Pressão arterial numa população escolar : estudo de sua associação com frequência cardíaca e principais componentes de tamanho corporal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rosa, Alberto Augusto Alves
Data de Publicação: 1994
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/197699
Resumo: Há muito tempo, a hipertensão arterial foi reconhecida como importante fator de risco para doenças crônicas na população adulta. Recentemente, têm-se enfatizado a necessidade de sua detecção na infância, bem como da identificação precoce de seus fatores determinantes. Nosso estudo teve por objetivo principal verificar a associação de pressão arterial com alguns desses fatores e, secundariamente, descrever a distribuição das médias dos valores pressóricos numa população infantil e adolescente. Através de uma amostragem aleatória sistemática, selecionou-se 791 escolares dos nove colégios de primeiro e segundo grau da Vila Rio Branco, Canoas (região metropolitana de Porto Alegre, RS). Esta amostra de estudantes com baixa renda familiar, correspondeu a 20% da população de cada escola da Vila, que foi estudada seguindo-se um delineamento transversal. Foram registrados: pressão arterial, frequência de pulso, idade, sexo, raça, renda familiar, espessuras dedobras cutâneas subescapular e tricipital, perímetro do braço direito, peso e altura. Excluiu-se da amostra inicial 44 escolares, por falta de dados sobre idade, raça e pressão arterial, e outros 12 após a análise dos resíduos, constituindo uma perda total de 7% da amostra. As médias de pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), tenderam a elevar com a idade, em ambos os sexos. A partir de 11 anos de idade, a pressão arterial foi maior no sexo feminino. As curvas de distribuição das nossas médias foram comparadas às de três estudos nacionais (Cavalcante, 1976; Brandão, 1987; Bastos, 1990), às de um estudo internacional multicêntrico (Task Force, 1987) e às de um estudo venezuelano (Muftoz, 1980). As médias de PAS de nosso estudo (Porto Alegre) foram superponíveis às da Task F orce e às de Bastos (Botucatu ), mais consistentemente no sexo masculino. As médias de P AD, neste sexo, também não diferiram daqueles dois estudos, enquanto que, no sexo feminino, nossos valores foram mais elevados. Na comparação com os estudos de Cavalcante e Brandão (Rio de Janeiro 1 e 2, respectivamente), nossos valores pressóricos foram inferiores. O mesmo ocorreu com as médias de P AS, na comparação com o estudo venezuelano. Através do emprego de três modelos estatísticos (Análise de Covariância, Análise dos Componentes Principais e Regressão Linear Múltipla), detectou-se associação positiva de frequência de pulso, sexo, idade e de peso e seus componentes (adiposidade, massa muscular e tamanho esquelético) com PAS e PAD. O modelo que levava em conta todas essas variáveis explicou de 35 a 42% da variância da PAS e de 18 a 21% da variância da PAD. A Análise de Regressão Linear Múltipla da pressão arterial, ajustada para os efeitos de sexo e idade, com os contponentes principais, confirmou a participação dos componentes de peso na variância da pressão arterial e permitiu sugerir-se a importância da maturidade biológica na mesma. Foi possível, também, demonstrar associação positiva de PAS e PAD com deposição central de gordura (estimada pela razão subescapular/tricipital), que explicou 15% da variância da PAS e 7% da variância PAD. CONCLUSÕES: Peso e seus componentes, frequência de pulso, sexo e idade, foram fatores determinantes de PAS e PAD, nessa população de baixa renda. Entre os componentes de peso, destaca-se o papel do padrão de deposição central de gordura, que se associou positivamente aos níveis de pressão arterial. Nossos resultados sugerem que maturação biológica também tenha sido um fator determinante importante dos níveis pressóricos nesta amostra.
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