Prótese valvar mitral : 20 anos de seguimento de uma amostra de pacientes operados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Angela Henrique Silva
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/88344
Resumo: Este estudo avalia mortalidade, reoperação e eventos hemorrágicos em pacientes submetidos à cirurgia para troca valvar mitral utilizando substituto biológico ou mecânico. O delineamento do estudo foi do tipo coorte histórica. Entre todos os registros, foram selecionados 352 prontuários de pacientes submetidos à cirurgia para troca valvar mitral entre 1990 e 2008, que tiveram seguimento mínimo de 5 e máximo de 23 anos. Para avaliar o tempo de sobrevida, a probabilidade de reoperação e de eventos hemorrágicos, foi utilizada a curva de Kaplan-Meier. Foi aplicado, para comparar as curvas entre os grupos, o teste qui-quadrado de Log-rank. A análise multivariada de Regressão de Cox foi utilizada para identificar preditores independentes de mortalidade, reoperação e eventos hemorrágicos. A sobrevivência em 5, 10, 15 e 20 anos após cirurgia utilizando substituto mecânico foi de 87,7%, 74,2%, 69,3% e 69,3% e, para substituto biológico, foi de 87,6%, 71,0%, 64,2%, e 56,6%, respectivamente. Não houve diferença significativa entre a mortalidade entre os dois grupos (p=0,38). Na análise multivariada, os fatores associados com o óbito foram: idade, eventos hemorrágicos e insuficiência renal. A probabilidade de permanecer livre de reoperação em 5, 10, 15 e 20 anos após cirurgia utilizando substituto mecânico foi de 94,4%, 92,7%, 92,7% e 92,7% e, para bioprótese, foi de 95,9%, 86,4%, 81,2% e 76,5%, respectivamente (p=0.073), com uma incidência significativamente maior de reoperação para bioprótese (p=0,008). Os fatores associados com reoperação foram: sexo masculino, diâmetro da prótese e endocardite. A probabilidade de permanecer livre de eventos hemorrágicos em 5, 10, 15 e 20 anos após cirurgia utilizando substituto mecânico foi de 95,0%, 91,0%, 89,6% e 89,6% e, para bioprótese, foi de 96,9%, 94,0%, 94,0% e 94,0%, respectivamente (p=0,267). Os fatores associados com eventos hemorrágicos foram: IMC (índice de massa corporal) superior à 30 kg/m2, doença pulmonar obstrutiva crônica, tempo de ventilação mecânica na Unidade de Tratamento Intensivo superior a 30 dias e presença insuficiência mitral. Os autores concluíram que: 1) a mortalidade foi estatisticamente semelhante entre os dois grupos no seguimento; 2) houve tendência maior à reoperação no grupo com bioprótese; 3) após 10 anos de seguimento, a probabilidade de permanecer livre de reoperação não mudou para pacientes com substitutos valvares mecânicos; 4) a probabilidade de permanecer livre de eventos hemorrágicos não mudou após 10 anos de seguimento para portadores de biopróteses; 5) as características basais dos pacientes foram os maiores determinantes de mortalidade tardia após a cirurgia; 6) o tipo de prótese não foi fator preditor independente associado a nenhum dos desfechos avaliados na análise multivariada.
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A sobrevivência em 5, 10, 15 e 20 anos após cirurgia utilizando substituto mecânico foi de 87,7%, 74,2%, 69,3% e 69,3% e, para substituto biológico, foi de 87,6%, 71,0%, 64,2%, e 56,6%, respectivamente. Não houve diferença significativa entre a mortalidade entre os dois grupos (p=0,38). Na análise multivariada, os fatores associados com o óbito foram: idade, eventos hemorrágicos e insuficiência renal. A probabilidade de permanecer livre de reoperação em 5, 10, 15 e 20 anos após cirurgia utilizando substituto mecânico foi de 94,4%, 92,7%, 92,7% e 92,7% e, para bioprótese, foi de 95,9%, 86,4%, 81,2% e 76,5%, respectivamente (p=0.073), com uma incidência significativamente maior de reoperação para bioprótese (p=0,008). Os fatores associados com reoperação foram: sexo masculino, diâmetro da prótese e endocardite. A probabilidade de permanecer livre de eventos hemorrágicos em 5, 10, 15 e 20 anos após cirurgia utilizando substituto mecânico foi de 95,0%, 91,0%, 89,6% e 89,6% e, para bioprótese, foi de 96,9%, 94,0%, 94,0% e 94,0%, respectivamente (p=0,267). Os fatores associados com eventos hemorrágicos foram: IMC (índice de massa corporal) superior à 30 kg/m2, doença pulmonar obstrutiva crônica, tempo de ventilação mecânica na Unidade de Tratamento Intensivo superior a 30 dias e presença insuficiência mitral. Os autores concluíram que: 1) a mortalidade foi estatisticamente semelhante entre os dois grupos no seguimento; 2) houve tendência maior à reoperação no grupo com bioprótese; 3) após 10 anos de seguimento, a probabilidade de permanecer livre de reoperação não mudou para pacientes com substitutos valvares mecânicos; 4) a probabilidade de permanecer livre de eventos hemorrágicos não mudou após 10 anos de seguimento para portadores de biopróteses; 5) as características basais dos pacientes foram os maiores determinantes de mortalidade tardia após a cirurgia; 6) o tipo de prótese não foi fator preditor independente associado a nenhum dos desfechos avaliados na análise multivariada.This study assessed mortality, reoperation and bleeding events in patients who underwent mitral valve replacement surgery with a biological or mechanical substitute. This was a historical cohort study. In total, 352 inpatients clinical health records who underwent mitral valve replacement surgery between 1990 and 2008 with 5 to 23 years of follow-up were selected. A Kaplan-Meier curve was used to evaluate the survival time, the probability of reoperation and bleeding events. A log-rank chi-square test was applied to compare the curves between groups. Multivariate Cox regression analysis was used to identify independent predictors of mortality, reoperation and bleeding events. The 5, 10, 15 and 20 year survival rates after surgery using a mechanical substitute were 87.7%, 74.2%, 69.3% and 69.3%, respectively, while the survival rates after surgery with a biological substitute were 87.6%, 71.0%, 64.2% and 56.6%, respectively. There was no significant difference in mortality between the two groups (p = 0.38). In the multivariate analysis, the factors associated with death were age, bleeding events and renal failure. The probabilities of being free of reoperation at 5, 10, 15 and 20 years after surgery using a mechanical substitute were 94.4%, 92.7%, 92.7% and 92.7%, respectively, while after surgery with a bioprosthesis, they were 95.9%, 86.4%, 81.2% and 76.5%, respectively (p = 0.073); therefore, there was a significantly higher incidence of reoperation for patients receiving a bioprosthesis (p = 0.008). The factors associated with reoperation were male gender, diameter of the prosthesis and endocarditis. The probabilities of remaining free of bleeding events at 5, 10, 15 and 20 years after surgery using a mechanical substitute were 95.0%, 91.0%, 89.6% and 89.6, respectively, while after surgery with a bioprosthesis, they were 96.9%, 94.0%, 94.0% and 94.0%, respectively (p = 0.267). The factors associated with bleeding events were BMI (body mass index) greater than 30 kg/m2, chronic obstructive pulmonary disease, mechanical ventilation at an Intensive Care Unit for longer than 30 days and mitral regurgitation. The authors concluded that: 1) mortality during follow-up was statistically similar in both groups; 2) there was a greater tendency to reoperation in the bioprosthesis group; 3) the probability of survival free from reoperation did not change for patients with mechanical valves after 10 years’ follow-up; 4) the probability of survival free from bleeding events did not change after 10 years’ follow-up for bioprostheses patients; 5) patients’ baseline characteristics were the greatest determinants of late mortality after mitral valve replacement surgery; 6) the type of prosthesis fitted was not an independent predictive factor of any of the outcomes analyzed in the multivariate analysis.application/pdfporValva mitralCirurgia geralBiopróteseMortalidadeMitral valve replacementMitral valve surgeryMitral prosthesisBioprosthesesMechanical prosthesesPredictorsMortalityPrótese valvar mitral : 20 anos de seguimento de uma amostra de pacientes operados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina: Ciências MédicasPorto Alegre, BR-RS2013mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000911827.pdf.txt000911827.pdf.txtExtracted Texttext/plain146910http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/88344/2/000911827.pdf.txt43bc9af7891efb080a5889c6c0c31112MD52ORIGINAL000911827.pdf000911827.pdfTexto completoapplication/pdf862427http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/88344/1/000911827.pdfd00661e86b76c91381c17de91b15a490MD5110183/883442023-06-01 03:29:03.830161oai:www.lume.ufrgs.br:10183/88344Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-06-01T06:29:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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