Projetar o tempo, temporalizar o projeto
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/268357 |
Resumo: | Na tese Projetar o tempo, temporalizar o projeto, trabalhamos a partir de experiências estéticas e políticas da contemporaneidade em que a variável tempo emerge enquanto agente de transformação. Sugerimos uma torção no pensamento projetual clássico e moderno, identificado por matrizes es paciais fixas que negam a alteridade e a natureza dissensual e cambiante dos processos sociais urbanos. Tal pensamento, aqui chamado de estático, demonstra sua inoperância ao reforçar modelos homogeneizantes e segrega dores de produzir cidades, ao defender o zoneamento urbano, a padronização e a manutenção “harmoniosa” e estável de cada um em seu lugar, cada função em seu espaço e cada programa em sua forma (ideal e definitiva). Propomos uma exploração teórico-empírica, fundamentada na inversão da histórica tríade vitruviana firmitas, utilitas e venustas, que soa como índice desse modus operandi projetual. Nesse caminho, nos aproximamos de Gilles Deleuze, por suas contribuições acerca do conceito de tempo como diferença, de Jacques Rancière, por seu entendimento de política e nos debruçamos sobre experi ências urbanas “marginais”, datadas de 1960 até hoje, destacadamente ações artísticas. Buscando operar pelo avesso dos princípios de solidez, funciona lidade e beleza, nos lançamos o desafio de pensar a cidade e seu projeto a partir do trinômio desestabilizar, desprogramar e deformar. Partimos de um pequeno giro semântico em que os substantivos vitruvianos são tensionados por verbos, fazendo do projeto um ato a interferir sobre o existente, de modo sempre contextualizado. Entendemos, ainda, que é preciso deslocar o pen samento projetual do apaziguado e inabalável verbo ser e habitar o incons tante verbo estar. Sugerimos, por fim, que o próprio processo projetual seja repensado em seus tempos, propondo uma dilatação de suas durações para comportar vazios Sugerimos, por fim, que o próprio processo projetual seja repensado em seus tempos, propondo uma dilatação de suas durações para comportar vazios, impregnações e devires. A tese explora, assim, maneiras de projetar mais dinâmicas, inclusivas e porosas – condizentes com a natu reza plural e conflitiva da sociedade que habita e conforma nossas cidades latino-americanas atuais, em sua constante transformação. |
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Konrath, GermanaReyes, Paulo Edison Belo2023-12-13T03:25:47Z2023http://hdl.handle.net/10183/268357001189698Na tese Projetar o tempo, temporalizar o projeto, trabalhamos a partir de experiências estéticas e políticas da contemporaneidade em que a variável tempo emerge enquanto agente de transformação. Sugerimos uma torção no pensamento projetual clássico e moderno, identificado por matrizes es paciais fixas que negam a alteridade e a natureza dissensual e cambiante dos processos sociais urbanos. Tal pensamento, aqui chamado de estático, demonstra sua inoperância ao reforçar modelos homogeneizantes e segrega dores de produzir cidades, ao defender o zoneamento urbano, a padronização e a manutenção “harmoniosa” e estável de cada um em seu lugar, cada função em seu espaço e cada programa em sua forma (ideal e definitiva). Propomos uma exploração teórico-empírica, fundamentada na inversão da histórica tríade vitruviana firmitas, utilitas e venustas, que soa como índice desse modus operandi projetual. Nesse caminho, nos aproximamos de Gilles Deleuze, por suas contribuições acerca do conceito de tempo como diferença, de Jacques Rancière, por seu entendimento de política e nos debruçamos sobre experi ências urbanas “marginais”, datadas de 1960 até hoje, destacadamente ações artísticas. Buscando operar pelo avesso dos princípios de solidez, funciona lidade e beleza, nos lançamos o desafio de pensar a cidade e seu projeto a partir do trinômio desestabilizar, desprogramar e deformar. Partimos de um pequeno giro semântico em que os substantivos vitruvianos são tensionados por verbos, fazendo do projeto um ato a interferir sobre o existente, de modo sempre contextualizado. Entendemos, ainda, que é preciso deslocar o pen samento projetual do apaziguado e inabalável verbo ser e habitar o incons tante verbo estar. Sugerimos, por fim, que o próprio processo projetual seja repensado em seus tempos, propondo uma dilatação de suas durações para comportar vazios Sugerimos, por fim, que o próprio processo projetual seja repensado em seus tempos, propondo uma dilatação de suas durações para comportar vazios, impregnações e devires. A tese explora, assim, maneiras de projetar mais dinâmicas, inclusivas e porosas – condizentes com a natu reza plural e conflitiva da sociedade que habita e conforma nossas cidades latino-americanas atuais, em sua constante transformação.In the thesis Designing Time, Temporizing Design, we work based on aesthetic and political experiences of contemporaneity in which the variable of time emerges as an agent of transformation. We suggest a twist in classical and modern urban design thinking, identified by fixed spatial matrices that deny the otherness and the ever-changing, dissenting nature of urban social processes. Such thinking, referred to here as static, demonstrates its ineffectiveness by reinforcing homogenizing and segregating models of city production, advocating for urban zoning, standardization, and the “harmonious” and stable maintenance of each in its place, each function in its space, and each program in its (ideal and definitive) form. We propose a theoretical- -empirical exploration grounded in the inversion of the historic Vitruvian triad of firmitas, utilitas and venustas, which serves as an index of this design modus operandi. Along this path, we draw closer to Gilles Deleuze for his contributions to the concept of time as difference and to Jacques Rancière for his understanding of politics and delve into “marginal” urban experiences dating from the 1960s to today, notably artistic actions. Seeking to operate in opposition to the principles of solidity, functionality, and beauty, we take on the challenge of rethinking the city and its design based on the trinomial destabilize, deprogram, and deform. We start from a slight semantic shift in which the Vitruvian nouns are stressed by verbs, turning urban design into an act that interferes with the existing, always in a contextualized manner. Furthermore, we suggest that the design process itself be reconsidered in terms of its timing, proposing an extension of its durations to accommodate voids, impregnations, and becomings. The thesis thus explores ways of urban designing that are more dynamic, inclusive, and porous - in line with the plural and conflicting nature of the society that inhabits and shapes our current Latin American cities, in their constant transformation.application/pdfporUrbanismoProjeto urbanoTempoCidades contemporâneasUrban designAesthetic and political experiencesTimeTransforma tionContemporary cityProjetar o tempo, temporalizar o projetoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de ArquiteturaPrograma de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e RegionalPorto Alegre, BR-RS2023doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001189698.pdf.txt001189698.pdf.txtExtracted Texttext/plain781757http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/268357/2/001189698.pdf.txt5db4c1339c1977b5d27a85df721b0550MD52ORIGINAL001189698.pdfTexto completoapplication/pdf20118768http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/268357/1/001189698.pdfe21ba41baf65ddcc1b52cd6625689767MD5110183/2683572023-12-14 04:24:06.221328oai:www.lume.ufrgs.br:10183/268357Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-12-14T06:24:06Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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