Avaliação do impacto das herniorrafias incisionais na qualidade de vida dos pacientes operados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/276649 |
Resumo: | Introdução: Uma das complicações mais comuns das cirurgias abdominais abertas são as hérnias incisionais. O reparo cirúrgico destas hérnias é o tratamento padrão na maioria dos casos; entretanto, muitas questões acerca da técnica cirúrgica, bem como das complicações relacionadas ao reparo ainda são debatidas. Tradicionalmente, os estudos avaliam desfechos clássicos, como infecção de ferida operatória, recidiva, dor crônica. Mais recentemente, no entanto, alguns autores têm avaliado o impacto da correção cirúrgica e das complicações pós-operatórias na qualidade de vida dos pacientes a longo prazo. Objetivos: avaliar o impacto das complicações de ferida operatória nos primeiros 30 dias pós-operatórios, na qualidade de vida dos pacientes a longo prazo. Como objetivo secundário também será avaliado o impacto da técnica cirúrgica escolhida e das comorbidades pré-operatórias na qualidade de vida dos pacientes. Método: estudo de coorte prospectivo de 115 pacientes submetidos à hernioplastia incisional entre os anos de 2019 e 2020, pelas técnicas onlay e retromuscular. Estes pacientes foram avaliados inicialmente com relação a desfechos de ferida operatória nos primeiros 30 dias pós-operatórios (surgical site infection (SSI) ou surgical site occurrence (SSO)). Após três anos, avaliou-se a qualidade de vida destes pacientes com um questionário específico, o Hernia Related Quality of Life Survey (HerQLes). Foram excluídos das análises os pacientes os quais não se obteve o contato telefônico ou em consulta, pacientes que se recusaram a preencher os questionários e pacientes que foram à óbito no período do estudo. Resultados: ao todo, foram avaliados 80 pacientes. Destes, 11 pacientes (13,8%) apresentaram infecção de ferida operatória (SSI) nos primeiros 30 dias pós-operatórios e 11 37 (46,3%) apresentaram algum tipo de ocorrência de ferida operatória (SSO), como seroma, infecção, deiscência cutânea ou recidiva precoce. Não se identificou impacto dos desfechos de ferida operatória nos índices de qualidade de vida. Ao analisarmos as variáveis relacionadas às comorbidades dos pacientes e aos fatores envolvidos com a cirurgia, observamos que o Índice de Massa Corporal (IMC) apresentou impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes - a cada 1 ponto de IMC, estima-se uma piora de cerca de 4% na pontuação do questionário HerQLes (p<0,01). Da mesma forma, identificou-se o tamanho da hérnia e o tamanho de tela como variáveis relacionadas a um pior desfecho de qualidade de vida. Não se observou diferença com relação às técnicas cirúrgicas utilizadas (onlay e sublay) no que se refere aos escores de qualidade de vida. Conclusão: apesar de todas as consequências que as ocorrências de ferida operatória possam trazer no pós-operatório, não se observou um impacto na qualidade de vida dos pacientes a longo prazo. Da mesma forma, o tipo de técnica cirúrgica utilizada também não influenciou de maneira significativa no escore de qualidade de vida avaliado. Entretanto, tanto o IMC, quanto os tamanhos de hérnia e da tela demonstraram uma relação inversamente proporcional com os índices de qualidade de vida, reforçando, portanto, a necessidade de uma avaliação e preparação pré-operatórias bem conduzidas especialmente nos pacientes com estas características. |
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Martins, Eduardo FerreiraCavazzola, Leandro Totti2024-07-20T06:23:20Z2024http://hdl.handle.net/10183/276649001207139Introdução: Uma das complicações mais comuns das cirurgias abdominais abertas são as hérnias incisionais. O reparo cirúrgico destas hérnias é o tratamento padrão na maioria dos casos; entretanto, muitas questões acerca da técnica cirúrgica, bem como das complicações relacionadas ao reparo ainda são debatidas. Tradicionalmente, os estudos avaliam desfechos clássicos, como infecção de ferida operatória, recidiva, dor crônica. Mais recentemente, no entanto, alguns autores têm avaliado o impacto da correção cirúrgica e das complicações pós-operatórias na qualidade de vida dos pacientes a longo prazo. Objetivos: avaliar o impacto das complicações de ferida operatória nos primeiros 30 dias pós-operatórios, na qualidade de vida dos pacientes a longo prazo. Como objetivo secundário também será avaliado o impacto da técnica cirúrgica escolhida e das comorbidades pré-operatórias na qualidade de vida dos pacientes. Método: estudo de coorte prospectivo de 115 pacientes submetidos à hernioplastia incisional entre os anos de 2019 e 2020, pelas técnicas onlay e retromuscular. Estes pacientes foram avaliados inicialmente com relação a desfechos de ferida operatória nos primeiros 30 dias pós-operatórios (surgical site infection (SSI) ou surgical site occurrence (SSO)). Após três anos, avaliou-se a qualidade de vida destes pacientes com um questionário específico, o Hernia Related Quality of Life Survey (HerQLes). Foram excluídos das análises os pacientes os quais não se obteve o contato telefônico ou em consulta, pacientes que se recusaram a preencher os questionários e pacientes que foram à óbito no período do estudo. Resultados: ao todo, foram avaliados 80 pacientes. Destes, 11 pacientes (13,8%) apresentaram infecção de ferida operatória (SSI) nos primeiros 30 dias pós-operatórios e 11 37 (46,3%) apresentaram algum tipo de ocorrência de ferida operatória (SSO), como seroma, infecção, deiscência cutânea ou recidiva precoce. Não se identificou impacto dos desfechos de ferida operatória nos índices de qualidade de vida. Ao analisarmos as variáveis relacionadas às comorbidades dos pacientes e aos fatores envolvidos com a cirurgia, observamos que o Índice de Massa Corporal (IMC) apresentou impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes - a cada 1 ponto de IMC, estima-se uma piora de cerca de 4% na pontuação do questionário HerQLes (p<0,01). Da mesma forma, identificou-se o tamanho da hérnia e o tamanho de tela como variáveis relacionadas a um pior desfecho de qualidade de vida. Não se observou diferença com relação às técnicas cirúrgicas utilizadas (onlay e sublay) no que se refere aos escores de qualidade de vida. Conclusão: apesar de todas as consequências que as ocorrências de ferida operatória possam trazer no pós-operatório, não se observou um impacto na qualidade de vida dos pacientes a longo prazo. Da mesma forma, o tipo de técnica cirúrgica utilizada também não influenciou de maneira significativa no escore de qualidade de vida avaliado. Entretanto, tanto o IMC, quanto os tamanhos de hérnia e da tela demonstraram uma relação inversamente proporcional com os índices de qualidade de vida, reforçando, portanto, a necessidade de uma avaliação e preparação pré-operatórias bem conduzidas especialmente nos pacientes com estas características.Introduction: One of the most common complications of open abdominal surgeries is incisional hernias. Surgical repair of these hernias is the standard treatment in most cases; however, many questions about the surgical technique, as well as the complications related to the repair, are still debated. Traditionally, studies have evaluated classic outcomes, such as surgical wound infection, recurrence, chronic pain. More recently, however, some authors have evaluated the impact of surgical correction and postoperative complications on patients' long-term quality of life. Objectives: we aim to evaluate the impact of surgical wound complications in the first 30 postoperative days on the long-term quality of life of patients. In addition, the impact of the chosen surgical technique and preoperative comorbidities on the quality of life of patients will also be evaluated. Method: prospective cohort study of 115 patients who underwent incisional hernioplasty between 2019 and 2020, using the onlay and retromuscular techniques. These patients were initially assessed with regard to surgical wound outcomes in the first 30 postoperative days (surgical site infection (SSI) or surgical site occurrence (SSO)). After three years, we assessed the quality of life of these patients with a specific questionnaire, the Hernia Related Quality of Life Survey (HerQLes). Patients who were not contacted by telephone or in consultation, patients who refused to complete the questionnaires and patients who died during the study period were excluded from the analyses. Results: Eighty patients were evaluated. Of these, 11 patients (13.8%) had surgical wound infection (SSI) in the first 30 postoperative days and 37 (46.3%) had some type of surgical wound occurrence (SSO), such as seroma, infection, cutaneous dehiscence or early recurrence. The impact of surgical wound outcomes on quality of life indices was not 13 identified. When analyzing the variables related to the patients' comorbidities and the factors involved with the surgery, we observed that the Body Mass Index (BMI) had a significant impact on the patients' quality of life - for every 1 BMI point, it is estimated a worsening of about 4% in HerQLes score (p<0.01). Likewise, hernia size and mesh size were identified as variables related to a worse quality of life outcome. No difference was observed regarding the surgical techniques used (onlay and sublay) regarding quality of life scores. Conclusion: despite all the consequences that occurrences of surgical wounds may have in the postoperative period, there was no impact on the quality of life of patients in the long term. Likewise, the type of surgical technique used also did not significantly influence the evaluated quality of life score. However, both BMI and mesh and hernia sizes showed an inversely proportional relationship with quality of life indices, thus reinforcing the need for well-conducted preoperative evaluation and preparation.application/pdfporHérnia incisionalQualidade de vidaInquéritos e questionáriosComplicações pós-operatóriasIncisional herniaQuality of lifeQuestionnairePost-hernioplasties complicationsAvaliação do impacto das herniorrafias incisionais na qualidade de vida dos pacientes operados no Hospital de Clínicas de Porto Alegreinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina: Ciências CirúrgicasPorto Alegre, BR-RS2024mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001207139.pdf.txt001207139.pdf.txtExtracted Texttext/plain67288http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/276649/2/001207139.pdf.txt962209cd0dcb06cdf051bebb6e83a95dMD52ORIGINAL001207139.pdfTexto completoapplication/pdf1124225http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/276649/1/001207139.pdfd91da03d61515c604a95900850d06f6dMD5110183/2766492024-07-21 06:19:26.218471oai:www.lume.ufrgs.br:10183/276649Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-07-21T09:19:26Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Introdução: Uma das complicações mais comuns das cirurgias abdominais abertas são as hérnias incisionais. O reparo cirúrgico destas hérnias é o tratamento padrão na maioria dos casos; entretanto, muitas questões acerca da técnica cirúrgica, bem como das complicações relacionadas ao reparo ainda são debatidas. Tradicionalmente, os estudos avaliam desfechos clássicos, como infecção de ferida operatória, recidiva, dor crônica. Mais recentemente, no entanto, alguns autores têm avaliado o impacto da correção cirúrgica e das complicações pós-operatórias na qualidade de vida dos pacientes a longo prazo. Objetivos: avaliar o impacto das complicações de ferida operatória nos primeiros 30 dias pós-operatórios, na qualidade de vida dos pacientes a longo prazo. Como objetivo secundário também será avaliado o impacto da técnica cirúrgica escolhida e das comorbidades pré-operatórias na qualidade de vida dos pacientes. Método: estudo de coorte prospectivo de 115 pacientes submetidos à hernioplastia incisional entre os anos de 2019 e 2020, pelas técnicas onlay e retromuscular. Estes pacientes foram avaliados inicialmente com relação a desfechos de ferida operatória nos primeiros 30 dias pós-operatórios (surgical site infection (SSI) ou surgical site occurrence (SSO)). Após três anos, avaliou-se a qualidade de vida destes pacientes com um questionário específico, o Hernia Related Quality of Life Survey (HerQLes). Foram excluídos das análises os pacientes os quais não se obteve o contato telefônico ou em consulta, pacientes que se recusaram a preencher os questionários e pacientes que foram à óbito no período do estudo. Resultados: ao todo, foram avaliados 80 pacientes. Destes, 11 pacientes (13,8%) apresentaram infecção de ferida operatória (SSI) nos primeiros 30 dias pós-operatórios e 11 37 (46,3%) apresentaram algum tipo de ocorrência de ferida operatória (SSO), como seroma, infecção, deiscência cutânea ou recidiva precoce. Não se identificou impacto dos desfechos de ferida operatória nos índices de qualidade de vida. Ao analisarmos as variáveis relacionadas às comorbidades dos pacientes e aos fatores envolvidos com a cirurgia, observamos que o Índice de Massa Corporal (IMC) apresentou impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes - a cada 1 ponto de IMC, estima-se uma piora de cerca de 4% na pontuação do questionário HerQLes (p<0,01). Da mesma forma, identificou-se o tamanho da hérnia e o tamanho de tela como variáveis relacionadas a um pior desfecho de qualidade de vida. Não se observou diferença com relação às técnicas cirúrgicas utilizadas (onlay e sublay) no que se refere aos escores de qualidade de vida. Conclusão: apesar de todas as consequências que as ocorrências de ferida operatória possam trazer no pós-operatório, não se observou um impacto na qualidade de vida dos pacientes a longo prazo. Da mesma forma, o tipo de técnica cirúrgica utilizada também não influenciou de maneira significativa no escore de qualidade de vida avaliado. Entretanto, tanto o IMC, quanto os tamanhos de hérnia e da tela demonstraram uma relação inversamente proporcional com os índices de qualidade de vida, reforçando, portanto, a necessidade de uma avaliação e preparação pré-operatórias bem conduzidas especialmente nos pacientes com estas características. |
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