Biomarcadores liquóricos como preditores de conversão do comprometimento cognitivo leve amnéstico à demência da doença de Alzheimer

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rizzi, Liara
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/196855
Resumo: Introdução: A Doença de Alzheimer é uma desordem neurodegenerativa caracterizada pela formação de placas amilóides e emaranhados neurofibrilares. A correta identificação de indivíduos com risco de progressão para a demência da Doença de Alzheimer (DDA) é crucial em termos de diagnóstico precoce, prognóstico e tratamento. As concentrações liquóricas das proteínas Aβ1-42 e p-Tau181 são os biomarcadores mais promissores para o diagnóstico da patologia e podem ser identificados precocemente no continuum da doença. Indivíduos com Comprometimento cognitivo leve amnéstico (CCL-a) possuem um alto risco de progressão para a DDA. Dessa forma, pesquisas longitudinais com indivíduos com CCL-a representam uma oportunidade para investigar os processos biológicos subjacentes (amiloidose e neurodegeneração) e predizer o potencial risco de progressão para a DDA. Objetivo: Mensurar os biomarcadores liquóricos Aβ1-42 e p-Tau181 em indivíduos com Comprometimento Cognitivo Leve amnéstico e verificar suas capacidades preditivas para a fase demencial da Doença de Alzheimer em um estudo longitudinal. Métodos: Quarenta e dois indivíduos diagnosticados com comprometimento cognitivo leve amnéstico ou comprometimento cognitivo subjetivo foram avaliados em 2013 e reavaliados em 2018. Os níveis de Aβ1-42 e p-Tau181 no líquido cefalorraquidiano foram mensurados por ensaio imunoenzimático e os pontos de corte foram calculados pelo teste de Youden. Além disso, foram realizados testes neuropsicológicos, como o CERADs e o MoCA. Resultados: 45,2% dos indivíduos com CCL-a progrediram para a DDA em cinco anos. O risco relativo de progressão para indivíduos com CCL-a e Aβ1-42 <618,5 pg/mL foi 5,8 vezes maior do que naqueles cujos níveis foram superiores a esse ponto de corte (P = 0,0011). E o risco naqueles cuja razão p-Tau181/Aβ1-42 foi maior de 0,135 foi 3,83 vezes maior (P = 5 0,0001). Os níveis liquóricos de Aβ1-42 e p-Tau181 explicaram 47,5% da variância do ΔCERADs (P <0,001), enquanto os níveis da proteína Aβ1-42 isoladamente explicaram 38,6% (P < 0,001). Conclusões: Nesse estudo, a proteína Aβ1-42 mensurada no líquor proporcionou o melhor risco cumulativo de progressão do CCL-a para a DDA em cinco anos. A razão p-Tau181/Aβ1- 42 não foi melhor que a proteína Aβ1-42 isolada na predição da progressão do CCL-a para a DDA. No entanto, os níveis de p-Tau181 ajudaram a explicar um extra de 9% da variância do ΔCERADs em cinco anos.
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Objetivo: Mensurar os biomarcadores liquóricos Aβ1-42 e p-Tau181 em indivíduos com Comprometimento Cognitivo Leve amnéstico e verificar suas capacidades preditivas para a fase demencial da Doença de Alzheimer em um estudo longitudinal. Métodos: Quarenta e dois indivíduos diagnosticados com comprometimento cognitivo leve amnéstico ou comprometimento cognitivo subjetivo foram avaliados em 2013 e reavaliados em 2018. Os níveis de Aβ1-42 e p-Tau181 no líquido cefalorraquidiano foram mensurados por ensaio imunoenzimático e os pontos de corte foram calculados pelo teste de Youden. Além disso, foram realizados testes neuropsicológicos, como o CERADs e o MoCA. Resultados: 45,2% dos indivíduos com CCL-a progrediram para a DDA em cinco anos. O risco relativo de progressão para indivíduos com CCL-a e Aβ1-42 <618,5 pg/mL foi 5,8 vezes maior do que naqueles cujos níveis foram superiores a esse ponto de corte (P = 0,0011). E o risco naqueles cuja razão p-Tau181/Aβ1-42 foi maior de 0,135 foi 3,83 vezes maior (P = 5 0,0001). Os níveis liquóricos de Aβ1-42 e p-Tau181 explicaram 47,5% da variância do ΔCERADs (P <0,001), enquanto os níveis da proteína Aβ1-42 isoladamente explicaram 38,6% (P < 0,001). Conclusões: Nesse estudo, a proteína Aβ1-42 mensurada no líquor proporcionou o melhor risco cumulativo de progressão do CCL-a para a DDA em cinco anos. A razão p-Tau181/Aβ1- 42 não foi melhor que a proteína Aβ1-42 isolada na predição da progressão do CCL-a para a DDA. No entanto, os níveis de p-Tau181 ajudaram a explicar um extra de 9% da variância do ΔCERADs em cinco anos.Introduction: Alzheimer’s disease (AD) is a neurodegenerative disorder characterized by the formation of amyloid plaques and neurofibrillary tangles. The correct identification of individuals at risk for developing Alzheimer’s disease dementia (ADD) is of utmost importance for its early diagnosis and treatment, and for improving prognosis. Cerebrospinal fluid concentrations of Aβ1-42 and p-Tau181 proteins are the most promising biomarkers for the detection of AD, and may be identified early in its clinical continuum. Individuals with amnestic mild cognitive impairment (aMCI) are at high risk for developing ADD. Therefore, longitudinal studies with individuals diagnosed with aMCI provide an opportunity to investigate the underlying biological processes (amyloidosis and neurodegeneration) and predict the potential risk of progression to ADD. Objective: To measure the cerebrospinal fluid biomarkers Aβ1-42 and p-Tau181 in individuals with aMCI and to verify whether these biomarkers are able to predict progression to the stage of dementia in Alzheimer’s disease via a longitudinal study. Methods: Forty-two patients diagnosed with aMCI or subjective cognitive decline were evaluated in 2013 and re-evaluated in 2018. Aβ1-42 and p-Tau181 levels in their cerebrospinal fluid were measured via an immunoenzymatic assay and cutoff points were calculated with the Youden test. Moreover, neuropsychological testing, such as the CERADs and MoCA, was performed. Results: 45,2% of individuals diagnosed with aMCI progressed to ADD in five years. The relative risk of progression in patients diagnosed with aMCI and with Aβ1-42 concentrations of <618,5 pg/mL was 5.8 times greater than that of patients with higher Aβ1-42 concentrations (P = 0,0011). Those with a p-Tau181/Aβ1-42 ratio above 0.135 were 3.83 times at risk of disease progression (P = 0,0001). Cerebrospinal fluid concentrations of Aβ1-42 and p-Tau181 explained 47.5% of the variance observed in the ΔCERADs (P <0,001), whereas the Aβ1-42 protein on its own was able to explain 38.6% (P < 0,001). Conclusions: We hereby demonstrate that Aβ1-42 cerebrospinal fluid protein concentration was the best measure for establishing the relative risk of evolving from aMCI to ADD in five years. The p-Tau181/Aβ1-42 ratio was not superior to isolated Aβ1-42 protein concentration in predicting progression from aMCI to ADD. Nonetheless, p-Tau181 protein concentrations aided in accounting for an extra 9% of the variance in ΔCERADs in five years.application/pdfporPeptídeos beta-amilóidesDoença de AlzheimerProteínas tauTranstornos neurocognitivosTestes de estado mental e demênciaAlzheimer’s diseaseTau proteinBeta-amyloid proteinCerebrospinal fluid biomarkersAmnestic mild cognitive impairmentBiomarcadores liquóricos como preditores de conversão do comprometimento cognitivo leve amnéstico à demência da doença de Alzheimerinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina: Ciências MédicasPorto Alegre, BR-RS2019doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001090979.pdf.txt001090979.pdf.txtExtracted Texttext/plain194975http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/196855/2/001090979.pdf.txt57f22ef65a680c8c6abe8e2bdb0c1b26MD52ORIGINAL001090979.pdfTexto completoapplication/pdf1821392http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/196855/1/001090979.pdf1aa46a170dee956c554820def97db8f1MD5110183/1968552022-08-18 04:46:23.571202oai:www.lume.ufrgs.br:10183/196855Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-08-18T07:46:23Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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