Associações entre o consumo de alimentos ultraprocessados, cárie dentária e doença periodontal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/213405 |
Resumo: | O objetivo geral do presente estudo é avaliar a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e medidas de saúde bucal na população adulta dos Estados Unidos da América. Pretende-se também, mais especificamente, investigar a existência de associação entre cárie não tratada ou experiência de cárie e alimentos ultraprocessados, e investigar se há associação entre o consumo de ultraprocessados e doença periodontal. Para atingir estes objetivos, foram utilizados dados provenientes da National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), um estudo contínuo representativo da população civil não institucionalizada dos Estados Unidos da América. Participantes do NHANES são submetidos a entrevistas, onde respondem à questionários voltados à coleta de diversos tipos de informação, além de responderem à recordatórios alimentares de 24h, receberem exame médico e odontológico e fornecerem amostras biológicas para exames laboratoriais. Os dados coletados a partir dos recordatórios foram classificados conforme a classificação NOVA, que divide os alimentos em quatro grupos: i) alimentos não processados ou minimamente processados; ii) ingredientes culinários processados; iii) alimentos processados; iv) alimentos ultraprocessados. Esta tese está dividida em dois artigos, sendo que o primeiro deles tem como objetivo avaliar a associação entre consumo de alimentos ultraprocessados e cárie dentária. O primeiro tem como foco a relação entre o processamento alimentar e a cárie dentária, avaliada através do índice Cariados Perdidos Obturados, por dente (CPOD) e da prevalência de lesões de cárie não tratadas. Foi utilizada regressão de Poisson para estimar razões de taxas entre os quartis de proporção da contribuição de cada categoria da classificação NOVA e o CPOD, ao passo que foi utilizada regressão logística para realizar análise similar com o desfecho de prevalência de cárie dentária. Foram analisados dados de 5720 participantes, dos quais 123 eram edêntulos. Consumo mais alto de alimentos processados (quarto quartil) esteve associado à um menor CPOD (0,89; IC95% 0,81–0,96), enquanto que consumo maior de alimentos ultraprocessados (quarto quartil) esteve associado a um maior CPOD (1,10; IC95% 1,04–1,16). Nos modelos ajustados, não houve associação entre nenhum dos grupos de alimentos e o desfecho de prevalência de cárie não tratada. Maior consumo proporcional de grupos alimentares classificados pela associação NOVA tem uma associação fraca com cárie dentária. O segundo artigo teve como foco a relação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a doença periodontal, caracterizada conforme critérios do Centers for Disease Control. A análise foi realizada através de regressões logísticas, sendo que a definição dos conjuntos de variáveis de ajuste para estimação de associações totais e diretas foi definido através do uso de um gráfico acíclico direcionado. Foram estimados então Odds Ratios para associação total e direta com os desfechos de periodontite moderada e periodontite severa. Adicionalmente, foi feita análise do desfecho tricotômico, utilizando-se regressão logística ordinal. No total, foram analisados dados de 4809 participantes, sendo que 27,8% deles apresentou periodontite moderada e 6,5% apresentou periodontite severa. Não houve associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e doença periodontal, seja direta ou indiretamente. Conclui-se com este trabalho que a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e cárie dentária e fraca e inconsistente e a associação com doença periodontal inexiste. A dieta da população americana é composta majoritariamente por alimentos ultraprocessados, assim, é importante que estas análises sejam reproduzidas em populações menos expostas a estes alimentos. |
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Bidinotto, Augusto BaceloHilgert, Juliana Balbinot2020-09-11T04:04:02Z2020http://hdl.handle.net/10183/213405001116911O objetivo geral do presente estudo é avaliar a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e medidas de saúde bucal na população adulta dos Estados Unidos da América. Pretende-se também, mais especificamente, investigar a existência de associação entre cárie não tratada ou experiência de cárie e alimentos ultraprocessados, e investigar se há associação entre o consumo de ultraprocessados e doença periodontal. Para atingir estes objetivos, foram utilizados dados provenientes da National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), um estudo contínuo representativo da população civil não institucionalizada dos Estados Unidos da América. Participantes do NHANES são submetidos a entrevistas, onde respondem à questionários voltados à coleta de diversos tipos de informação, além de responderem à recordatórios alimentares de 24h, receberem exame médico e odontológico e fornecerem amostras biológicas para exames laboratoriais. Os dados coletados a partir dos recordatórios foram classificados conforme a classificação NOVA, que divide os alimentos em quatro grupos: i) alimentos não processados ou minimamente processados; ii) ingredientes culinários processados; iii) alimentos processados; iv) alimentos ultraprocessados. Esta tese está dividida em dois artigos, sendo que o primeiro deles tem como objetivo avaliar a associação entre consumo de alimentos ultraprocessados e cárie dentária. O primeiro tem como foco a relação entre o processamento alimentar e a cárie dentária, avaliada através do índice Cariados Perdidos Obturados, por dente (CPOD) e da prevalência de lesões de cárie não tratadas. Foi utilizada regressão de Poisson para estimar razões de taxas entre os quartis de proporção da contribuição de cada categoria da classificação NOVA e o CPOD, ao passo que foi utilizada regressão logística para realizar análise similar com o desfecho de prevalência de cárie dentária. Foram analisados dados de 5720 participantes, dos quais 123 eram edêntulos. Consumo mais alto de alimentos processados (quarto quartil) esteve associado à um menor CPOD (0,89; IC95% 0,81–0,96), enquanto que consumo maior de alimentos ultraprocessados (quarto quartil) esteve associado a um maior CPOD (1,10; IC95% 1,04–1,16). Nos modelos ajustados, não houve associação entre nenhum dos grupos de alimentos e o desfecho de prevalência de cárie não tratada. Maior consumo proporcional de grupos alimentares classificados pela associação NOVA tem uma associação fraca com cárie dentária. O segundo artigo teve como foco a relação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a doença periodontal, caracterizada conforme critérios do Centers for Disease Control. A análise foi realizada através de regressões logísticas, sendo que a definição dos conjuntos de variáveis de ajuste para estimação de associações totais e diretas foi definido através do uso de um gráfico acíclico direcionado. Foram estimados então Odds Ratios para associação total e direta com os desfechos de periodontite moderada e periodontite severa. Adicionalmente, foi feita análise do desfecho tricotômico, utilizando-se regressão logística ordinal. No total, foram analisados dados de 4809 participantes, sendo que 27,8% deles apresentou periodontite moderada e 6,5% apresentou periodontite severa. Não houve associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e doença periodontal, seja direta ou indiretamente. Conclui-se com este trabalho que a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e cárie dentária e fraca e inconsistente e a associação com doença periodontal inexiste. A dieta da população americana é composta majoritariamente por alimentos ultraprocessados, assim, é importante que estas análises sejam reproduzidas em populações menos expostas a estes alimentos.The aim of the present study is to assess the association between the intake of ultra-processed foods and measures of oral health in the adult population of the United States of America (USA). Additionally, specific objectives of this study comprise investigating whether there is an association between dental caries, be it untreated or a history of it, and an assessment of the association between periodontal disease and ultra-processed food intake. To attain these objectives, I utilized data from the National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), a continuous study of health and nutrition of the USA non-institutionalized civilian population. NHANES participants are interviewed, where they respond to questionnaires focused on collecting data on a wide range of subjects, as well as performing a 24-hour food recall interview, receiving medical and oral examination and get biological samples collected for further laboratory analyses. Data from the 24-hour recalls was categorized according to the NOVA classification, which divides foods into four groups: i) non-processed or minimally processed foods; ii) processed culinary ingredients; iii) processed foods; iv) ultra-processed foods. This thesis is presented as two separate manuscripts. The first is focused on the relationship between food processing and dental caries, defined by both Decayed Missing Filled, per tooth (DMFT) index and by the prevalence of untreated lesions. We used Poisson regression to estimate rate ratios between quartiles of proportional contribution to energy intake of each NOVA group and DMFT, while we used logistic regression to perform similar analyses with the intake of prevalence of dental caries. In total, 5720 participants were included in this analysis, of which 123 were edentulous. Higher intake of ultra-processed foods (fourth quartile) was associated with lower DMFT (0.89: 95% CI 0.81–0.96), while higher intake of ultra-processed foods was associated with higher DMFT (1.10 95% CI 1.04–1.16). In adjusted models, there was no association between any of the NOVA groups and prevalence of untreated caries. Higher proportional intake of food groups classified according to NOVA has a weak association with dental caries. The second article focused on the association between the intake of ultra-processed foods and periodontal disease. The Centers for Disease Control periodontal disease case definition was used in this study. Total and direct association odds ratios were estimated using logistic regression for the outcome of moderate/severe and severe periodontitis. Additionally, analyses were repeated for a trichotomic outcome with ordinal logistic regression. Adjustment sets were defined using a Directed Acyclic Graph. In total, 4809 participants were included, with 27.8% prevalence of moderate periodontitis and 6.5% prevalence of severe periodontitis. There was no association between intake of ultra-processed foods and periodontal disease, be it directly or by mediation. Association between intake of ultra-processed foods and dental caries is weak and inconsistent, while the association between intake of ultra-processed foods and periodontal disease is inexistent. The diet of the US population is rich in ultra-processed foods. As such, it is important to reproduce these analyses in populations which are less exposed to these foods.application/pdfporCárie dentáriaDoenças periodontaisIngestão de alimentosInquéritos nutricionaisDental cariesPeriodontal diseaseNutritionNutritional surveysAssociações entre o consumo de alimentos ultraprocessados, cárie dentária e doença periodontalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em EpidemiologiaPorto Alegre, BR-RS2020doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001116911.pdf.txt001116911.pdf.txtExtracted Texttext/plain108595http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/213405/2/001116911.pdf.txt376d106b22d3a8defa7afa21d2f9ee6bMD52ORIGINAL001116911.pdfTexto parcialapplication/pdf400199http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/213405/1/001116911.pdfe5f2f0b892a6cd2147744f36cf19561bMD5110183/2134052024-08-24 06:42:14.37708oai:www.lume.ufrgs.br:10183/213405Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-08-24T09:42:14Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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O objetivo geral do presente estudo é avaliar a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e medidas de saúde bucal na população adulta dos Estados Unidos da América. Pretende-se também, mais especificamente, investigar a existência de associação entre cárie não tratada ou experiência de cárie e alimentos ultraprocessados, e investigar se há associação entre o consumo de ultraprocessados e doença periodontal. Para atingir estes objetivos, foram utilizados dados provenientes da National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), um estudo contínuo representativo da população civil não institucionalizada dos Estados Unidos da América. Participantes do NHANES são submetidos a entrevistas, onde respondem à questionários voltados à coleta de diversos tipos de informação, além de responderem à recordatórios alimentares de 24h, receberem exame médico e odontológico e fornecerem amostras biológicas para exames laboratoriais. Os dados coletados a partir dos recordatórios foram classificados conforme a classificação NOVA, que divide os alimentos em quatro grupos: i) alimentos não processados ou minimamente processados; ii) ingredientes culinários processados; iii) alimentos processados; iv) alimentos ultraprocessados. Esta tese está dividida em dois artigos, sendo que o primeiro deles tem como objetivo avaliar a associação entre consumo de alimentos ultraprocessados e cárie dentária. O primeiro tem como foco a relação entre o processamento alimentar e a cárie dentária, avaliada através do índice Cariados Perdidos Obturados, por dente (CPOD) e da prevalência de lesões de cárie não tratadas. Foi utilizada regressão de Poisson para estimar razões de taxas entre os quartis de proporção da contribuição de cada categoria da classificação NOVA e o CPOD, ao passo que foi utilizada regressão logística para realizar análise similar com o desfecho de prevalência de cárie dentária. Foram analisados dados de 5720 participantes, dos quais 123 eram edêntulos. Consumo mais alto de alimentos processados (quarto quartil) esteve associado à um menor CPOD (0,89; IC95% 0,81–0,96), enquanto que consumo maior de alimentos ultraprocessados (quarto quartil) esteve associado a um maior CPOD (1,10; IC95% 1,04–1,16). Nos modelos ajustados, não houve associação entre nenhum dos grupos de alimentos e o desfecho de prevalência de cárie não tratada. Maior consumo proporcional de grupos alimentares classificados pela associação NOVA tem uma associação fraca com cárie dentária. O segundo artigo teve como foco a relação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a doença periodontal, caracterizada conforme critérios do Centers for Disease Control. A análise foi realizada através de regressões logísticas, sendo que a definição dos conjuntos de variáveis de ajuste para estimação de associações totais e diretas foi definido através do uso de um gráfico acíclico direcionado. Foram estimados então Odds Ratios para associação total e direta com os desfechos de periodontite moderada e periodontite severa. Adicionalmente, foi feita análise do desfecho tricotômico, utilizando-se regressão logística ordinal. No total, foram analisados dados de 4809 participantes, sendo que 27,8% deles apresentou periodontite moderada e 6,5% apresentou periodontite severa. Não houve associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e doença periodontal, seja direta ou indiretamente. Conclui-se com este trabalho que a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e cárie dentária e fraca e inconsistente e a associação com doença periodontal inexiste. A dieta da população americana é composta majoritariamente por alimentos ultraprocessados, assim, é importante que estas análises sejam reproduzidas em populações menos expostas a estes alimentos. |
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