O “conceito” de inovação na perspectiva dos stakeholders: uma investigação a partir dos ecossistemas de inovação de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Venturini, Jonas Cardona
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/254334
Resumo: O “conceito” de inovação assume múltiplos significados quando são considerados os diferentes agentes interessados – stakeholders, que atuam em ecossistemas de inovação. Esses ambientes envolvem empresas e outros agentes parceiros, como governos e universidades, que no seu conjunto acabam criando condições mais favoráveis ao processo de inovação. A morfologia típica dos ecossistemas de inovação coloca agentes de natureza diversa em interação. Os diferentes agentes interessados possuem motivações, assumem funções e têm objetivos que podem ser bastante distintos, inclusive opostos. Dessa maneira, esse estudo buscou demonstrar que a atuação (papel, motivação e contribuição) de stakeholders nos ecossistemas de inovação estabelecido nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina não depende deles conceberem uma concepção de inovação que seja convergente ou que esteja precisamente em sintonia com o conhecimento científico e especializado sobre a dinâmica do processo e da gestão da inovação. O arcabouço teórico teve como base na reflexividade e monitoramento da ação; o conceito de inovação; ecossistemas de inovação e teoria dos stakeholders. O estudo contou com 6 hipóteses que derivaram da teoria. Os procedimentos metodológicos indicam um tipo de pesquisa exploratório, sendo que os referidos procedimentos utilizados foram pautados com 25 entrevistas nos 2 ecossistemas de inovação, sendo 10 em Santa Catarina e 15 no Rio Grande do Sul. A técnica de análise de dados foi a análise de conteúdo. Sob o ponto de vista dos principais resultados obtidos no estudo, destaca-se uma desarticulação entre os conceitos e as ações dos diferentes stakeholders tanto no discurso, quanto no campo. Os ecossistemas de inovação apresentam amplo espaço para debate e articulações de discursos, políticas e ações. Sob a forma de conhecimento apresentam formas especializadas (com noções práticas), mas com traços de carência de um maior domínio teórico. Esse destaque é perceptível nas falas dos stakeholders que representam o elo do público nos ecossistemas. Ainda, é importante mencionar que na realidade brasileira a falta de políticas assumidas de Estado coíbe uma linha continua de atuação dentro de uma pauta propositiva, que nesse caso, indica-se para a inovação. Não há um protagonismo explicito na multiplicação do conceito e das práticas de inovação dos atores públicos, tampouco no que diz respeito a políticas perenes de promoção da inovação e da prática de inovação.
id URGS_b20d82f96659a97aa9e0d35fba590061
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/254334
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Venturini, Jonas CardonaMocelin, Daniel Gustavo2023-02-07T05:02:52Z2021http://hdl.handle.net/10183/254334001161145O “conceito” de inovação assume múltiplos significados quando são considerados os diferentes agentes interessados – stakeholders, que atuam em ecossistemas de inovação. Esses ambientes envolvem empresas e outros agentes parceiros, como governos e universidades, que no seu conjunto acabam criando condições mais favoráveis ao processo de inovação. A morfologia típica dos ecossistemas de inovação coloca agentes de natureza diversa em interação. Os diferentes agentes interessados possuem motivações, assumem funções e têm objetivos que podem ser bastante distintos, inclusive opostos. Dessa maneira, esse estudo buscou demonstrar que a atuação (papel, motivação e contribuição) de stakeholders nos ecossistemas de inovação estabelecido nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina não depende deles conceberem uma concepção de inovação que seja convergente ou que esteja precisamente em sintonia com o conhecimento científico e especializado sobre a dinâmica do processo e da gestão da inovação. O arcabouço teórico teve como base na reflexividade e monitoramento da ação; o conceito de inovação; ecossistemas de inovação e teoria dos stakeholders. O estudo contou com 6 hipóteses que derivaram da teoria. Os procedimentos metodológicos indicam um tipo de pesquisa exploratório, sendo que os referidos procedimentos utilizados foram pautados com 25 entrevistas nos 2 ecossistemas de inovação, sendo 10 em Santa Catarina e 15 no Rio Grande do Sul. A técnica de análise de dados foi a análise de conteúdo. Sob o ponto de vista dos principais resultados obtidos no estudo, destaca-se uma desarticulação entre os conceitos e as ações dos diferentes stakeholders tanto no discurso, quanto no campo. Os ecossistemas de inovação apresentam amplo espaço para debate e articulações de discursos, políticas e ações. Sob a forma de conhecimento apresentam formas especializadas (com noções práticas), mas com traços de carência de um maior domínio teórico. Esse destaque é perceptível nas falas dos stakeholders que representam o elo do público nos ecossistemas. Ainda, é importante mencionar que na realidade brasileira a falta de políticas assumidas de Estado coíbe uma linha continua de atuação dentro de uma pauta propositiva, que nesse caso, indica-se para a inovação. Não há um protagonismo explicito na multiplicação do conceito e das práticas de inovação dos atores públicos, tampouco no que diz respeito a políticas perenes de promoção da inovação e da prática de inovação.The “concept” of innovation takes on multiple meanings when the different interested agents – stakeholders, who act in innovation ecosystems – are considered. These environments involve companies and other partner agents, such as governments and universities, which together end up creating more favorable conditions for the innovation process. The typical morphology of innovation ecosystems puts agents of diverse nature in interaction. The different interested agents have motivations, assume functions and have goals that can be quite different, even opposites. Thus, this study aimed to demonstrate that the role (role, motivation and contribution) of stakeholders in the innovation ecosystems established in the states of Rio Grande do Sul and Santa Catarina does not depend on them to have a concept of innovation that is convergent or that is precisely in tune with scientific and specialized knowledge about the dynamics of the innovation process and management. The theoretical framework was based on reflexivity and action monitoring; the concept of innovation; innovation ecosystems and stakeholder theory. The study had 6 hypotheses that derived from the theory. The methodological procedures indicate a type of exploratory research, and the aforementioned procedures were based on 25 interviews in the 2 innovation ecosystems, 10 in Santa Catarina and 15 in Rio Grande do Sul. The data analysis technique was the analysis of contents. From the point of view of the main results obtained in the study, there is a disarticulation between the concepts and actions of different stakeholders both in the discourse and in the field. Innovation ecosystems present ample space for debate and articulation of discourses, policies and actions. In the form of knowledge, they present specialized forms (with practical notions), but with traces of a lack of greater theoretical mastery. This highlight is noticeable in the speeches of the stakeholders who represent the public's link in the ecosystems. Still, it is important to mention that in the Brazilian reality, the lack of assumed State policies prevents a continuous line of action within a propositional agenda, which in this case, is indicated for innovation. There is no explicit protagonism in the multiplication of the concept and innovation practices of public actors, nor with regard to perennial policies to promote innovation and the practice of innovation.application/pdfporInovaçãoEcossistemas de negóciosStakeholdersSociologiaConcept of innovationInnovation ecosystemsStakeholder TheoryO “conceito” de inovação na perspectiva dos stakeholders: uma investigação a partir dos ecossistemas de inovação de Santa Catarina e do Rio Grande do Sulinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em SociologiaPorto Alegre, BR-RS2021doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001161145.pdf.txt001161145.pdf.txtExtracted Texttext/plain495397http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/254334/2/001161145.pdf.txte7fe29585b1adfd11bdaa45462b83cbbMD52ORIGINAL001161145.pdfTexto completoapplication/pdf1610921http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/254334/1/001161145.pdf1b804edcb420afde00fb37cd55cec085MD5110183/2543342023-02-08 06:03:56.842407oai:www.lume.ufrgs.br:10183/254334Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-02-08T08:03:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O “conceito” de inovação na perspectiva dos stakeholders: uma investigação a partir dos ecossistemas de inovação de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul
title O “conceito” de inovação na perspectiva dos stakeholders: uma investigação a partir dos ecossistemas de inovação de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul
spellingShingle O “conceito” de inovação na perspectiva dos stakeholders: uma investigação a partir dos ecossistemas de inovação de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul
Venturini, Jonas Cardona
Inovação
Ecossistemas de negócios
Stakeholders
Sociologia
Concept of innovation
Innovation ecosystems
Stakeholder Theory
title_short O “conceito” de inovação na perspectiva dos stakeholders: uma investigação a partir dos ecossistemas de inovação de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul
title_full O “conceito” de inovação na perspectiva dos stakeholders: uma investigação a partir dos ecossistemas de inovação de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul
title_fullStr O “conceito” de inovação na perspectiva dos stakeholders: uma investigação a partir dos ecossistemas de inovação de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul
title_full_unstemmed O “conceito” de inovação na perspectiva dos stakeholders: uma investigação a partir dos ecossistemas de inovação de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul
title_sort O “conceito” de inovação na perspectiva dos stakeholders: uma investigação a partir dos ecossistemas de inovação de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul
author Venturini, Jonas Cardona
author_facet Venturini, Jonas Cardona
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Venturini, Jonas Cardona
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Mocelin, Daniel Gustavo
contributor_str_mv Mocelin, Daniel Gustavo
dc.subject.por.fl_str_mv Inovação
Ecossistemas de negócios
Stakeholders
Sociologia
topic Inovação
Ecossistemas de negócios
Stakeholders
Sociologia
Concept of innovation
Innovation ecosystems
Stakeholder Theory
dc.subject.eng.fl_str_mv Concept of innovation
Innovation ecosystems
Stakeholder Theory
description O “conceito” de inovação assume múltiplos significados quando são considerados os diferentes agentes interessados – stakeholders, que atuam em ecossistemas de inovação. Esses ambientes envolvem empresas e outros agentes parceiros, como governos e universidades, que no seu conjunto acabam criando condições mais favoráveis ao processo de inovação. A morfologia típica dos ecossistemas de inovação coloca agentes de natureza diversa em interação. Os diferentes agentes interessados possuem motivações, assumem funções e têm objetivos que podem ser bastante distintos, inclusive opostos. Dessa maneira, esse estudo buscou demonstrar que a atuação (papel, motivação e contribuição) de stakeholders nos ecossistemas de inovação estabelecido nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina não depende deles conceberem uma concepção de inovação que seja convergente ou que esteja precisamente em sintonia com o conhecimento científico e especializado sobre a dinâmica do processo e da gestão da inovação. O arcabouço teórico teve como base na reflexividade e monitoramento da ação; o conceito de inovação; ecossistemas de inovação e teoria dos stakeholders. O estudo contou com 6 hipóteses que derivaram da teoria. Os procedimentos metodológicos indicam um tipo de pesquisa exploratório, sendo que os referidos procedimentos utilizados foram pautados com 25 entrevistas nos 2 ecossistemas de inovação, sendo 10 em Santa Catarina e 15 no Rio Grande do Sul. A técnica de análise de dados foi a análise de conteúdo. Sob o ponto de vista dos principais resultados obtidos no estudo, destaca-se uma desarticulação entre os conceitos e as ações dos diferentes stakeholders tanto no discurso, quanto no campo. Os ecossistemas de inovação apresentam amplo espaço para debate e articulações de discursos, políticas e ações. Sob a forma de conhecimento apresentam formas especializadas (com noções práticas), mas com traços de carência de um maior domínio teórico. Esse destaque é perceptível nas falas dos stakeholders que representam o elo do público nos ecossistemas. Ainda, é importante mencionar que na realidade brasileira a falta de políticas assumidas de Estado coíbe uma linha continua de atuação dentro de uma pauta propositiva, que nesse caso, indica-se para a inovação. Não há um protagonismo explicito na multiplicação do conceito e das práticas de inovação dos atores públicos, tampouco no que diz respeito a políticas perenes de promoção da inovação e da prática de inovação.
publishDate 2021
dc.date.issued.fl_str_mv 2021
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-02-07T05:02:52Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/254334
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001161145
url http://hdl.handle.net/10183/254334
identifier_str_mv 001161145
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/254334/2/001161145.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/254334/1/001161145.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv e7fe29585b1adfd11bdaa45462b83cbb
1b804edcb420afde00fb37cd55cec085
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1800309209958449152