Inclusão ou emancipação? um estudo do Cursinho Popular Chico Mendes/Rede Emancipa na Grande São Paulo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mendes, Maíra Tavares
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/33673
Resumo: O trabalho busca discutir a relação entre os cursinhos pré-vestibulares populares e a educação popular, a partir das categorias “inclusão” e “emancipação”. Procura-se analisar o histórico do acesso à universidade brasileira, e os mecanismos de segregação utilizados para tal. Como resposta às provas de vestibulares realizadas pelas universidades, surgem cursos preparatórios, primeiramente ligados ao movimento estudantil e depois constituídos como um mercado próprio. A partir da década de 1980 ressurgem experiências que visam trabalhar com a tomada de consciência e engajamento nas lutas das classes populares, através da apropriação de um conhecimento muitas vezes disponível apenas aos que por ele poderiam pagar: os cursinhos populares. Procuramos discutir as seguintes questões: os cursinhos populares representam projetos de “inclusão social” no sentido de manter as estruturas que geram excluídos? Ou há elementos que confirmem tais experiências como negação desta ordem, que construam novas relações, como, por exemplo, de emancipação? Para o alcance dos objetivos propostos efetuou-se um estudo de caso focalizando o Cursinho Popular Chico Mendes/Rede Emancipa na Grande São Paulo. Nesta análise evidenciamos algumas das principais contradições, como a relação dos professores com a prática docente (voluntariado ou militância?), a relação de institucionalização através de Fundações ou Organizações Sociais Civis de Interesse Público (OSCIPs), e como encaram seu papel frente ao Estado. A pesquisa efetuada permite concluir que muitos dos cursinhos populares não apenas capacitam estudantes que buscam conquistar uma vaga na universidade, mas também podem colocar em xeque a lógica meritocrática e o caráter de classe da universidade.
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