Demorar no desastre
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/230033 |
Resumo: | Esta tese investiga as aproximações entre desastre e literatura no campo do arquivo e do testemu nho. A que interessa pensar em uma literatura que esteja implicada na escrita, na escuta e na leitura de um desastre? Como questão endereçada ao campo do arquivo e do testemunho, desdobraremos esse problema a partir de uma interrogação quanto à função da literatura diante da escrita da história de um desastre, nos apropriando de uma questão com a qual Giorgio Agamben pensa a produção do filósofo Maurice Blanchot: “como a literatura é possível depois do desastre?” Buscamos reconhecer nesse questionamento os rastros de outros pensadores que travam um diálogo sobre memória e de sastre como problemas do tempo e da língua (assim como da imagem), tais como Jaques Derrida, Walter Benjamin, e Didi-Huberman. Na pista da literatura, esses pensadores nos convidam à aten ção sobre as relações entre tempo, memória e imagem no que concerne uma escrita da história de um desastre. Seguindo o questionamento sobre as relações entre literatura, memória e desastre, a pesquisa tem como veio transversal a exploração da proposta de Derrida, lendo Blanchot, de demo rar do testemunho. Nas ramificações desses pensadores, desenhamos um arco filosófico que susten ta a tecitura de um vazio possível diante do desastre, aqui entendido como um gesto literário de de morar na noite da história. A tese se dedica a tecer o argumento que sustenta o demorar no desastre como um gesto de memória. Como conclusão, detém-se às possibilidades daquilo que viemos cha mar de um demorar em um arquivo e em um testemunho operando com os conceitos articulados na pesquisa uma leitura do que chamamos de um diário do desastre – um objeto que obsedou a pesqui sa teórica. Trata-se do diário de Mauricio Grabois, que o escreveu em sua experiência de guerra de guerrilha na travessia escrita do episódio lembrado como extermínio do Araguaia, entre 1973 e 1974. |
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Papini, Pedro AugustoMoschen, Simone Zanon2021-09-22T04:23:52Z2021http://hdl.handle.net/10183/230033001131505Esta tese investiga as aproximações entre desastre e literatura no campo do arquivo e do testemu nho. A que interessa pensar em uma literatura que esteja implicada na escrita, na escuta e na leitura de um desastre? Como questão endereçada ao campo do arquivo e do testemunho, desdobraremos esse problema a partir de uma interrogação quanto à função da literatura diante da escrita da história de um desastre, nos apropriando de uma questão com a qual Giorgio Agamben pensa a produção do filósofo Maurice Blanchot: “como a literatura é possível depois do desastre?” Buscamos reconhecer nesse questionamento os rastros de outros pensadores que travam um diálogo sobre memória e de sastre como problemas do tempo e da língua (assim como da imagem), tais como Jaques Derrida, Walter Benjamin, e Didi-Huberman. Na pista da literatura, esses pensadores nos convidam à aten ção sobre as relações entre tempo, memória e imagem no que concerne uma escrita da história de um desastre. Seguindo o questionamento sobre as relações entre literatura, memória e desastre, a pesquisa tem como veio transversal a exploração da proposta de Derrida, lendo Blanchot, de demo rar do testemunho. Nas ramificações desses pensadores, desenhamos um arco filosófico que susten ta a tecitura de um vazio possível diante do desastre, aqui entendido como um gesto literário de de morar na noite da história. A tese se dedica a tecer o argumento que sustenta o demorar no desastre como um gesto de memória. Como conclusão, detém-se às possibilidades daquilo que viemos cha mar de um demorar em um arquivo e em um testemunho operando com os conceitos articulados na pesquisa uma leitura do que chamamos de um diário do desastre – um objeto que obsedou a pesqui sa teórica. Trata-se do diário de Mauricio Grabois, que o escreveu em sua experiência de guerra de guerrilha na travessia escrita do episódio lembrado como extermínio do Araguaia, entre 1973 e 1974.This dissertation investigates the approximations between disaster and literature in the field of ar chive and testimony. Why is it relevant to think of a literature that is implicated in the writing, the hearing, and the reading of a disaster? As a question addressed to the archive and testimony field, we will unfold this issue from an interrogation about the function of literature in front of the writing of history of a disaster. This is done by making use of a question through which Giorgio Agamben thinks the production of the philosopher Maurice Blanchot: “how is literature possible after the disaster?” We aim at acknowledging in this questioning the traces of other thinkers who establish a dialogue on memory and disaster as problems of time and language (as well as of image), like Jaques Derrida, Walter Benjamin, and Didi-Huberman. In the trail of literature, these thinkers invite us to pay attention to the relationships between time, memory, and image concerning a writing of the history of a disaster. Following the questioning on the relationships between literature, memory, and disaster, the research is traversed by the exploration of Derrida’s proposal, reading Blanchot, of lingering on the testimony. In the ramifications of these thinkers, we draw a philosophical arch that supports the weaving of an emptiness, possible in face of the disaster, here understood as a literary gesture of lingering in the night of history. The dissertation dedicates itself to weaveing the lingering on the disaster as a gesture of memory. As a conclusion, it dwells on the possibilities of what we have called a lingering in an archive and in a testimony, operating with concepts articulated in the research, a reading of what we call a journal of the disaster – an object that has haunted the theoretical research. It is about the journal of Mauricio Grabois, who wrote it during his experience of guerilla warfare in the crossing described in the episode remembered as the Araguaia massacre, which occured between 1973 and 1974.application/pdfporMemóriaEscritaDesastresLiteraturaTestemunhoMemoryWritingDisasterLiteratureImageDemorar no desastreinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de PsicologiaPrograma de Pós-Graduação em Psicologia Social e InstitucionalPorto Alegre, BR-RS2021doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001131505.pdf.txt001131505.pdf.txtExtracted Texttext/plain347251http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/230033/2/001131505.pdf.txt2c35ff251814cc9f4e03dc3d10c0a259MD52ORIGINAL001131505.pdfTexto completoapplication/pdf806965http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/230033/1/001131505.pdf5732e6f1edd02a0ea96afa718a98c015MD5110183/2300332021-10-04 04:24:10.757088oai:www.lume.ufrgs.br:10183/230033Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-10-04T07:24:10Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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