Tafoflora de Taió, Santa Catarina (Permiano Inferior, Formação Rio Bonito, Bacia do Paraná)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Boardman, Daiana Rockenbach
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/9988
Resumo: Uma nova macroflora foi identificada nas áreas em torno do Município de Taió, Santa Catarina. Taió era conhecida, até então, por suas excelentes exposições de depósitos marinhos com faunas de moluscos pectinídeos e equinodermas, representativos de uma sucessão pós-glacial registrada na porção média da Formação Rio Bonito, Membro Paraguaçu, Bacia do Paraná. O achado de níveis portadores de restos vegetais na base do Membro Paraguaçu, em exposições próximas àquelas onde as faunas foram identificadas previamente, amplia o registro fossilífero e auxilia no entendimento da evolução dos paleoambientes deposicionais desta porção da Bacia do Paraná. Os macrofósseis estão depositados em arenitos finos, ondulados, intercalados a finas camadas de pelito, indicando ambiente de baixa energia. O material paleobotânico é composto por associações de três diferentes localidades: afloramentos Bruno Peiker, Caça e Tiro e Igreja. No afloramento Bruno Peiker a ocorrência de partes muito delicadas em conexão, tais como frutificações, indica pouco ou nenhum transporte dos restos vegetais, compatível com associações do tipo autóctone-parautóctone. Por sua vez, a presença de paleossolos demonstra que parte do material encontra-se “in situ”. A associação é aparentemente monoespecífica, constituindose em partes de uma mesma planta do tipo esfenófita. O material é dominado por rizomas de classificação indeterminada, seguido por porções férteis, compostas por estruturas reprodutivas dispostas em caules longos e estreitos, do tipo Paracalamites, e poucos verticilos foliares do tipo Koretrophyllites, ainda conectados a seus respectivos eixos caulinares. As estruturas reprodutivas apresentam regiões férteis dispostas ao longo dos entrenós, compostas por agrupamentos de esporangióforos simples e uniesporangiados, sem a presença de brácteas associadas. Elas possuem um arranjo semelhante ao de alguns representantes das Archeocalamitaceae por não apresentarem verticilos foliares ou brácteas entre as regiões férteis, por outro lado, diferem de Notocalamites askosus Rigby, uma Notocalamitaceae, por não apresentarem nós e “folhas compostas ou modificadas” junto à região fértil. Com isso, acredita-se que os espécimes analisados correspondem a um novo táxon da Família Notocalamitaceae. No afloramento Caça e Tiro, há a ocorrência de fragmentos de Gangamopteris cf. obovata. No afloramento Igreja há uma associação de sementes mal preservadas do tipo Cordaicarpus e Samaropsis, e outros raros fragmentos não identificáveis de vegetais. Além deste material, ocorrem espécimes de Phyllotheca australis e Paracalamites australis em um bloco único, provenientes de níveis imprecisos junto a exposição do Afloramento Igreja. Desta forma, a região de Taió possui um abundante acervo paleobotânico, com representantes principalmente de Sphenopsida.
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spelling Boardman, Daiana RockenbachIannuzzi, RobertoDutra, Tania Lindner2007-07-09T14:46:13Z2006http://hdl.handle.net/10183/9988000556737Uma nova macroflora foi identificada nas áreas em torno do Município de Taió, Santa Catarina. Taió era conhecida, até então, por suas excelentes exposições de depósitos marinhos com faunas de moluscos pectinídeos e equinodermas, representativos de uma sucessão pós-glacial registrada na porção média da Formação Rio Bonito, Membro Paraguaçu, Bacia do Paraná. O achado de níveis portadores de restos vegetais na base do Membro Paraguaçu, em exposições próximas àquelas onde as faunas foram identificadas previamente, amplia o registro fossilífero e auxilia no entendimento da evolução dos paleoambientes deposicionais desta porção da Bacia do Paraná. Os macrofósseis estão depositados em arenitos finos, ondulados, intercalados a finas camadas de pelito, indicando ambiente de baixa energia. O material paleobotânico é composto por associações de três diferentes localidades: afloramentos Bruno Peiker, Caça e Tiro e Igreja. No afloramento Bruno Peiker a ocorrência de partes muito delicadas em conexão, tais como frutificações, indica pouco ou nenhum transporte dos restos vegetais, compatível com associações do tipo autóctone-parautóctone. Por sua vez, a presença de paleossolos demonstra que parte do material encontra-se “in situ”. A associação é aparentemente monoespecífica, constituindose em partes de uma mesma planta do tipo esfenófita. O material é dominado por rizomas de classificação indeterminada, seguido por porções férteis, compostas por estruturas reprodutivas dispostas em caules longos e estreitos, do tipo Paracalamites, e poucos verticilos foliares do tipo Koretrophyllites, ainda conectados a seus respectivos eixos caulinares. As estruturas reprodutivas apresentam regiões férteis dispostas ao longo dos entrenós, compostas por agrupamentos de esporangióforos simples e uniesporangiados, sem a presença de brácteas associadas. Elas possuem um arranjo semelhante ao de alguns representantes das Archeocalamitaceae por não apresentarem verticilos foliares ou brácteas entre as regiões férteis, por outro lado, diferem de Notocalamites askosus Rigby, uma Notocalamitaceae, por não apresentarem nós e “folhas compostas ou modificadas” junto à região fértil. Com isso, acredita-se que os espécimes analisados correspondem a um novo táxon da Família Notocalamitaceae. No afloramento Caça e Tiro, há a ocorrência de fragmentos de Gangamopteris cf. obovata. No afloramento Igreja há uma associação de sementes mal preservadas do tipo Cordaicarpus e Samaropsis, e outros raros fragmentos não identificáveis de vegetais. Além deste material, ocorrem espécimes de Phyllotheca australis e Paracalamites australis em um bloco único, provenientes de níveis imprecisos junto a exposição do Afloramento Igreja. Desta forma, a região de Taió possui um abundante acervo paleobotânico, com representantes principalmente de Sphenopsida.A new megafloras has been identified around Taió municipality, Santa Catarina State. This city was famous for its exposures of marine deposits containing a fauna dominated by pectinid molluscs. These levels correspond to a post-glacial succession recorded in the middle part of Rio Bonito Formation, Paraguaçú Member, Paraná Basin. The record of plant remains in the basalmost Paraguaçú Member, near levels that contain the marine fauna previously recovered, extends the paleontological register and helps in the comprehension of deposicional paleoenvironmental evolution occurred in this portion of the Paraná Basin. The plant fossils are preserved in thin, wavy sandstones interbedded with thin measures of siltstones, indicating a very low energy environment. The plant material is composed of assemblages found in three distinct sites: Bruno Peiker, Igreja and Caça e Tiro outcrops. In the Bruno Peiker outcrop, the occurrence of very fragile plant parts still connected each other, such as fructifications, indicates a few or no transport of the plant remains, typical from para-authoctonous-type assemblages. Besides, the presence of paleosoils associated shows that part of plant material is preserved “in situ”. This assemblage seems to be monoespecific, being composed of different parts of the same sphenopsid-like plant. Indeterminate rhizomes dominate while fertile portions composed of reproductive structures inserted on long and narrow Paracalamites-like stems are common, and a few Koretrophyllites-like leaf whorls still connected to stems occurs in this assemblage. The reproductive structures show fertile regions arranged along internodes, composed of clusters of simple and monoesporangiate sporangiophores, without bracts in association. These structures resemble some elements of the Archaeocalamitaceae Family due to their arrangenment and the absence of leaf or bract whrols associated. On the other hand, they differ from Notocalamites askosus Rigby, a Notocalamitaceae, by the absence of “modified or divides leaves” near the fertile regions, Then, it is believed that the specimens studied herein represent the new taxon of the Notocalamitaceae Family. In the Caça e Tiro outcrop were recorded fragments of Gangamopteris cf. obovata leaf. In the Igreja outcrop, not well-preserved Cordaicarpus and Samaropsis-like seeds and no indeterminate plant remains occur. Besides this material, specimens of Phyllotheca australis and Paracalamites australis were identified in one unique sample colleted from levels not well-determinate in the exposure of Igreja outcrop. Concluding, the region of Taió shows a relatively abundant flora composed mainly of sphenopsids.application/pdfporPaleobotânica : Santa CatarinaFormação rio Bonito : PaleofloraTafoflora de Taió, Santa Catarina (Permiano Inferior, Formação Rio Bonito, Bacia do Paraná)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasPrograma de Pós-Graduação em GeociênciasPorto Alegre, BR-RS2006mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000556737.pdf000556737.pdfTexto completoapplication/pdf2743067http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/9988/1/000556737.pdfef592c163fdb32816f1d0f74285187a6MD51TEXT000556737.pdf.txt000556737.pdf.txtExtracted Texttext/plain123306http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/9988/2/000556737.pdf.txt6490692c2911fda019e328a29e7ed27cMD52THUMBNAIL000556737.pdf.jpg000556737.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1237http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/9988/3/000556737.pdf.jpgaa7d21f004b0aaa97191a0c7f10eb3f4MD5310183/99882018-10-15 09:19:26.411oai:www.lume.ufrgs.br:10183/9988Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-15T12:19:26Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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