Explorando a natureza lábil da memória : modulação dos processos de extinção e reconsolidação para atenuar persistentemente respostas de medo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Haubrich, Josué
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/171033
Resumo: Eventos aversivos levam à formação de memórias de medo que em alguns casos podem levar a consequências patológicas, como no transtorno do estresse pós-traumático. A extinção é um procedimento que envolve a formação de uma nova memória que inibe o traço de aversivo precedente, diminuindo as respostas de medo. Porém, sua capacidade de suprimir o medo é limitada visto que a memória de extinção tende a decair, levando à recuperação das respostas aversivas. Já a reconsolidação é o processo pelo qual uma memória previamente armazenada se torna lábil ao ser evocada, permitindo a sua modificação. Dentre as modificações já relatadas decorrentes da reconsolidação está a do fortalecimento do traço da memória. Aqui, tivemos como hipótese a possibilidade de induzir a reconsolidação do traço de extinção de forma a promover o seu fortalecimento. No modelo experimental de condicionamento aversivo ao contexo em ratos, verificamos que a extinção é inicialmente efetiva em inibir a memória aversiva, mas as respostas de medo ressurgem integralmente em testes de recuperação espontânea e reaquisição rápida. Porém, observamos que breves reexposições ao contexto condicionado são capazes de induzir a reconsolidação da memória de extinção, e que tal procedimento fortalece o traço de extinção a ponto de prevenir o seu decaimento. Com isso, a recuperação espontânea do medo, uma caracerística clássica nos procedimentos de extinção, é prevenida persistentemente. Além disso, vimos que a reconsolidação da memória de extinção permite a sua modulação farmacológica com agentes promnésticos. Este procedimento resulta também no fortalecimento do traço de extinção, tornando-o resistente à reaquisição rápida do medo. Portanto, aqui demonstramos uma relação dinâmica entre os processos de extinção e reconsolidação até então desconhecida, tendo esta uma profunda relevância para o entendimento de ambos os processos e para a prática clínica.
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No modelo experimental de condicionamento aversivo ao contexo em ratos, verificamos que a extinção é inicialmente efetiva em inibir a memória aversiva, mas as respostas de medo ressurgem integralmente em testes de recuperação espontânea e reaquisição rápida. Porém, observamos que breves reexposições ao contexto condicionado são capazes de induzir a reconsolidação da memória de extinção, e que tal procedimento fortalece o traço de extinção a ponto de prevenir o seu decaimento. Com isso, a recuperação espontânea do medo, uma caracerística clássica nos procedimentos de extinção, é prevenida persistentemente. Além disso, vimos que a reconsolidação da memória de extinção permite a sua modulação farmacológica com agentes promnésticos. Este procedimento resulta também no fortalecimento do traço de extinção, tornando-o resistente à reaquisição rápida do medo. Portanto, aqui demonstramos uma relação dinâmica entre os processos de extinção e reconsolidação até então desconhecida, tendo esta uma profunda relevância para o entendimento de ambos os processos e para a prática clínica.Aversive experiences can lead to maladaptive memories, as in Post-Traumatic Stress Disorder. A major component of exposure therapy in the treatment of anxiety and fear-related disorders, extinction is a process involving new learning that inhibits the expression of a previously acquired memory. Although effective in transiently suppressing fear responses, extinction does not erase the original fear association, allowing for its resurgence. Its poor persistence contrasts with the endurance of aversive memories, and the extinction trace tends to fade. On the other hand, several studies in the reconsolidation field have shown that memory can be strengthened by a simple reactivation session or by post-reactivation administration of memory enhancing compounds. Using the contextual fear conditioning paradigm, we here ask whether an extinct memory is amenable to undergo reconsolidation to be strengthened. First, we replicated classical findings showing that extinction trace decays over time (spontaneous recovery). Employing post-reactivation inhibition of protein synthesis, we found that an extinct trace undergoes a reconsolidation process after a brief reactivation session. Reactivation of the extinction trace prevented the time-dependent decay that results in fear spontaneous recovery, an effect that relied on the recruitment of memory reconsolidation mechanisms. Finally, extinction trace reconsolidation was susceptible to pharmacological enhancement, resulting in a robust resistance to rapid reacquisition. These results show that reconsolidation of extinct traces enables the enhancement of its strength and, thus, its persistence. This finding brings new insights into the interactions between extinction and reconsolidation, and may represent a promising novel approach to the realm of treatments of fear-related disorders.application/pdfporMemória : FisiologiaConsolidação da memóriaMedoExplorando a natureza lábil da memória : modulação dos processos de extinção e reconsolidação para atenuar persistentemente respostas de medoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Ciências Básicas da SaúdePrograma de Pós-Graduação em NeurociênciasPorto Alegre, BR-RS2017doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001053548.pdf001053548.pdfTexto completoapplication/pdf3149878http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/171033/1/001053548.pdfd73a7b1b0f8611568256e0c2bc682500MD51TEXT001053548.pdf.txt001053548.pdf.txtExtracted Texttext/plain225219http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/171033/2/001053548.pdf.txta0f2d55b0fbb0a60be689933d18b4915MD5210183/1710332017-12-10 02:22:32.590366oai:www.lume.ufrgs.br:10183/171033Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532017-12-10T04:22:32Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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