Para além do ressentimento : por uma clínica do possível no cuidado de pessoas que usam drogas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Loiva Maria de Boni
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/130486
Resumo: A presente pesquisa problematiza a polarização presente no debate acerca da política sobre drogas no Brasil, a fim de contribuir com a construção de uma Clínica do Possível no cuidado de pessoas que usam drogas propondo a aproximação entre os princípios e diretrizes da Redução de Danos e da Política Nacional de Humanização. A fim de superar os embates que contrapõem, de um lado o paradigma proibicionista - centrado na abstinência - e, de outro, o antiproibicionismo – pautado pela singularidade - a aposta é em uma clínica-política que coloca o sujeito como protagonista no processo de produção de sua saúde. A tentativa é a de dar visibilidade às novas práticas de cuidado, focadas na produção de saúde como potência de vida, a partir de referências conceituais da filosofia nietzscheana. Na perspectiva teórica adotada pelo presente estudo, utilizamos como fundamento metodológico a pesquisa-intervenção, propondo cartografar os caminhos tecidos pelos usuários de drogas em seu território, a fim de detectar e analisar quais os “nós” (rituais, estratégias, serviços, afetos...) da rede produzem saúde e apontam uma Clínica do Possível pautada no cuidado, vínculo e afeto. A pesquisa foi realizada em um território da rede de saúde do município de Caxias do Sul, na serra gaúcha, sendo construída por várias mãos, pois contou com o apoio de técnicos da equipe da Unidade Básica de Saúde da Região e alunos da Faculdade da Serra Gaúcha. A intervenção desenvolveu-se ao longo de três etapas, organizadas em torno de diferentes instrumentos de intervenção (pin-hole, oficinas de fotografias, hip-hop) contando, ao todo, com 18 participantes, sendo que 09 usuários permaneceram em todas as etapas. As atividades foram realizadas ao longo de oito meses, 26 encontros ocorridos entre o ano de 2011 e início de 2012. No percurso da pesquisa o Hip Hop emergiu como dispositivo expressivo do cotidiano dos usuários que demarcava seus espaços de produção de saúde, potencializando a vida através da arte. Entre os resultados, foi possível identificar a criação de um espaço coletivo que emergiu dessa experimentação proposta pela pesquisa-intervenção, aproximando os usuários tidos como “não aderentes” aos tratamentos ofertados na rede, de um modo diverso àquele com que eles usualmente referiam (e resistiam) (a) os atendimentos que recebem dos serviços de saúde. Ao final da pesquisa, a produção coletiva e espontânea de um rap ritmando as vivências e posições dos usuários que podem pautar a construção de uma política sobre drogas na perspectiva da Redução de Danos apontou a possibilidade de criação de novos territórios existenciais, para além do ressentimento, que sejam produtores de saúde compreendida como expansão de vida.
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Na perspectiva teórica adotada pelo presente estudo, utilizamos como fundamento metodológico a pesquisa-intervenção, propondo cartografar os caminhos tecidos pelos usuários de drogas em seu território, a fim de detectar e analisar quais os “nós” (rituais, estratégias, serviços, afetos...) da rede produzem saúde e apontam uma Clínica do Possível pautada no cuidado, vínculo e afeto. A pesquisa foi realizada em um território da rede de saúde do município de Caxias do Sul, na serra gaúcha, sendo construída por várias mãos, pois contou com o apoio de técnicos da equipe da Unidade Básica de Saúde da Região e alunos da Faculdade da Serra Gaúcha. A intervenção desenvolveu-se ao longo de três etapas, organizadas em torno de diferentes instrumentos de intervenção (pin-hole, oficinas de fotografias, hip-hop) contando, ao todo, com 18 participantes, sendo que 09 usuários permaneceram em todas as etapas. As atividades foram realizadas ao longo de oito meses, 26 encontros ocorridos entre o ano de 2011 e início de 2012. No percurso da pesquisa o Hip Hop emergiu como dispositivo expressivo do cotidiano dos usuários que demarcava seus espaços de produção de saúde, potencializando a vida através da arte. Entre os resultados, foi possível identificar a criação de um espaço coletivo que emergiu dessa experimentação proposta pela pesquisa-intervenção, aproximando os usuários tidos como “não aderentes” aos tratamentos ofertados na rede, de um modo diverso àquele com que eles usualmente referiam (e resistiam) (a) os atendimentos que recebem dos serviços de saúde. Ao final da pesquisa, a produção coletiva e espontânea de um rap ritmando as vivências e posições dos usuários que podem pautar a construção de uma política sobre drogas na perspectiva da Redução de Danos apontou a possibilidade de criação de novos territórios existenciais, para além do ressentimento, que sejam produtores de saúde compreendida como expansão de vida.This project is based on discusses about drug´s politics polarization in Brazil in order to contribute for the construction of a Possible Clinical care for people who use drugs proposing closer relations between the principles and guidelines of the Harm Reduction and the National Humanization´s Politics. In order to overcome the conflicts that opposed, on one hand the prohibitionist paradigm - centered on abstinence - and on the other side, the anti prohibitionist - guided by the singularity - the focus is in a clinical politic that to put the subject as the protagonist in the production process of your health. The attempt is to bring out new care practices, focused on the production of health as a power of life, from conceptual references of nietzschean philosophy. According with the theoretical approach adopted by this study, we used as a methodological research-based intervention, proposing to record the informations about the paths woven by drug users in their territory in order to detect and analyze which "knots" (rituals, strategies, services, affections. ..) from the network produce health and show a Possible Clinical based on the care, link and affection. The search was conducted in a territory of the health network at Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, a city in the mountains, being built by many hands, it had the support of the technical staff of the Basic Health Unit in the Region and the students from Serra Gaúcha College. The intervention was developed over three stages, organized around different kinds (pin-hole, photo workshops, hip-hop) overall, with 18 participants, within 09 users remain at all stages. The activities were held over eight months, 26 meetings that occurred between 2011 and early 2012. During the Hip Hop research emerged as an expressive device of daily users that demarcated spaces of health production, enhancing life through art. Among the results, it was possible to identify the creation of a collective atmosphere that emerged from this trial proposed by the research intervention, bringing users considered "non adherent" to treatment offered on the network, in a different way to that with which they usually referred (and resisted) the care that they receive from health services. Concluding, it´s possible to refer that at the end of the study, the collective´s production and spontaneous rap were responsible to put rhythm at the experiences and views of users that can guide the construction about drug´s politic in the perspective of harm reduction, pointed out the possibility of creating new existential territories, beyond the resentment, which are producers of health understood as an expansion of life.application/pdfporPolíticas públicasDrogasRedução do danoHarm reductionHumanization of healthPolitics of drugsPublic politicsPara além do ressentimento : por uma clínica do possível no cuidado de pessoas que usam drogasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de PsicologiaPrograma de Pós-Graduação em Psicologia Social e InstitucionalPorto Alegre, BR-RS2012mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000977834.pdf000977834.pdfTexto completoapplication/pdf1289976http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/130486/1/000977834.pdf45e8b28f3048cea5577c14c1a5c6e7e7MD51TEXT000977834.pdf.txt000977834.pdf.txtExtracted Texttext/plain249483http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/130486/2/000977834.pdf.txt8f874f65e6f5526710b1a968618ed462MD52THUMBNAIL000977834.pdf.jpg000977834.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1052http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/130486/3/000977834.pdf.jpgd630866d90a0c8fff44e159d62f3ee60MD5310183/1304862018-10-25 09:36:03.353oai:www.lume.ufrgs.br:10183/130486Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-25T12:36:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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