Juventudes e deficiência : narrativas autobiográficas de jovens mulheres

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Elisabete da Silveira
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/240065
Resumo: Esta tese objetiva produzir uma interface entre os temas das juventudes e da deficiência, oportunizando a investigação sobre a condição juvenil entre mulheres com deficiência. Para dinamizar a discussão de forma teórica, metodológica e analítica, apoiamo-nos em convergências ético-políticas de autores da sociologia da juventude e dos estudos da deficiência, bem como em narrativas autobiográficas de duas mulheres com deficiência física. Realizamos seis entrevistas com cada participante, com duração aproximada de uma hora, entre os meses de março e julho de 2020, através da plataforma de videoconferência do Google. O material oral foi transcrito e encaminhado para as entrevistadas a fim de que avaliassem a acurácia e sugerissem acréscimos ou a retirada de conteúdos. A análise temática, pautada a partir dos objetivos específicos, teve por guia as seguintes perguntas: como essas jovens experienciam os sentidos usualmente produzidos acerca do presente, do futuro e das demandas sociais (sequência na carreira de estudos, trabalho e interdependência)? Como se constitui a juventude para essas mulheres? Como acontece a interação entre pares? Participam das redes de sociabilidade e partilham de consumos culturais de outros jovens? Como o fazem? Como vivenciam e significam a deficiência? Analisamos o que as experiências possuem de singular e de semelhante a outras práticas juvenis e identificamos três temas recorrentes: vivências de discriminação e opressão; formas e sentidos de habitar o corpo com impedimentos; redes e recursos de socialização. Relacionamos esses temas com as moratórias vital e social e, por fim, organizamos dois eixos de análise, estabelecendo algumas relações entre o capacitismo, a normatividade corporal e a moratória vital. Posteriormente, apresentamos experiências que resistem à marginalização, à desumanização e à lógica corponormativa, bem como recursos capazes de sustentar o tempo de fruir a preparação para a vida social adulta advindos da valoração da diversidade de corpos e das múltiplas formas de habitar um corpo com impedimentos. A interdependência e a ética do cuidado são apresentadas como aspectos fulcrais à moratória social para jovens mulheres com deficiência. É importante, nesse sentido, reconhecer o limite de categorias como autonomia e independência como marcadores privilegiados de assunção à condição juvenil.
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A análise temática, pautada a partir dos objetivos específicos, teve por guia as seguintes perguntas: como essas jovens experienciam os sentidos usualmente produzidos acerca do presente, do futuro e das demandas sociais (sequência na carreira de estudos, trabalho e interdependência)? Como se constitui a juventude para essas mulheres? Como acontece a interação entre pares? Participam das redes de sociabilidade e partilham de consumos culturais de outros jovens? Como o fazem? Como vivenciam e significam a deficiência? Analisamos o que as experiências possuem de singular e de semelhante a outras práticas juvenis e identificamos três temas recorrentes: vivências de discriminação e opressão; formas e sentidos de habitar o corpo com impedimentos; redes e recursos de socialização. Relacionamos esses temas com as moratórias vital e social e, por fim, organizamos dois eixos de análise, estabelecendo algumas relações entre o capacitismo, a normatividade corporal e a moratória vital. Posteriormente, apresentamos experiências que resistem à marginalização, à desumanização e à lógica corponormativa, bem como recursos capazes de sustentar o tempo de fruir a preparação para a vida social adulta advindos da valoração da diversidade de corpos e das múltiplas formas de habitar um corpo com impedimentos. A interdependência e a ética do cuidado são apresentadas como aspectos fulcrais à moratória social para jovens mulheres com deficiência. É importante, nesse sentido, reconhecer o limite de categorias como autonomia e independência como marcadores privilegiados de assunção à condição juvenil.This thesis aims to produce an interface between themes concerning younghood and disability by providing an investigation about the juvenile condition of women with disability. In order to stimulate this discussion in theoretic, methodologic and analytic ways, we are supported by youth sociology and disability studies’ authors ethical and political convergences and by autobiographic narratives of two women with physical disability. We realized six interviews with each participant with approximately one hour length between March and June 2020 by using Google’s videoconference platform. The oral data was transcribed and forwarded to the interviewed for evaluation of its accuracy and suggestions of additions or removals to its content. The thematic analysis – oriented by this thesis specific goals – is guided by the following questions: how do these young women experience the senses usually produced regarding the present, the future and its social demands (sequence in academic career, work and interdependency)? How does youth is constituted for these women? How does the interaction between peers occur? Do these women participate in social networking and share the same cultural consumption of another young people? How do they do it? How do they live and significate their disability? We analyzed how singular and similar their experiences are to other juvenile practices and identified three recurrent themes: discrimination and oppression experiences; ways and senses of living in a body with disability; social networks and social resources. We related those themes with the vital and social moratorium concept and then organized two axes of analysis, establishing some connections between ableism, body normativity and vital moratorium. Afterwards, we presented experiences that resist to marginalization, dehumanization and body normativity, as well as resources capable to sustain a time to enjoy the preparation for adulthood based on the valuation of diversity and in the multiple ways of inhabiting a body with disability. Interdependency and the ethics of care are presented as central aspects of the social moratorium for young women with disability. This way, it is important to recognize the limit of categories such as autonomy and independence as privileged markers of assumption to a juvenile condition.application/pdfporJuventudeDeficiênciaEducação especialYouthDisabilityMoratoriumInterdependencyCareJuventudes e deficiência : narrativas autobiográficas de jovens mulheresinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de EducaçãoPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoPorto Alegre, BR-RS2021doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001141154.pdf.txt001141154.pdf.txtExtracted Texttext/plain265977http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/240065/2/001141154.pdf.txt44fa63e293d58d25a67034a0a2ed4f10MD52ORIGINAL001141154.pdfTexto completoapplication/pdf1299744http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/240065/1/001141154.pdfae0bb9659f09e9f9eb766cf135a9e0a7MD5110183/2400652022-06-11 04:59:42.286339oai:www.lume.ufrgs.br:10183/240065Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-06-11T07:59:42Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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