Príncipes, princesas, sapos, bruxas e fadas : os "novos contos de fada" ensinando sobre relações de gênero e sexualidade na contemporaneidade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/14655 |
Resumo: | Esta Dissertação de Mestrado propõese a analisar os “novos contos de fadas” com vistas a examinar as representações de infâncias e de relações de gênero e sexualidade, presentes nestes artefatos da nossa cultura. Neste trabalho, se reconhecem os contos de fadas contemporâneos como “novos contos de fadas”, colocando-os em suspeição, a partir do estudo realizado acerca de sua produtividade como texto cultural. A seleção dos livros é diversificada e nela se procurou escolher livros indicados à faixa etária das séries iniciais ou anos iniciais (610 anos) do Ensino Fundamental, publicados a partir da década de 90, os quais apresentam histórias de diferentes autores, publicadas por editoras distintas; de uma mesma coleção; de autores/as estrangeiros/as (obras traduzidas) e nacionais. A metodologia utilizada é a da interpretação textual, tanto em relação às narrativas quanto às ilustrações. Para isso, esta pesquisa conta com o referencial teórico dos Estudos Culturais em Educação, dos Estudos sobre Narrativas e dos relativos ao Gênero e à Sexualidade, em uma perspectiva pósmoderna e pósestruturalista. Questões relevantes deste estudo são: como os sujeitos infantis são representados por diferentes discursos, entre eles, os que “povoam” os livros infantis? Quais modelos de ser menino e menina, ou ser homem e mulher nos são ensinados através dos “novos contos de fadas”? A dissertação está organizada em seis capítulos. Neles são apresentados: a trajetória da pesquisadora, bem como a escolha e justificativa do tema de pesquisa; a história da literatura infantil, destacando conceitos importantes para o estudo, como os de conto, contos de fadas e “novos contos de fadas”; a história das infâncias; a história dos estudos de gênero e sexualidade; as conclusões do estudo. Articuladas às histórias de infâncias e à história dos estudos de gênero e sexualidade, estão as análises dos “novos contos de fadas” e suas representações de modos de ser criança e modos de viver a feminilidade e a masculinidade. Concluise com esta pesquisa que os “novos contos de fadas” ensinam sobre diferentes modos de ser criança. Com base nos autores estudados, percebemse representadas nas histórias as infâncias: desrealizadas e hiperrealizadas, protegida, parcialmente protegida, desprotegida, marginalizada, pública; chegando a representar as múltiplas infâncias da contemporaneidade, ou seja, aquelas constituídas por múltiplos discursos. Este corpus de textos analisados mostra uma criança saudável, feliz, sapeca, criativa, esperta, inteligente, dinâmica, corajosa, mas também, às vezes, uma criança ingênua e frágil, precisando da proteção adulta. As múltiplas infâncias dos “novos contos de fadas” são representadas por crianças que brincam, ficam tristes, mostramse sonhadoras, ciumentas, lidam com a morte, freqüentam a escola, enfim, representam os modos de ser e viver na contemporaneidade. Concluise, também, que os “novos contos de fadas” ensinam que não há um jeito único, nem mais verdadeiro, de ser homem e de ser mulher e que se podem experimentar vários modos de viver a sexualidade no diaadia. Algumas histórias não operam muitas transgressões de gênero e outras rompem com os discursos hegemônicos em torno da sexualidade, ao repensar “novos padrões”. |
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Vidal, Fernanda FornariTrindade, Iole Maria Faviero2008-11-19T04:12:52Z2008http://hdl.handle.net/10183/14655000659094Esta Dissertação de Mestrado propõese a analisar os “novos contos de fadas” com vistas a examinar as representações de infâncias e de relações de gênero e sexualidade, presentes nestes artefatos da nossa cultura. Neste trabalho, se reconhecem os contos de fadas contemporâneos como “novos contos de fadas”, colocando-os em suspeição, a partir do estudo realizado acerca de sua produtividade como texto cultural. A seleção dos livros é diversificada e nela se procurou escolher livros indicados à faixa etária das séries iniciais ou anos iniciais (610 anos) do Ensino Fundamental, publicados a partir da década de 90, os quais apresentam histórias de diferentes autores, publicadas por editoras distintas; de uma mesma coleção; de autores/as estrangeiros/as (obras traduzidas) e nacionais. A metodologia utilizada é a da interpretação textual, tanto em relação às narrativas quanto às ilustrações. Para isso, esta pesquisa conta com o referencial teórico dos Estudos Culturais em Educação, dos Estudos sobre Narrativas e dos relativos ao Gênero e à Sexualidade, em uma perspectiva pósmoderna e pósestruturalista. Questões relevantes deste estudo são: como os sujeitos infantis são representados por diferentes discursos, entre eles, os que “povoam” os livros infantis? Quais modelos de ser menino e menina, ou ser homem e mulher nos são ensinados através dos “novos contos de fadas”? A dissertação está organizada em seis capítulos. Neles são apresentados: a trajetória da pesquisadora, bem como a escolha e justificativa do tema de pesquisa; a história da literatura infantil, destacando conceitos importantes para o estudo, como os de conto, contos de fadas e “novos contos de fadas”; a história das infâncias; a história dos estudos de gênero e sexualidade; as conclusões do estudo. Articuladas às histórias de infâncias e à história dos estudos de gênero e sexualidade, estão as análises dos “novos contos de fadas” e suas representações de modos de ser criança e modos de viver a feminilidade e a masculinidade. Concluise com esta pesquisa que os “novos contos de fadas” ensinam sobre diferentes modos de ser criança. Com base nos autores estudados, percebemse representadas nas histórias as infâncias: desrealizadas e hiperrealizadas, protegida, parcialmente protegida, desprotegida, marginalizada, pública; chegando a representar as múltiplas infâncias da contemporaneidade, ou seja, aquelas constituídas por múltiplos discursos. Este corpus de textos analisados mostra uma criança saudável, feliz, sapeca, criativa, esperta, inteligente, dinâmica, corajosa, mas também, às vezes, uma criança ingênua e frágil, precisando da proteção adulta. As múltiplas infâncias dos “novos contos de fadas” são representadas por crianças que brincam, ficam tristes, mostramse sonhadoras, ciumentas, lidam com a morte, freqüentam a escola, enfim, representam os modos de ser e viver na contemporaneidade. Concluise, também, que os “novos contos de fadas” ensinam que não há um jeito único, nem mais verdadeiro, de ser homem e de ser mulher e que se podem experimentar vários modos de viver a sexualidade no diaadia. Algumas histórias não operam muitas transgressões de gênero e outras rompem com os discursos hegemônicos em torno da sexualidade, ao repensar “novos padrões”.This master’s dissertation has proposed to analyse ‘new fairytales’ to examine representations of children and gender and sexuality relations, found at these artefacts of our culture. In this work, one has acknowledged the contemporary fairytales as ‘new fairytales’, suspecting of them, from the study conducted about its productivity as cultural text. Book selection is varied, and one has sought to choose books proper for the age range of early school years (six to 10 years old) in the primary school, published from the 1990s on, which feature different authors’ tales in different publishing companies; in a same collection; by foreign male and female authors (domestic and translated works). The methodology used has been that of textual interpretation, whether regarding narratives and illustrations. In support of this, the research has relied on the theoretical referential of the Cultural Studies in Education, Studies on Narratives and Gender and Sexuality, in a postmodern and poststructuralist perspective. The following are relevant questions of this study: how infantsubjects are depicted in different discourses among them, those who ‘inhabit’ the children’ books? What patterns of being a boy and being a girl, or being a man or a woman are taught through ‘our fairytales’? The dissertation is organized in five chapters. In them are: the research path and choice and justification for the subject matter; the story for the children’s literature, highlighting important concepts for the study, such as the tale, fairytales and ‘new fairytales’; children’s history; history of the study of gender and sexuality; final conclusions. Articulated to the children’s stories and to the history of the study of gender and sexuality, are analyses for the ‘new fairytales’ and their representations of styles of being a child and male and female ways of living. One has concluded that the ‘new fairytales’ teach us about different ways of being a child. Based on the studied authors, one has perceived childhoods represented in the stories: unaccomplished and hyperaccomplished, protected, partially protected, unprotected, marginalised, public; which come to represent multiple contemporary children’s ages, that is, those shaped by multiple discourses. This analysed set of texts has showed a healthy, happy, forward, creative, wise, intelligent, dynamic, courageous, but sometimes also artless, frail child who needs adult protection. Multiple childhoods in the ‘new fairytales’ are represented by playing, sad, daydreaming, jealous children dealing with death, attending school, that is, representing being and living styles in contemporary times. One has also concluded that the ‘new fairytales’ teach us that there is no one single ways, not even truest, of being a man and a woman, and that one can try several ways of enjoying sexuality in daily life. Some stories do not work with breaking of the gender, and some break with hegemonic discourses on sexuality, by rethinking ‘new patterns’.application/pdfporInfânciaRelação de gêneroSexualidadeConto de fadaCritica e interpretacaoChildhoodGender relationsSexualityFairytalesRepresentationCultural studiesPríncipes, princesas, sapos, bruxas e fadas : os "novos contos de fada" ensinando sobre relações de gênero e sexualidade na contemporaneidadeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de EducaçãoPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoPorto Alegre, BR-RS2008mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000659094.pdf.txt000659094.pdf.txtExtracted Texttext/plain546716http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/14655/2/000659094.pdf.txt71c808e634740efc1d810b2fdc000644MD52ORIGINAL000659094.pdf000659094.pdfTexto completoapplication/pdf66492340http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/14655/1/000659094.pdf83f14d48b4021a3c9875fbcea7590647MD51THUMBNAIL000659094.pdf.jpg000659094.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg2658http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/14655/3/000659094.pdf.jpg2296fb6b60315bb6606439bf395c3b02MD5310183/146552018-10-05 08:16:59.932oai:www.lume.ufrgs.br:10183/14655Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-05T11:16:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Esta Dissertação de Mestrado propõese a analisar os “novos contos de fadas” com vistas a examinar as representações de infâncias e de relações de gênero e sexualidade, presentes nestes artefatos da nossa cultura. Neste trabalho, se reconhecem os contos de fadas contemporâneos como “novos contos de fadas”, colocando-os em suspeição, a partir do estudo realizado acerca de sua produtividade como texto cultural. A seleção dos livros é diversificada e nela se procurou escolher livros indicados à faixa etária das séries iniciais ou anos iniciais (610 anos) do Ensino Fundamental, publicados a partir da década de 90, os quais apresentam histórias de diferentes autores, publicadas por editoras distintas; de uma mesma coleção; de autores/as estrangeiros/as (obras traduzidas) e nacionais. A metodologia utilizada é a da interpretação textual, tanto em relação às narrativas quanto às ilustrações. Para isso, esta pesquisa conta com o referencial teórico dos Estudos Culturais em Educação, dos Estudos sobre Narrativas e dos relativos ao Gênero e à Sexualidade, em uma perspectiva pósmoderna e pósestruturalista. Questões relevantes deste estudo são: como os sujeitos infantis são representados por diferentes discursos, entre eles, os que “povoam” os livros infantis? Quais modelos de ser menino e menina, ou ser homem e mulher nos são ensinados através dos “novos contos de fadas”? A dissertação está organizada em seis capítulos. Neles são apresentados: a trajetória da pesquisadora, bem como a escolha e justificativa do tema de pesquisa; a história da literatura infantil, destacando conceitos importantes para o estudo, como os de conto, contos de fadas e “novos contos de fadas”; a história das infâncias; a história dos estudos de gênero e sexualidade; as conclusões do estudo. Articuladas às histórias de infâncias e à história dos estudos de gênero e sexualidade, estão as análises dos “novos contos de fadas” e suas representações de modos de ser criança e modos de viver a feminilidade e a masculinidade. Concluise com esta pesquisa que os “novos contos de fadas” ensinam sobre diferentes modos de ser criança. Com base nos autores estudados, percebemse representadas nas histórias as infâncias: desrealizadas e hiperrealizadas, protegida, parcialmente protegida, desprotegida, marginalizada, pública; chegando a representar as múltiplas infâncias da contemporaneidade, ou seja, aquelas constituídas por múltiplos discursos. Este corpus de textos analisados mostra uma criança saudável, feliz, sapeca, criativa, esperta, inteligente, dinâmica, corajosa, mas também, às vezes, uma criança ingênua e frágil, precisando da proteção adulta. As múltiplas infâncias dos “novos contos de fadas” são representadas por crianças que brincam, ficam tristes, mostramse sonhadoras, ciumentas, lidam com a morte, freqüentam a escola, enfim, representam os modos de ser e viver na contemporaneidade. Concluise, também, que os “novos contos de fadas” ensinam que não há um jeito único, nem mais verdadeiro, de ser homem e de ser mulher e que se podem experimentar vários modos de viver a sexualidade no diaadia. Algumas histórias não operam muitas transgressões de gênero e outras rompem com os discursos hegemônicos em torno da sexualidade, ao repensar “novos padrões”. |
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