Do espírito na saúde : oferta e uso de terapias alternativas/complementares nos serviços de saúde pública no Brasil
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/134201 |
Resumo: | A oferta mais recente de terapias alternativas no âmbito da saúde pública brasileira está relacionada com o lançamento da Portaria Interministerial 971 que, em 2006, instituiu a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). Tal Política tem por finalidade assegurar e promover o acesso, no Sistema Único de Saúde (SUS), à medicina tradicional chinesa, à homeopatia, à fitoterapia, ao termalismo e à medicina antroposófica. A publicação da PNPIC ensejou estados e municípios a produzirem suas próprias políticas e diretrizes relativas à oferta e ao uso das Práticas Integrativas e Complementares (PICs) no SUS. Nesta pesquisa, cujo objeto pode ser descrito como sendo as próprias Políticas de PICs, ocupo-me dos processos de legitimação e de regulação dessas práticas terapêuticas no SUS, bem como de sua realização no cotidiano de unidades de saúde, ambulatórios e hospitais públicos no Rio Grande do Sul. Inicialmente dedico-me a analisar o processo de invenção das Práticas Integrativas e Complementares (PICs). Inventar as PICs refere-se tanto a produção de registros burocráticos estatais específicos para essas práticas, como também indica o trabalho cotidiano de terapeutas, médicos e gestores empenhados em fazer com que terapias alternativas/complementares possam ser convertidas em PICs. Diante desse tema termino sugerindo que as Políticas de PICs além de legitimarem a oferta de terapias alternativas/complementares no SUS também criam mecanismos de regulação para essas práticas. Num segundo momento, detenho- me nos vínculos que se estabelecem entre PICs, espiritualidade e saúde. Além de atentar para a normatividade dessa associação em documentos de organismos de gestão da saúde, também trato do tema a partir de sua realização na prática clínica. Argumentando pela necessidade de atenção à categoria espiritualidade em si, demonstro como a “espiritualidade” tem sido capaz de mobilizar agentes e instituições implicados na oferta de terapias alternativas/complementares no SUS. Sugiro, por fim, que a oferta de PICs no SUS tem se constituído como uma modalidade oficial de atenção à dimensão espiritual da saúde no Brasil. |
id |
URGS_7bc1da13e97dd06b159f79a471b8bafa |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/134201 |
network_acronym_str |
URGS |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
repository_id_str |
1853 |
spelling |
Toniol, Rodrigo FerreiraSteil, Carlos Alberto2016-03-25T02:05:42Z2015http://hdl.handle.net/10183/134201000985756A oferta mais recente de terapias alternativas no âmbito da saúde pública brasileira está relacionada com o lançamento da Portaria Interministerial 971 que, em 2006, instituiu a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). Tal Política tem por finalidade assegurar e promover o acesso, no Sistema Único de Saúde (SUS), à medicina tradicional chinesa, à homeopatia, à fitoterapia, ao termalismo e à medicina antroposófica. A publicação da PNPIC ensejou estados e municípios a produzirem suas próprias políticas e diretrizes relativas à oferta e ao uso das Práticas Integrativas e Complementares (PICs) no SUS. Nesta pesquisa, cujo objeto pode ser descrito como sendo as próprias Políticas de PICs, ocupo-me dos processos de legitimação e de regulação dessas práticas terapêuticas no SUS, bem como de sua realização no cotidiano de unidades de saúde, ambulatórios e hospitais públicos no Rio Grande do Sul. Inicialmente dedico-me a analisar o processo de invenção das Práticas Integrativas e Complementares (PICs). Inventar as PICs refere-se tanto a produção de registros burocráticos estatais específicos para essas práticas, como também indica o trabalho cotidiano de terapeutas, médicos e gestores empenhados em fazer com que terapias alternativas/complementares possam ser convertidas em PICs. Diante desse tema termino sugerindo que as Políticas de PICs além de legitimarem a oferta de terapias alternativas/complementares no SUS também criam mecanismos de regulação para essas práticas. Num segundo momento, detenho- me nos vínculos que se estabelecem entre PICs, espiritualidade e saúde. Além de atentar para a normatividade dessa associação em documentos de organismos de gestão da saúde, também trato do tema a partir de sua realização na prática clínica. Argumentando pela necessidade de atenção à categoria espiritualidade em si, demonstro como a “espiritualidade” tem sido capaz de mobilizar agentes e instituições implicados na oferta de terapias alternativas/complementares no SUS. Sugiro, por fim, que a oferta de PICs no SUS tem se constituído como uma modalidade oficial de atenção à dimensão espiritual da saúde no Brasil.The recent availability of alternative therapies in Brazil’s public health system is a result of the 971 Interministerial Order which, in 2006, established the National Policy of Integrative and Complementary Practices (PNPIC). Such policy aims at ensuring and promoting access, through the Unified Health System (SUS), to traditional Chinese medicine, homeopathy, phytotherapy, thermalism, and anthroposophical medicine. The announcement of the PNPIC created the opportunity for states and municipalities to elaborate their own policies and guidelines regarding the provision and use of Integrative and Complementary practices (ICPs) in the SUS. In this research, whose focus is on the policies of ICPs, we investigate the processes of legitimation and regulation of such therapeutic practices within SUS, as well as their implementation routines in health care units, clinics and public hospital in Rio Grande do Sul. We begin by analyzing the invention of Integrative and Complementary Practices (ICPs). Invention of ICPs refers here equally to the production of bureaucratic state records that are specific to such policy, and to the daily work of therapists, physicians and managers who strive to turn alternative/complementary therapies into ICPs. With this in mind, we conclude that the ICPs policies, in addition to legitimizing the availability of alternative/complementary therapies within SUS, likewise create the regulatory tools for carrying out such practices. In the second part, we look into the ties established between ICPs, spirituality and health. Here we explore both the normativity of these links by surveying documents produced by health care managing organizations, and the policy’s practical implementation in clinics. Contending that the category of spirituality deserves attention on its own, we demonstrate that the notion of “spirituality” has been mobilized agents and institutions involved in the provision of alternative/complementary therapies within SUS. We indicate, lastly, that the provision of ICPs within SUS has become an official means of drawing attention to the spiritual dimension of health.application/pdfporSaúde públicaTerapias alternativasTerapias complementaresEspiritualidadeSistema Único de SaúdeBrasilSpiritualityAlternative/complementary therapiesUnified health systemIntegrative and complementary practicesHealthDo espírito na saúde : oferta e uso de terapias alternativas/complementares nos serviços de saúde pública no Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Antropologia SocialPorto Alegre, BR-RS2015doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000985756.pdf000985756.pdfTexto completoapplication/pdf4065623http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/134201/1/000985756.pdfae8d1e701af64a7532cb98bee4901b64MD51TEXT000985756.pdf.txt000985756.pdf.txtExtracted Texttext/plain627073http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/134201/2/000985756.pdf.txtb03521716bc1fb89b87f027591dad343MD52THUMBNAIL000985756.pdf.jpg000985756.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1510http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/134201/3/000985756.pdf.jpge0209477aecb8ca54079834ec7f6458bMD5310183/1342012018-10-29 08:10:11.486oai:www.lume.ufrgs.br:10183/134201Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-29T11:10:11Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Do espírito na saúde : oferta e uso de terapias alternativas/complementares nos serviços de saúde pública no Brasil |
title |
Do espírito na saúde : oferta e uso de terapias alternativas/complementares nos serviços de saúde pública no Brasil |
spellingShingle |
Do espírito na saúde : oferta e uso de terapias alternativas/complementares nos serviços de saúde pública no Brasil Toniol, Rodrigo Ferreira Saúde pública Terapias alternativas Terapias complementares Espiritualidade Sistema Único de Saúde Brasil Spirituality Alternative/complementary therapies Unified health system Integrative and complementary practices Health |
title_short |
Do espírito na saúde : oferta e uso de terapias alternativas/complementares nos serviços de saúde pública no Brasil |
title_full |
Do espírito na saúde : oferta e uso de terapias alternativas/complementares nos serviços de saúde pública no Brasil |
title_fullStr |
Do espírito na saúde : oferta e uso de terapias alternativas/complementares nos serviços de saúde pública no Brasil |
title_full_unstemmed |
Do espírito na saúde : oferta e uso de terapias alternativas/complementares nos serviços de saúde pública no Brasil |
title_sort |
Do espírito na saúde : oferta e uso de terapias alternativas/complementares nos serviços de saúde pública no Brasil |
author |
Toniol, Rodrigo Ferreira |
author_facet |
Toniol, Rodrigo Ferreira |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Toniol, Rodrigo Ferreira |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Steil, Carlos Alberto |
contributor_str_mv |
Steil, Carlos Alberto |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Saúde pública Terapias alternativas Terapias complementares Espiritualidade Sistema Único de Saúde Brasil |
topic |
Saúde pública Terapias alternativas Terapias complementares Espiritualidade Sistema Único de Saúde Brasil Spirituality Alternative/complementary therapies Unified health system Integrative and complementary practices Health |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Spirituality Alternative/complementary therapies Unified health system Integrative and complementary practices Health |
description |
A oferta mais recente de terapias alternativas no âmbito da saúde pública brasileira está relacionada com o lançamento da Portaria Interministerial 971 que, em 2006, instituiu a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). Tal Política tem por finalidade assegurar e promover o acesso, no Sistema Único de Saúde (SUS), à medicina tradicional chinesa, à homeopatia, à fitoterapia, ao termalismo e à medicina antroposófica. A publicação da PNPIC ensejou estados e municípios a produzirem suas próprias políticas e diretrizes relativas à oferta e ao uso das Práticas Integrativas e Complementares (PICs) no SUS. Nesta pesquisa, cujo objeto pode ser descrito como sendo as próprias Políticas de PICs, ocupo-me dos processos de legitimação e de regulação dessas práticas terapêuticas no SUS, bem como de sua realização no cotidiano de unidades de saúde, ambulatórios e hospitais públicos no Rio Grande do Sul. Inicialmente dedico-me a analisar o processo de invenção das Práticas Integrativas e Complementares (PICs). Inventar as PICs refere-se tanto a produção de registros burocráticos estatais específicos para essas práticas, como também indica o trabalho cotidiano de terapeutas, médicos e gestores empenhados em fazer com que terapias alternativas/complementares possam ser convertidas em PICs. Diante desse tema termino sugerindo que as Políticas de PICs além de legitimarem a oferta de terapias alternativas/complementares no SUS também criam mecanismos de regulação para essas práticas. Num segundo momento, detenho- me nos vínculos que se estabelecem entre PICs, espiritualidade e saúde. Além de atentar para a normatividade dessa associação em documentos de organismos de gestão da saúde, também trato do tema a partir de sua realização na prática clínica. Argumentando pela necessidade de atenção à categoria espiritualidade em si, demonstro como a “espiritualidade” tem sido capaz de mobilizar agentes e instituições implicados na oferta de terapias alternativas/complementares no SUS. Sugiro, por fim, que a oferta de PICs no SUS tem se constituído como uma modalidade oficial de atenção à dimensão espiritual da saúde no Brasil. |
publishDate |
2015 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2015 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2016-03-25T02:05:42Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/134201 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
000985756 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/134201 |
identifier_str_mv |
000985756 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/134201/1/000985756.pdf http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/134201/2/000985756.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/134201/3/000985756.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
ae8d1e701af64a7532cb98bee4901b64 b03521716bc1fb89b87f027591dad343 e0209477aecb8ca54079834ec7f6458b |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br |
_version_ |
1810085354155278336 |