Estomatite aftosa recorrente : papel do Helicobacter pylori e de outros fatores de risco e de proteção

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mazzoleni, Daniel Schebela
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/202706
Resumo: Introdução e Objetivos: Estomatite aftosa recorrente (EAR), também conhecida como afta, é uma doença de alta prevalência que causa dor oral significativa, comprometimento mastigatório e perda da qualidade de vida. A prevalência global é de aproximadamente 20% em adultos e 40% em crianças, mas, dependendo de fatores étnicos e socioeconômicos, pode atingir até 50% de certas populações. Sua patogênese permanece obscura. Infecção pelo Helicobacter pylori (H. pylori), ansiedade, tabagismo e outros fatores são suspeitos de estarem associados as EAR. O objetivo deste estudo foi comparar a prevalência de EAR em pacientes dispépticos funcionais H. pylori positivos e negativos e também avaliar outros potenciais fatores de risco ou de proteção para EAR. População e métodos: Foram recrutados pacientes de ambos os sexos, maiores de 18 anos de idade, com diagnóstico de dispepsia funcional segundo os critérios do Consenso ROMA III. Foram avaliados dados demográficos, clínicos e antropométricos, e os pacientes também responderam questionário de ansiedade, depressão, e específico de EAR. Realizaram endoscopias com biópsias gástricas para avaliação histológica e pesquisa do H. pylori. Resultados: Foram incluídos 476 participantes (idade média 44,8 anos; 77,3% mulheres). EAR foi relatada por 32,6% (155/476) dos pacientes e dos 372 com avaliação do H. pylori, 65,6% (244/372) eram H. pylori positivos. Na análise univariada, pacientes com infecção gástrica pelo H. pylori tiveram menor prevalência de EAR (29.9%; 73/244), do que pacientes H. pylori negativos (41.4%; 53/128) (P=0.026). Tabagismo (P=0.022) também foi associado com menor prevalência de EAR. Entretanto, sexo feminino (P=0.004), menor idade média (P=0.010), menor renda (P=0.044), ansiedade (P=0.044) e maior intensidade dos sintomas dispépticos (P=0.026), apresentaram maiores prevalências de EAR. Na análise multivariada, analisando apenas os 6 pacientes com dados do H. pylori (n=372), infecção pelo H. pylori (P=0,017) e tabagismo (P=0,001) foram fatores de proteção para EAR, enquanto menor idade média (P=0,013), menor renda (P=0,030) e ansiedade (P=0.042) foram fatores de risco. Na análise multivariada de todos os pacientes (476) sexo feminino e maior escolaridade também foram fatores de risco e ansiedade mostrou tendência para maior risco de EAR (P=0.061). Conclusões: Esse estudo encontrou uma inesperada menor prevalência de EAR em pacientes H. pylori positivos. Tabagismo também foi um fator protetor enquanto sexo feminino, menor idade, menor renda, maior escolaridade e ansiedade, foram fatores de risco para EAR.
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População e métodos: Foram recrutados pacientes de ambos os sexos, maiores de 18 anos de idade, com diagnóstico de dispepsia funcional segundo os critérios do Consenso ROMA III. Foram avaliados dados demográficos, clínicos e antropométricos, e os pacientes também responderam questionário de ansiedade, depressão, e específico de EAR. Realizaram endoscopias com biópsias gástricas para avaliação histológica e pesquisa do H. pylori. Resultados: Foram incluídos 476 participantes (idade média 44,8 anos; 77,3% mulheres). EAR foi relatada por 32,6% (155/476) dos pacientes e dos 372 com avaliação do H. pylori, 65,6% (244/372) eram H. pylori positivos. Na análise univariada, pacientes com infecção gástrica pelo H. pylori tiveram menor prevalência de EAR (29.9%; 73/244), do que pacientes H. pylori negativos (41.4%; 53/128) (P=0.026). Tabagismo (P=0.022) também foi associado com menor prevalência de EAR. Entretanto, sexo feminino (P=0.004), menor idade média (P=0.010), menor renda (P=0.044), ansiedade (P=0.044) e maior intensidade dos sintomas dispépticos (P=0.026), apresentaram maiores prevalências de EAR. Na análise multivariada, analisando apenas os 6 pacientes com dados do H. pylori (n=372), infecção pelo H. pylori (P=0,017) e tabagismo (P=0,001) foram fatores de proteção para EAR, enquanto menor idade média (P=0,013), menor renda (P=0,030) e ansiedade (P=0.042) foram fatores de risco. Na análise multivariada de todos os pacientes (476) sexo feminino e maior escolaridade também foram fatores de risco e ansiedade mostrou tendência para maior risco de EAR (P=0.061). Conclusões: Esse estudo encontrou uma inesperada menor prevalência de EAR em pacientes H. pylori positivos. Tabagismo também foi um fator protetor enquanto sexo feminino, menor idade, menor renda, maior escolaridade e ansiedade, foram fatores de risco para EAR.Introduction and Objectives: Recurrent aphthous stomatitis (RAS) has a high prevalence and obscure etiopathogenesis. The objective of this study was to evaluate the role of Helicobacter pylori and other risk or protective factors in RAS. Population and methods: Patients of both sexes, over 18 years of age, with functional dyspepsia diagnosed according to the ROMA III Consensus criteria were recruited. The patients answered questionnaires about demographic and clinical data, anxiety, depression, and specific RAS questionnaire. They were also submitted to upper digestive endoscopy with gastric biopsies for histological and H. pylori evaluation. Results: 476 patients (mean age 44.8 years; 77.3% women) were included. RAS was reported by 32.6% (155/476) and of the 372 with evaluation of H. pylori 65.6% (244/372) were H. pylori positive. In the univariate analysis, patients with gastric H. pylori infection had a lower prevalence 7 of RAS (29.9%; 73/244) than H. pylori negative patients (41.4%; 53/128) (P=0.026). Smoking (P=0.022) was also associated with a lower prevalence of RAS. However, female (P=0.004), lower mean age (P=0.010), lower income (P=0.044), anxiety (P=0.044) and greater intensity of dyspeptic symptoms (P=0.026) presented higher prevalence of RAS. In the multivariate analysis, analyzing only patients with H. pylori data (n=372), H. pylori infection (P=0.017) and smoking (P=0.001) were protective factors, while lower mean age (P=0.013), lower income (P=0.030) and anxiety (P=0.042) were risk factors for RAS. In the multivariate analysis of all patients (476), females and higher schooling were also risk factors and anxiety showed a tendency towards a higher risk of RAS (P=0.061). Conclusions: We found an unexpected lower prevalence of RAS in H. pylori positive patients. Smoking was also a protective factor while female gender, younger age, lower income, higher schooling and anxiety, were risk factors for RAS.application/pdfporEstomatite aftosaDispepsiaPrevalênciaFatores de riscoHelicobacter pyloriRecurrent aphthous stomatitisFunctional dyspepsiaHelicobacter pyloriEstomatite aftosa recorrente : papel do Helicobacter pylori e de outros fatores de risco e de proteçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências em Gastroenterologia e HepatologiaPorto Alegre, BR-RS2019mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001107972.pdf.txt001107972.pdf.txtExtracted Texttext/plain99015http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/202706/2/001107972.pdf.txtf11035b6ef5977170fc94e29281c4151MD52ORIGINAL001107972.pdfTexto completoapplication/pdf1050640http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/202706/1/001107972.pdf4b9bbfdb3540e9fa4ade97258aa86640MD5110183/2027062023-02-15 04:23:40.507084oai:www.lume.ufrgs.br:10183/202706Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-02-15T06:23:40Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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