Impacto da resposta virológica sustentada nos parâmetros de glicose em pacientes com hepatite C crônica tratados com antivirais de ação direta

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Benetti, Fábia
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/254372
Resumo: Introdução: A eliminação do vírus da hepatite C (HCV) com antivirais de ação direta (DAAs) melhora a sobrevida e reduz o risco de progressão da doença para cirrose, descompensação hepática e carcinoma hepatocelular. No entanto, o impacto da resposta virológica sustentada (RVS) em algumas manifestações extra-hepáticas, particularmente no que diz respeito ao pré-diabetes (PDM) e ao diabetes mellitus tipo 2 (DMT2) é ainda controverso. De fato, nem todo paciente que atinge RVS melhora os parâmetros glicêmicos e resta definir se existem características basais associadas a esse desfecho. Objetivo: avaliar parâmetros do metabolismo da glicose antes e após a RVS, bem como investigar a presença de características basais relacionadas à melhora do controle glicêmico. Métodos: Este estudo de coorte prospectivo incluiu pacientes com infecção pelo HCV tratados com DAAs entre janeiro de 2016 e dezembro de 2017 no Ambulatório de Hepatites Virais do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Brasil. Os critérios de inclusão foram RVS após tratamento com DAA e acompanhamento por pelo menos 12 semanas após o término da terapia. Foram excluídos pacientes com cirrose descompensada, coinfecção por HIV e/ou HBV ou com qualquer modificação no manejo farmacológico de PDM ou DMT2. A hemoglobina glicada (HbA1c) foi analisada antes e após o tratamento em todos os pacientes. Os subgrupos foram estratificados por cirrose, genótipo do HCV, índice de massa corporal (IMC), idade e presença ou ausência de PDM ou DMT2 antes do tratamento do HCV. O desfecho primário foi a alteração da homeostase glicêmica após a erradicação do HCV. Os desfechos secundários foram variáveis basais associadas à melhora do controle glicêmico. Resultados: Foram incluídos 207 pacientes, com média de idade de 60,6±10,7 anos. Quarenta e oito por cento eram do sexo masculino. A cirrose foi encontrada em 56% dos pacientes, o genótipo mais prevalente foi o genótipo 1(59,9%), seguido pelo G3 presente em 37,7% e G2 em 2,4% dos pesquisados. DMT2 ou PDM estava presente em 44% dos pacientes no pré-tratamento. Houve redução significativa da HbA1c após RVS (5,7, IQR 5,3-6,7 a 5,5, IQR 4,9-6,3, respectivamente, p = 0,01). As características basais associadas à melhora do controle glicêmico após RVS foram cirrose, genótipo 3 e idade < 60 anos. Conclusões: A eliminação do HCV foi associada a um melhor controle glicêmico após a erradicação do HCV com uso DAAs, principalmente em pacientes cirróticos, genótipo 3 e/ou com idade inferior a 60 anos.
id URGS_a2dbec540886efb68c47b4f2459627e5
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/254372
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Benetti, FábiaCheinquer, HugoAraujo, Alexandre de2023-02-08T05:01:29Z2022http://hdl.handle.net/10183/254372001161478Introdução: A eliminação do vírus da hepatite C (HCV) com antivirais de ação direta (DAAs) melhora a sobrevida e reduz o risco de progressão da doença para cirrose, descompensação hepática e carcinoma hepatocelular. No entanto, o impacto da resposta virológica sustentada (RVS) em algumas manifestações extra-hepáticas, particularmente no que diz respeito ao pré-diabetes (PDM) e ao diabetes mellitus tipo 2 (DMT2) é ainda controverso. De fato, nem todo paciente que atinge RVS melhora os parâmetros glicêmicos e resta definir se existem características basais associadas a esse desfecho. Objetivo: avaliar parâmetros do metabolismo da glicose antes e após a RVS, bem como investigar a presença de características basais relacionadas à melhora do controle glicêmico. Métodos: Este estudo de coorte prospectivo incluiu pacientes com infecção pelo HCV tratados com DAAs entre janeiro de 2016 e dezembro de 2017 no Ambulatório de Hepatites Virais do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Brasil. Os critérios de inclusão foram RVS após tratamento com DAA e acompanhamento por pelo menos 12 semanas após o término da terapia. Foram excluídos pacientes com cirrose descompensada, coinfecção por HIV e/ou HBV ou com qualquer modificação no manejo farmacológico de PDM ou DMT2. A hemoglobina glicada (HbA1c) foi analisada antes e após o tratamento em todos os pacientes. Os subgrupos foram estratificados por cirrose, genótipo do HCV, índice de massa corporal (IMC), idade e presença ou ausência de PDM ou DMT2 antes do tratamento do HCV. O desfecho primário foi a alteração da homeostase glicêmica após a erradicação do HCV. Os desfechos secundários foram variáveis basais associadas à melhora do controle glicêmico. Resultados: Foram incluídos 207 pacientes, com média de idade de 60,6±10,7 anos. Quarenta e oito por cento eram do sexo masculino. A cirrose foi encontrada em 56% dos pacientes, o genótipo mais prevalente foi o genótipo 1(59,9%), seguido pelo G3 presente em 37,7% e G2 em 2,4% dos pesquisados. DMT2 ou PDM estava presente em 44% dos pacientes no pré-tratamento. Houve redução significativa da HbA1c após RVS (5,7, IQR 5,3-6,7 a 5,5, IQR 4,9-6,3, respectivamente, p = 0,01). As características basais associadas à melhora do controle glicêmico após RVS foram cirrose, genótipo 3 e idade < 60 anos. Conclusões: A eliminação do HCV foi associada a um melhor controle glicêmico após a erradicação do HCV com uso DAAs, principalmente em pacientes cirróticos, genótipo 3 e/ou com idade inferior a 60 anos.Background: Hepatitis C virus (HCV) clearance by direct acting antiviral (DAAs) improves survival and reduce risk of disease progression to cirrhosis, hepatic decompensation and hepatocellular carcinoma. However, impact of sustained virological response (SVR) on extra-hepatic manifestations is less certain, particularly in regards to pre-diabetes (PDM) or type 2 diabetes mellitus (T2DM). Indeed, not every patient that achieves SVR improves glycemic parameters and it remains to be defined if there are baseline characteristics associated with this outcome. Objectives: The aim of this study was to evaluate parameters of glucose metabolism before and after SVR, as well as to investigate the presence of baseline characteristics related to improvement in glycemic control. Methods: This prospective cohort study included patients with chronic HCV infection treated with DAAs between January 2016 and December 2017 at the Viral Hepatitis Outpatient Clinic of Hospital de Clinicas de Porto Alegre, Brazil. Inclusion criteria were SVR to DAA therapy with follow up for at least 12 weeks after the end of therapy. Patients with decompensated cirrhosis, coinfection with HIV and/or HBV or with any modification on pharmacological management of pre-PDM or T2DM were excluded. Glycated hemoglobin (HbA1C) was analyzed before and after treatment in all patients. Subgroups were stratified by cirrhosis, HCV genotype, body mass index (BMI), age and presence or absence of baseline PDM or T2DM. Primary outcome was change at glycemic homeostasis after HCV eradication. Secondary outcomes were baseline variables associated with improvement of glucose control. Results: A total of 207 patients were included, with a mean age of 60.6±10.7 years. Forty eight percent were males. Cirrhosis was found in 56% of patients, the most prevalent genotype was genotype 1 (59.9%), followed by G3 present in 37.7% and G2 in 2.4% of those surveyed. T2DM or PDM was present in 44% of patients pre-treatment. Overall, median HbA1c at baseline reduced significantly after SVR (5.7, IQR 5.3-6.7 to 5.5, IQR 4.9-6.3, respectively, p=0.01). Baseline characteristics associated with improved glycemic control after SVR were cirrhosis, genotype 3 and age < 60 years-old. Conclusions: HCV clearance was associated with better glycemic control after HCV eradication with DAA therapy, especially in cirrhotic patients, genotype 3 and/or under 60 years-old.application/pdfporHepatite C crônicaAntiviraisControle glicêmicoResposta viral sustentadaGlycemic controlChronic hepatitis CSustained virological responseHbA1cImpacto da resposta virológica sustentada nos parâmetros de glicose em pacientes com hepatite C crônica tratados com antivirais de ação diretainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências em Gastroenterologia e HepatologiaPorto Alegre, BR-RS2022doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001161478.pdf.txt001161478.pdf.txtExtracted Texttext/plain195024http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/254372/2/001161478.pdf.txt592ee68c90e4eb05a6fb208d17cf0f24MD52ORIGINAL001161478.pdfTexto completoapplication/pdf1277132http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/254372/1/001161478.pdfe7b2dece0946ea32d43374fb2c31a40bMD5110183/2543722023-11-11 04:24:25.583766oai:www.lume.ufrgs.br:10183/254372Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-11-11T06:24:25Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Impacto da resposta virológica sustentada nos parâmetros de glicose em pacientes com hepatite C crônica tratados com antivirais de ação direta
title Impacto da resposta virológica sustentada nos parâmetros de glicose em pacientes com hepatite C crônica tratados com antivirais de ação direta
spellingShingle Impacto da resposta virológica sustentada nos parâmetros de glicose em pacientes com hepatite C crônica tratados com antivirais de ação direta
Benetti, Fábia
Hepatite C crônica
Antivirais
Controle glicêmico
Resposta viral sustentada
Glycemic control
Chronic hepatitis C
Sustained virological response
HbA1c
title_short Impacto da resposta virológica sustentada nos parâmetros de glicose em pacientes com hepatite C crônica tratados com antivirais de ação direta
title_full Impacto da resposta virológica sustentada nos parâmetros de glicose em pacientes com hepatite C crônica tratados com antivirais de ação direta
title_fullStr Impacto da resposta virológica sustentada nos parâmetros de glicose em pacientes com hepatite C crônica tratados com antivirais de ação direta
title_full_unstemmed Impacto da resposta virológica sustentada nos parâmetros de glicose em pacientes com hepatite C crônica tratados com antivirais de ação direta
title_sort Impacto da resposta virológica sustentada nos parâmetros de glicose em pacientes com hepatite C crônica tratados com antivirais de ação direta
author Benetti, Fábia
author_facet Benetti, Fábia
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Benetti, Fábia
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Cheinquer, Hugo
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Araujo, Alexandre de
contributor_str_mv Cheinquer, Hugo
Araujo, Alexandre de
dc.subject.por.fl_str_mv Hepatite C crônica
Antivirais
Controle glicêmico
Resposta viral sustentada
topic Hepatite C crônica
Antivirais
Controle glicêmico
Resposta viral sustentada
Glycemic control
Chronic hepatitis C
Sustained virological response
HbA1c
dc.subject.eng.fl_str_mv Glycemic control
Chronic hepatitis C
Sustained virological response
HbA1c
description Introdução: A eliminação do vírus da hepatite C (HCV) com antivirais de ação direta (DAAs) melhora a sobrevida e reduz o risco de progressão da doença para cirrose, descompensação hepática e carcinoma hepatocelular. No entanto, o impacto da resposta virológica sustentada (RVS) em algumas manifestações extra-hepáticas, particularmente no que diz respeito ao pré-diabetes (PDM) e ao diabetes mellitus tipo 2 (DMT2) é ainda controverso. De fato, nem todo paciente que atinge RVS melhora os parâmetros glicêmicos e resta definir se existem características basais associadas a esse desfecho. Objetivo: avaliar parâmetros do metabolismo da glicose antes e após a RVS, bem como investigar a presença de características basais relacionadas à melhora do controle glicêmico. Métodos: Este estudo de coorte prospectivo incluiu pacientes com infecção pelo HCV tratados com DAAs entre janeiro de 2016 e dezembro de 2017 no Ambulatório de Hepatites Virais do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Brasil. Os critérios de inclusão foram RVS após tratamento com DAA e acompanhamento por pelo menos 12 semanas após o término da terapia. Foram excluídos pacientes com cirrose descompensada, coinfecção por HIV e/ou HBV ou com qualquer modificação no manejo farmacológico de PDM ou DMT2. A hemoglobina glicada (HbA1c) foi analisada antes e após o tratamento em todos os pacientes. Os subgrupos foram estratificados por cirrose, genótipo do HCV, índice de massa corporal (IMC), idade e presença ou ausência de PDM ou DMT2 antes do tratamento do HCV. O desfecho primário foi a alteração da homeostase glicêmica após a erradicação do HCV. Os desfechos secundários foram variáveis basais associadas à melhora do controle glicêmico. Resultados: Foram incluídos 207 pacientes, com média de idade de 60,6±10,7 anos. Quarenta e oito por cento eram do sexo masculino. A cirrose foi encontrada em 56% dos pacientes, o genótipo mais prevalente foi o genótipo 1(59,9%), seguido pelo G3 presente em 37,7% e G2 em 2,4% dos pesquisados. DMT2 ou PDM estava presente em 44% dos pacientes no pré-tratamento. Houve redução significativa da HbA1c após RVS (5,7, IQR 5,3-6,7 a 5,5, IQR 4,9-6,3, respectivamente, p = 0,01). As características basais associadas à melhora do controle glicêmico após RVS foram cirrose, genótipo 3 e idade < 60 anos. Conclusões: A eliminação do HCV foi associada a um melhor controle glicêmico após a erradicação do HCV com uso DAAs, principalmente em pacientes cirróticos, genótipo 3 e/ou com idade inferior a 60 anos.
publishDate 2022
dc.date.issued.fl_str_mv 2022
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-02-08T05:01:29Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/254372
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001161478
url http://hdl.handle.net/10183/254372
identifier_str_mv 001161478
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/254372/2/001161478.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/254372/1/001161478.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 592ee68c90e4eb05a6fb208d17cf0f24
e7b2dece0946ea32d43374fb2c31a40b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1800309209998295040