation of genera and subfamilies of this taxonomic group.application/pdfporAnatomia vegetal : Morfologia vegetalHistoquimicaTaxonomia vegetal : Bromeliaceae : TesesBromeliaceaeFruitDehiscenceAnatomyOntogenyHistochemistryMorfo-anatomia, ontogenia e histoquímica de fruto em Bromeliaceae Juss.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de BiociênciasPrograma de Pós-Graduação em BotânicaPorto Alegre, BR-RS2009mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000698535.pdf.txt000698535.pdf.txtExtracted Texttext/plain157328http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194099/2/000698535.pdf.txt414c194f0673c1f5b54396b80e893af4MD52ORIGINAL000698535.pdfTexto completoapplication/pdf4325250http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194099/1/000698535.pdf2814b8257b1e5a41cda56ae682182b2cMD5110183/1940992019-05-11 02:37:29.833294oai:www.lume.ufrgs.br:10183/194099Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532019-05-11T05:37:29Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Bromeliaceae é uma família que abrange, atualmente, cerca de 3010 espécies, com distribuição geográfica tipicamente neotropical. Seus representantes, epífitos, rupícolas ou terrícolas, habitam quase todos os tipos de ecossistemas, com seu centro de diversidade situado no leste do Brasil. A família está inserida na ordem Poales e, tradicionalmente, tem sido agrupada em três subfamílias; porém, com a publicação recente de uma importante filogenia, esta subdivisão foi ampliada para oito subfamílias. O presente estudo tem por objetivo apresentar um panorama geral acerca da estrutura de frutos em Bromeliaceae, visto que tais estudos são extremamente escassos nesta família. Para isso, analisou-se a morfologia, anatomia, ontogenia e histoquímica dos frutos de seis espécies – Aechmea calyculata (E. Morren) Baker, Billbergia nutans H. Wendl. ex Regel, Dyckia maritima Baker, Pitcairnia flammea Lindl., Tillandsia aeranthos (Loisel.) L. B. Sm. e Vriesea carinata Wawra – pertencentes a seis gêneros distintos, representativos das três subfamílias tradicionais, ocorrentes no Estado do Rio Grande do Sul. Todas as espécies apresentam ovário tricarpelar e trilocular, com a presença de obturador na região da placenta. Nos frutos, a diferenciação dos tecidos ocorre do ápice em direção à base e o crescimento é expresso em sentido longitudinal e pelo incremento do perímetro do fruto Dyckia maritima, P. flammea, T. aeranthos e V. carinata possuem frutos secos e deiscentes, do tipo cápsula, originários de ovário súpero (às vezes, semi-ínfero); os quais são caracterizados, principalmente, pela presença de macroesclereídes no exocarpo ou endocarpo, fibras na região ventral dos carpelos, seis linhas de deiscência e três feixes vasculares em cada carpelo. Nas paredes celulares das macroesclereídes, observou-se a presença de celulose, pectinas, flavonóides (na maioria dos casos) e pigmentos amarelo-avermelhados de natureza fenólica. Quanto à deiscência, a cápsula de D. maritima é classificada como biscida, enquanto as das demais espécies são septicidas. Aechmea calyculata e B. nutans possuem frutos carnosos e indeiscentes do tipo baga – advindos de ovário ínfero, os quais possuem muitos feixes vasculares por carpelo, hipoderme esclerenquimática adjacente ao exocarpo e conteúdo celular composto, majoritariamente, por pectinas. Os espessamentos de parede celular em “U”, já conhecidos na estrutura foliar dos representantes de Bromeliaceae, foram observados nos frutos de quatro espécies, mostrando-se um caráter bastante comum na família. Discute-se a morfologia e a ecologia das espécies, salientando, ainda, tópicos da sua anatomia funcional. Além disso, foram traçadas comparações e sobreposições dos dados às filogenias atuais. Diversos caracteres úteis para a taxonomia de Bromeliaceae foram destacados, sendo os frutos ótimas ferramentas para a delimitação, principalmente, de gêneros e subfamílias deste grupo taxonômico. |
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