O imaginário do jornalismo: fundamentos epistemológicos para uma crise simbólica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/194535 |
Resumo: | Este trabalho se desafia a compreender as transformações no imaginário do Jornalismo na passagem do período industrial – o século XIX, quando a imprensa era detentora do monopólio da produção e circulação de notícias – para o pós-industrial, quando a mídia de massas dá lugar à massa de mídias. Para tanto, busca ampliar o olhar das Teorias do Jornalismo a partir do aporte da Teoria Geral do Imaginário, fundada por Gilbert Durand na década de 1960. Ao construir estes nexos, a expectativa é que seja possível compreender, em um ambiente onde as fronteiras midiáticas se tornaram tão permeáveis, quais as variâncias e reminiscências nas imagens que permeiam o campo epistemológico do jornalismo, de modo a encontrar as perguntas e respostas certas para investigar um objeto em crise. Esta leitura simbólica é construída a partir da mitocrítica de obras clássicas para a epistemologia do jornalismo no Brasil, ainda em seu momento industrial, e tendo o olhar direcionado pelas inquietações provocadas pelo relatório Jornalismo Pós-Industrial: Adaptação ao presente produzido pelo Tow Center em 2012 e que representa um marco na compreensão do atual ecossistema comunicativo. Para cercar a “presa mítica”, à essa leitura fazemos dialogar textos correlatos, de modo que, como sugere Durand, nada de humano nos seja estranho. A análise nos permitiu compreender que as imagens que constelam no imaginário do jornalismo são dinamizadas a partir de suas respostas imaginantes a pulsões ancestrais: Mitos do Tempo, e sua necessidade de resistir à devoração constante do presente; Mitos de Visão, e a ânsia moderna por distinção, separação e revelação; Mitos do Progresso, quando a técnica coloniza o pensamento e a eficiência faz perder de vista o lastro humano e Mitos da Ordem, que derivam de um desejo primitivo de controlar a angústia diante o Caos e se traduzem tanto em controle quanto em revolução. Compreendemos, ao fim do percurso mitocrítico, que o jornalismo pós-industrial não está ligado a imagens de conexão e comunhão, mas à epítome de imagens fáusticas de Progresso. O que se delineia para o futuro não é a insistência em sua relevância enquanto revelador ou atestador eficiente da verdade – elementos profundamente ligados à fase industrial -, mas como organizador do Caos que deve recuperar o mitema da Beneficiência para trazer o humano e o bem comum para a centralidade de seus processos. |
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Costa, Andriolli de Brites daMartins, Ana Tais2019-05-24T02:36:18Z2019http://hdl.handle.net/10183/194535001094204Este trabalho se desafia a compreender as transformações no imaginário do Jornalismo na passagem do período industrial – o século XIX, quando a imprensa era detentora do monopólio da produção e circulação de notícias – para o pós-industrial, quando a mídia de massas dá lugar à massa de mídias. Para tanto, busca ampliar o olhar das Teorias do Jornalismo a partir do aporte da Teoria Geral do Imaginário, fundada por Gilbert Durand na década de 1960. Ao construir estes nexos, a expectativa é que seja possível compreender, em um ambiente onde as fronteiras midiáticas se tornaram tão permeáveis, quais as variâncias e reminiscências nas imagens que permeiam o campo epistemológico do jornalismo, de modo a encontrar as perguntas e respostas certas para investigar um objeto em crise. Esta leitura simbólica é construída a partir da mitocrítica de obras clássicas para a epistemologia do jornalismo no Brasil, ainda em seu momento industrial, e tendo o olhar direcionado pelas inquietações provocadas pelo relatório Jornalismo Pós-Industrial: Adaptação ao presente produzido pelo Tow Center em 2012 e que representa um marco na compreensão do atual ecossistema comunicativo. Para cercar a “presa mítica”, à essa leitura fazemos dialogar textos correlatos, de modo que, como sugere Durand, nada de humano nos seja estranho. A análise nos permitiu compreender que as imagens que constelam no imaginário do jornalismo são dinamizadas a partir de suas respostas imaginantes a pulsões ancestrais: Mitos do Tempo, e sua necessidade de resistir à devoração constante do presente; Mitos de Visão, e a ânsia moderna por distinção, separação e revelação; Mitos do Progresso, quando a técnica coloniza o pensamento e a eficiência faz perder de vista o lastro humano e Mitos da Ordem, que derivam de um desejo primitivo de controlar a angústia diante o Caos e se traduzem tanto em controle quanto em revolução. Compreendemos, ao fim do percurso mitocrítico, que o jornalismo pós-industrial não está ligado a imagens de conexão e comunhão, mas à epítome de imagens fáusticas de Progresso. O que se delineia para o futuro não é a insistência em sua relevância enquanto revelador ou atestador eficiente da verdade – elementos profundamente ligados à fase industrial -, mas como organizador do Caos que deve recuperar o mitema da Beneficiência para trazer o humano e o bem comum para a centralidade de seus processos.The challenge of this thesis is understanding the imaginary of Journalism transformations in the transition from the industrial period - the 19th century, when the press industry held the monopoly of news production and circulation - to the postindustrial period, when the mass media gave place to the media of the masses. To this end, it seeks to broaden the Journalism Theories perspective based on the contribution of the General Theory of Imaginary, founded by Gilbert Durand in the 1960s. In constructing these links, we expect to better understand, in an environment where the media frontiers have become so permeable, what variances and reminiscences in the images permeate the epistemological field of journalism, in order to find the right questions and answers to investigate an object in crisis. This symbolic reading is constructed from the mythocritic of classical Brazilian journalism epistemology books from the industrial period, regarding concerns riven from the report Post-Industrial Journalism: Adapting to the Present produced by Tow Center in 2012 and which represents a milestone in understanding the current media ecosystem. In order to surround the "mythical prey", we make to this reading dialogue with related texts, so that nothing human is foreign to us – as suggested by Durand. The analysis allowed us to understand that the images constellating in the imaginary of journalism are dynamized from their imaginary responses to ancestral drives: Myths of Time, and their need to resist the devouring of the present; Myths of Vision, and the modern yearning for distinction, separation, and revelation; Myths of Progress, when the technique colonizes thought and efficiency makes us loses sight of human being and Myths of the Order, which derive from a primitive desire to control the anguish in the face of Chaos and translates into both control and revolution. We understand, at the end of this mythocritic journey, that postindustrial journalism is not linked to images of connection and communion, but to the epitome of Faustian images of Progress. What is outlined for the future is not the insistence on its relevance as an efficient revealer or attester of the truth - elements deeply linked to the industrial phase - but as the organizer of Chaos that must recover the mytheme of the Philanthropy to bring the human being and the common good to the centrality of their processes.application/pdfporJornalismo : Aspectos teóricosEpistemologiaImaginárioMitoJournalismMythImaginaryTheory of JournalismEpistemologyO imaginário do jornalismo: fundamentos epistemológicos para uma crise simbólicainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de Biblioteconomia e ComunicaçãoPrograma de Pós-Graduação em ComunicaçãoPorto Alegre, BR-RS2019doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001094204.pdf.txt001094204.pdf.txtExtracted Texttext/plain517340http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194535/2/001094204.pdf.txtf285d7ccefd0210d6f8d19d21f16d965MD52ORIGINAL001094204.pdfTexto completoapplication/pdf1245234http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194535/1/001094204.pdf9ec5be6411b5eea54aabe8e2268a06e3MD5110183/1945352022-02-22 05:10:02.883985oai:www.lume.ufrgs.br:10183/194535Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-02-22T08:10:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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