Prevalência e mortalidade total dos estágios de insuficiência cardíaca em idosos do estudo ELSA-Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Heidemann Junior, Altair Ivory
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/271270
Resumo: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica que possui alta prevalência e morbidade, especialmente na população idosa. Para enfatizar sua evolução e progressão, a AHA (American Heart Society) propôs a classificação da IC em estágios. Indivíduos sem fatores de risco encontram-se no estágio 0, enquanto no estágio A encontram-se aqueles com algum fator de risco. No estágio B, são incluídos aqueles assintomáticos com alterações cardíacas estruturais ou funcionais, e no estágio C estão os indivíduos sintomáticos. O estágio D é composto daqueles com sintomas refratários ao tratamento. Nosso objetivo foi estimar a prevalência e a mortalidade dos estágios da IC nos indivíduos 60 anos ou mais de idade que participam do estudo ELSA-Brasil, utilizando dados demográficos, história médica pregressa, eletrocardiograma e ecocardiograma Dentre os 2356 participantes da ELSA-Brasil incluídos neste estudo, as prevalências dos estágios de IC foram A: 1026 (44%), B: 557 (24%) e C: 269 (11%), com distribuição diferente entre os sexos (p<0,001). As taxas de mortalidade de acompanhamento ao longo de 12 anos foram de 6%, 12%, 18% e 27%, com hazard ratios [IC 95%] de 1,85 [1,2-2,7], 2,59 [1,7-3,9] e 4,98 [3,3-7,6], respectivamente, em comparação aos 504 (21%) participantes considerados de baixo risco para desenvolver insuficiência cardíaca (estágio 0). Uma análise adicional foi realizada para estimar o impacto de cada critério empregado na classificação por estágios na mortalidade total. Além da idade, sexo masculino e raça não branca, destacaram-se como fatores preditores para mortalidade o diabetes mellitus, a presença de fibrilação atrial, hipertrofia ou disfunção do VE ao ecocardiograma e a diminuição da capacidade funcional. A utilização dos estágios de IC da AHA permite classificar indivíduos a partir de características relacionadas à IC e identificar aqueles de pior prognóstico entre os idosos de uma coorte brasileira. Encontramos uma prevalência alta de idosos com estágios pré sintomáticos (A e B) e sintomáticos de IC, semelhante a outras populações estudadas, reforçando a necessidade de identificação e categorização dos estágios da IC para a adequada compreensão e planejamento das políticas de saúde para idosos.
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Nosso objetivo foi estimar a prevalência e a mortalidade dos estágios da IC nos indivíduos 60 anos ou mais de idade que participam do estudo ELSA-Brasil, utilizando dados demográficos, história médica pregressa, eletrocardiograma e ecocardiograma Dentre os 2356 participantes da ELSA-Brasil incluídos neste estudo, as prevalências dos estágios de IC foram A: 1026 (44%), B: 557 (24%) e C: 269 (11%), com distribuição diferente entre os sexos (p<0,001). As taxas de mortalidade de acompanhamento ao longo de 12 anos foram de 6%, 12%, 18% e 27%, com hazard ratios [IC 95%] de 1,85 [1,2-2,7], 2,59 [1,7-3,9] e 4,98 [3,3-7,6], respectivamente, em comparação aos 504 (21%) participantes considerados de baixo risco para desenvolver insuficiência cardíaca (estágio 0). Uma análise adicional foi realizada para estimar o impacto de cada critério empregado na classificação por estágios na mortalidade total. Além da idade, sexo masculino e raça não branca, destacaram-se como fatores preditores para mortalidade o diabetes mellitus, a presença de fibrilação atrial, hipertrofia ou disfunção do VE ao ecocardiograma e a diminuição da capacidade funcional. A utilização dos estágios de IC da AHA permite classificar indivíduos a partir de características relacionadas à IC e identificar aqueles de pior prognóstico entre os idosos de uma coorte brasileira. Encontramos uma prevalência alta de idosos com estágios pré sintomáticos (A e B) e sintomáticos de IC, semelhante a outras populações estudadas, reforçando a necessidade de identificação e categorização dos estágios da IC para a adequada compreensão e planejamento das políticas de saúde para idosos.Heart failure (HF) is a clinical syndrome that has a high prevalence and morbidity, especially in the elderly population. To emphasize its evolution and progression, the AHA (American Heart Society) proposed classifying HF into stages. Individuals without risk factors are in stage 0, while in stage A are those with some risk factors. Stage B includes asymptomatic individuals with structural or functional cardiac changes, and stage C includes symptomatic individuals. Stage D is comprised of those with symptoms refractory to treatment. Our objective was to estimate the prevalence and mortality of HF stages in individuals 60 years of age or older participating in the ELSA-Brasil study, using demographic data, past medical history, electrocardiogram and echocardiogram. Among the 2356 ELSA-Brazil participants included in this study, the prevalence of HF stages were A: 1026 (44%), B: 557 (24%) and C: 269 (11%), with different distribution between the sexes ( p<0.001). Follow-up mortality rates over 12 years were 6%, 12%, 18% and 27%, with hazard ratios [95% CI] of 1.85 [1.2-2.7], 2.59 [1.7-3.9] and 4.98 [3.3-7.6], respectively, compared to 504 (21%) participants considered at low risk for developing heart failure (stage 0). An additional analysis was carried out to estimate the impact of each criterion used in the stage classification on total mortality. In addition to age, male sex and non-white race, diabetes mellitus, the presence of atrial fibrillation, LV hypertrophy or dysfunction on echocardiography and decreased functional capacity stood out as predictors for mortality. The use of the AHA HF stages allows classifying individuals based on HF-related characteristics and identifying those with the worst prognosis among the elderly in a Brazilian cohort. We found a high prevalence of elderly people with pre-symptomatic (A and B) and symptomatic stages of HF, similar to other populations studied, reinforcing the need to identify and categorize the stages of HF for the adequate understanding and planning of health policies for the elderly.application/pdfporInsuficiência cardíacaEcocardiografiaIdosoEpidemiologiaPrevalênciaMortalidadePrognósticoBrasilHeart failureEchocardiographyElderlyEpidemiologyPrognosisPrevalência e mortalidade total dos estágios de insuficiência cardíaca em idosos do estudo ELSA-Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Cardiologia e Ciências CardiovascularesPorto Alegre, BR-RS2023doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001194230.pdf.txt001194230.pdf.txtExtracted Texttext/plain61429http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/271270/2/001194230.pdf.txt2f9fbb14e1853e3b95bc2fba29ac9d02MD52ORIGINAL001194230.pdfTexto parcialapplication/pdf1187413http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/271270/1/001194230.pdf9bcc46f45c8ff89f8dc3f5c7a082faabMD5110183/2712702024-02-02 06:05:30.198148oai:www.lume.ufrgs.br:10183/271270Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-02-02T08:05:30Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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