Predição de interações farmacológicas do extrato seco de Maytenus ilicifolia
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/216234 |
Resumo: | Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek, popularmente conhecida como espinheira-santa, é usada no manejo da dispepsia, como antiácido e protetor da mucosa gástrica. Nosso objetivo geral foi determinar o potencial de interação farmacocinética do extrato de Maytenus ilicifolia e compostos isolados utilizando fatias de fígado e intestino de ratos Wistar, especificamente, com enzimas de biotransformação de fase I (CYP2D6 e CYP3A4), além de estudar o impacto da incubação em ensaios de dano celular, a citar, redução da viabilidade celular e liberação de enzimas intracelulares no meio de incubação. O projeto foi aprovado pela CEUA/UFRGS. Os resultados in vitro foram usados para elaborar uma lista de fármacos com possível interação farmacológica. Foram utilizadas fatias de fígados e intestinos de ratos Wistar de 3 meses de idade. Estes tecidos foram incubados com 6 diferentes concentrações do extrato de Maytenus ilicifolia ou compostos isolados, catequina, epicatequina, kaempferol e quercetina, durante 6 horas. As atividades enzimáticas, lactato desidrogenase, transaminase glutâmico-pirúvica, glutâmico-oxalacética, fosfatase alcalina, CPY3A4 e CYP2D6, foram avaliadas utilizando kits comerciais. A viabilidade celular foi avaliada pela atividade mitocondrial utilizando o sal de tetrazólio MTT. A incubação de fatias de fígado com o extrato de Maytenus ilicifolia (30 e 100 μg/mL), a catequina (341 μM), a epicatequina (684 μM) e a quercetina (300 e 600 μM) parece induzir a enzima CYP2D6, enquanto que a atividade da CYP3A4 não foi alterada nas concentrações testadas. Embora a atividade mitocondrial, um índice de viabilidade celular, não tenha sido afetada, as atividades das enzimas intracelulares nos meios de incubação de fatias hepáticas aumentaram a liberação da lactato desidrogenase (LDH) nos tratamentos com o extrato de M. ilicifolia (100 μg/mL), kaempferol (698 μM) e quercetina (300 e 600 μM) e o conteúdo da transaminase oxalacética (TGO) foi aumentado nas incubações com o extrato M. ilicifolia (50 e 100 μg/mL) e a quercetina (600 μM). Nas condições testadas, as incubações não impactaram significativamente os parâmetros analisados em fatias de intestino. Estes resultados evidenciam o potencial de interação farmacológica do extrato da planta Maytenus ilicifolia e dos compostos isolados com a enzima CYP2D6, responsável pela metabolização de fármacos relevantes na terapêutica, indicando que o uso concomitante desta planta e fármacos metabolizados por esta enzima deva ser evitado. A elevação nos níveis das enzimas TGO e LDH sugere evidências de toxicidade ao tecido hepático, de tal forma que indivíduos com hepatopatia devem evitar o uso de Maytenus ilicifolia. Estes dados demonstram o potencial de interação farmacológica entre o extrato de Maytenus ilicifolia e fármacos metabolizados pelo sistema CYP2D6. |
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Danilevicz, Chris KrebsSiqueira, Ionara Rodrigues2020-12-09T04:12:08Z2020http://hdl.handle.net/10183/216234001120325Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek, popularmente conhecida como espinheira-santa, é usada no manejo da dispepsia, como antiácido e protetor da mucosa gástrica. Nosso objetivo geral foi determinar o potencial de interação farmacocinética do extrato de Maytenus ilicifolia e compostos isolados utilizando fatias de fígado e intestino de ratos Wistar, especificamente, com enzimas de biotransformação de fase I (CYP2D6 e CYP3A4), além de estudar o impacto da incubação em ensaios de dano celular, a citar, redução da viabilidade celular e liberação de enzimas intracelulares no meio de incubação. O projeto foi aprovado pela CEUA/UFRGS. Os resultados in vitro foram usados para elaborar uma lista de fármacos com possível interação farmacológica. Foram utilizadas fatias de fígados e intestinos de ratos Wistar de 3 meses de idade. Estes tecidos foram incubados com 6 diferentes concentrações do extrato de Maytenus ilicifolia ou compostos isolados, catequina, epicatequina, kaempferol e quercetina, durante 6 horas. As atividades enzimáticas, lactato desidrogenase, transaminase glutâmico-pirúvica, glutâmico-oxalacética, fosfatase alcalina, CPY3A4 e CYP2D6, foram avaliadas utilizando kits comerciais. A viabilidade celular foi avaliada pela atividade mitocondrial utilizando o sal de tetrazólio MTT. A incubação de fatias de fígado com o extrato de Maytenus ilicifolia (30 e 100 μg/mL), a catequina (341 μM), a epicatequina (684 μM) e a quercetina (300 e 600 μM) parece induzir a enzima CYP2D6, enquanto que a atividade da CYP3A4 não foi alterada nas concentrações testadas. Embora a atividade mitocondrial, um índice de viabilidade celular, não tenha sido afetada, as atividades das enzimas intracelulares nos meios de incubação de fatias hepáticas aumentaram a liberação da lactato desidrogenase (LDH) nos tratamentos com o extrato de M. ilicifolia (100 μg/mL), kaempferol (698 μM) e quercetina (300 e 600 μM) e o conteúdo da transaminase oxalacética (TGO) foi aumentado nas incubações com o extrato M. ilicifolia (50 e 100 μg/mL) e a quercetina (600 μM). Nas condições testadas, as incubações não impactaram significativamente os parâmetros analisados em fatias de intestino. Estes resultados evidenciam o potencial de interação farmacológica do extrato da planta Maytenus ilicifolia e dos compostos isolados com a enzima CYP2D6, responsável pela metabolização de fármacos relevantes na terapêutica, indicando que o uso concomitante desta planta e fármacos metabolizados por esta enzima deva ser evitado. A elevação nos níveis das enzimas TGO e LDH sugere evidências de toxicidade ao tecido hepático, de tal forma que indivíduos com hepatopatia devem evitar o uso de Maytenus ilicifolia. Estes dados demonstram o potencial de interação farmacológica entre o extrato de Maytenus ilicifolia e fármacos metabolizados pelo sistema CYP2D6.Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek, also known as ―espinheira-santa‖, is administered for dyspepsia acting as an antacid and gastric mucous protector. Our aim was determining the pharmacokinetic interaction potential of Maytenus ilicifolia extract and its isolated compounds individually, using slices of liver and intestine from Wistar rats, specifically to evaluate the phase I biotransformation enzymes (CYP2D6 and CYP3A4). We also studied this extract and their isolated compounds on the cellular injury, such as cell viability (MTT) assay and intracellular enzymes release. Our in vitro results were used to elaborate a list of drugs with possible extension of pharmacological interaction in humans. The project was approved by the UFRGS Animal Experiment Committee. For this study, samples of liver and intestines from 3 months old Wistar rats were used. The tissues were incubated for six hours with different concentrations of Maytenus ilicifolia extract or isolated compounds such as, catequin, epicatequin, kaempferol and quercetin. The enzyme activity of lactate dehydrogenase (LDH), glutamic-pyruvic transaminase (GPT), glutamic-oxalacetic transaminase (GOT), alkaline phosphatase, CPY3A4 and CYP2D6, were analysed using of commercial kits. The cellular viability was evaluated by the mitochondrial activity in the MTT assay. The in vitro incubation of liver slices with Maytenus ilicifolia extract (30 and 100 μg/mL), catequin (341 μg/mL), epicatequin (684 μM) or quercetin (300 and 600 μM) seems to induce CYP2D6, while CYP3A4 activity was not affected. Although the mitochondrial activity was not affected, the in vitro incubation of liver cells modified the release of intracellular enzyme, with M. ilicifolia extract (100 μg/mL), kaempferol (698 μM) and quercetin (300 e 600 μM) raising LDH levels, and, M. ilicifolia extract (50 e 100 μg/mL) and quercetin (600 μM) increasing GOT levels. Neither Maytenus ilicifolia extract nor isolated compounds individually impacted these intestines parameters. These results could bring the pharmacological interaction potential of the Maytenus ilicifolia extract or its isolated compounds with CYP2D6, indicating that these associations should be avoided. The release of intracellular enzymes GOT and LDH, suggests cellular injury on liver tissues, and consequently patients with hepatopathy should avoid Maytenus ilicifolia administration. These data show the pharmacological interaction potential between the Maytenus ilicifolia and CYP2D6 substrates.application/pdfporPlantas medicinaisMaytenus : FarmacocinéticaEspinheira santaExtratos vegetaisInterações medicamentosasCitocromo P-450 CYP2D6Mucosa gástricaHerbal medicineDrug interactionCell injuryPredição de interações farmacológicas do extrato seco de Maytenus ilicifoliainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Ciências Básicas da SaúdePrograma de Pós-Graduação em Ciências Biológicas: Farmacologia e TerapêuticaPorto Alegre, BR-RS2020mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001120325.pdf.txt001120325.pdf.txtExtracted Texttext/plain108990http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/216234/2/001120325.pdf.txtb341ace4f9feadbea3929644a506b77cMD52ORIGINAL001120325.pdfTexto completoapplication/pdf1901084http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/216234/1/001120325.pdf3accae450ee90b7966aeddafbdf9b616MD5110183/2162342023-03-10 03:35:20.462oai:www.lume.ufrgs.br:10183/216234Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-03-10T06:35:20Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek, popularmente conhecida como espinheira-santa, é usada no manejo da dispepsia, como antiácido e protetor da mucosa gástrica. Nosso objetivo geral foi determinar o potencial de interação farmacocinética do extrato de Maytenus ilicifolia e compostos isolados utilizando fatias de fígado e intestino de ratos Wistar, especificamente, com enzimas de biotransformação de fase I (CYP2D6 e CYP3A4), além de estudar o impacto da incubação em ensaios de dano celular, a citar, redução da viabilidade celular e liberação de enzimas intracelulares no meio de incubação. O projeto foi aprovado pela CEUA/UFRGS. Os resultados in vitro foram usados para elaborar uma lista de fármacos com possível interação farmacológica. Foram utilizadas fatias de fígados e intestinos de ratos Wistar de 3 meses de idade. Estes tecidos foram incubados com 6 diferentes concentrações do extrato de Maytenus ilicifolia ou compostos isolados, catequina, epicatequina, kaempferol e quercetina, durante 6 horas. As atividades enzimáticas, lactato desidrogenase, transaminase glutâmico-pirúvica, glutâmico-oxalacética, fosfatase alcalina, CPY3A4 e CYP2D6, foram avaliadas utilizando kits comerciais. A viabilidade celular foi avaliada pela atividade mitocondrial utilizando o sal de tetrazólio MTT. A incubação de fatias de fígado com o extrato de Maytenus ilicifolia (30 e 100 μg/mL), a catequina (341 μM), a epicatequina (684 μM) e a quercetina (300 e 600 μM) parece induzir a enzima CYP2D6, enquanto que a atividade da CYP3A4 não foi alterada nas concentrações testadas. Embora a atividade mitocondrial, um índice de viabilidade celular, não tenha sido afetada, as atividades das enzimas intracelulares nos meios de incubação de fatias hepáticas aumentaram a liberação da lactato desidrogenase (LDH) nos tratamentos com o extrato de M. ilicifolia (100 μg/mL), kaempferol (698 μM) e quercetina (300 e 600 μM) e o conteúdo da transaminase oxalacética (TGO) foi aumentado nas incubações com o extrato M. ilicifolia (50 e 100 μg/mL) e a quercetina (600 μM). Nas condições testadas, as incubações não impactaram significativamente os parâmetros analisados em fatias de intestino. Estes resultados evidenciam o potencial de interação farmacológica do extrato da planta Maytenus ilicifolia e dos compostos isolados com a enzima CYP2D6, responsável pela metabolização de fármacos relevantes na terapêutica, indicando que o uso concomitante desta planta e fármacos metabolizados por esta enzima deva ser evitado. A elevação nos níveis das enzimas TGO e LDH sugere evidências de toxicidade ao tecido hepático, de tal forma que indivíduos com hepatopatia devem evitar o uso de Maytenus ilicifolia. Estes dados demonstram o potencial de interação farmacológica entre o extrato de Maytenus ilicifolia e fármacos metabolizados pelo sistema CYP2D6. |
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