Análise das notificações de violência interpessoal e autoprovocada em crianças e adolescentes de Caxias do Sul/RS, 2015 a 2020

• Autor(a) principal: Lipreri, Eliane
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/257285
• topic: Vigilância em saúde pública; Sistema de informação; Health surveillance; Notifiable diseases information system

O fenômeno da violência é multicausal, complexo e possui relação com determinantes sociais e econômicos, sendo indiscutível o impacto da violência sobre a saúde das crianças e adolescentes. Objetivo: analisar as notificações de violência interpessoal e autoprovocada em crianças e adolescentes registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de Caxias do Sul, de 2015 a 2020, tendo em vista a qualidade do preenchimento da ficha de notificação e o perfil das notificações de violência. Metodologia: foi realizado estudo quantitativo, observacional, do tipo descritivo e ecológico o qual utilizou como fonte o banco de dados do SINAN (notificações de violência interpessoal e autoprovocada em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos do município de Caxias do Sul/RS), no período de 2015 a 2020 fornecido pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) do Rio Grande do Sul (RS). O projeto possui a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: foram registradas no período 5.675 notificações de violência interpessoal e autoprovocada na faixa etária de 0 a 19 anos em Caxias do Sul. Perfil das notificações: 95% de residentes de Caxias do Sul; o nível secundário realizou maior proporção de notificações; 61,4% na faixa etária de 0 a 9 anos, o que difere do padrão nacional e estadual; 57,60% do sexo feminino; 80% de pessoas autodeclaradas como raça/cor branca, 11,5% parda e 4,2% preta; 64,20% dos casos ocorreram nas residências; 14,40% foram lesões autoprovocadas, com aumento de 279% em 2019 se comparado a 2015; quanto ao tipo de violência, 59,07% negligência/abandono, 11,54% violência sexual e 11,40% violência física; aumento de 14% no número de notificações de 2019 para 2020. Avaliação da completude: 76,71% boa, 9,5% excelente, 6,85% regular, 4,11% ruim e 2,74% muito ruim. Considerações: identificou-se a necessidade de melhorar a qualidade do preenchimento dos campos motivação da violência, suspeita de uso de álcool por parte do provável autor da violência, identidade de gênero, ocorreu outras vezes, ciclo de vida do provável autor da violência, escolaridade, situação conjugal, orientação sexual, deficiência ou transtorno e local da ocorrência. Apresenta-se a proposição de estratégias para melhorar a notificação de violência interpessoal e autoprovocada em crianças e adolescentes quanti e qualitativamente, com o intuito de promover o aprimoramento da vigilância em Saúde na Atenção Primária. Além de estratégias de identificação, monitoramento e atendimento dos casos suspeitos e/ou confirmados de violência interpessoal e autoprovocada através de atividades intersetoriais.