Fatores de risco para o desenvolvimento de nefropatia diabética e alterações presssoricas em pacientes com diabete melito tipo 1, normoalbuminicos e normotensos : estudo com 8 anos de acompanhamento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Caramori, Maria Luiza Avancini
Data de Publicação: 1997
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/171776
Resumo: O objetivo deste estudo foi analisar prospectivamente os fatores associados ao desen volvimento de microalbuminúria [excreção urinária de albumina (EUA) entre 20 e 200 g/m in] e macroalbuminúria (EUA > 200 g/min) e de hipertensão arterial sistêmica (HAS: pressão arterial sistólica140 mmHg e/ou pressão arterial diastól ica 90 mmHg) em uma coorte de pacientes com diabete melito ( DM) tipo 1 normoalbuminúricos e normotensos. Além disto, analisa r a evolução da EUA, dos níveis de pressão arterial sistêmica e da filtração glomerular (FG), bem como avaliar o desenvolvimento de complicações crônicas do di abete melito na mesma coorte. Os pacientes fora m avaliados no início do estudo, e em diversos momentos ao longo do período de acompanhamento, em relação aos seguintes parâmetros: medida da EUA em urina de 24 h, níveis de pressão arterial sistêmica, medida da FG, índ ices de controle metabólico, presença de retinopatia vasculopatia periférica, neuropatia periférica e neuropatia autonômica. A medida da FG foi realizada através da técnica de injeção única de 51Cr-EDTA. A dosagem da albumina urinária foi realizada por técnica de radioimunoensaio. A glico-hemoglobina toi dosada através de cromatogratia de troca iônica em microcolunas. A pressão arteri al (fases I e V de Korotkoft), foi medida na posição sentada, após lO minutos de repouso, com esfigmomanômetro de coluna de mercúrio. A retinopatia foi avaliada por oftalmoscopia direta sob midríase e caracterizada como presente se fossem visualizadas alterações não-proliferativas ou neoformação vascular ou como ausente se estas al terações não fossem observadas. . A avaliação da vasculopatia periférica foi realizada através da palpação dos pulsos periféricos. A presença de neuroparia periférica foi pesquisada através da avaliação dos reflexos tendinosos profundos, da sensibilidade vibratória e de sintomas compatíveis. A neuropatia a u tonômica foi avaliada através de 5 testes cardiovasculares autonômicos e caracterizada como presente se o paciente apresentasse 2 ou mais testes alterados. Na análise estatística, foram util izados testes paramétricas e não-paramétricas. conforme indicado. Na avaliação das alterações da EUA, FG, pressão arterial sistólica ( PAS), pressão arterial diastól i ca ( PAO) e pressão arterial média ( PAM) através do tempo. foi determinada a regressão linear simples (y = a + bx) de cada paciente e. então, calculada a média das declividades (b) pa ra cada uma das va riáveis acima. A significância destas alterações (bEUA. bFG. bPAS, bPAD e bPAM) foi ava liada através do teste 1 para uma amostra. Foi calculada a incidência densidade e a incidência cumulativa de nefropatia diabética. HAS, retinopatia, neuropatia periférica e neuropatia autonômica. Foram realizadas análises de regressão múltipla (linear e logística) considerando como variáveis dependentes os níveis de EUA, a presença de nefropatia e a PAM ao final do estudo e a alteração da FG durante o período deseguimento (bFG). Os resultados foram expressos como média ± desvio-padrão ou como média geométrica e variação, para os valores de EUA. O nível de significância adotado foi de 5%. Foram estudados, por um período médio de acompan hamento de 8,4 ± 2, l anos, 34 pacientes com DM tipo 1 (20 homens) com idade de 31 ,7 ± 6,5 anos e duração de DM de 7,1 ± 5,5 anos.Vinte pacientes referiam história familiar de HAS. Na a valiação inicial, hiperfíltração glomerular (FG > l 34rn l/min/ l ,73m 2) foi observada em 2 1 pacientes (FG = 154,8 ± 16,5 ml/min/1 ,73m2) e em 13 pacientes a FG foi nonnal ( I 06, l ± 15,7 mllmin/1 ,73m2 . Sete pacientes apresentavam retinopatia diabética e nenhum paciente apresentava neuropatia periférica ou autonômica. Durante o período de acompanhamento. 4 pacientes desenvolveram nefropatia diabética (3 microalbuminúria e 1 macroalbuminúria) e 7 pacientes desenvolveram HAS, sendo a incidência cumulativa de nefropatia diabética I l ,8% e a de HAS 20.6%. Os níveis de EU A foram mais elevados ao final do estudo (3.94 j..tg/min vs 7.53 j..lg/min bEUA= I ,O I j..tg/min/mês) e a presença de retinopatia diabética no início do período de acompanhamento foi o único fator de risco identificado para os valores finais de EUA, explicando 14% da variabilidade dos níveis de EUA ao final do estudo. Os pacientes com retinopatia no início do estudo apresentaram um risco relativo 1 9,5 vezes maior de a presentar nefropatia diabética ao final do período de acompanhamento. Os níveis de PAM aumentaram ao tina do período de acompanhamento (86,0 ± 9,6 mmHg vs 99,4 ± 11,5 mmHg; bPAM = 0,14 ± 0,16 mmHg/mês), sendo este aumento relacionado aos valores de FG e à idade no início do estudo e à presença de história tàmi l ia r de HAS. A contribuição relativa destas variáveis sobre os níveis de PAM ao final do estudo foi de 44%. A FG diminuiu durante o período de seguimento ( 1362 ± 28,8 ml/min/1,73m2 vs 1 15,9 ± 21 J ml/min/1 ,73m2; bFG = -0,1 9 ± 0,29 mllmin/mês). ). Esta diminuição se rel acionou aos níveis de FG no i nício do estudo e ao controle glicêm ico durante o estudo. Estes fatores explicaram 32% da va riabilidade da alteração da FG durante o estudo (bFG). O aumento dos níveis de EUA e a diminuição da FG ao longo do período de acompanhamento foram observados apenas nos pacientes h i perfiltrantes. Os n íveis de pressão arterial ao fina l do estudo aumentaram nos pacientes hiperfiltrantes e nonnofiltrantes. Ao ser avaliado o desenvolvimento de outras complicações crônicas. apenas a freqüência de neuropatia periférica e autonômica foram mais elevadas ao final do estudo, com uma incidência cumulativa calculada de 61 ,8% e 15,2%, respectivamente. Em conclusão, a presença de retinopatia diabética pode indicar o desenvol vi mento futuro de nefropatia em pacientes com DM tipo nonnoalbuminúricos e nonnotensos. Nesta coorte, o aumento observado nos niveis pressóricos foi determinado pelos níveis de FG no início do estudo. pela história famili ar de HAS e pela idade dos pacientes. Após 8 a nos, o número de pacientes apresentando neuropatia periférica ou a utonômica aumentou consideravelmente.
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A avaliação da vasculopatia periférica foi realizada através da palpação dos pulsos periféricos. A presença de neuroparia periférica foi pesquisada através da avaliação dos reflexos tendinosos profundos, da sensibilidade vibratória e de sintomas compatíveis. A neuropatia a u tonômica foi avaliada através de 5 testes cardiovasculares autonômicos e caracterizada como presente se o paciente apresentasse 2 ou mais testes alterados. Na análise estatística, foram util izados testes paramétricas e não-paramétricas. conforme indicado. Na avaliação das alterações da EUA, FG, pressão arterial sistólica ( PAS), pressão arterial diastól i ca ( PAO) e pressão arterial média ( PAM) através do tempo. foi determinada a regressão linear simples (y = a + bx) de cada paciente e. então, calculada a média das declividades (b) pa ra cada uma das va riáveis acima. A significância destas alterações (bEUA. bFG. bPAS, bPAD e bPAM) foi ava liada através do teste 1 para uma amostra. 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Sete pacientes apresentavam retinopatia diabética e nenhum paciente apresentava neuropatia periférica ou autonômica. Durante o período de acompanhamento. 4 pacientes desenvolveram nefropatia diabética (3 microalbuminúria e 1 macroalbuminúria) e 7 pacientes desenvolveram HAS, sendo a incidência cumulativa de nefropatia diabética I l ,8% e a de HAS 20.6%. Os níveis de EU A foram mais elevados ao final do estudo (3.94 j..tg/min vs 7.53 j..lg/min bEUA= I ,O I j..tg/min/mês) e a presença de retinopatia diabética no início do período de acompanhamento foi o único fator de risco identificado para os valores finais de EUA, explicando 14% da variabilidade dos níveis de EUA ao final do estudo. Os pacientes com retinopatia no início do estudo apresentaram um risco relativo 1 9,5 vezes maior de a presentar nefropatia diabética ao final do período de acompanhamento. 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A avaliação da vasculopatia periférica foi realizada através da palpação dos pulsos periféricos. A presença de neuroparia periférica foi pesquisada através da avaliação dos reflexos tendinosos profundos, da sensibilidade vibratória e de sintomas compatíveis. A neuropatia a u tonômica foi avaliada através de 5 testes cardiovasculares autonômicos e caracterizada como presente se o paciente apresentasse 2 ou mais testes alterados. Na análise estatística, foram util izados testes paramétricas e não-paramétricas. conforme indicado. Na avaliação das alterações da EUA, FG, pressão arterial sistólica ( PAS), pressão arterial diastól i ca ( PAO) e pressão arterial média ( PAM) através do tempo. foi determinada a regressão linear simples (y = a + bx) de cada paciente e. então, calculada a média das declividades (b) pa ra cada uma das va riáveis acima. A significância destas alterações (bEUA. bFG. bPAS, bPAD e bPAM) foi ava liada através do teste 1 para uma amostra. Foi calculada a incidência densidade e a incidência cumulativa de nefropatia diabética. HAS, retinopatia, neuropatia periférica e neuropatia autonômica. Foram realizadas análises de regressão múltipla (linear e logística) considerando como variáveis dependentes os níveis de EUA, a presença de nefropatia e a PAM ao final do estudo e a alteração da FG durante o período deseguimento (bFG). Os resultados foram expressos como média ± desvio-padrão ou como média geométrica e variação, para os valores de EUA. O nível de significância adotado foi de 5%. Foram estudados, por um período médio de acompan hamento de 8,4 ± 2, l anos, 34 pacientes com DM tipo 1 (20 homens) com idade de 31 ,7 ± 6,5 anos e duração de DM de 7,1 ± 5,5 anos.Vinte pacientes referiam história familiar de HAS. Na a valiação inicial, hiperfíltração glomerular (FG > l 34rn l/min/ l ,73m 2) foi observada em 2 1 pacientes (FG = 154,8 ± 16,5 ml/min/1 ,73m2) e em 13 pacientes a FG foi nonnal ( I 06, l ± 15,7 mllmin/1 ,73m2 . Sete pacientes apresentavam retinopatia diabética e nenhum paciente apresentava neuropatia periférica ou autonômica. Durante o período de acompanhamento. 4 pacientes desenvolveram nefropatia diabética (3 microalbuminúria e 1 macroalbuminúria) e 7 pacientes desenvolveram HAS, sendo a incidência cumulativa de nefropatia diabética I l ,8% e a de HAS 20.6%. Os níveis de EU A foram mais elevados ao final do estudo (3.94 j..tg/min vs 7.53 j..lg/min bEUA= I ,O I j..tg/min/mês) e a presença de retinopatia diabética no início do período de acompanhamento foi o único fator de risco identificado para os valores finais de EUA, explicando 14% da variabilidade dos níveis de EUA ao final do estudo. Os pacientes com retinopatia no início do estudo apresentaram um risco relativo 1 9,5 vezes maior de a presentar nefropatia diabética ao final do período de acompanhamento. 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