Narrativa histórica, etnografia e reforma agrária em um assentamento rural
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/5344 |
Resumo: | Este trabalho tem como tema a reforma agrária, entendida aqui enquanto uma política pública implementada pelo estado; e como objeto de reflexão um processo de assentamento que teve início na década de 1990, e dura até os dias de hoje. O assentamento 19 de Setembro fica em Guaíba, uma pequena cidade localizada nos arredores de Porto Alegre/RS. São vinte e cinco famílias de agricultores provenientes da região norte do estado, cujo ingresso nas mobilizações políticas do MST se deu no final dos anos oitenta, em um período de transição democrática. Desde o momento em que foram assentados, os agricultores passaram a ser alvo de um conjunto de projetos de “mudança social”, tendo como objetivo a concretização de ideais políticos diferenciados: de um lado o MST, com sua proposta de transformação do camponês em um trabalhador rural consciente dos seus interesses de classe; do outro lado, os agentes governamentais, com seus ideais de agroindústria e inserção do camponês no mercado mundial. Entretanto, a análise da experiência cooperativista implementada no 19 de Setembro demonstra que na prática, pelo menos na década de 1990, essas oposições não eram tão claras assim. Além disso, a análise da ruptura do projeto cooperativista revela o “sujeito oculto” da reforma agrária, aquele que não aparece na mídia, e que se constitui a partir de um projeto camponês: família, trabalho e terra. Diferente do que alguns estudos de caso têm apontado, a organização e o valor família, no caso aqui analisado, convivem perfeitamente com um imaginário político constituído simbolicamente na luta. A análise das narrativas dos assentados mostra que, ao invés de uma introjecção da resignação, os assentados constroem uma imagem de si positiva, tendo como elemento fundamental a simbologia épica do herói, que vence os obstáculos com fé, esperança e bravura. |
id |
URGS_891b60d7ca1d7dd588f9277e518c9baa |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/5344 |
network_acronym_str |
URGS |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
repository_id_str |
1853 |
spelling |
Silveira, Diego Soares daFonseca, Claudia Lee Williams2007-06-06T18:46:09Z2005http://hdl.handle.net/10183/5344000468944Este trabalho tem como tema a reforma agrária, entendida aqui enquanto uma política pública implementada pelo estado; e como objeto de reflexão um processo de assentamento que teve início na década de 1990, e dura até os dias de hoje. O assentamento 19 de Setembro fica em Guaíba, uma pequena cidade localizada nos arredores de Porto Alegre/RS. São vinte e cinco famílias de agricultores provenientes da região norte do estado, cujo ingresso nas mobilizações políticas do MST se deu no final dos anos oitenta, em um período de transição democrática. Desde o momento em que foram assentados, os agricultores passaram a ser alvo de um conjunto de projetos de “mudança social”, tendo como objetivo a concretização de ideais políticos diferenciados: de um lado o MST, com sua proposta de transformação do camponês em um trabalhador rural consciente dos seus interesses de classe; do outro lado, os agentes governamentais, com seus ideais de agroindústria e inserção do camponês no mercado mundial. Entretanto, a análise da experiência cooperativista implementada no 19 de Setembro demonstra que na prática, pelo menos na década de 1990, essas oposições não eram tão claras assim. Além disso, a análise da ruptura do projeto cooperativista revela o “sujeito oculto” da reforma agrária, aquele que não aparece na mídia, e que se constitui a partir de um projeto camponês: família, trabalho e terra. Diferente do que alguns estudos de caso têm apontado, a organização e o valor família, no caso aqui analisado, convivem perfeitamente com um imaginário político constituído simbolicamente na luta. A análise das narrativas dos assentados mostra que, ao invés de uma introjecção da resignação, os assentados constroem uma imagem de si positiva, tendo como elemento fundamental a simbologia épica do herói, que vence os obstáculos com fé, esperança e bravura.application/pdfporReforma agráriaAssentamento ruralMovimento dos trabalhadores rurais sem terraSociedade camponesaNarrativa históricaEtnografiaAntropologia aplicadaNarrativa histórica, etnografia e reforma agrária em um assentamento ruralinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Antropologia SocialPorto Alegre, BR-RS2005mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000468944.pdf000468944.pdfTexto completoapplication/pdf775157http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/5344/1/000468944.pdfd72cfb59abeabddc694c240fb4f41c20MD51TEXT000468944.pdf.txt000468944.pdf.txtExtracted Texttext/plain498704http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/5344/2/000468944.pdf.txtbc06e3db777fee1ef6af5b46b95dcf1dMD52THUMBNAIL000468944.pdf.jpg000468944.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1030http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/5344/3/000468944.pdf.jpg02907928d4e5b51c4ebbda19904d5261MD5310183/53442018-10-19 08:56:59.807oai:www.lume.ufrgs.br:10183/5344Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-19T11:56:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Narrativa histórica, etnografia e reforma agrária em um assentamento rural |
title |
Narrativa histórica, etnografia e reforma agrária em um assentamento rural |
spellingShingle |
Narrativa histórica, etnografia e reforma agrária em um assentamento rural Silveira, Diego Soares da Reforma agrária Assentamento rural Movimento dos trabalhadores rurais sem terra Sociedade camponesa Narrativa histórica Etnografia Antropologia aplicada |
title_short |
Narrativa histórica, etnografia e reforma agrária em um assentamento rural |
title_full |
Narrativa histórica, etnografia e reforma agrária em um assentamento rural |
title_fullStr |
Narrativa histórica, etnografia e reforma agrária em um assentamento rural |
title_full_unstemmed |
Narrativa histórica, etnografia e reforma agrária em um assentamento rural |
title_sort |
Narrativa histórica, etnografia e reforma agrária em um assentamento rural |
author |
Silveira, Diego Soares da |
author_facet |
Silveira, Diego Soares da |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Silveira, Diego Soares da |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Fonseca, Claudia Lee Williams |
contributor_str_mv |
Fonseca, Claudia Lee Williams |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Reforma agrária Assentamento rural Movimento dos trabalhadores rurais sem terra Sociedade camponesa Narrativa histórica Etnografia Antropologia aplicada |
topic |
Reforma agrária Assentamento rural Movimento dos trabalhadores rurais sem terra Sociedade camponesa Narrativa histórica Etnografia Antropologia aplicada |
description |
Este trabalho tem como tema a reforma agrária, entendida aqui enquanto uma política pública implementada pelo estado; e como objeto de reflexão um processo de assentamento que teve início na década de 1990, e dura até os dias de hoje. O assentamento 19 de Setembro fica em Guaíba, uma pequena cidade localizada nos arredores de Porto Alegre/RS. São vinte e cinco famílias de agricultores provenientes da região norte do estado, cujo ingresso nas mobilizações políticas do MST se deu no final dos anos oitenta, em um período de transição democrática. Desde o momento em que foram assentados, os agricultores passaram a ser alvo de um conjunto de projetos de “mudança social”, tendo como objetivo a concretização de ideais políticos diferenciados: de um lado o MST, com sua proposta de transformação do camponês em um trabalhador rural consciente dos seus interesses de classe; do outro lado, os agentes governamentais, com seus ideais de agroindústria e inserção do camponês no mercado mundial. Entretanto, a análise da experiência cooperativista implementada no 19 de Setembro demonstra que na prática, pelo menos na década de 1990, essas oposições não eram tão claras assim. Além disso, a análise da ruptura do projeto cooperativista revela o “sujeito oculto” da reforma agrária, aquele que não aparece na mídia, e que se constitui a partir de um projeto camponês: família, trabalho e terra. Diferente do que alguns estudos de caso têm apontado, a organização e o valor família, no caso aqui analisado, convivem perfeitamente com um imaginário político constituído simbolicamente na luta. A análise das narrativas dos assentados mostra que, ao invés de uma introjecção da resignação, os assentados constroem uma imagem de si positiva, tendo como elemento fundamental a simbologia épica do herói, que vence os obstáculos com fé, esperança e bravura. |
publishDate |
2005 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2005 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2007-06-06T18:46:09Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/5344 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
000468944 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/5344 |
identifier_str_mv |
000468944 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/5344/1/000468944.pdf http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/5344/2/000468944.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/5344/3/000468944.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
d72cfb59abeabddc694c240fb4f41c20 bc06e3db777fee1ef6af5b46b95dcf1d 02907928d4e5b51c4ebbda19904d5261 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br |
_version_ |
1810085051731279872 |