Contaminação de microbacias urbanas : o caso do Arroio Moinho, Porto Alegre, RS, Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/222221 |
Resumo: | A presente trabalho tem como objetivo analisar a contaminação da água e do sedimento de fundo da microbacia doarroio Moinho, em Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul. Para tanto, realizou-se uma série de diagnósticos, como: a) analises físico-químicas e biológicas da água; b) índice da qualidade da água (IQA); c) análises químicas de metais, granulométricae mineralógica dos sedimentos de fundo; d) teor de carbono orgânico total (COT); e) enquadramento em classes de qualidadede acordo com as prescrições legais;f) fator de contaminação (FC) e índice de geoacumulação (Igeo); g) análise de características socioeconômicas como rendimento per capita e densidade populacionalda população que reside na microbacia.Desse modo, foram amostrados quatro pontos em diferentes regiões geomorfológicas da microbacia. Os resultados demonstraram que a carga de esgotos domésticos lançada no manancial está sobrecarregando a sua capacidade de autodepuração, de maneira que as águas do arroio superaram os limites estabelecidos pela pior classe de qualidade, a classe 4 tanto no ano de2012 quanto em 2018.O uso atribuído a essa classe pelo órgão ambiental é "harmonia paisagística", no entanto a quantidade de resíduos sólidos (e.g., móveis, lixo, resíduos da construção civil, entre outros)acumulados nas margens e leito do canal do arroio ao longo de todo o seu percurso, inviabilizaatribuir um valor paisagístico ao manancial. Já os resultados analíticos do sedimento de fundo dos pontos amostrados demonstraram que o manancial apresenta baixo teor de fração fina (inferior a 2%) e teores de COT entre 8 e 17%, material responsável pela sorção de metais. No entanto, os pontos apresentaram altos teores de metais associados a esse material retido na microbacia. Nas cabeceiras do arroio (P1), a intensidade da poluição foi baixa a moderada por Pb (classe Igeo 1) e forte por Zn (classe Igeo 4). Já na porção intermediária, a poluição encontrada foi baixa a moderada por Pb em P3 (classe Igeo 1) e moderada a forte por Zn (classe Igeo 3). Na porção inferior da microbacia, a intensidade da poluição por Pb (moderada, classe Igeo 2) e Zn (forte, classe Igeo 4) aumentaram em uma classe. Todos os pontos amostrados apresentaram poluição moderada a forte por Cu (classe Igeo 3).Os dados socioeconômicos mostram que a contaminação ocorre em todas as áreas da microbaia, desde aquelas da região de cabeceiras, onde se encontra a população economicamente mais vulnerável, até a região da foz. Eles permitem concluir que todas a contaminação ocorre em todas as áreas geomorfológicas com seus respectivos níveis socioeconômicos. Observa-se que a renda per capita da população se distribui obedecendo as diferentes regiões geomorfológicas, de maneira que a população situada nas cabeceiras recebe os menores salários e na região da foz a população com maiores salários. Os resultados da pesquisa revelam que oatual manejo de resíduos sólidos e sanitários dados pela população e pelos gestores na região está causando níveis preocupantes de contaminação no sistema aquático do Arroio Moinhodesde sua região de nascentes, representando um perigo também à saúde pública da população que habita suas margens. |
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Rodrigues, Bruna BonfimMizusaki, Ana Maria PimentelMenegat, Rualdo2021-06-16T04:36:03Z2020http://hdl.handle.net/10183/222221001126726A presente trabalho tem como objetivo analisar a contaminação da água e do sedimento de fundo da microbacia doarroio Moinho, em Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul. Para tanto, realizou-se uma série de diagnósticos, como: a) analises físico-químicas e biológicas da água; b) índice da qualidade da água (IQA); c) análises químicas de metais, granulométricae mineralógica dos sedimentos de fundo; d) teor de carbono orgânico total (COT); e) enquadramento em classes de qualidadede acordo com as prescrições legais;f) fator de contaminação (FC) e índice de geoacumulação (Igeo); g) análise de características socioeconômicas como rendimento per capita e densidade populacionalda população que reside na microbacia.Desse modo, foram amostrados quatro pontos em diferentes regiões geomorfológicas da microbacia. Os resultados demonstraram que a carga de esgotos domésticos lançada no manancial está sobrecarregando a sua capacidade de autodepuração, de maneira que as águas do arroio superaram os limites estabelecidos pela pior classe de qualidade, a classe 4 tanto no ano de2012 quanto em 2018.O uso atribuído a essa classe pelo órgão ambiental é "harmonia paisagística", no entanto a quantidade de resíduos sólidos (e.g., móveis, lixo, resíduos da construção civil, entre outros)acumulados nas margens e leito do canal do arroio ao longo de todo o seu percurso, inviabilizaatribuir um valor paisagístico ao manancial. Já os resultados analíticos do sedimento de fundo dos pontos amostrados demonstraram que o manancial apresenta baixo teor de fração fina (inferior a 2%) e teores de COT entre 8 e 17%, material responsável pela sorção de metais. No entanto, os pontos apresentaram altos teores de metais associados a esse material retido na microbacia. Nas cabeceiras do arroio (P1), a intensidade da poluição foi baixa a moderada por Pb (classe Igeo 1) e forte por Zn (classe Igeo 4). Já na porção intermediária, a poluição encontrada foi baixa a moderada por Pb em P3 (classe Igeo 1) e moderada a forte por Zn (classe Igeo 3). Na porção inferior da microbacia, a intensidade da poluição por Pb (moderada, classe Igeo 2) e Zn (forte, classe Igeo 4) aumentaram em uma classe. Todos os pontos amostrados apresentaram poluição moderada a forte por Cu (classe Igeo 3).Os dados socioeconômicos mostram que a contaminação ocorre em todas as áreas da microbaia, desde aquelas da região de cabeceiras, onde se encontra a população economicamente mais vulnerável, até a região da foz. Eles permitem concluir que todas a contaminação ocorre em todas as áreas geomorfológicas com seus respectivos níveis socioeconômicos. Observa-se que a renda per capita da população se distribui obedecendo as diferentes regiões geomorfológicas, de maneira que a população situada nas cabeceiras recebe os menores salários e na região da foz a população com maiores salários. Os resultados da pesquisa revelam que oatual manejo de resíduos sólidos e sanitários dados pela população e pelos gestores na região está causando níveis preocupantes de contaminação no sistema aquático do Arroio Moinhodesde sua região de nascentes, representando um perigo também à saúde pública da população que habita suas margens.This article aims to analyze the contamination of water and bottom sediment of the Moinho stream, in Porto Alegrecity, Capital of Rio Grande do SulState. For this purpose, a series of diagnoses were elaborated, such as: a) chemical, physical and biological analysis of water; b) water quality index (WQI); c) chemical analysis of metals, granulometric and mineralogical analysis of the bottom sediments; d) total organic carbon content (TOC); e) classification in quality classes according to the brazilian law; f) contamination factor (CF) and geoaccumulation index (Igeo); g) analysis of socioeconomic characteristics such as income and population density. For this, four points were sampled in different geomorphological regions of the watershed. The results showed that the stream waters exceeded the limits established by the worst quality class, class 4. The attributed use to this class by the environmental agency is "landscape harmony", however the amount of solid waste accumulated on the banks and stream channel bed along its entire path, makes it impossible to assign a landscape value to the stream. The analytical results of the bottom sediment of the sampled points showed that the source has a low content of fine fraction(less than 2%) and TOC levels between 8 and 17%, a material responsible for the sorption of metals. However, the points showed high levels of metals associated with this material. At the headwaters of the stream (P1), the pollution intensity was low to moderate by Pb (Igeo 1) and strong by Zn (class Igeo 4). In the intermediate portion, the pollution found was low to moderate by Pb in P3 (class Igeo 1) and moderate to strong by Zn (Igeo 3). In the lower portion of the watershed, the intensity of pollution by Pb (moderate, Igeo 2) and Zn (high, Igeo 4) increased by one class. All sampled points showed moderate to highCu pollution (Igeo 3). Socioeconomic data showthat the most economically vulnerable population is found, to the mouth region. They allow us to conclude that all contamination occurs in all geomorphological areas with their respective socio-economic levels. It is observed that the per capita income of the population is distributed according to the different geomorphological regions, so that the population located at the headwaters receives the lowest salaries and in the mouth region the population with the highest salaries. The results of the research reveal that the current management of solid and sanitary residues given by the population and the managers in the region is causing worrying levels of contamination in the water system of the Moinho.application/pdfporGeohidrologiaGeologia ambientalRecursos hídricosContaminação da águaQualidade da águaDilúvio, Arroio (RS)Water resources contaminationWater and soil qualityDiluvio StreamContaminação de microbacias urbanas : o caso do Arroio Moinho, Porto Alegre, RS, Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasPrograma de Pós-Graduação em GeociênciasPorto Alegre, BR-RS2020mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001126726.pdf.txt001126726.pdf.txtExtracted Texttext/plain184433http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/222221/2/001126726.pdf.txtcfd5e5c746e4f78eb47f8b20c44191c6MD52ORIGINAL001126726.pdfTexto completoapplication/pdf3124860http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/222221/1/001126726.pdfb727d719e4889130d5e8482f411f1329MD5110183/2222212021-06-26 04:38:52.18043oai:www.lume.ufrgs.br:10183/222221Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-06-26T07:38:52Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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A presente trabalho tem como objetivo analisar a contaminação da água e do sedimento de fundo da microbacia doarroio Moinho, em Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul. Para tanto, realizou-se uma série de diagnósticos, como: a) analises físico-químicas e biológicas da água; b) índice da qualidade da água (IQA); c) análises químicas de metais, granulométricae mineralógica dos sedimentos de fundo; d) teor de carbono orgânico total (COT); e) enquadramento em classes de qualidadede acordo com as prescrições legais;f) fator de contaminação (FC) e índice de geoacumulação (Igeo); g) análise de características socioeconômicas como rendimento per capita e densidade populacionalda população que reside na microbacia.Desse modo, foram amostrados quatro pontos em diferentes regiões geomorfológicas da microbacia. Os resultados demonstraram que a carga de esgotos domésticos lançada no manancial está sobrecarregando a sua capacidade de autodepuração, de maneira que as águas do arroio superaram os limites estabelecidos pela pior classe de qualidade, a classe 4 tanto no ano de2012 quanto em 2018.O uso atribuído a essa classe pelo órgão ambiental é "harmonia paisagística", no entanto a quantidade de resíduos sólidos (e.g., móveis, lixo, resíduos da construção civil, entre outros)acumulados nas margens e leito do canal do arroio ao longo de todo o seu percurso, inviabilizaatribuir um valor paisagístico ao manancial. Já os resultados analíticos do sedimento de fundo dos pontos amostrados demonstraram que o manancial apresenta baixo teor de fração fina (inferior a 2%) e teores de COT entre 8 e 17%, material responsável pela sorção de metais. No entanto, os pontos apresentaram altos teores de metais associados a esse material retido na microbacia. Nas cabeceiras do arroio (P1), a intensidade da poluição foi baixa a moderada por Pb (classe Igeo 1) e forte por Zn (classe Igeo 4). Já na porção intermediária, a poluição encontrada foi baixa a moderada por Pb em P3 (classe Igeo 1) e moderada a forte por Zn (classe Igeo 3). Na porção inferior da microbacia, a intensidade da poluição por Pb (moderada, classe Igeo 2) e Zn (forte, classe Igeo 4) aumentaram em uma classe. Todos os pontos amostrados apresentaram poluição moderada a forte por Cu (classe Igeo 3).Os dados socioeconômicos mostram que a contaminação ocorre em todas as áreas da microbaia, desde aquelas da região de cabeceiras, onde se encontra a população economicamente mais vulnerável, até a região da foz. Eles permitem concluir que todas a contaminação ocorre em todas as áreas geomorfológicas com seus respectivos níveis socioeconômicos. Observa-se que a renda per capita da população se distribui obedecendo as diferentes regiões geomorfológicas, de maneira que a população situada nas cabeceiras recebe os menores salários e na região da foz a população com maiores salários. Os resultados da pesquisa revelam que oatual manejo de resíduos sólidos e sanitários dados pela população e pelos gestores na região está causando níveis preocupantes de contaminação no sistema aquático do Arroio Moinhodesde sua região de nascentes, representando um perigo também à saúde pública da população que habita suas margens. |
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