Alterações metabólicas e na distribuição de gordura corporal em crianças expostas verticalmente ao HIV

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Autor(a) principal: Pedro, Fábio Lopes
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/194185
Resumo: Contexto: A sobrevivência de crianças e adolescentes infectadas pelo HIV aumentou com uso de terapia antirretroviral altamente potente (HAART), o que eleva o risco de alterações metabólicas, e de alterações na distribuição de gordura corporal (ADGC), seja por evolução da doença ou por efeitos adversos desta terapia. Objetivos: Avaliar a prevalência e fatores associados às ADGC e alterações metabólicas em crianças e adolescentes infectados pelo HIV. Estudar o uso de medidas antropométricas no diagnóstico de ADGC em crianças expostas verticalmente ao HIV, contribuindo para o desenvolvimento de critérios diagnósticos mais precisos. Pacientes e métodos: Estudo avaliou consecutivamente 114 crianças (3-19 anos) expostas verticalmente ao HIV, e procedentes das mesmas famílias: 55 infectadas pelo HIV em uso de HAART (25 do sexo masculino; média de idade: 10,4 ± 3,0 anos) acompanhadas regularmente no Serviço de Infectologia do Hospital Universitário de Santa Maria; e 59 crianças não portadoras do HIV (18 do sexo masculino, média de idade 8,5 ± 3,6 anos). Medidas antropométricas incluíram: peso, estatura, circunferências (cintura, quadril, coxa, braço e pescoço), e pregas cutâneas (submandibular, infra-orbital, bucal, bicipital, tricipital, abdominal, supra-ilíaca e subescapular). Avaliação laboratorial incluiu: colesterol total (CT) e frações de alta (HDL) e baixa densidade (LDL), triglicerídeos (TG) e glicemia de jejum. Médicos e nutricionistas aferiram pressão arterial, e avaliaram quanto à presença de sinais clínicos sugestivos de ADGC Resultados: A prevalência global de ADGC foi de 78% nas infectadas versus (vs.) 48% em não infectadas, considerando a presença de pelo menos uma ADGC pela percepção médica. Análise de regressão logística demonstra que quando comparada à categoria padrão (sem ADGC) pacientes HIV tem risco aumentado para presença de dois (OR 5,8; IC 95% 1,9- 18,0), e três ou mais sinais clínicos (OR 5,7; IC 95% 2,0-16,5) sugestivos de ADGC. A prevalência de alterações metabólicas foi de 42% entre as infectadas vs. 7% entre as não infectadas, considerando a presença de pelo menos duas alterações (CT≥170; LDL≥ 130; TG≥ 130; HDL<45). As percepções médicas, para presença de sinais de ADGC, estratificadas pelo status de infecção pelo HIV (infectados vs. não infectadas) evidenciaram: 10 (18%) vs. 2 (3%) (p<0,01) pacientes com lipoatrofia facial; 17 (31%) vs. 9 (15%) (p<0,04) com diminuição de gordura de braços; 11 (20%) vs. 5 (9%) (p=0,07) com diminuição de gordura de pernas; 10 (18%) vs. nenhum (p<0,001) com aumento da musculosidade de pernas; e 26 (47%) vs. 13 (22%) (p<0,01) com acúmulo de gordura no tronco. Aumento da musculosidade e proeminência de veias em braços; diminuição de gordura em nádegas e coxas; proeminência de veias nas pernas, aumento de gordura em tórax ou mamas; e presença de giba dorso cervical não foram percebidos pelo médico de maneira diferente, entre os grupos As percepções médicas comparadas à presença de alterações de medidas antropométricas demonstraram que os médicos perceberam ADGC em: 12 (56%, n=25) dentre os pacientes com circunferência de cintura aumentada (≥ 2 desvios padrão) vs. 25 (28%, n=89) dentre os normais; 3 (15%, n=20) dentre os pacientes com circunferência de pescoço aumentada (≥ ponto de corte para idade e sexo) vs. 1 (1%, n=73) dentre os normais; 5 (41%, n=12) dentre os pacientes com aumento de prega cutânea subescapular (≥ percentil 85) vs. 10 (10%, n=102) dentre os normais; 10 (48%, n=21) dentre pacientes com diminuição de circunferência do braço (< percentil 5) vs. 16 (17%, n=93) dentre os normais; e em 11 (46%, n=24) dentre pacientes com diminuição da área gordurosa do braço (< percentil 5) vs. 15 (17%, n=90) dentre os normais. Pacientes com sinal clínico de lipoatrofia facial apresentaram valor médio significativamente menor de prega cutânea bucal (4,5 ± 1,2 mm vs. 6,7 ± 1,8 mm; p <0,002); e prega cutânea submandibular (4,2 ± 1,0 mm vs. 5,9 ± 2,2 mm; p <0,012), quando comparados a pacientes com avaliação médica sem sinais de lipoatrofia facial. A prega cutânea infra-orbital não foi diferente entre os dois grupos (2,9 ± 0,7 mm vs. 3,0 ± 1,1 mm; p=0,4) Conclusões: ADGC foram mais freqüentemente percebidas pelos médicos em pacientes HIV, porém um número elevado de não infectados apresentou pelo menos um sinal de ADGC. De acordo com os dados apresentados, as percepções médicas parecem adequadas para avaliar algumas áreas corporais, porém com baixa concordância quando comparadas às medidas antropométricas, o que pode limitar o diagnóstico clínico. Inúmeras medidas de circunferências e pregas cutâneas não possuem valores de referência, por idade e sexo, o que dificulta a definição objetiva de ADGC, na infância. Estudos longitudinais e com maior número de participantes são necessários para definir critérios precisos de diagnóstico de ADGC em crianças e adolescentes.
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Pacientes e métodos: Estudo avaliou consecutivamente 114 crianças (3-19 anos) expostas verticalmente ao HIV, e procedentes das mesmas famílias: 55 infectadas pelo HIV em uso de HAART (25 do sexo masculino; média de idade: 10,4 ± 3,0 anos) acompanhadas regularmente no Serviço de Infectologia do Hospital Universitário de Santa Maria; e 59 crianças não portadoras do HIV (18 do sexo masculino, média de idade 8,5 ± 3,6 anos). Medidas antropométricas incluíram: peso, estatura, circunferências (cintura, quadril, coxa, braço e pescoço), e pregas cutâneas (submandibular, infra-orbital, bucal, bicipital, tricipital, abdominal, supra-ilíaca e subescapular). Avaliação laboratorial incluiu: colesterol total (CT) e frações de alta (HDL) e baixa densidade (LDL), triglicerídeos (TG) e glicemia de jejum. Médicos e nutricionistas aferiram pressão arterial, e avaliaram quanto à presença de sinais clínicos sugestivos de ADGC Resultados: A prevalência global de ADGC foi de 78% nas infectadas versus (vs.) 48% em não infectadas, considerando a presença de pelo menos uma ADGC pela percepção médica. Análise de regressão logística demonstra que quando comparada à categoria padrão (sem ADGC) pacientes HIV tem risco aumentado para presença de dois (OR 5,8; IC 95% 1,9- 18,0), e três ou mais sinais clínicos (OR 5,7; IC 95% 2,0-16,5) sugestivos de ADGC. A prevalência de alterações metabólicas foi de 42% entre as infectadas vs. 7% entre as não infectadas, considerando a presença de pelo menos duas alterações (CT≥170; LDL≥ 130; TG≥ 130; HDL<45). As percepções médicas, para presença de sinais de ADGC, estratificadas pelo status de infecção pelo HIV (infectados vs. não infectadas) evidenciaram: 10 (18%) vs. 2 (3%) (p<0,01) pacientes com lipoatrofia facial; 17 (31%) vs. 9 (15%) (p<0,04) com diminuição de gordura de braços; 11 (20%) vs. 5 (9%) (p=0,07) com diminuição de gordura de pernas; 10 (18%) vs. nenhum (p<0,001) com aumento da musculosidade de pernas; e 26 (47%) vs. 13 (22%) (p<0,01) com acúmulo de gordura no tronco. Aumento da musculosidade e proeminência de veias em braços; diminuição de gordura em nádegas e coxas; proeminência de veias nas pernas, aumento de gordura em tórax ou mamas; e presença de giba dorso cervical não foram percebidos pelo médico de maneira diferente, entre os grupos As percepções médicas comparadas à presença de alterações de medidas antropométricas demonstraram que os médicos perceberam ADGC em: 12 (56%, n=25) dentre os pacientes com circunferência de cintura aumentada (≥ 2 desvios padrão) vs. 25 (28%, n=89) dentre os normais; 3 (15%, n=20) dentre os pacientes com circunferência de pescoço aumentada (≥ ponto de corte para idade e sexo) vs. 1 (1%, n=73) dentre os normais; 5 (41%, n=12) dentre os pacientes com aumento de prega cutânea subescapular (≥ percentil 85) vs. 10 (10%, n=102) dentre os normais; 10 (48%, n=21) dentre pacientes com diminuição de circunferência do braço (< percentil 5) vs. 16 (17%, n=93) dentre os normais; e em 11 (46%, n=24) dentre pacientes com diminuição da área gordurosa do braço (< percentil 5) vs. 15 (17%, n=90) dentre os normais. Pacientes com sinal clínico de lipoatrofia facial apresentaram valor médio significativamente menor de prega cutânea bucal (4,5 ± 1,2 mm vs. 6,7 ± 1,8 mm; p <0,002); e prega cutânea submandibular (4,2 ± 1,0 mm vs. 5,9 ± 2,2 mm; p <0,012), quando comparados a pacientes com avaliação médica sem sinais de lipoatrofia facial. A prega cutânea infra-orbital não foi diferente entre os dois grupos (2,9 ± 0,7 mm vs. 3,0 ± 1,1 mm; p=0,4) Conclusões: ADGC foram mais freqüentemente percebidas pelos médicos em pacientes HIV, porém um número elevado de não infectados apresentou pelo menos um sinal de ADGC. De acordo com os dados apresentados, as percepções médicas parecem adequadas para avaliar algumas áreas corporais, porém com baixa concordância quando comparadas às medidas antropométricas, o que pode limitar o diagnóstico clínico. Inúmeras medidas de circunferências e pregas cutâneas não possuem valores de referência, por idade e sexo, o que dificulta a definição objetiva de ADGC, na infância. Estudos longitudinais e com maior número de participantes são necessários para definir critérios precisos de diagnóstico de ADGC em crianças e adolescentes.Background: The survival of children and adolescents infected with HIV increased with use of highly potent antiretroviral therapy (HAART), which increases the risk of metabolic abnormalities and changes of distribution body fat (CDBF), either disease progression or side effects of this therapy. Objectives: Assess the prevalence and factors associated a CDBF and metabolic abnormalities in children and adolescents infected with HIV. Analyze the use of anthropometric measurements in the diagnosis of CDBF in children vertically exposed to HIV, contributing to the development of more precise diagnostic criteria. Patients and methods: study evaluated consecutively 114 children (3-19 years) vertically exposed to HIV, and drawn from the same families: 55 with HIV in HAART (25 males, mean age: 10.4 ± 3.0 years) regularly followed up at the Division of Infectious Diseases, University Hospital of Santa Maria, and 59 healthy children (18 males, mean age: 8.5 ± 3.6 years),. Anthropometric measurements included: weight, height, circumferences (waist, hip, thigh, arm, neck), and skin folds (submandibular, infraorbital, buccal, biceps, triceps, abdominal, suprailiac and subscapular). Laboratory evaluation included: total cholesterol (TC) and fractions of high (HDL) and low density lipoprotein (LDL), triglycerides (TG) and fasting glucose. Health workers measured blood pressure, and was evaluated the presence of CDBF Results: The global prevalence of CDBF was 78% in infected children versus (vs.) 48% among uninfected, given the presence of at least one abnormality by physicians’ perceptions. Logistic regression analysis demonstrates that in comparison to the default category (without CDBF) HIV patients have increased risk for the presence two (OR = 5,8; 95% CI 1,9-18,0) and three or more clinical signs (OR 5,7; 95% CI 2,0-16,5) suggestive of CDBF. The prevalence of metabolic abnormalities was 42% among the infected vs. 7% among the uninfected, considering the presence of at least two changes (TC ≥ 170, LDL ≥ 130, TG ≥ 130, HDL <45). The physicians’ perceptions for signs of CDBF, stratified by HIV infection status (infected vs. uninfected) showed: 10 patients (18%) vs. 2 (3%) (p <0.01) with facial lipoatrophy, 17 (31%) vs. 9 (15%) (p <0.04) with fat loss in arms; 11 (20%) vs. 5 (9%) (p = 0.07) with fat loss in legs, 10 (18%) vs. none (p <0.001) with increased muscularity of legs, and 26 (47%) vs. 13 (22%) (p <0.001) with trunk fat accumulation. Increased muscularity and prominence of veins in arms; fat loss in the buttocks and thighs; prominence of veins in legs, fat accumulation in the chest or breast enlargement, and presence of “buffalo hump” were not perceived differently by the physician between the groups Physicians’ perceptions compared to the presence of changes in anthropometric measurements showed that the doctors perceived ADGC: 12 (56%, n = 25) among patients with increased waist circumference (≥ 2 standard deviations) vs. 25 (28%, n = 89) among the normal, 3 (15%, n = 20) among patients with increased neck circumference (≥ cutoff for age and sex) vs. 1 (1%, n = 73) among normal, 5 (41 %, n = 12) among patients with increased subscapular skin fold (≥ 85th percentile) vs. 10 (10%, n = 102) among normal, 10 (48%, n = 21) among patients with a decrease in circumference of arm (<5th percentile) vs. 16 (17%, n = 93) among normal, and in 11 (46%, n = 24) among patients with reduced arm fat area (<5th percentile) vs. 15 (17% , n = 90) from the normal. Patients with clinical signs of facial lipoatrophy had significantly lower mean value of buccal skin fold (4.5 ± 1.2 mm vs. 6.7 ± 1.8 mm, p <0.002), and submandibular skin fold (4.2 ± 1.0 mm vs. 5.9 ± 2.2 mm, p <0.012) compared to patients with medical evaluation without evidence of facial lipoatrophy. The infra-orbital skin fold was not different between groups (2.9 ± 0.7 mm vs. 3.0 ± 1.1 mm, p = 0.4) Conclusions: CDBF were more often seen by physicians in HIV patients, but a high number of uninfected had at least one signal of CDBF. According to the data submitted, physicians’ perceptions seem appropriate to evaluate somebody areas, but with low agreement with anthropometric measures, which may limit the clinical diagnosis. Several measures of circumferences and skin folds do not have reference values by age and sex, which complicates the objective definition of ADGC, in childhood. Longitudinal studies with larger numbers of participants are needed to define precise criteria for diagnosis of ADGC in children and adolescents.application/pdfporInfecções por HIVCriançaDistribuição da gordura corporalLipodistrofiaPrevalênciaHIV/AIDSChildren and adolescentsLipodystrophyAlterações metabólicas e na distribuição de gordura corporal em crianças expostas verticalmente ao HIVinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em EpidemiologiaPorto Alegre, BR-RS2010mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000777195.pdf.txt000777195.pdf.txtExtracted Texttext/plain134403http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194185/2/000777195.pdf.txt36e223bd87d69a494eb2e60906cebf54MD52ORIGINAL000777195.pdfTexto completoapplication/pdf1768492http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194185/1/000777195.pdf74277238cdf38d0fcd63f215d9470a81MD5110183/1941852019-05-12 02:36:27.283215oai:www.lume.ufrgs.br:10183/194185Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532019-05-12T05:36:27Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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