Incidência de eventos adversos em uma coorte de hipertensos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonçalves, Carla Beatrice Crivelaro
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/7226
Resumo: Introdução: A hipertensão é fator de risco importante para doenças cardiovasculares, mas o controle da pressão arterial é insatisfatório. Um dos motivos para o controle inadequado é a fraca adesão entre os pacientes que recebem antihipertensivos, parcialmente explicada pela ocorrência de eventos adversos. A incidência de eventos adversos chega a 28% em ensaios clínicos, mas a real magnitude do problema na prática assistencial é pouco conhecida. Métodos: Realizou-se um estudo de coorte prospectivamente planejado, acompanhada de 1989 a 2000, no ambulatório de hipertensão arterial do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (Divisão de Cardiologia e Farmacologia Clínica do HCPA). Os objetivos foram, determinar a incidência de eventos adversos (EA) relacionadas à terapia anti-hipertensiva, referidos por pacientes hipertensos, descrever os EA mais freqüentes e os fatores de risco para ocorrência de EA. Em cada consulta, os pacientes eram indagados sobre a presença de evento adverso e, no caso de resposta positiva, era aplicada uma lista dirigida a eventos adversos específicos. Resultados: De 1957 pacientes da coorte, 1508 preencheram os critérios de inclusão e foram seguidos por 12,3 ± 12,2 meses (mediana, 10 meses), resultando em 18548 pacientes/mês. Entre todos os pacientes incluídos, 534 (35,4%) apresentaram pelo menos uma queixa de evento adverso durante o acompanhamento, resultando em 28,8 pacientes com EA /1000 pacientes/mês (IC 95% 26,4 a 31,3). Entre os pacientes em tratamento farmacológico (1366), a incidência foi de 31,3 pacientes com EA /1000 pacientes/mês (IC 95% 28,6 a 33,9) e, entre aqueles em uso de monoterapia, de 29,6 pacientes com EA /1000 pacientes / mês ( IC 95% 22,3 a 36,9). Os pacientes em uso de mais de um anti-hipertensivo apresentaram risco relativo bruto para eventos adversos de 2,10 (IC 95% 1,67 a 2,63). Houve associação entre a classe do anti-hipertensivo usado em monoterapia e a ocorrência de eventos adversos em algum momento do seguimento (P < 0,001), os quais foram mais freqüentes com bloqueadores dos canais de cálcio comparados aos tiazídicos e betabloqueadores. Entre as queixas específicas, tontura (P = 0,007), cefaléia (P = 0,003) e problemas sexuais (P= 0,045) foram mais freqüentes no primeiro grupo. Conclusões: O presente estudo descreveu a incidência de eventos adversos em uma coorte de pacientes hipertensos de um ambulatório especializado, confirmando dados de estudos observacionais e ensaios clínicos que indicam que estes são problemas freqüentes. O uso de mais de um anti-hipertensivo aumenta significativamente o risco de eventos adversos e, entre as classes de antihipertensivos usados em monoterapia, os tiazídicos mostram-se os mais seguros.
id URGS_b232758085da2f08a195da7f3394fd59
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/7226
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Gonçalves, Carla Beatrice CrivelaroMoreira, Leila Beltrami2007-06-06T19:04:39Z2005http://hdl.handle.net/10183/7226000540899Introdução: A hipertensão é fator de risco importante para doenças cardiovasculares, mas o controle da pressão arterial é insatisfatório. Um dos motivos para o controle inadequado é a fraca adesão entre os pacientes que recebem antihipertensivos, parcialmente explicada pela ocorrência de eventos adversos. A incidência de eventos adversos chega a 28% em ensaios clínicos, mas a real magnitude do problema na prática assistencial é pouco conhecida. Métodos: Realizou-se um estudo de coorte prospectivamente planejado, acompanhada de 1989 a 2000, no ambulatório de hipertensão arterial do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (Divisão de Cardiologia e Farmacologia Clínica do HCPA). Os objetivos foram, determinar a incidência de eventos adversos (EA) relacionadas à terapia anti-hipertensiva, referidos por pacientes hipertensos, descrever os EA mais freqüentes e os fatores de risco para ocorrência de EA. Em cada consulta, os pacientes eram indagados sobre a presença de evento adverso e, no caso de resposta positiva, era aplicada uma lista dirigida a eventos adversos específicos. Resultados: De 1957 pacientes da coorte, 1508 preencheram os critérios de inclusão e foram seguidos por 12,3 ± 12,2 meses (mediana, 10 meses), resultando em 18548 pacientes/mês. Entre todos os pacientes incluídos, 534 (35,4%) apresentaram pelo menos uma queixa de evento adverso durante o acompanhamento, resultando em 28,8 pacientes com EA /1000 pacientes/mês (IC 95% 26,4 a 31,3). Entre os pacientes em tratamento farmacológico (1366), a incidência foi de 31,3 pacientes com EA /1000 pacientes/mês (IC 95% 28,6 a 33,9) e, entre aqueles em uso de monoterapia, de 29,6 pacientes com EA /1000 pacientes / mês ( IC 95% 22,3 a 36,9). Os pacientes em uso de mais de um anti-hipertensivo apresentaram risco relativo bruto para eventos adversos de 2,10 (IC 95% 1,67 a 2,63). Houve associação entre a classe do anti-hipertensivo usado em monoterapia e a ocorrência de eventos adversos em algum momento do seguimento (P < 0,001), os quais foram mais freqüentes com bloqueadores dos canais de cálcio comparados aos tiazídicos e betabloqueadores. Entre as queixas específicas, tontura (P = 0,007), cefaléia (P = 0,003) e problemas sexuais (P= 0,045) foram mais freqüentes no primeiro grupo. Conclusões: O presente estudo descreveu a incidência de eventos adversos em uma coorte de pacientes hipertensos de um ambulatório especializado, confirmando dados de estudos observacionais e ensaios clínicos que indicam que estes são problemas freqüentes. O uso de mais de um anti-hipertensivo aumenta significativamente o risco de eventos adversos e, entre as classes de antihipertensivos usados em monoterapia, os tiazídicos mostram-se os mais seguros.Background: Hypertension is an important risk factor for cardiovascular diseases, but the control of high blood pressure is insufficient. One reason for the unsuitable control is the poor adhesion among patients who receive antihypertensive agents, parcially explained by the occurrence of adverse events. The incidence of these events gets to 28% on clinical trials, but the real magnitude of the problem on the assistant practice is little known. Methods: We underwent a prospectively planned cohort study followed up from 1989 to 2000, from the outpatient hypertension clinic of the Hospital de Clínicas of Porto Alegre (Cardiology and Clinical Pharmacology Divisions of HCPA). The objectives were to determine the incidence of adverse events (AE) related to antihypertensive therapy, referred by the hypertensive patients, to describe the more frequents AE and the risk factors to AE. In each visit, patients were asked for the presence of AE and in case of positive response it was applied one list directed towards specific adverse events. Results: From 1,957 patients in the cohort, 1,508 met criterions of inclusion. They were followed by 12.3 ± 12.2 months (median 10 months) resulting in 18.548 patients / month. From all patients included, 534 (35.4%) patients showed at least one complain of adverse event, resulting in the incidence of 28.8 patients with AE /1,000 patients/month (CI 95% 26.4 – 31.3). Among the subjects in pharmacological treatment (1366), the incidence of patients that refered AE was of 31.3 patients/1,000 patients / month (CI 95% 28.6-33.9) and, between those that used only monotherapy, 29.6 patients with AE /1,000 patients / month (CI 95% 22.3 – 36.9). The patients who were using more than one antihypertensive drug had a crude relative risk for presenting adverse event of 2.10 (C 95% 1.67 – 2.63). There was association between the antihypertensive class used in monotherapy and the occurrence of adverse event in some moment of the segment (P < 0.001), which were more frequent with calcium channel blockers compared to thiazides. Among specific complains, dizziness (P = 0.007). headache (P = 0.003) and sexual disfunction (P= 0.045) were more frequent in the first group. Conclusions: The present study described the incidence of adverse events in one cohort of hypertensive patients of a specialized outpatient service, confirming data of observacional studies and clinical trials indicateing that these problems are frequent. The use of more than one antihypertensive agent increases the risk of adverse event significantly and, among the groups of antihypertensives used in monotherapy, the thiazide diuretics turned out to be the safest.application/pdfporHipertensãoEpidemiologiaIncidência de eventos adversos em uma coorte de hipertensosAdverse events incidence in a hypertensive cohort info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina : Ciências Médicas2005mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000540899.pdf000540899.pdfTexto completoapplication/pdf390026http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/7226/1/000540899.pdf81561774e5d3e27209677de7f833ad27MD51TEXT000540899.pdf.txt000540899.pdf.txtExtracted Texttext/plain146955http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/7226/2/000540899.pdf.txt57b8ac30c3e5032cfa92027104a7d63dMD52THUMBNAIL000540899.pdf.jpg000540899.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1155http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/7226/3/000540899.pdf.jpga78d92297dd42a52ed66e3826acab07bMD5310183/72262018-10-15 08:22:09.322oai:www.lume.ufrgs.br:10183/7226Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-15T11:22:09Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Incidência de eventos adversos em uma coorte de hipertensos
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Adverse events incidence in a hypertensive cohort
title Incidência de eventos adversos em uma coorte de hipertensos
spellingShingle Incidência de eventos adversos em uma coorte de hipertensos
Gonçalves, Carla Beatrice Crivelaro
Hipertensão
Epidemiologia
title_short Incidência de eventos adversos em uma coorte de hipertensos
title_full Incidência de eventos adversos em uma coorte de hipertensos
title_fullStr Incidência de eventos adversos em uma coorte de hipertensos
title_full_unstemmed Incidência de eventos adversos em uma coorte de hipertensos
title_sort Incidência de eventos adversos em uma coorte de hipertensos
author Gonçalves, Carla Beatrice Crivelaro
author_facet Gonçalves, Carla Beatrice Crivelaro
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Gonçalves, Carla Beatrice Crivelaro
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Moreira, Leila Beltrami
contributor_str_mv Moreira, Leila Beltrami
dc.subject.por.fl_str_mv Hipertensão
Epidemiologia
topic Hipertensão
Epidemiologia
description Introdução: A hipertensão é fator de risco importante para doenças cardiovasculares, mas o controle da pressão arterial é insatisfatório. Um dos motivos para o controle inadequado é a fraca adesão entre os pacientes que recebem antihipertensivos, parcialmente explicada pela ocorrência de eventos adversos. A incidência de eventos adversos chega a 28% em ensaios clínicos, mas a real magnitude do problema na prática assistencial é pouco conhecida. Métodos: Realizou-se um estudo de coorte prospectivamente planejado, acompanhada de 1989 a 2000, no ambulatório de hipertensão arterial do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (Divisão de Cardiologia e Farmacologia Clínica do HCPA). Os objetivos foram, determinar a incidência de eventos adversos (EA) relacionadas à terapia anti-hipertensiva, referidos por pacientes hipertensos, descrever os EA mais freqüentes e os fatores de risco para ocorrência de EA. Em cada consulta, os pacientes eram indagados sobre a presença de evento adverso e, no caso de resposta positiva, era aplicada uma lista dirigida a eventos adversos específicos. Resultados: De 1957 pacientes da coorte, 1508 preencheram os critérios de inclusão e foram seguidos por 12,3 ± 12,2 meses (mediana, 10 meses), resultando em 18548 pacientes/mês. Entre todos os pacientes incluídos, 534 (35,4%) apresentaram pelo menos uma queixa de evento adverso durante o acompanhamento, resultando em 28,8 pacientes com EA /1000 pacientes/mês (IC 95% 26,4 a 31,3). Entre os pacientes em tratamento farmacológico (1366), a incidência foi de 31,3 pacientes com EA /1000 pacientes/mês (IC 95% 28,6 a 33,9) e, entre aqueles em uso de monoterapia, de 29,6 pacientes com EA /1000 pacientes / mês ( IC 95% 22,3 a 36,9). Os pacientes em uso de mais de um anti-hipertensivo apresentaram risco relativo bruto para eventos adversos de 2,10 (IC 95% 1,67 a 2,63). Houve associação entre a classe do anti-hipertensivo usado em monoterapia e a ocorrência de eventos adversos em algum momento do seguimento (P < 0,001), os quais foram mais freqüentes com bloqueadores dos canais de cálcio comparados aos tiazídicos e betabloqueadores. Entre as queixas específicas, tontura (P = 0,007), cefaléia (P = 0,003) e problemas sexuais (P= 0,045) foram mais freqüentes no primeiro grupo. Conclusões: O presente estudo descreveu a incidência de eventos adversos em uma coorte de pacientes hipertensos de um ambulatório especializado, confirmando dados de estudos observacionais e ensaios clínicos que indicam que estes são problemas freqüentes. O uso de mais de um anti-hipertensivo aumenta significativamente o risco de eventos adversos e, entre as classes de antihipertensivos usados em monoterapia, os tiazídicos mostram-se os mais seguros.
publishDate 2005
dc.date.issued.fl_str_mv 2005
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2007-06-06T19:04:39Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/7226
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000540899
url http://hdl.handle.net/10183/7226
identifier_str_mv 000540899
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/7226/1/000540899.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/7226/2/000540899.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/7226/3/000540899.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 81561774e5d3e27209677de7f833ad27
57b8ac30c3e5032cfa92027104a7d63d
a78d92297dd42a52ed66e3826acab07b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1816736780006719488