Barreira nasal como via terapêutica e de indução de modelo de demência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marques, Charlanne de Oliveira
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/254158
Resumo: A via de administração intranasal pode ser utilizada para tratamento de patologias do SNC ou para o desenvolvimento de doenças neurológicas experimentais. Entre estas doenças, destacamos a doença de Alzheimer (DA), caracterizada por neurodegeneração progressiva associada a déficits cognitivos como, por exemplo, de memória espacial e de reconhecimento e alterações metabólicas e gliais. Neste estudo, utilizou-se a via intranasal como via de administração de sobrenadante e exossomos mesenquimais, na tentativa de reverter um modelo de DA do tipo esporádica induzido por estreptozotocina intracerebroventricular (STZ-ICV). Para isso, isolou-se células mesenquimais estromais do tecido adiposo de ratos Wistar Kyoto. Sobrenadante de células com 80% de confluência, na quarta passagem, foi utilizado para tratamento ou para isolamento de vesículas extracelulares. Foram administrados 10 μl/narina de sobrenadante ou fração exossomal (1 μg/μl/dia) por 5 dias, iniciados 14 dias após a indução do modelo. Ao final do tratamento, os animais foram submetidos a testes comportamentais de memória espacial (Y-maze) e teste de reconhecimento de objeto (TRO). A análise neuroquímica envolveu a atividade da glutamina sintetase (GS) e captação de glicose de fatias hipocampais. Os dados demonstraram que o sobrenadante evitou os déficits de memórias apresentados pelos animais que receberam STZ-ICV assim como aumentou os níveis de captação de glicose. Por outro lado, na atividade da GS, o sobrenadante parcialmente reduziu seus valores ao do controle, enquanto os exossomos não alteraram sua atividade e parcialmente aumentaram os níveis de captação de glicose. Na segunda parte deste estudo, investigou-se os efeitos da administração intranasal de estreptozotocina como suposta indutora de modelo de demência. Para isso, através da literatura, foi revisado a constituição da barreira nasal. Independentemente da presença de transportador de glicose tipo 2 (GLUT-2) em células olfatórias, foi hipotetizado que o transporte de estreptozotocina, que é incapaz de atravessar a barreira hematoencefálica, seria possível através da via de transporte paracelular, entre os espaços celulares entre células embainhantes olfativas (OECs) e fibrobastos do nervo olfatório (ONF) onde a presença de junções celulares seriam menos abundantes. Nesse sentido, realizou-se um estudo experimental através da administração nasal de 15 mg/kg de estreptozotocina em animais Wistar, e após 4 semanas de administração os animais foram testados no TRO e observando-se déficit cognitivo nos animais que receberam STZ, em relação ao grupo controle. Esses dados demonstram que a barreira nasal é uma via de propagação de substâncias terapêuticas ou tóxicas para o sistema nervoso central.
id URGS_9343ad7104c1257baf91f25eb5feb17b
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/254158
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Marques, Charlanne de OliveiraGoncalves, Carlos Alberto Saraiva2023-02-07T05:01:27Z2022http://hdl.handle.net/10183/254158001160722A via de administração intranasal pode ser utilizada para tratamento de patologias do SNC ou para o desenvolvimento de doenças neurológicas experimentais. Entre estas doenças, destacamos a doença de Alzheimer (DA), caracterizada por neurodegeneração progressiva associada a déficits cognitivos como, por exemplo, de memória espacial e de reconhecimento e alterações metabólicas e gliais. Neste estudo, utilizou-se a via intranasal como via de administração de sobrenadante e exossomos mesenquimais, na tentativa de reverter um modelo de DA do tipo esporádica induzido por estreptozotocina intracerebroventricular (STZ-ICV). Para isso, isolou-se células mesenquimais estromais do tecido adiposo de ratos Wistar Kyoto. Sobrenadante de células com 80% de confluência, na quarta passagem, foi utilizado para tratamento ou para isolamento de vesículas extracelulares. Foram administrados 10 μl/narina de sobrenadante ou fração exossomal (1 μg/μl/dia) por 5 dias, iniciados 14 dias após a indução do modelo. Ao final do tratamento, os animais foram submetidos a testes comportamentais de memória espacial (Y-maze) e teste de reconhecimento de objeto (TRO). A análise neuroquímica envolveu a atividade da glutamina sintetase (GS) e captação de glicose de fatias hipocampais. Os dados demonstraram que o sobrenadante evitou os déficits de memórias apresentados pelos animais que receberam STZ-ICV assim como aumentou os níveis de captação de glicose. Por outro lado, na atividade da GS, o sobrenadante parcialmente reduziu seus valores ao do controle, enquanto os exossomos não alteraram sua atividade e parcialmente aumentaram os níveis de captação de glicose. Na segunda parte deste estudo, investigou-se os efeitos da administração intranasal de estreptozotocina como suposta indutora de modelo de demência. Para isso, através da literatura, foi revisado a constituição da barreira nasal. Independentemente da presença de transportador de glicose tipo 2 (GLUT-2) em células olfatórias, foi hipotetizado que o transporte de estreptozotocina, que é incapaz de atravessar a barreira hematoencefálica, seria possível através da via de transporte paracelular, entre os espaços celulares entre células embainhantes olfativas (OECs) e fibrobastos do nervo olfatório (ONF) onde a presença de junções celulares seriam menos abundantes. Nesse sentido, realizou-se um estudo experimental através da administração nasal de 15 mg/kg de estreptozotocina em animais Wistar, e após 4 semanas de administração os animais foram testados no TRO e observando-se déficit cognitivo nos animais que receberam STZ, em relação ao grupo controle. Esses dados demonstram que a barreira nasal é uma via de propagação de substâncias terapêuticas ou tóxicas para o sistema nervoso central.The intranasal route of administration can be used for the treatment of CNS pathologies or for the development of neurological diseases. Among these diseases is Alzheimer's disease (AD), a disease characterized by progressive neurodegeneration associated with cognitive deficits such as, for example, spatial and recognition memory and metabolic and glial changes. In this study, the intranasal route was used as the route of administration of mesenchymal supernatant and exosomes, in an attempt to reverse an intracerebroventricular streptozotocin (STZ-ICV) sporadic-type AD model. For this, stromal mesenchymal cells were isolated from the adipose tissue of Wistar Kyoto rats. Supernatant from cells with 80% confluence, in the fourth passage, was used for treatment or for isolation of extracellular vesicles. Ten microliters per nostril of supernatant or exosomal fraction (1 μg/μl/day) were administered for 5 days, 14 days after model induction. At the end of the treatment, the animals were submitted to behavioral spatial memory tests (Y-maze) and object recognition test (ORT). Neurochemical analysis involved glutamine synthetase (GS) activity and glucose uptake from hippocampal slices. The data showed that the supernatant avoided the memory deficits presented by the animals that received STZ-ICV as well as increased glucose uptake levels. On the other hand, in the GS activity, the supernatant partially reduced its values to the control, while the exosomes did not change their activity and partially increased the glucose uptake levels. In the second part of this study, the effects of intranasal administration of streptozotocin as a supposed inducer of a model of dementia were investigated. For this, through the literature, the constitution of the nasal barrier was reviewed. Regardless of the presence of glucose transporter type 2 (GLUT-2) in olfactory cells, it was hypothesized that the transport of streptozotocin, which is unable to cross the blood-brain barrier, would be possible via the paracellular transport pathway, between the cellular spaces between cells. olfactory scaffolds (OECs) and olfactory nerve fibroblasts (ONF) where the presence of cell junctions would be less abundant. In this sense, an experimental study was carried out through the nasal administration of 15 mg/kg of streptozotocin in Wistar animals, where 4 weeks after administration the animals were tested in the ORT and cognitive deficit was observed in the animals that received STZ, in relation to the group control. These data demonstrate that the nasal barrier is a route of propagation of therapeutic or toxic substances to the central nervous system.application/pdfporAdministração intranasalDoença de AlzheimerExossomosModelos animais de doençasEstreptozocinaBarreira nasal como via terapêutica e de indução de modelo de demênciainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Ciências Básicas da SaúdePrograma de Pós-Graduação em NeurociênciasPorto Alegre, BR-RS2022doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001160722.pdf.txt001160722.pdf.txtExtracted Texttext/plain151988http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/254158/2/001160722.pdf.txtf19f1ca091b65c915aaed5aec4a5c0cfMD52ORIGINAL001160722.pdfTexto parcialapplication/pdf2954208http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/254158/1/001160722.pdf8efa5205b539e442bd377e0443ecce56MD5110183/2541582023-02-08 06:01:20.854342oai:www.lume.ufrgs.br:10183/254158Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-02-08T08:01:20Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Barreira nasal como via terapêutica e de indução de modelo de demência
title Barreira nasal como via terapêutica e de indução de modelo de demência
spellingShingle Barreira nasal como via terapêutica e de indução de modelo de demência
Marques, Charlanne de Oliveira
Administração intranasal
Doença de Alzheimer
Exossomos
Modelos animais de doenças
Estreptozocina
title_short Barreira nasal como via terapêutica e de indução de modelo de demência
title_full Barreira nasal como via terapêutica e de indução de modelo de demência
title_fullStr Barreira nasal como via terapêutica e de indução de modelo de demência
title_full_unstemmed Barreira nasal como via terapêutica e de indução de modelo de demência
title_sort Barreira nasal como via terapêutica e de indução de modelo de demência
author Marques, Charlanne de Oliveira
author_facet Marques, Charlanne de Oliveira
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Marques, Charlanne de Oliveira
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Goncalves, Carlos Alberto Saraiva
contributor_str_mv Goncalves, Carlos Alberto Saraiva
dc.subject.por.fl_str_mv Administração intranasal
Doença de Alzheimer
Exossomos
Modelos animais de doenças
Estreptozocina
topic Administração intranasal
Doença de Alzheimer
Exossomos
Modelos animais de doenças
Estreptozocina
description A via de administração intranasal pode ser utilizada para tratamento de patologias do SNC ou para o desenvolvimento de doenças neurológicas experimentais. Entre estas doenças, destacamos a doença de Alzheimer (DA), caracterizada por neurodegeneração progressiva associada a déficits cognitivos como, por exemplo, de memória espacial e de reconhecimento e alterações metabólicas e gliais. Neste estudo, utilizou-se a via intranasal como via de administração de sobrenadante e exossomos mesenquimais, na tentativa de reverter um modelo de DA do tipo esporádica induzido por estreptozotocina intracerebroventricular (STZ-ICV). Para isso, isolou-se células mesenquimais estromais do tecido adiposo de ratos Wistar Kyoto. Sobrenadante de células com 80% de confluência, na quarta passagem, foi utilizado para tratamento ou para isolamento de vesículas extracelulares. Foram administrados 10 μl/narina de sobrenadante ou fração exossomal (1 μg/μl/dia) por 5 dias, iniciados 14 dias após a indução do modelo. Ao final do tratamento, os animais foram submetidos a testes comportamentais de memória espacial (Y-maze) e teste de reconhecimento de objeto (TRO). A análise neuroquímica envolveu a atividade da glutamina sintetase (GS) e captação de glicose de fatias hipocampais. Os dados demonstraram que o sobrenadante evitou os déficits de memórias apresentados pelos animais que receberam STZ-ICV assim como aumentou os níveis de captação de glicose. Por outro lado, na atividade da GS, o sobrenadante parcialmente reduziu seus valores ao do controle, enquanto os exossomos não alteraram sua atividade e parcialmente aumentaram os níveis de captação de glicose. Na segunda parte deste estudo, investigou-se os efeitos da administração intranasal de estreptozotocina como suposta indutora de modelo de demência. Para isso, através da literatura, foi revisado a constituição da barreira nasal. Independentemente da presença de transportador de glicose tipo 2 (GLUT-2) em células olfatórias, foi hipotetizado que o transporte de estreptozotocina, que é incapaz de atravessar a barreira hematoencefálica, seria possível através da via de transporte paracelular, entre os espaços celulares entre células embainhantes olfativas (OECs) e fibrobastos do nervo olfatório (ONF) onde a presença de junções celulares seriam menos abundantes. Nesse sentido, realizou-se um estudo experimental através da administração nasal de 15 mg/kg de estreptozotocina em animais Wistar, e após 4 semanas de administração os animais foram testados no TRO e observando-se déficit cognitivo nos animais que receberam STZ, em relação ao grupo controle. Esses dados demonstram que a barreira nasal é uma via de propagação de substâncias terapêuticas ou tóxicas para o sistema nervoso central.
publishDate 2022
dc.date.issued.fl_str_mv 2022
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-02-07T05:01:27Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/254158
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001160722
url http://hdl.handle.net/10183/254158
identifier_str_mv 001160722
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/254158/2/001160722.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/254158/1/001160722.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv f19f1ca091b65c915aaed5aec4a5c0cf
8efa5205b539e442bd377e0443ecce56
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1800309209478201344