Análise da densidade mineral óssea e de marcadores de remodelação óssea de pacientes brasileiros com glicogenoses hepáticas
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/221510 |
Resumo: | Base teórica: As Glicogenoses hepáticas (GSD) são erros inatos do metabolismo do glicogênio e estão associadas à hipoglicemia de jejum. O seu tratamento tem como objetivo a manutenção das concentrações glicêmicas por meio de adequações dietéticas, como, por exemplo, a oferta de doses frequentes de amido de milho cru. Recentes estudos demonstraram baixa densidade mineral óssea (DMO) em pacientes com GSD, sendo citada como uma das complicações da doença. Entretanto, os mecanismos subjacentes à essa associação não são bem compreendidos. Objetivo: Caracterizar a DMO e as concentrações dos marcadores de remodelação óssea de uma amostra de pacientes brasileiros com GSD hepáticas, por meio de absorciometria de raios-X de dupla energia (DXA) e dosagem séricas de osteocalcina (OC), propeptídeo N-terminal do procolágeno de tipo 1 (P1NP) e telopeptídeo C-terminal do colágeno 1 (CTX). Métodos: Estudo transversal, com amostragem por conveniência. Foram incluídos vinte e três pacientes com diagnóstico genético de GSD hepática (Ia n = 13, Ib n = 5, IIIa n = 2, IXα n = 3, mediana da idade = 11,9 anos, 0 a 11 anos n = 12 pacientes, 12 a 19 n = 5 e ≥20 n = 6 pacientes) em tratamento (mediana = 9,4 anos) com amido de milho cru (mediana = 6,3g/kg/dia). Na mesma consulta, foram realizados análise por DXA (n = 23); coleta de sangue para dosagem de OC (n = 18), P1NP (n = 19), CTX (n = 18), 25-OH vitamina D (n = 23) e medidas antropométricas. Registros alimentares de três dias foram preenchidos por 20 pacientes na semana anterior à realização do DXA. Informações sobre marcadores bioquímicos complementares foram extraídas dos prontuários médicos, sendo considerada a data mais próxima à realização do DXA. Boa adesão ao tratamento foi definida por adequadas concentrações séricas de glicose, lactato e triglicerídeos. Para lactato e glicose, foram utilizados os valores medianos dos 24 meses que precederam o DXA, triglicerídeos correponde ao valor do exame mais próximo da realização do DXA. Resultados: Redução da DMO foi encontrada em n = 3/23 pacientes (GSD Ia n = 1, IIIa n = 2). De acordo com os marcadores de remodelação óssea, n = 6/19 pacientes apresentaram concentrações aumentadas de pelo menos um marcador (OC n = 1, CTX n = 2, P1NP n = 6), todos com DMO normal. Baixa concentração sérica de 25-OH vitamina D foi encontrada em n = 7/23 pacientes (um fazia uso de suplemento de vitamina D e três, de polivitamínico). Sete pacientes apresentaram hiperlactatemia (mediana = 1,5 mmol/L; IQ25-75 = 1,3-2,3); n = 10/22, hipertrigliceridemia (mediana = 2,2mmol/L, IQ25-75 = 1,2-3,2); n = 10/22, hipercolesterolemia (mediana = 4,5mmol/L, IQ25-75 = 3,6-5,2); n = 2/22, hipoglicemia (mediana = 4,6mmol/L (4,3-4,9); n = 1/14, hiperfosfatemia (mediana = 1,4mmol/L, 1,2-1,6); e n = 3/14, baixos níveis de vitamina B12 (mediana = 379,7pmol/L, IQ25-75 = 289,1-561,7). Não foi observado hipo/hipercalcemia. O consumo de calorias, vitaminas B6 e B12 foi superior à ingestão diária recomendada para n = 11/20, n = 10/20 e n = 14/20 pacientes, respectivamente. Consumo inferior ao recomendado foi observado para vitamina D (n = 19/20), cálcio (n = 20/20), fósforo (n = 11/20) e potássio (n = 20/20). Excesso de peso foi observado em n = 17/23 pacientes. Boa adesão ao tratamento foi observada em n = 11/23 pacientes. Foi encontrada correlação negativa entre consumo calórico e OC e P1NP (r: -0,761, p: 0,001; r: -0,776, p: 0,001, respectivamente), e de peso corporal com CTX, P1NP e OC (r: -0,652, p:0,003; r: -0,690, p:0,001; r: -0,668, p:0,002, respectivamente). Conclusões: Nossos achados sugerem que apenas uma pequena proporção da amostra apresentou DMO reduzida. Isso pode estar relacionado à composição corporal, IMC, hábitos alimentares ou uma combinação de fatores. A ingestão insuficiente de vários micronutrientes pode influenciar a renovação óssea. Portanto, destacamos a importância da suplementação individualizada e direcionada de cálcio e vitamina D em todos os pacientes com GSDs hepáticas |
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Jacoby, Jesica TamaraSchwartz, Ida Vanessa DoederleinMendes, Roberta Hack2021-05-26T04:35:42Z2021http://hdl.handle.net/10183/221510001124913Base teórica: As Glicogenoses hepáticas (GSD) são erros inatos do metabolismo do glicogênio e estão associadas à hipoglicemia de jejum. O seu tratamento tem como objetivo a manutenção das concentrações glicêmicas por meio de adequações dietéticas, como, por exemplo, a oferta de doses frequentes de amido de milho cru. Recentes estudos demonstraram baixa densidade mineral óssea (DMO) em pacientes com GSD, sendo citada como uma das complicações da doença. Entretanto, os mecanismos subjacentes à essa associação não são bem compreendidos. Objetivo: Caracterizar a DMO e as concentrações dos marcadores de remodelação óssea de uma amostra de pacientes brasileiros com GSD hepáticas, por meio de absorciometria de raios-X de dupla energia (DXA) e dosagem séricas de osteocalcina (OC), propeptídeo N-terminal do procolágeno de tipo 1 (P1NP) e telopeptídeo C-terminal do colágeno 1 (CTX). Métodos: Estudo transversal, com amostragem por conveniência. Foram incluídos vinte e três pacientes com diagnóstico genético de GSD hepática (Ia n = 13, Ib n = 5, IIIa n = 2, IXα n = 3, mediana da idade = 11,9 anos, 0 a 11 anos n = 12 pacientes, 12 a 19 n = 5 e ≥20 n = 6 pacientes) em tratamento (mediana = 9,4 anos) com amido de milho cru (mediana = 6,3g/kg/dia). Na mesma consulta, foram realizados análise por DXA (n = 23); coleta de sangue para dosagem de OC (n = 18), P1NP (n = 19), CTX (n = 18), 25-OH vitamina D (n = 23) e medidas antropométricas. Registros alimentares de três dias foram preenchidos por 20 pacientes na semana anterior à realização do DXA. Informações sobre marcadores bioquímicos complementares foram extraídas dos prontuários médicos, sendo considerada a data mais próxima à realização do DXA. Boa adesão ao tratamento foi definida por adequadas concentrações séricas de glicose, lactato e triglicerídeos. Para lactato e glicose, foram utilizados os valores medianos dos 24 meses que precederam o DXA, triglicerídeos correponde ao valor do exame mais próximo da realização do DXA. Resultados: Redução da DMO foi encontrada em n = 3/23 pacientes (GSD Ia n = 1, IIIa n = 2). De acordo com os marcadores de remodelação óssea, n = 6/19 pacientes apresentaram concentrações aumentadas de pelo menos um marcador (OC n = 1, CTX n = 2, P1NP n = 6), todos com DMO normal. Baixa concentração sérica de 25-OH vitamina D foi encontrada em n = 7/23 pacientes (um fazia uso de suplemento de vitamina D e três, de polivitamínico). Sete pacientes apresentaram hiperlactatemia (mediana = 1,5 mmol/L; IQ25-75 = 1,3-2,3); n = 10/22, hipertrigliceridemia (mediana = 2,2mmol/L, IQ25-75 = 1,2-3,2); n = 10/22, hipercolesterolemia (mediana = 4,5mmol/L, IQ25-75 = 3,6-5,2); n = 2/22, hipoglicemia (mediana = 4,6mmol/L (4,3-4,9); n = 1/14, hiperfosfatemia (mediana = 1,4mmol/L, 1,2-1,6); e n = 3/14, baixos níveis de vitamina B12 (mediana = 379,7pmol/L, IQ25-75 = 289,1-561,7). Não foi observado hipo/hipercalcemia. O consumo de calorias, vitaminas B6 e B12 foi superior à ingestão diária recomendada para n = 11/20, n = 10/20 e n = 14/20 pacientes, respectivamente. Consumo inferior ao recomendado foi observado para vitamina D (n = 19/20), cálcio (n = 20/20), fósforo (n = 11/20) e potássio (n = 20/20). Excesso de peso foi observado em n = 17/23 pacientes. Boa adesão ao tratamento foi observada em n = 11/23 pacientes. Foi encontrada correlação negativa entre consumo calórico e OC e P1NP (r: -0,761, p: 0,001; r: -0,776, p: 0,001, respectivamente), e de peso corporal com CTX, P1NP e OC (r: -0,652, p:0,003; r: -0,690, p:0,001; r: -0,668, p:0,002, respectivamente). Conclusões: Nossos achados sugerem que apenas uma pequena proporção da amostra apresentou DMO reduzida. Isso pode estar relacionado à composição corporal, IMC, hábitos alimentares ou uma combinação de fatores. A ingestão insuficiente de vários micronutrientes pode influenciar a renovação óssea. Portanto, destacamos a importância da suplementação individualizada e direcionada de cálcio e vitamina D em todos os pacientes com GSDs hepáticasBackground: Hepatic glycogen storage diseases (GSD) are inborn errors of glycogen metabolism associated with fasting hypoglycemia. Treatment of hepatic GSDs aims to maintain glycemic concentrations through dietary adjustments, such as frequent raw cornstarch consumption. Recent studies have demonstrated low bone mineral density (BMD) in patients with GSD as a complication of the disease. However, the mechanisms underlying this association are not well understood. Objective: characterize BMD and bone biomarkers in a sample of Brazilian patients with hepatic GSD, using dual X-ray absorptiometry (DXA), serum osteocalcin (OC), Procollagen type I N-terminal propeptide (P1NP) and collagen 1 C-terminal telopeptide (CTX). Methods: cross-sectional study, with convenience sample. Twenty-three patients with a genetic diagnosis of GSD were included (Ia n = 13, Ib n = 5, IIIa n = 2, IXα n = 3, median age = 11.9 years, 0 to 11 years n = 12 patients, 12 to 19 n = 5 and ≥20 n = 6 patients) being treated (median = 9.4 years) with raw cornstarch (median = 6.3g / kg / day). Following tests were performed in the same day: anthropometric measurements, DXA (n = 23), blood sample for OC (n = 18), P1NP (n = 19), CTX (n = 18) and 25-OH vitamin D dosage (n = 23). In addition to that, a 3-day food diary was completed in the week prior to the DXA (n = 20) and reviewed by a dietician. Information on additional biomarkers was extracted from medical records at a date close to the DXA. Good treatment adherence was defined by adequate serum concentrations of glucose, lactate and triglycerides. For lactate and glucose, the median values of the 24 months preceding DXA were used, triglycerides corresponding to the value of the exam closest to the performance of DXA. Results: Reduced BMD was found in n = 3/23 patients (GSD Ia n = 1, IIIa n = 2). Regarding biomarkers of bone turnover, we observed that n = 6/19 patients had at least one of them raised (OC n = 1, CTX n = 2, P1NP n = 6), all patients with normal BMD. Reduced 25-OH vitamina D concentration was found in n = 7/23 patients (from which, one was on vitamin D and n = 3 on multivitamin supplementation). Seven patients presented hyperlactatemia (median = 1.5 mmol / L; IQ25-75 = 1.3-2.3); n=10/22 hypertriglyceridemia (median = 2.2 mmol / L; IQ25-75 = 1.2-3.2), n = 10/22 hypercholesterolemia (median = 4.5 mmol / L; IQ25-75 = 3.6-5.2), n = 2/22 hypoglycemia (median = 4.6 mmol / L, IQ25-75 = (4.3-4.9), n = 1/14 hyperphosphatemia (median = 1.4 mmol / L; IQ25-75 = 1.2-1.6); and n = 3/14 low vitamin B12 levels ( median = 379.7pmol / L; IQ25-75 = 289.1-561.7). Hypo or hypercalcemia was not observed. In relation to dietary pattern, calorie intake was higher than Dietary Recommendation Intake (DRI) for n = 11/20 patients, as well as vitamins B6 (n = 10/20) and B12 intake (n = 14/20). Likewise, vitamin D intake (n = 19/20), calcium (n = 20/20), phosphorus (n = 11/20) and potassium (n = 20/20) was lower than DRI. Seventeen (out of 23) patients were overweight. Good adherence to treatment was observed in n = 11/23 patients. We observed negative relationship between caloric intake, OC and P1NP (r: -0.761, p: 0.001; r: -0.776, p: 0.001, respectively) and in the same way for body weight, CTX, P1NP and OC (r: -0.652, p: 0.003; r: -0.690, p: 0.001; r: -0.668, p: 0.002, respectively). Conclusion: Our findings suggest that only a small proportion of the sample presented reduced BMD. This may be related to body composition, BMI, dietary habits, or a combination of factors. Insufficient intake of several micronutrients can influence bone turnover. Therefore, we highlight the importance of individualized, targeted calcium and vitamin D supplementation in all patients with hepatic GSDs.application/pdfporBiomarcadoresDoença de depósito de glicogênioAbsorciometria de fótonOsteocalcinaMarcadores genéticosDensidade ósseaGlycogen storage diseaseBone mineral densityBoneOsteocalcinDual energy X-ray absorptiometryAnálise da densidade mineral óssea e de marcadores de remodelação óssea de pacientes brasileiros com glicogenoses hepáticasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina: Ciências MédicasPorto Alegre, BR-RS2021mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001124913.pdf.txt001124913.pdf.txtExtracted Texttext/plain196017http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/221510/2/001124913.pdf.txt97c58e632d5994af628d09002a886cb6MD52ORIGINAL001124913.pdfTexto completoapplication/pdf1969196http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/221510/1/001124913.pdfea4a6f146586b8e8d977ac047c5d978cMD5110183/2215102023-06-07 03:41:40.207189oai:www.lume.ufrgs.br:10183/221510Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-06-07T06:41:40Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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