Contradições e tendências para a instituição de uma política de estado de esporte no Brasil : 2003 a 2015
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/242258 |
Resumo: | Este estudo tem por objetivo examinar as políticas implementadas pelo Ministério do Esporte (ME), no período de 2003 a 2015, diante das contradições e tendências para a instituição de uma política de Estado de esporte. A pesquisa foi tipo documental. Foram coletados documentos públicos, como a Política Nacional do Esporte (PNE), os Relatórios de Avaliação dos Planos Plurianuais (PPA) e as Leis Orçamentárias Anuais (LOAs). O problema pautou-se no entendimento de que a PNE, implementada pelo governo democrático e popular, seria a mais desenvolvida, desde 1941. A investigação explorou como resultou o caráter da PNE, diante dacorrelação de forças e das contradições sociais, políticas e econômicas que repercutiram na disputa pelo poder e pelos recursos públicos do esporte, durante o processo de seu desenvolvimento, em busca de se tornar uma política de Estado de esporte, apontando um caminho para a emancipação humana. Para análise dos documentos, foi desenvolvido um modelo em duas dimensões, designados âmbitos empíricos e condições necessárias a uma política de Estado de esporte. Após a validação do modelo por nove especialistas, consolidaram-se sete categorias como condições necessárias a uma política de Estado de esporte, a saber: ser relevante, permanente, contínua, sustentável, abrangente, democrática e estruturada. Como âmbitos empíricos de análise: a PNE, a legislação esportiva e o financiamento do esporte. A análise dos primeiros PPAs indicou crescimento geral e equilibrado das políticas, com tênue priorização às políticas de esporte de inclusão social. Confirmada a sede da Copa do Mundo de Futebol e dos Jogos Rio-2016, no Brasil, as políticas tornaram-se desiguais e as prioridades se voltaram para estes grandes eventos. A política experienciou, em longo prazo, um processo ascendente que revelou contradições, quando o ME buscou conciliar a democratização do esporte como direito social, com a projeção do Brasil à potência esportiva, impulsionado pelos grandes eventos. Os resultados indicaram que essa política foi parcialmente exitosa, na elevação dos resultados dos atletas, na ampliação da infraestrutura e dos recursos para o esporte. Enquanto atendeu os interesses econômicos hegemônicos, possibilitou a permanência das políticas esportivas sociais, mas foram insuficientes no que diz respeito ao acesso ao esporte às frações menos favorecidas economicamente da classe subalterna. Com base nesses resultados, pode-se concluir que a política, embora contraditória, atendeu parcialmente, e de forma desigual, as condições necessárias de uma política de Estado. |
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Damiani, CássiaReppold Filho, Alberto Reinaldo2022-07-12T04:49:15Z2021http://hdl.handle.net/10183/242258001139673Este estudo tem por objetivo examinar as políticas implementadas pelo Ministério do Esporte (ME), no período de 2003 a 2015, diante das contradições e tendências para a instituição de uma política de Estado de esporte. A pesquisa foi tipo documental. Foram coletados documentos públicos, como a Política Nacional do Esporte (PNE), os Relatórios de Avaliação dos Planos Plurianuais (PPA) e as Leis Orçamentárias Anuais (LOAs). O problema pautou-se no entendimento de que a PNE, implementada pelo governo democrático e popular, seria a mais desenvolvida, desde 1941. A investigação explorou como resultou o caráter da PNE, diante dacorrelação de forças e das contradições sociais, políticas e econômicas que repercutiram na disputa pelo poder e pelos recursos públicos do esporte, durante o processo de seu desenvolvimento, em busca de se tornar uma política de Estado de esporte, apontando um caminho para a emancipação humana. Para análise dos documentos, foi desenvolvido um modelo em duas dimensões, designados âmbitos empíricos e condições necessárias a uma política de Estado de esporte. Após a validação do modelo por nove especialistas, consolidaram-se sete categorias como condições necessárias a uma política de Estado de esporte, a saber: ser relevante, permanente, contínua, sustentável, abrangente, democrática e estruturada. Como âmbitos empíricos de análise: a PNE, a legislação esportiva e o financiamento do esporte. A análise dos primeiros PPAs indicou crescimento geral e equilibrado das políticas, com tênue priorização às políticas de esporte de inclusão social. Confirmada a sede da Copa do Mundo de Futebol e dos Jogos Rio-2016, no Brasil, as políticas tornaram-se desiguais e as prioridades se voltaram para estes grandes eventos. A política experienciou, em longo prazo, um processo ascendente que revelou contradições, quando o ME buscou conciliar a democratização do esporte como direito social, com a projeção do Brasil à potência esportiva, impulsionado pelos grandes eventos. Os resultados indicaram que essa política foi parcialmente exitosa, na elevação dos resultados dos atletas, na ampliação da infraestrutura e dos recursos para o esporte. Enquanto atendeu os interesses econômicos hegemônicos, possibilitou a permanência das políticas esportivas sociais, mas foram insuficientes no que diz respeito ao acesso ao esporte às frações menos favorecidas economicamente da classe subalterna. Com base nesses resultados, pode-se concluir que a política, embora contraditória, atendeu parcialmente, e de forma desigual, as condições necessárias de uma política de Estado.This study aimed to examine the policies implemented by the Brazilian Ministry of Sports (ME), in the period from 2003 to 2015, in the face of contradictions and trends towards the institution of a state sports policy. The research was of the documentary type. Public documents such as the National Sports Policy (PNE), the Assessment Reports of the Pluriannual Plans (PPA) and the Annual Budgets were collected. The problem was based on the understanding that the PNE, implemented by democratic and popular government, would be the most developed since 1941. Thus, the investigation was carried out on how the character of the PNE resulted, in the face of the correlation of forces and social contradictions, political and economic that had repercussions in the dispute for the power and for the public resources of the sport, during the process of its development, in search of becoming a politics of State of sport as a way for the human emancipation. To analyze the documents, a model was developed in two dimensions named empirical ambits and necessary conditions for a state sport policy. After the model was validated by nine specialists, seven categories were consolidated as necessary conditions for a state sports policy, namely: to be relevant, permanent, continuous, sustainable, comprehensive, democratic, systemic and structured. And, as empirical ambits of analysis: the national sport policy, the sport legislation and the sport funding. The analysis of the first PPA indicated a general and balanced growth of the policies, with a tenuous prioritization for the social inclusion sports policies. After the confirmation of Brazil as host of the 2014 World Football Cup and Rio 2016 Games, the policies became unequal and the priorities turned to these events. In the long run, the policy presented contradictions, when the ME sought to reconcile the democratization of sport as a social right, with the projection of Brazil as a sports power, driven by major sporting events. The results indicated that this policy was partially successful, in increasing the athletes' results, and in expanding the infrastructure and resources for sports. While it met the hegemonic economic interests, it enabled the continuity of social sports policies. These, however, were insufficient as far as access to sports for the less economically favored social segments was concerned. Based on these results, we may conclude that the policy implemented during the period under study has partially and unequally met the necessary conditions for a state sport policy.Este estudio tuvo como objetivo examinar las políticas implementadas por el Ministerio de Deporte (ME) en el período 2003 hasta 2015, dadas las contradicciones y tendencias para la institución de una política de Estado para el deporte. La investigación fue de tipo documental. Se recopilaron documentos públicos, como la Política Nacional de Deportes, los Informes de Evaluación de los Planes Plurianuales (PPA) y las Leyes de Presupuesto Anual. El problema se basó en el entendimiento de que la Política Nacional del Deporte (PNE), implementado por un gobierno democrático y popular, sería la más desarrollada desde 1941. Así, se realizó la investigación de cómo resultó el carácter del PNE, frente a la correlación de fuerzas y las contradicciones sociales, políticas y económicas que repercutiran en la disputa por el poder y por los recursos públicos del deporte, durante el proceso de su desarrollo, en busca de convertirse en una política de Estado del deporte como camino para la emancipación humana. Para el análisis de los documentos se desarrolló un modelo en dos dimensiones, designadas como alcances empíricos y condiciones necesarias para una política de Estado deportivo. Tras la validación del modelo por nueve especialistas, se consolidaron siete categorías como condiciones necesarias para una política deportiva de Estado, a saber: ser relevante, permanente, continua, sostenible, integral, democrática y estructurada. Además, como ámbitos de análisis empíricos: política deportiva nacional, legislación deportiva y financiación deportiva. El análisis de los primeros PPAs indicó un crecimiento general y equilibrado de las políticas, con una tenue priorización de las políticas deportivas de inclusión social. Después de confirmar la sede de la Copa Mundial de Fútbol y los Juegos de Río 2016, en Brasil, las políticas se volvieron desiguales y las prioridades se volvieron hacia estos grandes eventos. En el curso de la política, las contradicciones se revelaron cuando el ME buscó conciliar la democratización del deporte como derecho social, con la proyección de Brasil como potencia deportiva, impulsada por grandes acontecimientos. Los resultados indicaron que esta política fue parcialmente exitosa en elevar los resultados de los atletas, la infraestructura y los recursos para el deporte. Si bien sirvió a los intereses económicos, permitió la permanencia de las políticas sociodeportivas, pero fueron insuficientes en cuanto al acceso al deporte para las fracciones económicamente menos favorecidas de la clase trabajadora. Con base en los resultados del estudio, se puede concluir que tales políticas, aunque contradictorias, cumplieron de manera parcial y desigual las condiciones necesarias para una política de Estado.application/pdfporPolíticas públicasEsportesAvaliaçãoPublic sports policies in BrazilNational sports policySport ministeryState policiesEvaluation of Social PoliciesPolíticas Públicas DeportivasPolítica Deportiva NacionalMinisterio de DeportesPoliticas deportivas en BrasilPoliticas estatalesEvaluación de Políticas SocialesContradições e tendências para a instituição de uma política de estado de esporte no Brasil : 2003 a 2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de Educação Física, Fisioterapia e DançaPrograma de Pós-Graduação em Ciências do Movimento HumanoPorto Alegre, BR-RS2021.doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001139673.pdf.txt001139673.pdf.txtExtracted Texttext/plain1326986http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/242258/2/001139673.pdf.txt15e4679c662d68036a30f2dff5be1d4fMD52ORIGINAL001139673.pdfTexto completoapplication/pdf5726961http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/242258/1/001139673.pdf30d8d0abbb5b374ce59d53356ae590f3MD5110183/2422582022-07-21 04:56:56.287926oai:www.lume.ufrgs.br:10183/242258Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-07-21T07:56:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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