Efetividade do Metoprolol na prevenção de fibrilação e flutter atrial no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2000 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/206024 |
Resumo: | Introdução. As arritmias supraventriculares são complicações frequentemente observadas nos primeiros dias de pós-operatório de cirurgia de revascularização miocardica. Apesar das evidencias disponíveis dando conta da eficácia dos betabloqueadores, atualmente nenhuma estratégiaé universalmente aceita e implementada para a prevenção dessas arritmias. Objetivo. Avaliar a efetividade da administração oral do metoprolol na prevenção de fibrilação e flutter atrial clinicamente detectaveis ap6s cirurgia de revascularizayao miocardica. Material e Metodos. Ensaio clinico, randomizado e aberto, baseado na intenção de tratar. Duzentos pacientes submetidos a cirurgia de revascularização miocardica isolada com circulação extracorpórea, foram randomizados na 12ª hora de pós-operatório para receber metoprolol ou não receber a medicação. Doses variáveis de metoprolol foram utilizadas para manter a frequência cardíaca entre 60 e 90 bpm. Os desfechos de interesse eram a detecção de fibrilação e flutter atrial sustentados, sintomaticos ou que requeressem tratamento. Foram excluídos do estudo os pacientes com fração de ejeção do ventrículo esquerdo menor que 35% no pré-operatório, fibrilação atrial prévia, bloqueios atrio-ventricular de 2° e 3° grau, baixo débito cardíaco no pós-operatório, insuficiência cardíaca e broncoespasmo. A presença de arritmias foi avaliada por monitorização eletrocardiognifica contínua nos primeiros 2 a 3 dias e por exame clínico até 0 7° dia de pós-operatório. Em ambas situações ela foi confirmada pelo eletrocardiograma de repouso. Resultados. As arritmias supraventriculares (ASV) ocorreram em 11 de 100 pacientes do grupo metoprolol e em 24 de 100 pacientes do grupo controle (p=0,02). O Risco Relativo foi 0,46 (IC 95% 0,24 - 0,88) e o Número Necessário para Tratar e evitar o desfecho foi de 8 pacientes. A fibrilação atrial foi a arritmia mais frequente, correspondendo a 86% dos casos, com um pico de incidência no 2° dia de pós-operatório. Em 38 pacientes com idade igual ou superior a 70 anos, as ASV ocorreram em 2 de 19 pacientes do grupo metoprolol e em 10 de 19 do grupo controle (p=0,01). Aqueles com idade inferior a 70 anos não tiveram benefício terapêutico (p=0,3). Dos 128 pacientes que usavam betabloqueadores no pré-operatório, houve uma incidência maior de ASV naqueles que descontinuaram essas medicações, comparado com os que mantiveram o seu uso sob a forma de metoprolol ap6s a cirurgia (29% versus 12%; p=0,02). A frcqucncia cardiaca media durante os epis6dios de arritmias foi menor nos pacientes em uso de metoprolol do que naqueles do grupo controle ( 134 ± 26 bpm versus 157 ± 26 bpm; p=0,02). Em 8 pacientes houve suspensão do metoprolol por efeitos adversos. Conclusões. I) 0 metoprolol administrado por via oral no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocardicaé efetivo na prevenção de fibrilação e flutter atrial; 2) esse efeito e mais marcado no grupo de pacientes idosos; 3) a descontinuação de betabloqucadores no ps-operatório aumenta o risco de arritmias; 4) na presença dessas, há uma redução significativa na resposta ventricular com o uso do metoprolol. |
id |
URGS_9b3cc6bdbb5d2a282c767765390597bd |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/206024 |
network_acronym_str |
URGS |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
repository_id_str |
1853 |
spelling |
Lúcio, Eraldo de AzevedoRibeiro, Jorge Pinto2020-02-18T04:16:02Z2000http://hdl.handle.net/10183/206024000280473Introdução. As arritmias supraventriculares são complicações frequentemente observadas nos primeiros dias de pós-operatório de cirurgia de revascularização miocardica. Apesar das evidencias disponíveis dando conta da eficácia dos betabloqueadores, atualmente nenhuma estratégiaé universalmente aceita e implementada para a prevenção dessas arritmias. Objetivo. Avaliar a efetividade da administração oral do metoprolol na prevenção de fibrilação e flutter atrial clinicamente detectaveis ap6s cirurgia de revascularizayao miocardica. Material e Metodos. Ensaio clinico, randomizado e aberto, baseado na intenção de tratar. Duzentos pacientes submetidos a cirurgia de revascularização miocardica isolada com circulação extracorpórea, foram randomizados na 12ª hora de pós-operatório para receber metoprolol ou não receber a medicação. Doses variáveis de metoprolol foram utilizadas para manter a frequência cardíaca entre 60 e 90 bpm. Os desfechos de interesse eram a detecção de fibrilação e flutter atrial sustentados, sintomaticos ou que requeressem tratamento. Foram excluídos do estudo os pacientes com fração de ejeção do ventrículo esquerdo menor que 35% no pré-operatório, fibrilação atrial prévia, bloqueios atrio-ventricular de 2° e 3° grau, baixo débito cardíaco no pós-operatório, insuficiência cardíaca e broncoespasmo. A presença de arritmias foi avaliada por monitorização eletrocardiognifica contínua nos primeiros 2 a 3 dias e por exame clínico até 0 7° dia de pós-operatório. Em ambas situações ela foi confirmada pelo eletrocardiograma de repouso. Resultados. As arritmias supraventriculares (ASV) ocorreram em 11 de 100 pacientes do grupo metoprolol e em 24 de 100 pacientes do grupo controle (p=0,02). O Risco Relativo foi 0,46 (IC 95% 0,24 - 0,88) e o Número Necessário para Tratar e evitar o desfecho foi de 8 pacientes. A fibrilação atrial foi a arritmia mais frequente, correspondendo a 86% dos casos, com um pico de incidência no 2° dia de pós-operatório. Em 38 pacientes com idade igual ou superior a 70 anos, as ASV ocorreram em 2 de 19 pacientes do grupo metoprolol e em 10 de 19 do grupo controle (p=0,01). Aqueles com idade inferior a 70 anos não tiveram benefício terapêutico (p=0,3). Dos 128 pacientes que usavam betabloqueadores no pré-operatório, houve uma incidência maior de ASV naqueles que descontinuaram essas medicações, comparado com os que mantiveram o seu uso sob a forma de metoprolol ap6s a cirurgia (29% versus 12%; p=0,02). A frcqucncia cardiaca media durante os epis6dios de arritmias foi menor nos pacientes em uso de metoprolol do que naqueles do grupo controle ( 134 ± 26 bpm versus 157 ± 26 bpm; p=0,02). Em 8 pacientes houve suspensão do metoprolol por efeitos adversos. Conclusões. I) 0 metoprolol administrado por via oral no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocardicaé efetivo na prevenção de fibrilação e flutter atrial; 2) esse efeito e mais marcado no grupo de pacientes idosos; 3) a descontinuação de betabloqucadores no ps-operatório aumenta o risco de arritmias; 4) na presença dessas, há uma redução significativa na resposta ventricular com o uso do metoprolol.application/pdfporPapaverinaEfetividade do Metoprolol na prevenção de fibrilação e flutter atrial no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdicainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaCurso de Pós-Graduação em CardiologiaPorto Alegre, BR-RS2000mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000280473.pdf.txt000280473.pdf.txtExtracted Texttext/plain88787http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/206024/2/000280473.pdf.txt51ade615999250fde4b599704527a7f9MD52ORIGINAL000280473.pdfTexto completoapplication/pdf18473806http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/206024/1/000280473.pdfd4eff24e8a1a7725f12774c7c133eb0bMD5110183/2060242020-02-19 04:09:53.357451oai:www.lume.ufrgs.br:10183/206024Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532020-02-19T07:09:53Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Efetividade do Metoprolol na prevenção de fibrilação e flutter atrial no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica |
title |
Efetividade do Metoprolol na prevenção de fibrilação e flutter atrial no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica |
spellingShingle |
Efetividade do Metoprolol na prevenção de fibrilação e flutter atrial no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica Lúcio, Eraldo de Azevedo Papaverina |
title_short |
Efetividade do Metoprolol na prevenção de fibrilação e flutter atrial no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica |
title_full |
Efetividade do Metoprolol na prevenção de fibrilação e flutter atrial no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica |
title_fullStr |
Efetividade do Metoprolol na prevenção de fibrilação e flutter atrial no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica |
title_full_unstemmed |
Efetividade do Metoprolol na prevenção de fibrilação e flutter atrial no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica |
title_sort |
Efetividade do Metoprolol na prevenção de fibrilação e flutter atrial no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica |
author |
Lúcio, Eraldo de Azevedo |
author_facet |
Lúcio, Eraldo de Azevedo |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Lúcio, Eraldo de Azevedo |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Ribeiro, Jorge Pinto |
contributor_str_mv |
Ribeiro, Jorge Pinto |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Papaverina |
topic |
Papaverina |
description |
Introdução. As arritmias supraventriculares são complicações frequentemente observadas nos primeiros dias de pós-operatório de cirurgia de revascularização miocardica. Apesar das evidencias disponíveis dando conta da eficácia dos betabloqueadores, atualmente nenhuma estratégiaé universalmente aceita e implementada para a prevenção dessas arritmias. Objetivo. Avaliar a efetividade da administração oral do metoprolol na prevenção de fibrilação e flutter atrial clinicamente detectaveis ap6s cirurgia de revascularizayao miocardica. Material e Metodos. Ensaio clinico, randomizado e aberto, baseado na intenção de tratar. Duzentos pacientes submetidos a cirurgia de revascularização miocardica isolada com circulação extracorpórea, foram randomizados na 12ª hora de pós-operatório para receber metoprolol ou não receber a medicação. Doses variáveis de metoprolol foram utilizadas para manter a frequência cardíaca entre 60 e 90 bpm. Os desfechos de interesse eram a detecção de fibrilação e flutter atrial sustentados, sintomaticos ou que requeressem tratamento. Foram excluídos do estudo os pacientes com fração de ejeção do ventrículo esquerdo menor que 35% no pré-operatório, fibrilação atrial prévia, bloqueios atrio-ventricular de 2° e 3° grau, baixo débito cardíaco no pós-operatório, insuficiência cardíaca e broncoespasmo. A presença de arritmias foi avaliada por monitorização eletrocardiognifica contínua nos primeiros 2 a 3 dias e por exame clínico até 0 7° dia de pós-operatório. Em ambas situações ela foi confirmada pelo eletrocardiograma de repouso. Resultados. As arritmias supraventriculares (ASV) ocorreram em 11 de 100 pacientes do grupo metoprolol e em 24 de 100 pacientes do grupo controle (p=0,02). O Risco Relativo foi 0,46 (IC 95% 0,24 - 0,88) e o Número Necessário para Tratar e evitar o desfecho foi de 8 pacientes. A fibrilação atrial foi a arritmia mais frequente, correspondendo a 86% dos casos, com um pico de incidência no 2° dia de pós-operatório. Em 38 pacientes com idade igual ou superior a 70 anos, as ASV ocorreram em 2 de 19 pacientes do grupo metoprolol e em 10 de 19 do grupo controle (p=0,01). Aqueles com idade inferior a 70 anos não tiveram benefício terapêutico (p=0,3). Dos 128 pacientes que usavam betabloqueadores no pré-operatório, houve uma incidência maior de ASV naqueles que descontinuaram essas medicações, comparado com os que mantiveram o seu uso sob a forma de metoprolol ap6s a cirurgia (29% versus 12%; p=0,02). A frcqucncia cardiaca media durante os epis6dios de arritmias foi menor nos pacientes em uso de metoprolol do que naqueles do grupo controle ( 134 ± 26 bpm versus 157 ± 26 bpm; p=0,02). Em 8 pacientes houve suspensão do metoprolol por efeitos adversos. Conclusões. I) 0 metoprolol administrado por via oral no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocardicaé efetivo na prevenção de fibrilação e flutter atrial; 2) esse efeito e mais marcado no grupo de pacientes idosos; 3) a descontinuação de betabloqucadores no ps-operatório aumenta o risco de arritmias; 4) na presença dessas, há uma redução significativa na resposta ventricular com o uso do metoprolol. |
publishDate |
2000 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2000 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2020-02-18T04:16:02Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/206024 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
000280473 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/206024 |
identifier_str_mv |
000280473 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/206024/2/000280473.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/206024/1/000280473.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
51ade615999250fde4b599704527a7f9 d4eff24e8a1a7725f12774c7c133eb0b |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br |
_version_ |
1810085517523419136 |