Tratamento cirúrgico da epilepsia do córtex posterior : revisão sistemática e metanálise
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/194234 |
Resumo: | Objetivo: As epilepsias do córtex posterior são pouco compreendidas e constituem um dos tipos mais desafiantes de epilepsia no que tange a programação e realização de tratamento cirúrgico. Neste estudo avaliamos o prognóstico pósoperatório da cirurgia para epilepsia do córtex posterior. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura envolvendo estudos avaliando o impacto do tratamento cirúrgico na epilepsia do córtex posterior publicados entre Janeiro de 1990 e Dezembro de 2012 com resumo disponível nas bases de dados do PubMed e Cochrane. Somente estudos com pelos menos 5 pacientes e com acompanhamento pós-operatório de pelo menos um ano foram incuídos. O prognóstico pós-operatório foi avaliado com a escala de controle de crises epilépticas de Engel. A amostra foi analisada através de técnicas estatísticas de metanálise visando avaliar fatores prognósticos associados com o controle de crises com o tratamento cirúrgico da epilepsia do córtex posterior. Resultados: Quarenta e dois estudos se enquadraram nos critérios de inclusão, totalizando 1049 pacientes com epilepsia refratária do córtex posterior submetidos a tratamento cirúrgico. Todos os estudos documentavam séries de caso retrospectiva ou prospectiva. Dentre os 1049 pacientes incluídos 605 (57.7%) apresentaram adequado controle de crises. As etiologias encontradas foram: gliose (15.7%), displasia cortical (20.7%), tumores (17.7%), malformações vasculares (6.0%), cisto porencefálico (1.8%), esclerose tuberosa (0.9%) e outras (0.9%). Os fatores prognósticos associados com pior controle de crises foram: sexo feminino (OR=1.28; 95% CI=1.02 - 1.62; p<0.02), exame de imagem pré-operatório normal (OR=1.61; 95% CI=1.19–2.20; p<0.007), resecção incompleta da lesão (OR=1.82; 95% CI=1.33–2.51; p<0.0001) e gliose (OR=1.43; 95% CI=1.11–1.84; p<0.009). Além disso, as neoplasias estiveram associadas com melhor prognóstico pósoperatório (OR=1.30, 95% CI=1.06 – 1.58; p<0.02). Conclusão: Apesar dos desafios associados à terapêutica cirúrgica da epilepsia refratária do córtex posterior, nosso estudo evidenciou que o tratamento cirúrgico foi capaz de garantir adequado controle de crises em 57.7% dos pacientes. Além disso, identificamos que o sexo feminino, resecção incompleta, exame radiológico nomal e gliose estão associados com pior controle de crises no longo prazo. Outro dado importante foi a associação de etiologia neoplásica com um melhor prognóstico pós-operatório. |
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Kleber, Fabrício DinizBianchin, Marino Muxfeldt2019-05-15T02:37:48Z2013http://hdl.handle.net/10183/194234000882719Objetivo: As epilepsias do córtex posterior são pouco compreendidas e constituem um dos tipos mais desafiantes de epilepsia no que tange a programação e realização de tratamento cirúrgico. Neste estudo avaliamos o prognóstico pósoperatório da cirurgia para epilepsia do córtex posterior. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura envolvendo estudos avaliando o impacto do tratamento cirúrgico na epilepsia do córtex posterior publicados entre Janeiro de 1990 e Dezembro de 2012 com resumo disponível nas bases de dados do PubMed e Cochrane. Somente estudos com pelos menos 5 pacientes e com acompanhamento pós-operatório de pelo menos um ano foram incuídos. O prognóstico pós-operatório foi avaliado com a escala de controle de crises epilépticas de Engel. A amostra foi analisada através de técnicas estatísticas de metanálise visando avaliar fatores prognósticos associados com o controle de crises com o tratamento cirúrgico da epilepsia do córtex posterior. Resultados: Quarenta e dois estudos se enquadraram nos critérios de inclusão, totalizando 1049 pacientes com epilepsia refratária do córtex posterior submetidos a tratamento cirúrgico. Todos os estudos documentavam séries de caso retrospectiva ou prospectiva. Dentre os 1049 pacientes incluídos 605 (57.7%) apresentaram adequado controle de crises. As etiologias encontradas foram: gliose (15.7%), displasia cortical (20.7%), tumores (17.7%), malformações vasculares (6.0%), cisto porencefálico (1.8%), esclerose tuberosa (0.9%) e outras (0.9%). Os fatores prognósticos associados com pior controle de crises foram: sexo feminino (OR=1.28; 95% CI=1.02 - 1.62; p<0.02), exame de imagem pré-operatório normal (OR=1.61; 95% CI=1.19–2.20; p<0.007), resecção incompleta da lesão (OR=1.82; 95% CI=1.33–2.51; p<0.0001) e gliose (OR=1.43; 95% CI=1.11–1.84; p<0.009). Além disso, as neoplasias estiveram associadas com melhor prognóstico pósoperatório (OR=1.30, 95% CI=1.06 – 1.58; p<0.02). Conclusão: Apesar dos desafios associados à terapêutica cirúrgica da epilepsia refratária do córtex posterior, nosso estudo evidenciou que o tratamento cirúrgico foi capaz de garantir adequado controle de crises em 57.7% dos pacientes. Além disso, identificamos que o sexo feminino, resecção incompleta, exame radiológico nomal e gliose estão associados com pior controle de crises no longo prazo. Outro dado importante foi a associação de etiologia neoplásica com um melhor prognóstico pós-operatório.Objective: Refractory posterior cortex epilepsy is poorly understood encompassing one of the most challenging epilepsy groups suitable for epilepsy surgery. Here we present a systematic review and meta-analysis emphasizing predictors and long-term surgical outcome after surgery for posterior cortex epilepsy. Methods: A systematic review of literature published between January 1990 and December 2012 was performed using Medline and Cochrane databases looking for articles evaluating long-term outcome after resection for posterior cortex epilepsy (PCE). Only studies with at least 5 patients and 1 year of follow-up were included. Outcome was evaluated according to Engel classification. Data was analysed using meta-analysis statistical tools looking for predictors of outcome. Results: Fourty-two articles met our inclusion criteria, totalizing 1049 patients with refractory posterior cortex epilepsy (rPCE) submitted to surgical treatment. Seizure freedom was observed in 605 (57.7%) from 1049 patients included. Ethiology were gliosis (15.7%), cortical dysplasia (20.7%), tumors (17.7%), vascular malformations (6.0%), porencephalic cyst (1.8%), tuberous Sclerosis (0.9%) and others (0.9%). Prognostic factors for worst surgical outcome were female sex (OR=1.28; 95% CI=1.02 - 1.62; p<0.02), normal preoperative neuroimaging (OR=1.61; 95% CI=1.19–2.20; p<0.007), subtotal resection (OR=1.82; 95% CI=1.33– 2.51; p<0.0001) and gliosis (OR=1.43; 95% CI=1.11–1.84; p<0.009). Also, patients with tumor-associated epilepsy had better surgical outcome when compared with other etiologies (OR=1.30, 95% CI=1.06 – 1.58; p<0.02). Conclusions: In this study epilepsy surgery for rPCE were associated with seizure freedom in 57.7% of patients. Prognostic factors associated with worst surgical outcome was the presence of normal preoperative neuroimaging, subtotal lesion resection, gliosis and female sex. Patients with neoplasia had better seizure outcome.application/pdfporEpilepsiaCirurgiaPosterior cortex epilepsyEpilepsy surgeryOutcomeMeta-analysisTratamento cirúrgico da epilepsia do córtex posterior : revisão sistemática e metanáliseinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina: Ciências MédicasPorto Alegre, BR-RS2013mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000882719.pdf.txt000882719.pdf.txtExtracted Texttext/plain78394http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194234/2/000882719.pdf.txta7a796fcee705ae6f2edbd2d593627c2MD52ORIGINAL000882719.pdfTexto completoapplication/pdf1096478http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194234/1/000882719.pdf55b3f39d8beeba5c1e3236157d329e00MD5110183/1942342023-06-23 03:31:06.770305oai:www.lume.ufrgs.br:10183/194234Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-06-23T06:31:06Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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