Caracterização química e morfometria em Sisyrinchium micranthum CAV.(Iridaceae)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/27509 |
Resumo: | Sisyrinchium micranthum Cav. (Iridaceae) é uma espécie que apresenta grande variabilidade morfológica, aspecto que dificulta a seleção de caracteres taxonômicos eficientes para sua determinação. Suas flores podem ser amarelas, róseas ou lilases, com diferentes intensidades de cor. Na região Sul do Brasil ocorrem três morfotipos caracterizados pelo porte: pequeno, médio e grande. Com o objetivo de contribuir na caracterização desta espécie foram realizados estudos quimiotaxonômicos, quimioecológicos e morfométricos. A análise do perfil flavonoídico de Iridaceae revela uma família quimicamente distinta de outras monocotiledôneas, principalmente pela ocorrência de isoflavonas e C-glicosilflavonas. Espécies de Sisyrinchium, são caracterizadas pela presença de C-glicosilflavonas e ausência de antocianinas mono e dioxigenadas. Esse padrão químico é bastante coerente com o posicionamento de Sisyrinchium na tribo Sisyrinchieae e na subfamlia Iridoideae. Uma outra característica peculiar desses taxa é a baixa produção de flavonóis. As análises de similaridade e de componentes principais (PCA) permitiram delimitar um grupo produtor de flavonóides sem oxigrupos em C3, onde se posicionaram quase todos os gêneros de Iridoideae, e um grupo produtor de flavonóides oxigenados em C3, que compreendeu gêneros de Crocoideae, Nivenioideae e Aristeoideae. A análise fitoquímica de indivíduos de S. micranthum indicou a presença de flavonas e uma grande concentração de flavonóides totais em indivíduos de flores amarelas, os quais têm preferência por ambientes expostos a condições de solos pobres e alta irradiação solar, e é possível que as plantas de flores amarelas sejam quimiotipos da espécie. A análise morfométrica mostrou que os morfotipos formam grupos consistentes. O morfotipo grande se caracteriza pelo porte ereto e pelo arranjo diferenciado das brácteas da inflorescência. Os morfotipos médio e pequeno são mais parecidos entre si, sendo diferenciados principalmente pelas flores. O morfotipo médio tem flores mais semelhantes às do grande, enquanto o morfotipo pequeno apresenta flores menores e com menos elaióforos. Apesar da estatística sustentar a separação dos morfotipos, ainda são necessários estudos de cruzamento para se fazer qualquer declaração no sentido de confirmar possíves subespécies. Estudos químicos também mostram um grande potencial para a melhor delimitação desses morfotipos em vista da química peculiar de S. micranthum. |
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Indrusiak, Malvina SperbSoares, Geraldo Luiz GonçalvesEggers, Lilian2011-01-27T05:58:55Z2010http://hdl.handle.net/10183/27509000760259Sisyrinchium micranthum Cav. (Iridaceae) é uma espécie que apresenta grande variabilidade morfológica, aspecto que dificulta a seleção de caracteres taxonômicos eficientes para sua determinação. Suas flores podem ser amarelas, róseas ou lilases, com diferentes intensidades de cor. Na região Sul do Brasil ocorrem três morfotipos caracterizados pelo porte: pequeno, médio e grande. Com o objetivo de contribuir na caracterização desta espécie foram realizados estudos quimiotaxonômicos, quimioecológicos e morfométricos. A análise do perfil flavonoídico de Iridaceae revela uma família quimicamente distinta de outras monocotiledôneas, principalmente pela ocorrência de isoflavonas e C-glicosilflavonas. Espécies de Sisyrinchium, são caracterizadas pela presença de C-glicosilflavonas e ausência de antocianinas mono e dioxigenadas. Esse padrão químico é bastante coerente com o posicionamento de Sisyrinchium na tribo Sisyrinchieae e na subfamlia Iridoideae. Uma outra característica peculiar desses taxa é a baixa produção de flavonóis. As análises de similaridade e de componentes principais (PCA) permitiram delimitar um grupo produtor de flavonóides sem oxigrupos em C3, onde se posicionaram quase todos os gêneros de Iridoideae, e um grupo produtor de flavonóides oxigenados em C3, que compreendeu gêneros de Crocoideae, Nivenioideae e Aristeoideae. A análise fitoquímica de indivíduos de S. micranthum indicou a presença de flavonas e uma grande concentração de flavonóides totais em indivíduos de flores amarelas, os quais têm preferência por ambientes expostos a condições de solos pobres e alta irradiação solar, e é possível que as plantas de flores amarelas sejam quimiotipos da espécie. A análise morfométrica mostrou que os morfotipos formam grupos consistentes. O morfotipo grande se caracteriza pelo porte ereto e pelo arranjo diferenciado das brácteas da inflorescência. Os morfotipos médio e pequeno são mais parecidos entre si, sendo diferenciados principalmente pelas flores. O morfotipo médio tem flores mais semelhantes às do grande, enquanto o morfotipo pequeno apresenta flores menores e com menos elaióforos. Apesar da estatística sustentar a separação dos morfotipos, ainda são necessários estudos de cruzamento para se fazer qualquer declaração no sentido de confirmar possíves subespécies. Estudos químicos também mostram um grande potencial para a melhor delimitação desses morfotipos em vista da química peculiar de S. micranthum.Sisyrinchium micranthum Cav. is a brazilian native species that presents a huge morphologic variability which hampers the selection of efficient taxonomic characters for its determination. Its flowers normally have various shades of yellow, pink or purple. In southern Brazil, this species presents three different morphotypes wich are charachterized by their size: small, medium and big. Aiming to contribute on the characterization of the species, chemotaxonomic, chemoecological and morphometric studies were conduced. The analysis of the flavonoidic profile reveals Iridaceae as a chemically very distinct family among other monocotyledons, specially due to the occurrence of isoflavones and C-glycosylflavones. Sisyrinchium species are characterized by the presence of C-glycosylflavones and absence of mono and dioxygenated anthocyanins. This chemical pattern agrees quite well with the position of the genus inside the Sisyrinchieae tribe and in the Iridoideae subfamily. These taxa are also distinctive by their low levels of flavonol production. The similarity and principal components (PCA) analisys allowed the delimitation of two groups. One group produces flavonoids without oxygroups in C3, within which are positioned most genera of Iridoideae. The other group produces flavonoids oxygenated in C3, which comprehended genera from Crocoideae, Nivenioideae and Aristeoideae. The phytochemical analysis accuses the presence of flavones and a great concentration of flavonoids in plants with yellow flowers, which grow preferably in sites with poor/dry soils and high solar radiation. It is possible that these yellow flowered plants are chemotypes of the species. The morphometric analysis shows the tree morphotypes as consistent groups. The morphotype big is characterized by its upright carry and by the unique disposition of the inflorescence's bracts. The morphotypes medium and small are more alike, being differentiated mostly by its flowers. The morphotype medium's flowers are more similar to the morphotype big's whilst the morphotype small exhibits smaller flowers with less elaiophores. Despite the statistic results wich sustains the circumscription of the morphotypes, breeding studies are still imperative for the discussion of the species circumscription. Chemical studies show as well a great potential in order to support the delimitation of these morphotypes considering S. micranthum's peculiar chemistry.application/pdfporMorfologia vegetalIridaceaeTesesCaracterização química e morfometria em Sisyrinchium micranthum CAV.(Iridaceae)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de BiociênciasPrograma de Pós-Graduação em BotânicaPorto Alegre, BR-RS2010mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000760259.pdf.txt000760259.pdf.txtExtracted Texttext/plain89057http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/27509/2/000760259.pdf.txt6546992b3c429a19aedc33fd15b5735bMD52ORIGINAL000760259.pdf000760259.pdfTexto completoapplication/pdf2821409http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/27509/1/000760259.pdffadff45bfd8aeeee1d7c8de975360a02MD51THUMBNAIL000760259.pdf.jpg000760259.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1349http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/27509/3/000760259.pdf.jpg2be453492b6af2a97370c2de8d776438MD5310183/275092018-10-08 09:18:43.207oai:www.lume.ufrgs.br:10183/27509Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-08T12:18:43Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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