Efeitos não antihiperglicêmicos da metformina em indivíduos não diabéticos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Severo, Mateus Dornelles
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/158704
Resumo: A metformina é um medicamento classicamente usado como primeira linha no tratamento do diabetes mellitus tipo 2. Além de seus efeitos antihiperglicêmicos, existem evidências sugerindo que a metformina possa ter impacto positivo na redução do peso e da pressão arterial, na melhora do perfil lipídico, com consequente redução de marcadores de risco cardiovascular mesmo em indivíduos não diabéticos. Outro possível efeito da metformina observado a relativamente pouco tempo é a redução dos níveis de tireotrofina (TSH). Na última década, diversos estudos têm sugerido que o uso de metformina em indivíduos com hipotireoidismo primário, tanto em tratamento com levotiroxina, quanto virgens de tratamento, possa reduzir os níveis de TSH. Esta redução não parece alterar os níveis de hormônios tireoidianos e tem sido observada em indivíduos com algum grau de resistência à insulina. Com o objetivo de avaliar alguns destes efeitos em indivíduos não diabéticos, foram desenhados dois ensaios clínicos randomizados, duplo-cegos, placebo controlados, com até três meses de duração. O primeiro teve como objetivo principal avaliar o efeito da metformina sobre o TSH de indivíduos com hipotireoidismo subclínico. O outro estudo procurou avaliar o efeito da metformina sobre a pressão arterial de indivíduos hipertensos. São apresentados aqui os resultados do primeiro estudo e uma análise post hoc do grupo total de indivíduos dos dois estudos. Para avaliar o efeito da metformina sobre o TSH de indivíduos com hipotireoidismo subclínico, 48 pacientes com este diagnóstico foram randomizados para receber metformina 850 mg duas vezes ao dia ou placebo por 3 meses. Não houve diferença estatisticamente significativa nos níveis de TSH entre os grupos, nem dentro dos grupos na comparação entre o período pré e pós-tratamento. No entanto, o tamanho da amostra se mostrou pequeno para afastar a hipótese de erro tipo beta. Procurou-se avaliar também se o uso de métodos não invasivos de avaliação de risco cardiovascular (escores de risco de Framingham e ACC/AHA 2013) seria capaz de detectar redução de risco após o uso da metformina nos 48 indivíduos do primeiro estudo somados aos 100 indivíduos do segundo. Não houve diferença estatisticamente significativa. Foi estimado um tamanho de amostra de 1960 indivíduos para mostrar uma redução de risco de 1%, com poder de 80% e erro alfa bilateral de 5% para o escore ACC/AHA 2013. No entanto, o significado desta possível pequena redução deve ser interpretado dentro do contexto clínico de diferentes faixas de risco. Como a magnitude dos efeitos não antihiperglicêmicos da metformina em indivíduos não diabéticos parece ser modesta, estudos com amostras maiores e em diferentes populações são necessários para que se consiga identificar quem realmente pode se beneficiar do seu uso.
id URGS_81d9bba4c75d0b3189451bfdac4c2ea2
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/158704
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Severo, Mateus DornellesSchaan, Beatriz D'Agord2017-05-30T02:36:50Z2017http://hdl.handle.net/10183/158704001022165A metformina é um medicamento classicamente usado como primeira linha no tratamento do diabetes mellitus tipo 2. Além de seus efeitos antihiperglicêmicos, existem evidências sugerindo que a metformina possa ter impacto positivo na redução do peso e da pressão arterial, na melhora do perfil lipídico, com consequente redução de marcadores de risco cardiovascular mesmo em indivíduos não diabéticos. Outro possível efeito da metformina observado a relativamente pouco tempo é a redução dos níveis de tireotrofina (TSH). Na última década, diversos estudos têm sugerido que o uso de metformina em indivíduos com hipotireoidismo primário, tanto em tratamento com levotiroxina, quanto virgens de tratamento, possa reduzir os níveis de TSH. Esta redução não parece alterar os níveis de hormônios tireoidianos e tem sido observada em indivíduos com algum grau de resistência à insulina. Com o objetivo de avaliar alguns destes efeitos em indivíduos não diabéticos, foram desenhados dois ensaios clínicos randomizados, duplo-cegos, placebo controlados, com até três meses de duração. O primeiro teve como objetivo principal avaliar o efeito da metformina sobre o TSH de indivíduos com hipotireoidismo subclínico. O outro estudo procurou avaliar o efeito da metformina sobre a pressão arterial de indivíduos hipertensos. São apresentados aqui os resultados do primeiro estudo e uma análise post hoc do grupo total de indivíduos dos dois estudos. Para avaliar o efeito da metformina sobre o TSH de indivíduos com hipotireoidismo subclínico, 48 pacientes com este diagnóstico foram randomizados para receber metformina 850 mg duas vezes ao dia ou placebo por 3 meses. Não houve diferença estatisticamente significativa nos níveis de TSH entre os grupos, nem dentro dos grupos na comparação entre o período pré e pós-tratamento. No entanto, o tamanho da amostra se mostrou pequeno para afastar a hipótese de erro tipo beta. Procurou-se avaliar também se o uso de métodos não invasivos de avaliação de risco cardiovascular (escores de risco de Framingham e ACC/AHA 2013) seria capaz de detectar redução de risco após o uso da metformina nos 48 indivíduos do primeiro estudo somados aos 100 indivíduos do segundo. Não houve diferença estatisticamente significativa. Foi estimado um tamanho de amostra de 1960 indivíduos para mostrar uma redução de risco de 1%, com poder de 80% e erro alfa bilateral de 5% para o escore ACC/AHA 2013. No entanto, o significado desta possível pequena redução deve ser interpretado dentro do contexto clínico de diferentes faixas de risco. Como a magnitude dos efeitos não antihiperglicêmicos da metformina em indivíduos não diabéticos parece ser modesta, estudos com amostras maiores e em diferentes populações são necessários para que se consiga identificar quem realmente pode se beneficiar do seu uso.application/pdfporMetforminaHipotireoidismoHipertensãoEfeitos não antihiperglicêmicos da metformina em indivíduos não diabéticosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências Médicas: EndocrinologiaPorto Alegre, BR-RS2017doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001022165.pdf.txt001022165.pdf.txtExtracted Texttext/plain76530http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/158704/2/001022165.pdf.txt678c8b1705e7ada619460f14b5daed77MD52ORIGINAL001022165.pdf001022165.pdfTexto completoapplication/pdf437476http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/158704/1/001022165.pdf3d262ad5211c5b3478ddf5be4d68972eMD5110183/1587042023-05-07 03:42:26.393256oai:www.lume.ufrgs.br:10183/158704Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-05-07T06:42:26Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Efeitos não antihiperglicêmicos da metformina em indivíduos não diabéticos
title Efeitos não antihiperglicêmicos da metformina em indivíduos não diabéticos
spellingShingle Efeitos não antihiperglicêmicos da metformina em indivíduos não diabéticos
Severo, Mateus Dornelles
Metformina
Hipotireoidismo
Hipertensão
title_short Efeitos não antihiperglicêmicos da metformina em indivíduos não diabéticos
title_full Efeitos não antihiperglicêmicos da metformina em indivíduos não diabéticos
title_fullStr Efeitos não antihiperglicêmicos da metformina em indivíduos não diabéticos
title_full_unstemmed Efeitos não antihiperglicêmicos da metformina em indivíduos não diabéticos
title_sort Efeitos não antihiperglicêmicos da metformina em indivíduos não diabéticos
author Severo, Mateus Dornelles
author_facet Severo, Mateus Dornelles
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Severo, Mateus Dornelles
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Schaan, Beatriz D'Agord
contributor_str_mv Schaan, Beatriz D'Agord
dc.subject.por.fl_str_mv Metformina
Hipotireoidismo
Hipertensão
topic Metformina
Hipotireoidismo
Hipertensão
description A metformina é um medicamento classicamente usado como primeira linha no tratamento do diabetes mellitus tipo 2. Além de seus efeitos antihiperglicêmicos, existem evidências sugerindo que a metformina possa ter impacto positivo na redução do peso e da pressão arterial, na melhora do perfil lipídico, com consequente redução de marcadores de risco cardiovascular mesmo em indivíduos não diabéticos. Outro possível efeito da metformina observado a relativamente pouco tempo é a redução dos níveis de tireotrofina (TSH). Na última década, diversos estudos têm sugerido que o uso de metformina em indivíduos com hipotireoidismo primário, tanto em tratamento com levotiroxina, quanto virgens de tratamento, possa reduzir os níveis de TSH. Esta redução não parece alterar os níveis de hormônios tireoidianos e tem sido observada em indivíduos com algum grau de resistência à insulina. Com o objetivo de avaliar alguns destes efeitos em indivíduos não diabéticos, foram desenhados dois ensaios clínicos randomizados, duplo-cegos, placebo controlados, com até três meses de duração. O primeiro teve como objetivo principal avaliar o efeito da metformina sobre o TSH de indivíduos com hipotireoidismo subclínico. O outro estudo procurou avaliar o efeito da metformina sobre a pressão arterial de indivíduos hipertensos. São apresentados aqui os resultados do primeiro estudo e uma análise post hoc do grupo total de indivíduos dos dois estudos. Para avaliar o efeito da metformina sobre o TSH de indivíduos com hipotireoidismo subclínico, 48 pacientes com este diagnóstico foram randomizados para receber metformina 850 mg duas vezes ao dia ou placebo por 3 meses. Não houve diferença estatisticamente significativa nos níveis de TSH entre os grupos, nem dentro dos grupos na comparação entre o período pré e pós-tratamento. No entanto, o tamanho da amostra se mostrou pequeno para afastar a hipótese de erro tipo beta. Procurou-se avaliar também se o uso de métodos não invasivos de avaliação de risco cardiovascular (escores de risco de Framingham e ACC/AHA 2013) seria capaz de detectar redução de risco após o uso da metformina nos 48 indivíduos do primeiro estudo somados aos 100 indivíduos do segundo. Não houve diferença estatisticamente significativa. Foi estimado um tamanho de amostra de 1960 indivíduos para mostrar uma redução de risco de 1%, com poder de 80% e erro alfa bilateral de 5% para o escore ACC/AHA 2013. No entanto, o significado desta possível pequena redução deve ser interpretado dentro do contexto clínico de diferentes faixas de risco. Como a magnitude dos efeitos não antihiperglicêmicos da metformina em indivíduos não diabéticos parece ser modesta, estudos com amostras maiores e em diferentes populações são necessários para que se consiga identificar quem realmente pode se beneficiar do seu uso.
publishDate 2017
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2017-05-30T02:36:50Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2017
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/158704
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001022165
url http://hdl.handle.net/10183/158704
identifier_str_mv 001022165
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/158704/2/001022165.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/158704/1/001022165.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 678c8b1705e7ada619460f14b5daed77
3d262ad5211c5b3478ddf5be4d68972e
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1810085406115364864