Mudança de estilo de vida apoiada por mobile health para o controle de fatores de risco cardiovascular

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: David, Caroline Nespolo de
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/249733
Resumo: As doenças cardiovasculares (DCVs) representam a principal causa de morbidade, mortalidade e aumento dos custos de saúde global nos últimos 30 anos. A mudança de estilo de vida possui um importante papel na prevenção e no controle dos fatores de risco para DCVs. Porém, a necessidade de dar suporte e realizar acompanhamento periódico de grande volume de pacientes gera uma sobrecarga aos profissionais e sistemas de saúde (especialmente na atenção primária onde promoção e prevenção tem um foco importante) que muitas vezes não dão conta da demanda. Logo, são necessárias estratégias para promover o controle de fatores de risco cardiovascular e reduzir a carga dessas doenças na população e nos sistemas de saúde. O uso de tecnologias pode apoiar a entrega de cuidados de saúde, pois possibilita escalabilidade, acessibilidade e personalização. Somado a isso, temos o crescente acesso da população a aparelhos celulares e à internet. Neste trabalho exploramos o uso do mobile health (mHealth), que é definido como o uso de tecnologias móveis sem fio (como telefones celulares e dispositivos de monitoramento) para ofertar serviços de saúde. Avaliamos o efeito de intervenções de mudança de estilo de vida apoiadas por mHealth para o controle de fatores de risco cardiovascular. Para isso, foram conduzidos dois estudos originais. Em um ensaio clínico randomizado (ECR) avaliamos o efeito de intervenções de estilo de vida apoiadas por mHealth na adesão ao estilo de vida saudável e gordura corporal de 231 indivíduos com hipertensão não controlada. Todos os indivíduos receberam orientações para melhorar o estilo de vida na linha de base, com foco em perda de peso, qualidade da dieta, prática de atividade 12 física, cessação do tabagismo e redução no consumo de bebida alcoólica. A intervenção de mHealth foi baseada em monitoramento de pressão arterial com registro em aplicativo e/ou mensagens de texto educativas para reforçar orientações de estilo de vida saudável. Após seis meses de seguimento, os indivíduos que receberam intervenção com mHealth apresentaram melhora na adesão ao estilo de vida e redução significativa da circunferência da cintura em comparação com o controle sem tecnologia. Esse estudo mostrou que intervenções de mHealth associadas aos cuidados habituais podem potencialmente ajudar a melhorar o estilo de vida de uma população hipertensa não controlada. Também avaliamos a eficácia de intervenções com mHealth focada em dieta e estilo de vida para reduzir a pressão arterial em adultos e idosos de acordo com a presença ou não de apoio de um profissional de saúde (PS). Para isso, conduzimos uma revisão sistemática e metanálise que incluiu 44 ensaios clínicos randomizados envolvendo 24.692 participantes. As intervenções de estilo de vida com mHealth foram superiores ao controle sem intervenção (lista de espera) na redução da pressão arterial (PA) sistólica e diastólica. Porém, o tamanho do efeito foi maior quando o mHealth estava associado a intervenções com PS. Esse benefício na redução de PA não foi observado quando o controle era ativo (com intervenção de PS). Na análise de subgrupos, o efeito de intervenções que combinaram PS+mHealth na PA pareceu ser maior entre os participantes hipertensos. As evidências atuais mostram que intervenções utilizando mHealth focado na dieta e no estilo de vida podem reduzir a PA, especialmente quando implementadas em participantes hipertensos, e o apoio de PS pode trazer benefícios adicionais.
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Somado a isso, temos o crescente acesso da população a aparelhos celulares e à internet. Neste trabalho exploramos o uso do mobile health (mHealth), que é definido como o uso de tecnologias móveis sem fio (como telefones celulares e dispositivos de monitoramento) para ofertar serviços de saúde. Avaliamos o efeito de intervenções de mudança de estilo de vida apoiadas por mHealth para o controle de fatores de risco cardiovascular. Para isso, foram conduzidos dois estudos originais. Em um ensaio clínico randomizado (ECR) avaliamos o efeito de intervenções de estilo de vida apoiadas por mHealth na adesão ao estilo de vida saudável e gordura corporal de 231 indivíduos com hipertensão não controlada. Todos os indivíduos receberam orientações para melhorar o estilo de vida na linha de base, com foco em perda de peso, qualidade da dieta, prática de atividade 12 física, cessação do tabagismo e redução no consumo de bebida alcoólica. A intervenção de mHealth foi baseada em monitoramento de pressão arterial com registro em aplicativo e/ou mensagens de texto educativas para reforçar orientações de estilo de vida saudável. Após seis meses de seguimento, os indivíduos que receberam intervenção com mHealth apresentaram melhora na adesão ao estilo de vida e redução significativa da circunferência da cintura em comparação com o controle sem tecnologia. Esse estudo mostrou que intervenções de mHealth associadas aos cuidados habituais podem potencialmente ajudar a melhorar o estilo de vida de uma população hipertensa não controlada. Também avaliamos a eficácia de intervenções com mHealth focada em dieta e estilo de vida para reduzir a pressão arterial em adultos e idosos de acordo com a presença ou não de apoio de um profissional de saúde (PS). Para isso, conduzimos uma revisão sistemática e metanálise que incluiu 44 ensaios clínicos randomizados envolvendo 24.692 participantes. As intervenções de estilo de vida com mHealth foram superiores ao controle sem intervenção (lista de espera) na redução da pressão arterial (PA) sistólica e diastólica. Porém, o tamanho do efeito foi maior quando o mHealth estava associado a intervenções com PS. Esse benefício na redução de PA não foi observado quando o controle era ativo (com intervenção de PS). Na análise de subgrupos, o efeito de intervenções que combinaram PS+mHealth na PA pareceu ser maior entre os participantes hipertensos. As evidências atuais mostram que intervenções utilizando mHealth focado na dieta e no estilo de vida podem reduzir a PA, especialmente quando implementadas em participantes hipertensos, e o apoio de PS pode trazer benefícios adicionais.Cardiovascular diseases (CVDs) represent the leading cause of morbidity, mortality, and increasing global healthcare costs in the last 30 years. Lifestyle changes are essential in preventing and controlling risk factors for CVDs. However, the need to support and carry out periodic monitoring of a large volume of patients generates an overload for professionals and health systems, which often do not meet the demand. Therefore, strategies are needed to promote the control of cardiovascular risk factors and reduce the burden of these diseases on the population and health systems. Technologies can support healthcare delivery, enabling scalability, accessibility, and customization. Added to this, we observe growing access to the population to cell phones and the internet. In this work, we explore mobile health (mHealth), defined as wireless mobile technologies (such as cell phones and monitoring devices) to deliver health services. We evaluated the effect of mHealth-supported lifestyle change interventions on controlling cardiovascular risk factors. For this, two original studies were conducted. In a randomized controlled trial (RCT), we evaluated the effect of mHealth-supported lifestyle interventions on healthy lifestyle adherence and body fat in 231 subjects with uncontrolled hypertension. All participants received guidelines to improve their lifestyle at baseline, focusing on weight loss, diet quality, physical activity, smoking cessation, and reduction in alcohol consumption. The mHealth intervention was based on blood pressure monitoring with app registration and/or educational text messages to reinforce healthy lifestyle guidelines. After six months of 14 follow-up, participants who received the mHealth intervention showed improved lifestyle adherence and a significant reduction in waist circumference compared to the no-technology control. This study showed that mHealth interventions associated with usual care could potentially help improve the lifestyle of an uncontrolled hypertensive population. We also evaluated the effectiveness of diet- and lifestyle-focused mHealth interventions to reduce blood pressure in adults and elders according to the presence or absence of support from a health professional intervention (PI). To this end, we conducted a systematic review and meta-analysis that included 44 randomized controlled trials involving 24,692 participants. Lifestyle interventions with mHealth were superior to control without intervention (waiting list) in reducing systolic and diastolic blood pressure (BP). However, the effect size was larger when mHealth was associated with PI. This benefit in BP reduction was not observed when the control was active (with PI). In subgroup analysis, the effect of interventions that combined PI+mHealth on BP appeared to be greater among hypertensive participants. Current evidence shows that diet- and lifestyle-focused mHealth interventions can reduce BP, especially in hypertensive participants, and PI support may have additional benefits.application/pdfporDoenças cardiovascularesFatores de riscoEstilo de vidaTelemedicinaMudança de estilo de vida apoiada por mobile health para o controle de fatores de risco cardiovascularinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em EpidemiologiaPorto Alegre, BR-RS2022doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001148900.pdf.txt001148900.pdf.txtExtracted Texttext/plain80515http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/249733/2/001148900.pdf.txt0d82f26935c4e5ae3cfde4b4ed0ceb08MD52ORIGINAL001148900.pdfTexto parcialapplication/pdf926871http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/249733/1/001148900.pdfc612a431303ec7aff5b3d4da3c5a7600MD5110183/2497332022-10-07 04:51:23.915747oai:www.lume.ufrgs.br:10183/249733Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-10-07T07:51:23Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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