Males do mundo contemporâneo : efeitos de perturbações de ritmicidade circadiana e de estresse crônico sobre saúde e comportamento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Beauvalet, Juliana Castilhos
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/179761
Resumo: Objetivo: Identificar, através de revisão sistemática, o efeito de perturbações da ritmicidade circadiana sobre a saúde humana e, através de experimento animal, o efeito sobre a vulnerabilidade a eventos estressantes. Métodos: Estudo 1: Foi conduzida uma revisão sistemática da literatura nas bases de dados eletrônicas PubMed, Scopus, Embase e LILACS utilizando os termos “social AND (jet lag OR jetlag)”. A busca foi finalizada em 22 de agosto de 2016, resultando em 26 artigos incluídos na revisão. Estudo 2: Camundongos Balb/c foram submetidos a um protocolo de estresse crônico moderado (CMS), sozinho ou precedido de 4 ciclos claro-escuro de período encurtado (10h claro, 10h escuro), e foram comparados a animais submetidos apenas ao encurtamento do ciclo claro-escuro ou a nenhuma intervenção. Em um primeiro experimento, os animais dos grupos estressados foram submetidos a 3 semanas de CMS e foram avaliados parâmetros dos ritmos de atividade-repouso e temperatura central e o ganho de peso corporal. Em um segundo experimento, o período de CMS foi reduzido para 2 semanas e foram analisados parâmetros metabólicos séricos, teste de preferência por solução de sacarose (para aferir comportamento tipo-depressivo) e teste claro-escuro (para aferir comportamento tipo-ansioso). Resultados: Estudo 1: Os desfechos de saúde e comportamento associados ao jetlag social são diversos (epilepsia, sintomas psiquiátricos menores, agressão e problemas de conduta, transtornos de humor, prejuízo cognitivo, uso de substâncias, risco cardiometabólico e perfil endócrino adverso), mas há grande variabilidade de metodologias e populações e grande risco de viés dos estudos analisados. Estudo 2: A exposição ao CMS precedida de ciclos claro-escuro encurtados resultou em aumento na amplitude do ritmo de temperatura, mantido mesmo após o término do protocolo de estresse, e redução do peso corporal no período do CMS, havendo uma clara associação entre estes desfechos. Não foram observadas alterações significativas no comportamento, possivelmente devido a problemas metodológicos, nem nos parâmetros metabólicos avaliados. Conclusões: Este trabalho contribui para o conhecimento sobre o papel da cronorruptura na vulnerabilidade ao desenvolvimento de patologias através de revisão das evidências associadas a um modelo de cronorruptura em humanos (jetlag social) e de demonstração de evidências em um modelo animal (encurtamento do ciclo claro-escuro). As evidências relacionadas ao jetlag social devem ser avaliadas com cautela devido à heterogeneidade metodológica e alto risco de viés, sendo necessários estudos longitudinais e com metodologia padronizada para estabelecer associações mais confiáveis. Em animais, a vulnerabilidade ao estresse parece ser aumentada pelo encurtamento do ciclo claro-escuro no que se refere a ritmos circadianos e metabolismo, mas resta determinar o efeito sobre comportamentos tipo-depressivo e tipo-ansioso. Apoio: FIPE/HCPA, CNPq e CAPES.
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Em um primeiro experimento, os animais dos grupos estressados foram submetidos a 3 semanas de CMS e foram avaliados parâmetros dos ritmos de atividade-repouso e temperatura central e o ganho de peso corporal. Em um segundo experimento, o período de CMS foi reduzido para 2 semanas e foram analisados parâmetros metabólicos séricos, teste de preferência por solução de sacarose (para aferir comportamento tipo-depressivo) e teste claro-escuro (para aferir comportamento tipo-ansioso). Resultados: Estudo 1: Os desfechos de saúde e comportamento associados ao jetlag social são diversos (epilepsia, sintomas psiquiátricos menores, agressão e problemas de conduta, transtornos de humor, prejuízo cognitivo, uso de substâncias, risco cardiometabólico e perfil endócrino adverso), mas há grande variabilidade de metodologias e populações e grande risco de viés dos estudos analisados. Estudo 2: A exposição ao CMS precedida de ciclos claro-escuro encurtados resultou em aumento na amplitude do ritmo de temperatura, mantido mesmo após o término do protocolo de estresse, e redução do peso corporal no período do CMS, havendo uma clara associação entre estes desfechos. Não foram observadas alterações significativas no comportamento, possivelmente devido a problemas metodológicos, nem nos parâmetros metabólicos avaliados. Conclusões: Este trabalho contribui para o conhecimento sobre o papel da cronorruptura na vulnerabilidade ao desenvolvimento de patologias através de revisão das evidências associadas a um modelo de cronorruptura em humanos (jetlag social) e de demonstração de evidências em um modelo animal (encurtamento do ciclo claro-escuro). As evidências relacionadas ao jetlag social devem ser avaliadas com cautela devido à heterogeneidade metodológica e alto risco de viés, sendo necessários estudos longitudinais e com metodologia padronizada para estabelecer associações mais confiáveis. Em animais, a vulnerabilidade ao estresse parece ser aumentada pelo encurtamento do ciclo claro-escuro no que se refere a ritmos circadianos e metabolismo, mas resta determinar o efeito sobre comportamentos tipo-depressivo e tipo-ansioso. Apoio: FIPE/HCPA, CNPq e CAPES.Objective: Identify through a systematic review the effect of circadian disturbances on human health and, through animal experimentation, the effect on vulnerability to stress. Methods: Study 1: A systematic review of the literature was conducted on PubMed, Scopus, Embase and LILACS electronic databases using the terms "social AND (jet lag OR jetlag)". The search was finalized on August 22, 2016, resulting in 26 research articles included in the review. Study 2: Balb/c mice were exposed to a chronic mild stress (CMS) protocol alone or preceded by 4 shortened light-dark cycles (10h light, 10h dark) and compared to animals exposed only to the shortened light-dark cycles or to no intervention. In one experiment, animals of stressed groups were exposed to 3 weeks of CMS for evaluation of rest-activity and core body temperature rhythms and body weight gain. In a second experiment, CMS was shortened to 2 weeks and serum metabolic parameters, sucrose preference test (to assess depressive-like behavior) and black and white test (to assess anxiety-like behavior) were evaluated. Results: Study 1: The health and behavioral outcomes associated to social jetlag are diverse (epilepsy, minor psychiatric symptoms, aggression and conduct problems, mood disorders, cognitive impairment, substance use, cardiometabolic risk and adverse endocrine profile), but there is great variation of methodologies and populations as well as high risk of bias in analyzed studies. Study 2: Exposure to CMS preceded by shortened light-dark cycles resulted in increased amplitude of core body temperature rhythm, sustained even after the end of CMS, and reduced body weight during CMS, with a clear association between these two outcomes. No significant alterations were observed either in behavior, likely due to methodological issues, or metabolic parameters assessed. Conclusions: This work contributes to the knowledge on the role of chronodisruption on the vulnerability to development of pathologies through a review of evidences associated with a model of chronodisruption in humans (social jetlag) and demonstration of evidences from an animal model of chonodisruption (shortened light-dark cycles). The evidence regarding social jetlag must be analyzed with caution due to methodological heterogeneity and high risk of bias of articles reviewed and longitudinal studies with standardized methodology are needed to establish reliable associations. In animals, it seems that vulnerability to stress is increased by the light-dark cycle shortening in what refers to circadian rhythms and metabolism, but the effect on depressive-like and anxiety-like behaviors remains to be determined. Financial support: FIPE/HCPA, CNPq and CAPES.application/pdfporCronobiologiaMetabolismoAlostasePeriodicidadeJornada de trabalho em turnosEstresse fisiológicoRevisãoChronobiologyVulnerabilityPhysiological stressMetabolismMales do mundo contemporâneo : efeitos de perturbações de ritmicidade circadiana e de estresse crônico sobre saúde e comportamentoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Psiquiatria e Ciências do ComportamentoPorto Alegre, BR-RS2018mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001068529.pdf.txt001068529.pdf.txtExtracted Texttext/plain178177http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/179761/2/001068529.pdf.txtd20b247448cb162ac770b62447ab5babMD52ORIGINAL001068529.pdf001068529.pdfTexto completoapplication/pdf2937584http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/179761/1/001068529.pdf0f5111432bacc4643ef8da66d8dc69a5MD5110183/1797612024-03-06 04:53:54.961206oai:www.lume.ufrgs.br:10183/179761Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-03-06T07:53:54Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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