Filosofia-rizoma : metamorfoses do pensar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha, Claudia Madruga
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/8556
Resumo: O rizoma representa o encontro da professora de filosofia com a filosofia da diferença. Simula a transformação múltipla que sofre uma professora e a filosofia que ela trama em aulas, estudos e leituras. De posse de uma nova perspectiva, passa a observar que nem todas as conexões que se dizem filosóficas funcionam à sua volta, entre o mundo do vivido e as teorias propostas pelos filósofos. Coisas que talvez impliquem em se determinar o território de ação da filosofia. As teorias que, vindo da tradição determinam o campo do filosófico, algumas vezes fazem uma boa tradução do que acontece, na experiência de vida da professora de seus alunos e alunas; outras vezes, parece que algo se desloca, se perde, se desencontra e, sobrepondo-se ao vivido, impede sua expressão além de contornos prévios. Uma filosofia quer criar, almeja fazer do acontecimento o sentido, excitando o desejo de alguém de envolver-se com ela. Esse desejo incontido era de permitir-se tudo renovar, sobrevoando o que estava em andamento, sem apresentar nada de pronto, nada de prévio, renovar por experimentação, pondo o devir para funcionar num acaso espontâneo. Abrindo-se ao desconhecido essa filosofia não despreza a lógica porque quer o sentido, senão porque aquilo que lhe dá sentido não pode mais se apresentar preso ao logos. Alguém atingida, uma “metamorfose”, quer afectar, criar o gosto, assinar o efeito do efeito. Essa professora-rizoma, alguém que deseja colocar os conceitos de Deleuze em atividade, sofre o que eles representam, fluxo e transformação, devir. O que remete sua prática a um fundo que sobe à superfície do estudo. Sem prescindir ou abandonar esse fundo, vê-se intercedida e intercessora num plano de imanência ilimitado que, saindo dos conceitos deleuzianos, emanam dele como um contorno disforme, rizoma. Numa interpretação e em um estudo vai traçando pelo gosto seu objeto, tentando, na captura do traço, remeter ao problema, mas este possuindo uma variação constante escapa-lhe, o tempo todo. Mesmo assim, ela se afirma como uma unidade múltipla, em um solo que não é somente um folhado, mas um mil folhas esburacado que deixa passar as névoas que o envolvem, aproximando quem estuda do risco de perder-se naquilo que produz; metamorfose e excertos da criativos.
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Uma filosofia quer criar, almeja fazer do acontecimento o sentido, excitando o desejo de alguém de envolver-se com ela. Esse desejo incontido era de permitir-se tudo renovar, sobrevoando o que estava em andamento, sem apresentar nada de pronto, nada de prévio, renovar por experimentação, pondo o devir para funcionar num acaso espontâneo. Abrindo-se ao desconhecido essa filosofia não despreza a lógica porque quer o sentido, senão porque aquilo que lhe dá sentido não pode mais se apresentar preso ao logos. Alguém atingida, uma “metamorfose”, quer afectar, criar o gosto, assinar o efeito do efeito. Essa professora-rizoma, alguém que deseja colocar os conceitos de Deleuze em atividade, sofre o que eles representam, fluxo e transformação, devir. O que remete sua prática a um fundo que sobe à superfície do estudo. Sem prescindir ou abandonar esse fundo, vê-se intercedida e intercessora num plano de imanência ilimitado que, saindo dos conceitos deleuzianos, emanam dele como um contorno disforme, rizoma. Numa interpretação e em um estudo vai traçando pelo gosto seu objeto, tentando, na captura do traço, remeter ao problema, mas este possuindo uma variação constante escapa-lhe, o tempo todo. Mesmo assim, ela se afirma como uma unidade múltipla, em um solo que não é somente um folhado, mas um mil folhas esburacado que deixa passar as névoas que o envolvem, aproximando quem estuda do risco de perder-se naquilo que produz; metamorfose e excertos da criativos.The rhizome represents the encounter of the Philosophy professor with the Philosophy of difference. It simulates the multiple transformations she goes through and the philosophy she weaves in classes, and in study and reading sessions. As the owner of a new perspective, she starts to notice that not all the connections considered philosophical around her really work between the world of the lived things and the theories proposed by the philosophers. The theories that are originated on tradition and define the philosophical field sometimes are able to translate what happens on this professor’s life experience, as well as in her students’ life experience; on occasion, it seems as if there is something displaced, lost, or following diverse ways, which superposes lived experiences and prevents it from being expressed beyond previous outlines. A philosophy wants to create; it wishes to turn the event into sense, exciting someone’s desire of getting involved with it. Such unrestrained desire was about allowing things to renovate, flying over what was going on without presenting anything in advance, renovation through experimentation, having come to be to work on spontaneous fortuity. Opening itself to the unknown, such philosophy does not despise the logic because it wishes the sense, otherwise what gives it meaning can no longer be connected to the logos. A philosophy professor, who is touched in a metamorphosis state, wants to affect, to create the taste, to sign the effect of the effect. Bringing Deleuze’s concept to the table, she suffers what they represent flow, transformation, come to be, which sends her practice to such a foundation that emerges to the study surface. Without prescinding or abandoning this foundation, she sees herself as both asking for and receiving the plea in a level of unlimited immanence, which coming of Deleuzian concepts, arise from it as a shapeless outline, rhizome. In a interpretation and in a study, she drafts her object by taste, trying in the capture of the trace to address the problem; but the problem, showing constant variation, slips away all the time. Even so, she reaffirms herself as a multiple unity, a professor-rhizome, over a soil that is not only a French pastry, but a napoleon full of holes that allows the mist that surrounds it to cross through, drawing the one who studies near to the risk of losing himself in what it produces: metamorphosis and creative excerpts.application/pdfporDeleuze, Gilles, 1925-1995Filosofia da educaçãoFilosofia da diferençaProfessorMulherFilosofiaEnsinoRelação professor-alunoPhilosophy professorProfessor-rhizomeAffectionTasteCreationMultiple singularityMetamorphosisFilosofia-rizoma : metamorfoses do pensarinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de EducaçãoPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoPorto Alegre, BR-RS2006doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000580554.pdf.txt000580554.pdf.txtExtracted Texttext/plain468000http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/8556/2/000580554.pdf.txtd145f5ec8e5b11fffb585c23782b802bMD52ORIGINAL000580554.pdfTexto completoapplication/pdf1216378http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/8556/1/000580554.pdf1fab6ae83649956b44665d25a75ace0aMD5110183/85562023-12-31 04:24:44.1854oai:www.lume.ufrgs.br:10183/8556Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-12-31T06:24:44Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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