Percepções do(a)s aluno(a)s cotistas sobre as violências e abusos dentro do contexto social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/233107 |
Resumo: | Esse estudo teve como motivador identificar as formas de violência difusas vivenciadas por estudantes cotistas beneficiários da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), praticadas através de discriminação e preconceito, avaliar em que medida os estudantes cotistas se reconhecem como vítimas e verificar a existência de mecanismos institucionais para enfrentamento e gestão dessas formas de violência. Foram analisados os dados de 295 estudantes que responderam espontaneamente a pesquisa, matriculados entre os 71 cursos oferecidos pela UFRGS e entrevistados gestores, servidores técnicos e docentes. A pesquisa revelou que os cotistas sofrem discriminação e preconceitos de várias ordens, sobretudo pelo fato de serem oriundos da escola pública. Quem mais os discrimina são principalmente seus colegas, seguido pelos professores. Esses eventos afetaram sua saúde mental e emocional e a vontade de permanecer no curso. A estratégia destes estudantes é, em geral, ignorar o que acontece e não tomar nenhuma atitude, apoiando-se em seus familiares, pois veem a instituição como representante dos ofensores. Isto é confirmado pelas entrevistas com gestores, na medida em que a universidade não tem uma padronização para lidar com essas situações quando acionada, o que contribui para esse entendimento por parte dos alunos. Concluímos, assim, que a UFRGS tem que tomar para si a tarefa de mudar a cultura institucional e de seus membros, o que só pode ser feito com mudanças de paradigmas, de compreensão e de comportamentos, por meio de discussões, debates, rodas de conversa e capacitações em todas as esferas. Este processo deve ser feito de forma integrada, correlata, em seu currículo, com conteúdo multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar, padronizando os mecanismos institucionais para coibir tais violências. Para isso, recomendamos criar, dentro de setores já existentes para tal - como o Núcleo de Assuntos Disciplinares (NAD), ligado à Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGESP) uma Comissão de Apuração de situações de intolerância e discriminação, independente, autônoma e com integrantes dos vários segmentos da Universidade, exclusivamente para a apuração de irregularidades cometidas por servidores públicos (docentes e técnicos) e por discentes e indicação das devidas penalidades |
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Martins, Sonia MariaPimenta, Melissa de Mattos2021-12-17T04:31:07Z2021http://hdl.handle.net/10183/233107001134750Esse estudo teve como motivador identificar as formas de violência difusas vivenciadas por estudantes cotistas beneficiários da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), praticadas através de discriminação e preconceito, avaliar em que medida os estudantes cotistas se reconhecem como vítimas e verificar a existência de mecanismos institucionais para enfrentamento e gestão dessas formas de violência. Foram analisados os dados de 295 estudantes que responderam espontaneamente a pesquisa, matriculados entre os 71 cursos oferecidos pela UFRGS e entrevistados gestores, servidores técnicos e docentes. A pesquisa revelou que os cotistas sofrem discriminação e preconceitos de várias ordens, sobretudo pelo fato de serem oriundos da escola pública. Quem mais os discrimina são principalmente seus colegas, seguido pelos professores. Esses eventos afetaram sua saúde mental e emocional e a vontade de permanecer no curso. A estratégia destes estudantes é, em geral, ignorar o que acontece e não tomar nenhuma atitude, apoiando-se em seus familiares, pois veem a instituição como representante dos ofensores. Isto é confirmado pelas entrevistas com gestores, na medida em que a universidade não tem uma padronização para lidar com essas situações quando acionada, o que contribui para esse entendimento por parte dos alunos. Concluímos, assim, que a UFRGS tem que tomar para si a tarefa de mudar a cultura institucional e de seus membros, o que só pode ser feito com mudanças de paradigmas, de compreensão e de comportamentos, por meio de discussões, debates, rodas de conversa e capacitações em todas as esferas. Este processo deve ser feito de forma integrada, correlata, em seu currículo, com conteúdo multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar, padronizando os mecanismos institucionais para coibir tais violências. Para isso, recomendamos criar, dentro de setores já existentes para tal - como o Núcleo de Assuntos Disciplinares (NAD), ligado à Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGESP) uma Comissão de Apuração de situações de intolerância e discriminação, independente, autônoma e com integrantes dos vários segmentos da Universidade, exclusivamente para a apuração de irregularidades cometidas por servidores públicos (docentes e técnicos) e por discentes e indicação das devidas penalidadesThis study aimed to identify the diffuse forms of violence experienced by quota students benefiting from PRAE at UFRGS, practiced through discrimination and prejudice, to assess the extent to which they recognize themselves as victims and to verify the existence of institutional mechanisms to confront and manage these forms of violence. . The data of 298 students who spontaneously responded to the research, enrolled among the 71 courses offered by UFRGS and interviewed managers, technical staff and teachers were analyzed. The research revealed that quota students suffer discrimination and prejudice of various kinds, mainly because they are quota students for having attended a public school, pointing out that those who most discriminate against them are mainly their colleagues, followed by teachers, these events affected their mental and emotional health and willingness to stay on course. The strategy of these students was to ignore what happened without taking any action and to rely on their relatives for seeing the institution as a representative of the offender, which is confirmed by the interviews as they claim that the university does not have a standard for dealing with these situations. When triggered, which contributes to this understanding of students. UFRGS has to take on the task of changing the institutional culture and its members and can only be done with changes in paradigms, understanding and behaviors with changes in paradigms, in discussions, debates, conversation circles, training in all the spheres in an integrated, correlated manner, in their curriculum with multidisciplinary, interdisciplinary and transdisciplinary contents, and standardize the institutional mechanisms to curb such violence by creating within existing sectors for such as the NAD- Nucleus of Discipline Subjects (linked to PROGESP) a Commission for the investigation of situations of intolerance and discrimination, independent, autonomous and with members of the various segments of the University, exclusively for the investigation of irregularities committed by public servants (teachers and technicians) and students and the indication of the appropriate penalties.application/pdfporUniversidade Federal do Rio Grande do Sul. Pró-reitoria de Assuntos EstudantisViolênciaPreconceitoDiscriminaçãoAlunos de graduaçãoCotasViolencePrejudiceDiscriminationPRAE beneficiariesPercepções do(a)s aluno(a)s cotistas sobre as violências e abusos dentro do contexto social da Universidade Federal do Rio Grande do Sulinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Segurança CidadãPorto Alegre, BR-RS2021mestrado profissionalinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001134750.pdf.txt001134750.pdf.txtExtracted Texttext/plain282544http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/233107/2/001134750.pdf.txta9f23497939ee2bdc96c8d2e387c47ebMD52ORIGINAL001134750.pdfTexto completoapplication/pdf2407882http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/233107/1/001134750.pdf9acadd9492ca8d4dd5fd1c6c56b073e3MD5110183/2331072022-01-07 05:33:46.073096oai:www.lume.ufrgs.br:10183/233107Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-01-07T07:33:46Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Esse estudo teve como motivador identificar as formas de violência difusas vivenciadas por estudantes cotistas beneficiários da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), praticadas através de discriminação e preconceito, avaliar em que medida os estudantes cotistas se reconhecem como vítimas e verificar a existência de mecanismos institucionais para enfrentamento e gestão dessas formas de violência. Foram analisados os dados de 295 estudantes que responderam espontaneamente a pesquisa, matriculados entre os 71 cursos oferecidos pela UFRGS e entrevistados gestores, servidores técnicos e docentes. A pesquisa revelou que os cotistas sofrem discriminação e preconceitos de várias ordens, sobretudo pelo fato de serem oriundos da escola pública. Quem mais os discrimina são principalmente seus colegas, seguido pelos professores. Esses eventos afetaram sua saúde mental e emocional e a vontade de permanecer no curso. A estratégia destes estudantes é, em geral, ignorar o que acontece e não tomar nenhuma atitude, apoiando-se em seus familiares, pois veem a instituição como representante dos ofensores. Isto é confirmado pelas entrevistas com gestores, na medida em que a universidade não tem uma padronização para lidar com essas situações quando acionada, o que contribui para esse entendimento por parte dos alunos. Concluímos, assim, que a UFRGS tem que tomar para si a tarefa de mudar a cultura institucional e de seus membros, o que só pode ser feito com mudanças de paradigmas, de compreensão e de comportamentos, por meio de discussões, debates, rodas de conversa e capacitações em todas as esferas. Este processo deve ser feito de forma integrada, correlata, em seu currículo, com conteúdo multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar, padronizando os mecanismos institucionais para coibir tais violências. Para isso, recomendamos criar, dentro de setores já existentes para tal - como o Núcleo de Assuntos Disciplinares (NAD), ligado à Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGESP) uma Comissão de Apuração de situações de intolerância e discriminação, independente, autônoma e com integrantes dos vários segmentos da Universidade, exclusivamente para a apuração de irregularidades cometidas por servidores públicos (docentes e técnicos) e por discentes e indicação das devidas penalidades |
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