Transtorno do espectro autista e aspectos nutricionais relacionados aos hormônios do centro da fome e da saciedade e ao comportamento alimentar (tradução e validação do questionário Brief Autism Mealtime Behavior Inventory)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Grokoski, Kamila Castro
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/202742
Resumo: Introdução: O transtorno do espectro autista (TEA) é definido, através do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-5, como um distúrbio do desenvolvimento neurológico caracterizado por dois principais domínios: (a) déficits na comunicação e interação social e (b) padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades. Estima-se que, atualmente, a prevalência global de diagnósticos de TEA seja de 1%, com uma menor prevalência em meninas do que meninos (1:5). Os principais sintomas podem envolver aspectos cognitivos, emocionais e neurocomportamentais. Esses sintomas, muitas vezes, são sobrepostos aos aspectos nutricionais, podendo gerar consequências a curto e longo prazo como, por exemplo, um inadequado estado nutricional. Os problemas comportamentais relacionados à alimentação podem envolver aversão ou insistência a determinados alimentos, recusa em provar novos alimentos e estereotipias relacionadas ao momento da refeição. Adicionalmente, hipóteses são descritas na literatura relacionando essas características de comportamento alimentar com hormônios como a leptina e adiponectina - reguladores do centro da fome e da saciedade. É de extrema importância que a avaliação dos aspectos nutricionais, incluindo o comportamento alimentar, seja implementada na rotina clínica desta população. Até o presente momento, não são conhecidos questionários traduzidos e validados para uso no Brasil para a avaliação específica do comportamento alimentar em pacientes com TEA. Objetivos: Avaliar o estado nutricional, composição corporal, perfil lipídico e os níveis de hormônios - leptina e adiponectina – de uma amostra de pacientes diagnosticados com TEA e controles, bem como traduzir e validar um questionário de avaliação do comportamento alimentar. Métodos: Artigo 1 - Estudo transversal, controlado. A amostra foi composta por pacientes com diagnóstico de TEA e controles saudáveis de 3-10 anos do sexo masculino, os grupos foram pareados por idade e peso. Foram realizadas medidas antropométricas (peso, altura, circunferência da cintura e do braço), de composição corporal (massa livre de gordura - MLG - e massa gorda - MG) e análises bioquímicas (perfil lipídico, leptina e adiponectina). Artigo 2 - O processo de tradução e validação do questionário Brief Autism Mealtime Behavior Inventory (BAMBI) foi realizado através dos seguintes protocolos: tradução, estudo piloto, retrotradução, revisão e validação. Foram incluídos pacientes com diagnóstico de TEA e controles de 3-11 anos de ambos sexos. Resultados: Artigo 1 - Ao total foram avaliados 40 pacientes com TEA e 40 controles saudáveis. Os grupos não apresentaram diferença entre as variáveis antropométricas. Apesar de 60% dos pacientes terem sido classificados com sobrepeso/obesidade apenas 45% dos controles obtiveram essa classificação. As variáveis de composição corporal, MG (17,9±7,9 vs. 26,4±8,5 kg, p=0,000, controles e casos respectivamente) e MLG (25,8±10,8 vs. 22,0±7.9 kg, p=0,005, controles e casos respectivamente) foram diferentes entre os grupos e aproximadamente 20% dos participantes de cada grupo foi classificado com LDL aceitável. Os valores de leptina foram menores no grupo controles quando comparado ao grupo TEA (0,6±0,4ng/mL vs. 1,2±0,5ng/mL, p=0,034, respectivamente). Adicionalmente, para o grupo TEA houve correlação dos níveis de leptina (r=0,390, p=0,013) e a razão leptina/adiponectina (r=0,368, p=0,019) com a MG, indicando um possível biomarcador para a adiposidade nessa população. Não houve diferença para os valores de adiponectina, bem como a razão entre esses dois hormônios entre os grupos. Artigo 2 - O processo de tradução e validação foi realizado com 205 participantes em cada grupo. A nova versão do questionário, Breve Registro do Comportamento Alimentar-TEA (BRCA-TEA), mostrou-se eficiente para a aplicação em pacientes com TEA com um kappa médio de 0,852, considerado satisfatório. Os escores totais do questionário foram menores para o grupo controle quando comparado ao grupo TEA no teste (28,10±2,1; 48,36±10,59, respectivamente) e no re-teste (22,10±7,3; 46,66±8,22, respectivamente). Adicionalmente, os resultados nos três domínios avaliados (variedade limitada, recusa alimentar e características do TEA) foram significativamente diferentes entre os grupos. O ponto de corte sugerido foi de ≥47 (0,819 de sensibilidade e 0,273 de especificidade), demonstrando ser efetivo para 79% dos casos de problemas alimentares identificados. Conclusões: O grupo TEA apresentou elevados níveis de leptina quando comparado ao grupo controle. A correlação dos níveis de leptina e a razão leptina/adiponectina com MG podem indicar um possível biomarcador para a adiposidade nessa população. Adicionalmente, o BCRA-TEA possibilita a avaliação do comportamento alimentar de pacientes com TEA, contribuindo para uma melhor intervenção nestes pacientes.
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Os problemas comportamentais relacionados à alimentação podem envolver aversão ou insistência a determinados alimentos, recusa em provar novos alimentos e estereotipias relacionadas ao momento da refeição. Adicionalmente, hipóteses são descritas na literatura relacionando essas características de comportamento alimentar com hormônios como a leptina e adiponectina - reguladores do centro da fome e da saciedade. É de extrema importância que a avaliação dos aspectos nutricionais, incluindo o comportamento alimentar, seja implementada na rotina clínica desta população. Até o presente momento, não são conhecidos questionários traduzidos e validados para uso no Brasil para a avaliação específica do comportamento alimentar em pacientes com TEA. Objetivos: Avaliar o estado nutricional, composição corporal, perfil lipídico e os níveis de hormônios - leptina e adiponectina – de uma amostra de pacientes diagnosticados com TEA e controles, bem como traduzir e validar um questionário de avaliação do comportamento alimentar. Métodos: Artigo 1 - Estudo transversal, controlado. A amostra foi composta por pacientes com diagnóstico de TEA e controles saudáveis de 3-10 anos do sexo masculino, os grupos foram pareados por idade e peso. Foram realizadas medidas antropométricas (peso, altura, circunferência da cintura e do braço), de composição corporal (massa livre de gordura - MLG - e massa gorda - MG) e análises bioquímicas (perfil lipídico, leptina e adiponectina). Artigo 2 - O processo de tradução e validação do questionário Brief Autism Mealtime Behavior Inventory (BAMBI) foi realizado através dos seguintes protocolos: tradução, estudo piloto, retrotradução, revisão e validação. Foram incluídos pacientes com diagnóstico de TEA e controles de 3-11 anos de ambos sexos. Resultados: Artigo 1 - Ao total foram avaliados 40 pacientes com TEA e 40 controles saudáveis. Os grupos não apresentaram diferença entre as variáveis antropométricas. Apesar de 60% dos pacientes terem sido classificados com sobrepeso/obesidade apenas 45% dos controles obtiveram essa classificação. As variáveis de composição corporal, MG (17,9±7,9 vs. 26,4±8,5 kg, p=0,000, controles e casos respectivamente) e MLG (25,8±10,8 vs. 22,0±7.9 kg, p=0,005, controles e casos respectivamente) foram diferentes entre os grupos e aproximadamente 20% dos participantes de cada grupo foi classificado com LDL aceitável. Os valores de leptina foram menores no grupo controles quando comparado ao grupo TEA (0,6±0,4ng/mL vs. 1,2±0,5ng/mL, p=0,034, respectivamente). Adicionalmente, para o grupo TEA houve correlação dos níveis de leptina (r=0,390, p=0,013) e a razão leptina/adiponectina (r=0,368, p=0,019) com a MG, indicando um possível biomarcador para a adiposidade nessa população. Não houve diferença para os valores de adiponectina, bem como a razão entre esses dois hormônios entre os grupos. Artigo 2 - O processo de tradução e validação foi realizado com 205 participantes em cada grupo. A nova versão do questionário, Breve Registro do Comportamento Alimentar-TEA (BRCA-TEA), mostrou-se eficiente para a aplicação em pacientes com TEA com um kappa médio de 0,852, considerado satisfatório. Os escores totais do questionário foram menores para o grupo controle quando comparado ao grupo TEA no teste (28,10±2,1; 48,36±10,59, respectivamente) e no re-teste (22,10±7,3; 46,66±8,22, respectivamente). Adicionalmente, os resultados nos três domínios avaliados (variedade limitada, recusa alimentar e características do TEA) foram significativamente diferentes entre os grupos. O ponto de corte sugerido foi de ≥47 (0,819 de sensibilidade e 0,273 de especificidade), demonstrando ser efetivo para 79% dos casos de problemas alimentares identificados. Conclusões: O grupo TEA apresentou elevados níveis de leptina quando comparado ao grupo controle. A correlação dos níveis de leptina e a razão leptina/adiponectina com MG podem indicar um possível biomarcador para a adiposidade nessa população. Adicionalmente, o BCRA-TEA possibilita a avaliação do comportamento alimentar de pacientes com TEA, contribuindo para uma melhor intervenção nestes pacientes.Introduction: Autism Spectrum Disorder (ASD) is defined by the Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-5 as a neurodevelopmental disorder characterized by two main domains: (a) deficits in communication and social interaction, and (b) restricted and repetitive patterns of behavior, interests, and activities. It is currently estimated that this disorder has a global prevalence of 1%, with a lower prevalence in girls than boys (1:5). The main symptoms may involve cognitive, emotional and neurobehavioral aspects. These symptoms are often overlapped with nutritional aspects and may have short and long-term consequences, like an inadequate nutritional status. Feeding behavior problems may involve aversion or insistence on certain foods, refusal to try new foods and stereotypies related to the mealtime. Additionally, hypotheses are described in the literature relating these feeding behavior characteristics with hormones such as leptin and adiponectin - regulators of the hunger and satiety metabolism. It is extremely important that the evaluation of nutritional aspects, including feeding behavior, is implemented in the clinical routine of this population. To date, there are no translated and validated questionnaires to use in Brazil for the specific assessment of feeding behavior in ASD patients. Objectives: To evaluate the nutritional status, body composition, lipid profile and the levels of hormones - leptin and adiponectin - in an ASD sample and health controls, as well as translate and validate a questionnaire for feeding behavior assessment. Methods: Article 1 - Cross-sectional, controlled study. The sample consisted of male ASD patients and healthy controls between 3-10 years old, that were matched by age and weight. Anthropometric measures (weight, height, waist and arm circumference), body composition (fat free mass - FFM - and fat mass - FM) and biochemical analyses (lipid profile, leptin and adiponectin) were performed. Article 2 - The translation and validation process of the Brief Autism Mealtime Behavior Inventory (BAMBI) was performed through the following protocols: translation, pilot study, back-translation, review and validation. ASD patients and controls between 3-11 years old, of both genders, were included. Results: Article 1 - A total of 40 ASD patients and 40 healthy controls were evaluated. There was no difference between groups for the anthropometric variables. Although 60% of the patients were classified as overweight/obese, only 45% of the controls obtained this classification. The body composition, FFM (17.9 ± 7.9 vs. 26.4 ± 8.5 kg, p = 0.000, controls and cases respectively) and FM (25.8 ± 10.8 vs. 22.0 ± 7.9 kg, p = 0.005, controls and cases respectively) variables were different between the groups and approximately 20% of the participants in each group were classified with acceptable LDL. Leptin levels were lower in the control group when compared to ASD group (0.6±0.4ng/mL vs. 1.2±0.5ng/mL, p=0,034, controls and ASD respectively). Additionally, in the ASD group, there was a correlation of the leptin levels (r=0.390, p=0.013) and the leptin/adiponectin ratio (r=0.368, p=0.019) with the FM, indicating a possible biomarker for adiposity in this population. There was no difference in adiponectin values, as well as the ratio between these two hormones between groups. Article 2 - The translation and validation process was performed with 205 participants in each group. The new version of the questionnaire, Breve Registro do Comportamento Alimentar-TEA (BRCA-TEA), proved to be efficient to use in ASD patients with a mean kappa of 0.852, considered satisfactory. The total scores of the questionnaire were lower for the control group when compared to the ASD group for the test (28.10 ± 2.1, 48.36 ± 10.59, respectively) and the re-test (22.10 ± 7.3; 46.66 ± 8.22, respectively). In addition, the results in the three evaluated domains (limited variety, food refusal, and ASD characteristics) were significantly different between groups. The suggested cut-off point was ≥47 (0.819 of sensitivity and 0.273 of specificity), proving to be effective for 79% of cases of identified feeding problems. Conclusions: ASD patients have shown high leptin levels leptin when compared to participants with typical development. The correlation between leptin levels and the leptin/adiponectin ratio with FM could indicate a possible biomarker for adiposity in this population. Additionally, the BCRA-TEA allows the evaluation of the feeding behavior of ASD patients, contributing to a better intervention in these patients.application/pdfporEstado nutricionalComposição corporalTranstorno do espectro autistaComportamento alimentarLeptinaAdiponectinaAntropometriaInquéritos e questionáriosEstudo de validaçãoCriançaAutism spectrum disorderNutritional statusBody compositionLeptinAdiponectinFeeding BehaviorTranstorno do espectro autista e aspectos nutricionais relacionados aos hormônios do centro da fome e da saciedade e ao comportamento alimentar (tradução e validação do questionário Brief Autism Mealtime Behavior Inventory)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do AdolescentePorto Alegre, BR-RS2019doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001104621.pdf.txt001104621.pdf.txtExtracted Texttext/plain157919http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/202742/2/001104621.pdf.txt0d676efa0d5c30f39978ba44a3e84326MD52ORIGINAL001104621.pdfTexto parcialapplication/pdf1250837http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/202742/1/001104621.pdffd2bb18acc5345a72844e8afb07ffc2dMD5110183/2027422024-08-24 06:42:39.736122oai:www.lume.ufrgs.br:10183/202742Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-08-24T09:42:39Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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