Revitalização do Cais do Porto de Porto Alegre : lógicas em disputa na elaboração de grandes projetos urbanos

• Autor(a) principal: Lagoas, Laura Oliveira
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/272090
• topic: Revitalização urbana; Lógica; Patrimônio histórico; Patrimônio cultural; Estudos organizacionais; Teoria institucional; Cais Mauá (Porto Alegre, RS)

O Cais do Porto, ou Cais Mauá, mais do que uma seção do porto fluvial de Porto Alegre, representa o berço histórico, natural e econômico da capital gaúcha, que se desenvolveu às margens do Lago Guaíba. A área, protegida como patrimônio histórico-cultural nacional e municipal, encontra-se atualmente em processo de revitalização. O objetivo deste trabalho é verificar quais são as lógicas institucionais por trás das propostas de restauração do Cais e quais são as implicações da escolha entre um projeto ou outro para os porto-alegrenses. Os estudos sobre lógica institucional se concentram na identificação das lógicas subjacentes constituídas por normas, valores e regras que orientam os indivíduos e suas ações, como na elaboração e gestão de Grandes Projetos Urbanos (GPUs). Os GPUs representam intervenções estruturais que vão além da renovação da paisagem física das cidades, frequentemente refletindo as lógicas institucionais da administração vigente e seus objetivos. De acordo com a abordagem, definiuse a pesquisa como qualitativa, aplicada e exploratória. Referente aos procedimentos, optou-se pela elaboração de um estudo de caso, realizado a partir de entrevistas com representantes e análise documental das propostas. Os principais resultados apontaram a presença de duas lógicas institucionais operando em conflito neste contexto, uma mercantilista e outra da cidadania. A predominância da lógica mercantilista indicou uma priorização dos interesses privados sobre os públicos, o que já ocasiona uma série de impactos potencialmente negativos para os moradores da cidade, ainda que o projeto não tenha sido implementado.